Julgamento de Bolsonaro e aliados é suspenso; sessão será retomada à tarde

O julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de outros sete acusados por tentativa de golpe de Estado foi suspenso ao meio-dia desta terça-feira (2), retomando-se às 14h, conforme decisão do presidente da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Cristiano Zanin.

A sessão havia avançado pela manhã com a leitura, pelo relator Alexandre de Moraes, do relatório que sintetiza o percurso investigativo, culminando na denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR). Moraes enfatizou que “nenhuma ‘tentativa de obstrução’ afetaria a imparcialidade da Corte” e que “a soberania nacional jamais será vilipendiada, negociada ou extorquida”

Paulo Gonet expõe justificativas

Após a fala de Moraes, o procurador-geral Paulo Gonet expôs os argumentos da acusação em defesa da condenação dos réus. A partir das 14h, serão ouvidas as defesas — cada advogado terá até duas horas para apresentar suas sustentações orais. Os oito réus integram o chamado “núcleo 1” da tentativa de golpe. 

Matéria do G1 (Foto: reprodução/X/@g1)

Além de Bolsonaro, compõem o grupo: Alexandre Ramagem (deputado federal e ex-presidente da Abin); Almir Garnier (almirante da Marinha); Anderson Torres (ex-ministro da Justiça); Augusto Heleno (ex-ministro do GSI); Mauro Cid (ex-ajudante de ordens); Paulo Sérgio Nogueira (general e ex-ministro da Defesa); Walter Braga Netto (ex-ministro da Defesa e da Casa Civil, vice na chapa de 2022). 


Crimes atrelados ao golpe de estado

Os réus respondem, em diferentes graus, a cinco crimes no Supremo Tribunal Federal:

  • Organização criminosa armada
  • Golpe de Estado
  • Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito
  • Dano qualificado por violência e grave ameaça
  • Deterioração de patrimônio tombado 

Com exceção de Alexandre Ramagem, a Câmara dos Deputados aprovou em maio a suspensão parcial da ação penal. Com isso, ele responde apenas pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado.

Matéria da Band (Vídeo: reprodução/X/@BandJornalismo)

 Próximos passos do julgamento

Cada advogado de defesa terá até duas horas para se manifestar nesta terça-feira à tarde. O julgamento seguirá ao longo de setembro, em sessões já programadas pelo STF:

  • 2 de setembro (terça-feira): 9h às 12h e 14h às 19h
  • 3 de setembro (quarta-feira): 9h às 12h
  • 9 de setembro (terça-feira): 9h às 12h e 14h às 19h
  • 10 de setembro (quarta-feira): 9h às 12h
  • 12 de setembro (sexta-feira): 9h às 12h e 14h às 19h

A decisão sobre a condenação será tomada por maioria simples dos ministros da Primeira Turma.

Flávio diz que Jair Bolsonaro não irá ao STF para julgamento

Segundo o senador Flávio Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro, o pai não irá comparecer ao Supremo Tribunal Federal (STF) no primeiro dia de julgamento que é réu, previsto para ocorrer em Brasília nesta terça-feira (02). “Ele não estará presencialmente no STF por questão de saúde. Não pode bancar um dia inteiro de julgamento”, afirmou o senador.

Não comparecimento

O ex-presidente Jair Messias Bolsonaro, atualmente em prisão domiciliar e réu no STF por tentativa de golpe de Estado, utiliza tornozeleira eletrônica desde agosto, por determinação do ministro Alexandre de Moraes. Nesta terça-feira (2) tem início o julgamento que definirá se Bolsonaro será condenado ou não pelos crimes ao qual foi cometido. A saúde do ex-presidente preocupa tanto sua família quanto sua defesa.

Flávio Bolsonaro se encontrou com o pai na tarde desta segunda-feira (01) e afirmou que ele acompanhará a sessão ao vivo de forma remota. “Ele está com um soluço que vai e volta toda hora, o que incomoda bastante. Está tomando remédios. Por conta disso, não vai presencialmente”, relatou o senador.

Saúde de Bolsonaro

De acordo com boletim médico divulgado pelo Hospital DF Star em agosto, Bolsonaro desenvolveu esofagite e gastrite, condições que causam sintomas e complicações como crises de soluço e vômitos — relatados tanto por Flávio quanto por Carlos Bolsonaro.

Acredita-se que os problemas de saúde possam pesar na decisão do ministro Alexandre de Moraes em relação ao regime de cumprimento da pena, caso o ex-presidente seja condenado.


ex Presidente Jair Messias Bolsonaro (Reprodução/Ton Molina/CNN)

Bolsonaro será julgado no STF pelo ministro Alexandre de Moraes e por outros integrantes da Primeira Turma, como Luiz Fux e Cármen Lúcia. A Procuradoria-Geral da República (PGR) aponta crimes que, em caso de condenação, podem resultar em até 43 anos de prisão.

STF julga Bolsonaro por cinco crimes e impõe penas que podem atingir 43 anos

Ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete aliados passam a ser julgados nesta terça-feira (2) pela Primeira Turma do STF, acusados pela PGR de integrar uma trama golpista para manter o ex-mandatário no poder.

Eles respondem por cinco crimes graves, entre eles tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa armada. Se condenados, as penas podem chegar a 43 anos de prisão, embora a legislação brasileira limite o cumprimento máximo a 40 anos.

Réus do núcleo crucial e as penas possíveis

O julgamento no Supremo Tribunal Federal envolve o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros sete integrantes apontados pela PGR como parte do chamado “núcleo crucial” da tentativa de golpe de Estado.

Estão entre os réus:

  • Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin;
  • Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
  • Anderson Torres, ex-ministro da Justiça;
  • Augusto Heleno, ex-ministro do GSI;
  • Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência;
  • Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa; 
  • Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil.

O grupo responde por cinco crimes graves, com penas que, somadas, podem chegar a 43 anos de prisão:

  • Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito (4 a 8 anos),
  • Tentativa de golpe de Estado (4 a 12 anos),
  • Participação em organização criminosa armada (3 a 8 anos, podendo alcançar até 17 anos em casos agravados),
  • Dano qualificado (6 meses a 3 anos)
  • Deterioração de patrimônio tombado (1 a 3 anos).

Julgamento de Bolsonaro que começa terça-feira (02/09) (Vídeo: reprodução/YouTube/G1)

Na prática, cada réu terá sua situação individual analisada pelos ministros, levando em conta o grau de envolvimento, antecedentes e circunstâncias pessoais. Caso haja condenação, o STF decidirá se as penas devem ser somadas e em que regime inicial o cumprimento será determinado, com possibilidade de recursos por parte das defesas.

Os cinco crimes em julgamento

Os crimes apontados pela PGR são:

Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, que ocorre quando se busca, com uso de violência ou grave ameaça, impedir ou restringir o funcionamento dos poderes constitucionais.

Tentativa de golpe de Estado, caracterizada pela intenção de depor, também por meio de violência ou grave ameaça, um governo legitimamente constituído. 

Participação em organização criminosa armada, que envolve a atuação em grupo estruturado, com quatro ou mais pessoas, uso de armas e divisão de tarefas voltada à prática de crimes.

Dano qualificado, quando o ato destrói ou deteriora patrimônio da União, causando prejuízo significativo. 

Deterioração de patrimônio tombado, aplicado em casos de destruição ou inutilização de bens protegidos por lei, ou decisão judicial.


O episódio que levaram ao julgamento de Bolsonaro (Vídeo: reprodução/Instagram/@portalg1)


Caso sejam condenados, os ministros do STF ainda avaliarão fatores como grau de participação, antecedentes e idade dos réus. Também existe a possibilidade de progressão de regime, permitindo que a pena seja reduzida conforme bom comportamento, estudo ou trabalho durante o cumprimento.

Damares Alves é autorizada a visitar Bolsonaro antes do início do julgamento

O ministro do STF, Alexandre de Moraes, autorizou a senadora Damares Alves (Republicanos-DF) a encontrar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nesta segunda-feira (1º), entre 10h e 18h. Damares já foi ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos no governo dele.

Regras de visita e início do julgamento

No sábado (30), Moraes decidiu que a casa de Bolsonaro deveria ser vigiada e que todos os carros que saíssem do local passassem por revista. Ele ressaltou que o carro da senadora também será inspecionado após a visita.

Bolsonaro cumpre prisão domiciliar desde 4 de agosto e só tem permissão para receber advogados, filhos ou visitantes autorizados pelo STF. A visita de Damares acontece um dia antes do julgamento dele e de outros sete réus na Primeira Turma do STF, acusados de suposto plano de golpe de Estado em 2022.


Matéria sobre a medida de policiamento na residência do ex-presidente da República, Jair Bolsonaro (Vídeo: reprodução/X/@GloboNews)

Réus e calendário

Os réus são o ex-presidente Jair Bolsonaro; Walter Souza Braga Netto, ex-ministro da Defesa e da Casa Civil e candidato a vice-presidente em 2022; Mauro Cid, ex-ajudante de ordens; Alexandre Ramagem, deputado federal e ex-presidente da Abin (Agência Brasileira de Inteligência); Almir Garnier, almirante de esquadra e ex-comandante da Marinha; Anderson Torres, ex-ministro da Justiça; Augusto Heleno, ex-ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional); e Paulo Sérgio Nogueira, general e ex-ministro da Defesa.

O julgamento terá início em 2 de setembro, terça-feira, com sessão extraordinária das 9h às 12h e sessão ordinária das 14h às 19h. Na quarta-feira, 3 de setembro, haverá sessão extraordinária das 9h às 12h. As atividades serão retomadas em 9 de setembro, terça-feira, com sessão extraordinária pela manhã, das 9h às 12h, e sessão ordinária à tarde, das 14h às 19h.

Em 10 de setembro, quarta-feira, ocorrerá outra sessão extraordinária das 9h às 12h. Já no dia 12 de setembro, sexta-feira, estão previstas duas sessões extraordinárias: das 9h às 12h e das 14h às 19h.

STF julga Bolsonaro e aliados por tentativa de golpe com provas digitais, gravações e mensagens

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) inicia nesta terça-feira (2) o julgamento de Jair Bolsonaro e outros sete réus. Todos respondem por crimes ligados à tentativa de golpe de Estado em 2022.

Logo, a Procuradoria-Geral da República (PGR) reuniu gravações, mensagens e documentos que mostram como a organização criminosa atuou para fragilizar o Estado Democrático de Direito. Segundo o procurador-geral Paulo Gonet, o grupo “documentou quase a totalidade” de suas ações.

Acusações e núcleo de acusados

Sendo assim, Bolsonaro e seus aliados são acusados de cinco crimes: golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, participação em organização criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.

Entre os réus estão nomes centrais do governo anterior: Alexandre Ramagem, Almir Garnier, Anderson Torres, Augusto Heleno, Mauro Cid, Paulo Sérgio Nogueira e Walter Braga Netto. A princípio, todos negam envolvimento em planos golpistas e afirmam que não houve ação concreta para impedir a posse do presidente Lula.


Polícia Federal tem supervisionado Jair Bolsonaro (Vídeo: reprodução/YouTube/@UOL)

Provas reunidas pela PGR

As provas listadas pela PGR incluem transmissões ao vivo com ataques sem evidências às urnas, documentos internos e reuniões voltadas ao uso irregular das forças de segurança. Mensagens também indicam manipulação do relatório militar sobre o sistema eletrônico de votação.

Além disso, depoimentos e registros mostram ainda a convocação do Alto Comando do Exército para discutir medidas contra a posse de Luís Inácio Lula da Silva. O material apreendido traz minutas de decretos, mensagens estratégicas e até planos militares, como a operação “Punhal Verde Amarelo”.

Ainda mais, as imagens de destruição dos Três Poderes que ocorreu em 8 de janeiro de 2023 foram usadas como prova da deterioração do patrimônio. Órgãos como a Câmara, o Senado e o STF entregaram documentos detalhando prejuízos.

Organização criminosa e riscos atuais

Segundo a PGR, a atuação ocorreu de forma estável, hierárquica e com divisão de tarefas. Para o órgão, trata-se de uma organização criminosa consolidada dentro da estrutura do Estado, com apoio de setores militares.

Diante da proximidade do julgamento, a Polícia Federal reforçou a segurança na casa de Bolsonaro, atualmente em prisão domiciliar. O ex-presidente usa tornozeleira eletrônica e está sob monitoramento em tempo real.

Julgamento de Bolsonaro sobre a tentativa de golpe começa nesta terça; STF reforça segurança

O Supremo Tribunal Federal (STF) anunciou que mais de 500 jornalistas estarão presentes para acompanhar o julgamento sobre a suposta tentativa de golpe, que começa na próxima terça-feira (2). O caso, considerado um dos mais importantes do ano, deve ganhar grande repercussão política e internacional.

Entre os réus estão o ex-presidente Jair Bolsonaro e antigos aliados, acusados pela Procuradoria-Geral da República de montar um esquema para tentar mantê-lo no poder e impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva. Todos os acusados, em interrogatórios anteriores, negaram as acusações e afirmaram que não houve plano de golpe.

Grande interesse da mídia em apurar o julgamento

O interesse pelo julgamento é alto: além da imprensa, mais de 3 mil pessoas pediram credenciais para acompanhar as sessões, que acontecerão nos dias 2, 3, 9, 10 e 12 de setembro. Enquanto 150 lugares foram liberados ao público no plenário da Segunda Turma, os jornalistas terão acesso por ordem de chegada à sala da Primeira Turma, onde o julgamento será realizado. Essa turma é composta pelos ministros Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin, Cármen Lúcia, Flávio Dino e Luiz Fux.

A segurança também foi reforçada em Brasília. Haverá bloqueios na Praça dos Três Poderes, varreduras com cães farejadores e presença de tropas especiais, como Bope e Comando de Operações Táticas, além de apoio da Polícia Militar e da segurança judicial dos tribunais.

O julgamento acontece em meio a um cenário político tenso. Bolsonaro cumpre prisão domiciliar acusado de pressionar instituições e ministros do STF, enquanto Lula fez duras críticas a Eduardo Bolsonaro, chamando sua atuação nos Estados Unidos de “traição à pátria”.

Trump justifica taxação como retaliação aos atos contra Bolsonaro

Nos EUA, Donald Trump, aliado de Bolsonaro, justificou a sobretaxa de 50% em produtos brasileiros como resposta ao processo, chamando-o de “caça às bruxas”. Além disso, o governo americano aplicou sanções contra Moraes e outros ministros da Corte. O presidente Lula tem repetido que a soberania do Brasil não está em discussão e que o país não abre mão dela.


Jair Bolsonaro foi a capa da revista “The Economist”, que faz uma analogia do ex-presidente com apoiadores do Trump que fizeram a invasão do Capitólio (Foto: Reprodução/X/@eixopolitico)


Nesta quinta-feira, a revista britânica The Economist, uma das mais respeitadas do mundo, trouxe em sua capa uma reportagem afirmando que o julgamento da tentativa de golpe no Brasil serve como exemplo até para os Estados Unidos. A imagem da capa mostra Jair Bolsonaro vestido como um dos extremistas que invadiram o Capitólio americano em 6 de janeiro de 2021, quando apoiadores de Donald Trump tentaram impedir a posse de Joe Biden.

Moraes desafia sanções dos EUA e reafirma firmeza no julgamento de Bolsonaro

Em entrevista, divulgada nesta segunda-feira (18), ao diário americano The Washington Post, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, reafirmou sua determinação em não recuar no julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro. A declaração ocorreu em meio a recentes investidas diplomáticas dos Estados Unidos, que impuseram sanções contra o Brasil e contra o próprio ministro, aumentando a tensão no cenário internacional. Segundo o ministro, o Supremo seguirá firme em seu papel de proteger a democracia brasileira, independentemente das pressões externas ou internas.

Moraes resiste

Na conversa com o jornal americano, Moraes foi enfático ao afirmar que o Supremo não se deixará intimidar pelo cenário diplomático adverso. “Não há a menor possibilidade de recuar um milímetro”, declarou. Ele também destacou que a Corte não permitirá manobras protelatórias de Bolsonaro: “O tribunal não permitirá que o réu faça dele motivo de chacota”. O ministro ressaltou ainda o compromisso com o devido processo legal: “Faremos o que é certo: receberemos a acusação, analisaremos as provas e quem deve ser condenado será condenado; quem deve ser absolvido será absolvido”.

As declarações de Moraes ocorrem em um momento de tensão após o governo Trump impor medidas econômicas contra o Brasil, como o tarifaço de 50% sobre produtos brasileiros, a revogação de vistos de ministros e opositores de Jair Bolsonaro. O ministro, alvo direto dessas medidas, disse que sua responsabilidade é “vacinar” a democracia brasileira contra riscos de retrocesso.

Julgamento de Bolsonaro ocorre em setembro

O julgamento de Jair Bolsonaro terá início no dia 2 de setembro de 2025, na Primeira Turma do STF, presidida por Cristiano Zanin e relatada por Alexandre de Moraes. A previsão é de que a análise se estenda por até cinco dias. O ex-presidente é acusado de arquitetar e movimentar uma tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022, além de também ser julgado por tentar abolir violentamente o Estado democrático de direito.


Bolsonaro é interrogado no STF em processo sobre tentativa de golpe em 2022 (Foto: reprodução/Arthur Menescal/Getty Images Embed)


Especialistas apontam que Bolsonaro poderá ser condenado a penas que variam de dez a mais de 40 anos de prisão. Ele cumpre atualmente prisão domiciliar por descumprimento de medidas cautelares e corre risco real de ser enviado a um regime fechado.

Enquanto isso, a crise diplomática com os EUA se aprofunda. Além das sanções, o deputado Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente, tem atuado junto a autoridades americanas para tentar aumentar a pressão externa e criar um ambiente favorável ao pai.

Entre sanções e justiça

As declarações de Alexandre de Moraes ao diário Washington Post reforçam não apenas sua posição de guardião da Constituição, mas também o papel central do Supremo Tribunal Federal na preservação da democracia brasileira. Ao assumir publicamente que não pretende recuar diante de pressões externas ou internas, Moraes projeta a imagem de uma Justiça que busca resistir a retrocessos e reafirma a importância da independência do Judiciário em momentos críticos.

Câmara amplia prazo e julgamento de deputados que ocuparam plenário pode durar 50 dias úteis

A Mesa Diretora da Câmara dos Deputados decidiu ampliar significativamente o prazo para a análise do processo envolvendo 14 parlamentares acusados de invadir o plenário na última semana, interrompendo as atividades legislativas. Inicialmente, a Corregedoria teria dois dias para avaliar as denúncias, mas agora o trâmite se estenderá por até 50 dias úteis. A medida altera o rito original, postergando a conclusão do caso.

Perfil dos investigados

Entre os investigados estão deputados filiados ao PL, ao Novo e ao Progressistas. Segundo o regimento, as sanções aplicáveis variam entre advertência formal, suspensão temporária do mandato ou, em situações mais graves, a cassação do cargo. O episódio provocou forte repercussão interna, com lideranças da Casa defendendo uma apuração rigorosa e imparcial.

O processo será conduzido pela Corregedoria da Câmara, responsável por coletar depoimentos, reunir provas e elaborar um parecer técnico sobre o caso. Esse documento será encaminhado posteriormente ao Conselho de Ética, que avaliará a adoção das medidas cabíveis. Com a ampliação do prazo, o andamento da apuração se dará em um ritmo mais prolongado, abrindo espaço para debates políticos e jurídicos.


Câmara discutirá punição a Deputados envolvidos na invasão do plenário (Vídeo: reprodução/Youtube/@cnnbrasil)


Composição da Mesa Diretora

A Mesa Diretora, que reúne sete membros, é responsável por decisões administrativas e regimentais da Casa. O presidente da Câmara, deputado Hugo Motta (Republicanos), integra o colegiado e participou da deliberação que modificou o prazo. Parlamentares favoráveis à medida alegam que a extensão é necessária para garantir um processo minucioso e assegurar o direito de defesa dos envolvidos.

A decisão, no entanto, não passou sem críticas. Alguns parlamentares argumentam que o prolongamento do prazo pode favorecer a protelação e reduzir a efetividade das punições. Outros defendem que a medida é coerente diante da gravidade das acusações. “O processo precisa ser conduzido com serenidade e responsabilidade”, afirmou um integrante da Mesa.

Após a conclusão do parecer da Corregedoria e a análise do Conselho de Ética, a punição será definida pelo plenário da Câmara, exigindo votação aberta e maioria simples para advertência ou suspensão, e maioria absoluta para cassação. Até lá, a expectativa é de que o caso continue movimentando os bastidores políticos e gerando debates sobre conduta parlamentar e respeito às regras da Casa.

Lucas Paquetá é absolvido pela FA, mas ainda pode ser punido por obstrução no caso de apostas

O meia brasileiro Lucas Paquetá foi absolvido nesta quinta-feira (31) pela Football Association (FA), entidade que regula o futebol na Inglaterra, das acusações de envolvimento em um suposto esquema de manipulação de resultados ligado a apostas esportivas. Após quase dois anos de investigações, a comissão independente julgadora decidiu que as provas apresentadas não foram suficientes para comprovar a prática de spot-fixing por parte do atleta do West Ham. O spot-fixing é considerado um esquema ilegal de apostas esportivas em que um jogador realiza deliberadamente uma ação específica durante um jogo para garantir o resultado de uma aposta específica, sem afetar o resultado final da partida.

Relembre o caso

Paquetá foi investigado por supostamente forçar cartões amarelos de forma intencional em quatro partidas da Premier League — contra Leicester (nov/2022), Aston Villa (mar/2023), Leeds (mai/2023) e Bournemouth (ago/2023). A suspeita surgiu após padrões atípicos de apostas focadas nos cartões recebidos pelo jogador, especialmente envolvendo apostadores localizados no Rio de Janeiro, sua cidade natal.

A FA chegou a considerar punições severas, incluindo uma possível suspensão vitalícia, caso a manipulação fosse comprovada. No entanto, a comissão julgadora classificou o caso como “não provado”, encerrando a acusação principal. Com isso, o jogador está liberado para seguir atuando sem restrições relacionadas à acusação de spot-fixing.

FA ainda avalia punição por obstrução da investigação

Apesar da absolvição em relação à manipulação de resultados, Paquetá ainda poderá ser punido por violar o artigo F3 do regulamento da FA, que trata da cooperação com investigações. Segundo a entidade, o jogador não forneceu todas as informações solicitadas e deixou de colaborar de forma adequada com o processo.

Essa infração pode resultar em multa ou até mesmo em uma suspensão temporária, ainda a ser definida. A FA deve divulgar nos próximos dias os detalhes e eventuais sanções relacionadas à conduta do atleta durante a investigação.

Paquetá comemora a absolvição e recebe apoio do West Ham

Logo após o anúncio oficial, Lucas Paquetá publicou uma nota em sua rede social comemorando o desfecho:


Lucas Paquetá se pronuncia em sua rede social sobre o desfecho do caso (reprodução/Instagram/@lucaspaqueta)

O West Ham também manifestou apoio público ao jogador, destacando sua postura profissional durante o período e afirmando que sempre confiou em sua integridade.

O fim da pressão

A decisão representa um alívio significativo para o meio-campista brasileiro, que chegou a ter sua transferência para o Manchester City interrompida em 2023 por conta das investigações.

Agora, absolvido das acusações mais graves, Paquetá vê o caminho aberto para retomar sua carreira com confiança. A possível punição por obstrução, no entanto, ainda paira sobre seu retorno definitivo aos gramados.

Bolsonaro culpa Lula e Moraes por tensão com EUA

As críticas do ex-presidente em meio a medidas judiciais inéditas como o uso de tornozeleira eletrônica, mostram um ambiente político cada vez mais polarizado e ao envolver os Estados Unidos na questão, transformam uma investigação interna em um potencial conflito diplomático.   

Entrevista e Investigação 

Nesta Sexta-feira (18), o ex-presidente Jair Bolsonaro concedeu uma entrevista à Reuters, nela Bolsonaro afirmou que quem está estimulando as tensões entre Brasil e Estados Unidos é o atual presidente do país, Lula, e o ministro Alexandre de Moraes, ele ainda afirmou que a Suprema Corte tem “poder demais’ e “perdeu a mão”.

Já o Ministro Alexandre de Moraes afirmou que o ex-presidente está “atuando dolosa e conscientemente de forma ilícita, conjuntamente com o seu filho, Eduardo Bolsonaro, com a finalidade de tentar submeter o funcionamento do Supremo Tribunal Federal ao crivo de outro Estado estrangeiro”

Com tudo também nesta Sexta (18), Moraes enquanto ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou a operação da Polícia Federal após parecer favorável da PGR (procuradoria-Geral da República) em que Bolsonaro é acusado dos crimes de coação no curso do processo, obstrução à Justiça e ataque à soberania nacional.

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Bolsonaro em depoimento no STF (Foto: Reprodução/Arthur Menescal/Getty imagens Embed)

Repercussão interna e externa

 Após operação da PF que cumpriu mandados de busca e apreensão  na casa de Bolsonaro e na sede do PL, o então ex-presidente acabou com uma tornozeleira eletrônica, com base em uma decisão do STF que também proíbe o contato com autoridades estrangeiras, outros investigados na operação e o uso de redes sociais. 

No cenário internacional Trump, atual presidente dos Estados Unidos, promoveu uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros como suposta resposta ao tratamento judicial que Bolsonaro está recebendo em processo que é réu, em carta o presidente americano diz que o aliado é alvo de ataques de um sistema injusto e que o julgamento precisa parar.

Já em resposta a Donald Trump, Lula classificou a atitude do presidente americano como “chantagem inaceitável” e afirmou ainda que “o Brasil é soberano e não aceitará interferência de nenhum país”. Ele ressaltou também que o Poder Judiciário é um órgão independente.

Apesar do governo tentar preservar a soberania nacional, a repercussão internacional e os reflexos econômicos – como a ameaça de tarifas de Trump – evidenciam que esse processo vai muito além da política nacional e atinge diretamente os interesses do país no cenário global.