Lula faz pronunciamento sobre nova faixa de isenção do Imposto de Renda

Em pronunciamento transmitido em rede nacional neste domingo (30), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF). Sancionada em 26 de novembro, o presidente afirma que a medida corrige “privilégios da elite brasileira”.

Segundo Lula, é “vergonhoso” que, historicamente, um grupo restrito de contribuintes de renda muito alta pague proporcionalmente menos imposto do que trabalhadores e a classe média, reforçando distorções que precisam ser enfrentadas.

Em sua declaração, Lula destacou que a nova legislação representa um passo na direção da justiça tributária, ao aumentar o poder de compra das famílias e reduzir o peso do IR sobre milhões de pessoas. Ele reiterou que o compromisso de elevar a faixa isenta havia sido estabelecido ainda em sua campanha presidencial, e que sua efetivação só foi possível após a aprovação do projeto no Congresso Nacional. O governo projeta impacto positivo sobre o consumo, argumento enfatizado durante a fala presidencial.

O presidente também afirmou que a medida integra um esforço mais amplo de reorganização fiscal do governo, que prevê aumentar a taxação sobre altas rendas para compensar a perda de arrecadação com a nova isenção. Segundo pronunciamento, a medida deve injetar cerca de R$ 28 bilhões na economia em 2026.

Regras da nova isenção

A nova lei estabelece isenção total do Imposto de Renda para contribuintes com renda mensal de até R$ 5.000,00, ampliando de forma significativa o limite anterior, que correspondia, aproximadamente, a dois salários mínimos. A mudança também introduz um modelo de redução gradual para rendas entre R$ 5.000,01 e R$ 7.350,00, de modo que quem ultrapassa ligeiramente o limite, ainda se beneficia de abatimentos progressivos, evitando saltos abruptos de tributação.

Para compensar a perda de arrecadação, o governo instituiu uma alíquota adicional destinada a contribuintes de “altas rendas”, definida nas comunicações oficiais como aqueles que recebem acima de R$ 600 mil por ano. Essa contribuição extra pode chegar a até 10%, e faz parte da estratégia do Ministério da Fazenda para equilibrar o impacto fiscal da ampliação da isenção, preservando serviços públicos e evitando déficits adicionais.


Presidente Lula e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, participam de cerimônia para sancionar lei que amplia faixa isenta de IR (Foto: Reprodução/Getty Images Embed/NurPhoto)


Oposição critica nova medida

Parlamentares da bancada de oposição manifestam ceticismo em relação à proposta do governo, argumentando que o uso de taxação sobre faixas superiores, como forma de compensação, poderá provocar “fuga de capitais”. Segundo reportagem da Gazeta do Povo, líderes do grupo afirmam que o país corre o risco de perder investimentos e de desestimular a permanência de recursos no Brasil, comprometendo a atratividade do mercado interno.

Além disso, a oposição questiona a viabilidade da compensação fiscal proposta, considerando que a ampliação da isenção representa um impacto estimado de R$ 25,84 bilhões, enquanto os tributos sobre os chamados “super-ricos” – alvo da taxação extra -, ainda não transmitem segurança quanto ao montante efetivamente arrecadado. Para os críticos, a proposta carece de garantias e pode gerar desequilíbrios nas contas públicas.

Donald Trump diz que pode fazer bons acordos com o Brasil após encontro com o presidente Lula

Na tarde deste domingo(26), os presidentes Donald Trump e Lula se encontraram na Malásia, fuso horário local e madrugada no horário de Brasília.  No primeiro momento da reunião, os dois conversaram com jornalistas durante 10 minutos. O governante dos EUA informou que é uma honra estar com o presidente do Brasil. Disse, ainda, que se sente mal pelo que o ocorreu com Jair Bolsonaro, porém afirmou que não sabia se isso entraria em pauta de discussão, apenas se ateve ao foco da conversa.

Donald Trump carreira

O atual presidente dos Estados Unidos, nasceu em Nova York e estudou na Universidade da Pensilvânia no ano de 1971, e recebeu do seu pai, Fred, o controle da empresa, a The Trump Organization. Ao londo da sua trajetória, ele construiu empreendimentos utilizando a sua marca. Fez breves participações em filmes e series de televisão apresentando e coproduzido o reality show The Apprentice. Em junho de 2015 resolveu se candidatar para a presidência para as eleições de 2016, em que acabou derrotando Hillary Clinton.

Em 1968, ele foi empregado na Trump Management, que na época possui moradias por aluguel de classe média, segregadas racialmente, localizado nos bairros periféricos de Nova York. No ano de 1992, ele, seus irmãos Maryanne, Elizabeth e Robert, e seu primo John W.Walter, cada um com 20% de participação, formaram a All County Building Supply e Mainteance Corp, empresa que não tinha sede física e havia sido acusado de servir como fachada para pagar os fornecedores de serviços e suprimentos.


Donald Trump e Lula em conversa na Malásia no dia 26 de outubro(Foto: reprodução/Andrew harnick/Getty Images Embed)


Presidente Lula trajetória

Nascido em 27 de outubro de 1945, em Caetés, o então presidente do Brasil atual migrou com sua família para o litoral do estado de São Paulo como o objetivo de encontrar com o seu pai, Aristides, ao chegarem, porém, perceberam que, na verdade, descobriram que Jaime tinha mandado a carta, pedindo que fossem para São Paulo. Após a separação dos pais, Lula perdeu o contato com seu pai e só soube da morte dele, que ocorrerá em 1978, alguns dias após ter sido enterrado como indigente.

Sua carreira política se iniciou nos anos 80. Ele disputou a presidência em 1989, derrotado por Fernando Collor, após isso em 1998, tentou novamente para o mesmo cargo, agora contra Fernando Henrique Cardoso em 1998, porém foi derrotado novamente, ele conseguiu se tornar presidente nas eleições de 2002, conseguindo ainda ficar 2 mandatos até 2010 quando saiu do cargo, em 2022 derrotou Jair Bolsonaro e hoje é o presidente do Brasil.

Lula vai ao Vaticano e se encontra com o Papa Leão XIV

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a primeira-dama Janja da Silva tiveram um encontro nesta segunda-feira (13) com o papa Leão XIV, no Vaticano. Durante a audiência, Lula elogiou o papel do pontífice à frente da Igreja Católica e aproveitou o momento para convidá-lo oficialmente a participar da COP 30, conferência climática da ONU que ocorrerá em novembro de 2025, na cidade de Belém–PA. O chefe do Executivo brasileiro chegou a Roma no domingo (12), onde participa da abertura do Fórum Mundial da Alimentação 2025, evento promovido pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e considerado o mais importante do calendário anual da entidade.

Objetivos da viagem

A viagem de Lula ocorre em meio às celebrações pelos 80 anos de fundação da FAO e tem caráter simbólico, já que acontece poucos meses depois de o Brasil ter sido retirado do Mapa da Fome, conforme apontou o relatório “O Estado da Segurança Alimentar e Nutricional no Mundo (SOFI 2025)”, publicado em julho.


Lula vai até o Vaticano e se encontra com Papa Leão XIV (Vídeo: reprodução/YouTube/SBT News)

Em conversa com a imprensa na última quarta-feira (8), o ministro Saulo Arantes Ceolin, responsável pela Coordenação-Geral de Segurança Alimentar e Nutricional do Itamaraty, destacou que a participação de Lula nas cerimônias representa um reforço da parceria histórica e estratégica entre o Brasil e a FAO, concretizando o protagonismo do país nas políticas globais de combate à fome e à desnutrição. Ceolin destacou que a principal finalidade da viagem é demonstrar reconhecimento ao Fórum e celebrar o aniversário da instituição, considerada de grande relevância internacional. Segundo ele, o Brasil mantém há muitos anos uma parceria sólida e contínua com a organização, reforçando laços de cooperação e confiança mútua.

Primeiro encontro entre ambos

Foi a primeira reunião entre o presidente Lula e o papa Leão XIV, que sucedeu o papa Francisco no comando da Igreja Católica. O encontro vinha sendo articulado pelo governo brasileiro nos últimos dias e, segundo o presidente, o papa manifestou o desejo de visitar o Brasil em uma ocasião adequada.

Lula ressaltou que, quando isso ocorrer, o papa será recebido com grande afeto e hospitalidade pelo povo brasileiro, conhecido por sua forte devoção religiosa. O presidente ainda mencionou as recentes celebrações do Círio de Nazaré e do Dia de Nossa Senhora Aparecida como exemplos da profunda fé presente no país.

Lula e Trump reatam diálogo com foco no comércio e nas tarifas bilaterais

Em um telefonema realizado nesta segunda-feira (6), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva conversou com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em um diálogo que durou cerca de 30 minutos. A ligação ocorreu às 10h30, com a presença de ministros e assessores no Palácio da Alvorada. Segundo nota oficial do Planalto, “em tom amistoso, os dois líderes conversaram por 30 minutos, quando relembraram a boa química que tiveram em Nova York por ocasião da Assembleia Geral da ONU”. O foco principal foi o pedido de Lula pela retirada da sobretaxa de 40% imposta a produtos brasileiros e o fim das sanções contra autoridades do país.

Trump elogia Lula e indica visita ao Brasil

Logo após o telefonema, Donald Trump publicou em uma rede social que teve “uma ótima conversa” com o presidente brasileiro, destacando que ambos discutiram economia e comércio entre as nações. Durante entrevista à imprensa na Casa Branca, Trump voltou a mencionar Lula, a quem chamou de “homem bom”, afirmando que pretende “começar a fazer negócios”. Ao ser questionado sobre a possibilidade de visitar o Brasil para a COP, o presidente norte-americano respondeu: “Eu iria em algum momento. Ele (Lula) virá aqui. Nós conversamos sobre isso”. A troca de elogios e o tom conciliador marcaram o primeiro gesto concreto de reaproximação entre os governos.

A retomada do diálogo ocorre em meio ao impasse gerado pelas medidas impostas por Trump em julho, quando o governo norte-americano elevou de 10% para 40% as tarifas sobre produtos brasileiros e aplicou sanções a autoridades, com base na Lei Magnitsky. O Brasil chegou a declarar que não conseguia abrir um canal de negociação até que, em setembro, os presidentes se encontraram brevemente na Assembleia da ONU. O novo contato representa, segundo fontes do Itamaraty, “um passo importante para o destravamento das relações comerciais”.


Lula e Bolsonaro conversam (Vídeo: reprodução/YouTube/@bandjornalismo)

Lula pede “diálogo sem preconceitos” e contato direto com Trump

Donald Trump designou o secretário de Estado, Marco Rubio, como responsável pelas tratativas com o Brasil. Pelo lado brasileiro, participarão o vice-presidente Geraldo Alckmin e os ministros Fernando Haddad e Mauro Vieira. Alckmin avaliou positivamente a conversa entre os presidentes: “Foi muito boa a conversa. Melhor até do que esperávamos. Então, estamos muito otimistas aí, que a gente vai avançar”. Lula, por sua vez, declarou à TV Mirante que o diálogo foi “extraordinariamente bom”, ressaltando o clima amistoso e a importância da comunicação direta entre as lideranças.

Durante a entrevista, Lula destacou que as discussões sobre as tarifas começam nesta terça-feira (7) e pediu “diálogo sem preconceitos” com o Brasil. “Eu pedi para ele para dizer ao Marco Rubio que converse com o Brasil sem preconceito, porque as entrevistas que ele deu parecem que têm um certo desconhecimento da realidade do Brasil”, afirmou. O presidente revelou ainda que ambos trocaram números pessoais: “Ele me deu um telefone pessoal dele. Eu dei o meu para ele, para que a gente não precise de intermediário”. Lula concluiu afirmando que a conversa simboliza um “jogo de ganha-ganha” entre as duas maiores democracias do Ocidente.

Milei alfineta Lula e critica bloqueio do X no Brasil

Javier Milei criticou a decisão do Brasil de bloquear temporariamente o X, acusando o presidente Lula de exercer “opressão típica de tiranos”. Segundo Milei, essa medida representa um ataque direto às liberdades civis e uma tentativa de controlar a informação. Embora o governo brasileiro defenda o bloqueio como uma ação necessária para combater a disseminação de desinformação e discurso de ódio, Milei vê na decisão uma violação dos princípios democráticos, que deveriam assegurar a liberdade de expressão e a transparência na comunicação.

Bloqueio do X no Brasil

O bloqueio temporário do X ocorreu em meio a um debate acirrado sobre os limites da liberdade de expressão online no Brasil. A rede social foi alvo de uma ação judicial que exigia a retirada de conteúdos falsos e prejudiciais, que estariam incentivando desinformação e polarização política. O presidente Lula apoiou essas medidas como parte de um esforço maior para combater o discurso de ódio e as fake news, especialmente em períodos eleitorais.

Para Javier Milei, a situação exemplifica o que ele classifica como abuso de poder. O político argentino, conhecido por suas declarações polêmicas e postura radical, aproveitou a oportunidade para reforçar sua plataforma de defesa das liberdades individuais e contra o que chama de “interferências autoritárias” dos governos na vida privada.


Presidente da Argentina, Javier Milei na CPAC (Conservative Political Action Conference) em Balneário Camboriú, no litoral de Santa Catarina (Foto: reprodução/
Pedro H. Tesch /Getty Images Embed)

Milei e a política de enfrentamento

Com as eleições argentinas se aproximando, Milei tem intensificado seu discurso contra líderes da esquerda latino-americana, como Lula e o presidente venezuelano Nicolás Maduro. Suas falas são um reflexo de sua promessa de combater o que ele chama de “avanço do socialismo” no continente. O candidato tem ganhado popularidade ao adotar uma postura firme contra qualquer forma de intervenção estatal, e a questão do bloqueio do X no Brasil parece ser mais um elemento que ele usará para galvanizar sua base de eleitores.

Para os apoiadores de Milei, suas críticas a Lula e à decisão de bloquear a rede social reforçam sua imagem de defensor das liberdades civis. Já para os críticos, suas posições podem ser vistas como um incentivo à desinformação e à polarização, em um momento delicado para a democracia brasileira.

Lula conversa com Clinton e elogia discurso em convenção democrata

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva conversou por telefone com o ex-presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton, e elogiou seu recente discurso na convenção do Partido Democrata. Durante a ligação, Lula destacou a relevância das palavras de Clinton e sua capacidade de inspirar e mobilizar o público, especialmente em um momento de polarização política.

Para Lula, a capacidade de Clinton de inspirar e mobilizar o público em meio a um cenário de divisões evidência sua compreensão dos desafios contemporâneos e sua liderança consistente da democracia.

Elogios ao discurso de Clinton

Na conversa, Lula enfatizou que o discurso de Clinton na convenção democrata foi um dos pontos altos do evento, abordando temas essenciais para a democracia e a justiça social. Lula também afirmou que as palavras de Clinton refletem valores que ambos compartilham, como a importância da inclusão e do fortalecimento das instituições democráticas.


O ex-presidente dos EUA Bill Clinton discursando durante a Convenção Nacional Democrata (DNC) em Chicago, nos EUA (Reprodução/
Bloomberg /Getty Images Embed)

O ex-presidente americano, agradeceu as palavras de Lula e destacou a importância de manter o diálogo e a cooperação internacional em tempos desafiadores.

Discussão sobre cooperação internacional

Além dos elogios ao discurso de Clinton, a conversa entre Lula e o ex-presidente americano se aprofundou em temas de relevância global, abordando a necessidade urgente de cooperação internacional para enfrentar os desafios contemporâneos. Lula reforçou que o fortalecimento das alianças entre as grandes potências é importante para promover a paz, a estabilidade e a prosperidade no cenário mundial.

Ele destacou que problemas complexos como a desigualdade social, as mudanças climáticas e as ameaças crescentes à democracia exigem uma resposta coordenada e coletiva. Clinton, concordando com a visão de Lula, ressaltou que o Brasil tem um papel significativo a desempenhar nesse esforço global, e que a união entre nações é fundamental para superar as crises que afetam o planeta.

Ambos os líderes concordaram que o diálogo contínuo e a colaboração internacional são pilares indispensáveis para construir um futuro mais justo e seguro para todos.

Defesa de Bolsonaro pede arquivamento em caso das joias

Em pedido protocolado no STF, a defesa do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro solicita o arquivamento do caso das joias. O pedido foi feito ao Procurador Geral da República, Paulo Gonet. Os advogados alegam que a decisão tomada pelo TCU, que permitiu que Lula permanecesse com a posse de um relógio de ouro dado a ele em 2005, esvaziou a investigação criminal contra Bolsonaro.

Entenda o caso

Bolsonaro é acusado de um suposto esquema de desvio das joias recebidas por ele como presente da Arábia Saudita. O caso tramita no Tribunal sob a relatoria do ministro Alexandre de Moraes. O relatório da Polícia Federal aponta que Bolsonaro teria recebido R$ 6,8 milhões com a revenda das joias nos Estados Unidos. O caso se deu após o Tribunal de Contas da União (TCU) determinar que todos os bens recebidos por presidentes devem ser incorporados ao patrimônio da União.


Jair Bolsonaro e mais 11 pessoas são investigadas no caso das joias (Foto: reprodução/Instagram/@jairmessiasbolsonaro)

Mas, recentemente, o TCU decidiu que o atual presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, poderia manter a posse de um relógio de ouro que recebeu de presente em 2005, durante seu primeiro mandato. Na sessão que decidiu a favor de Lula, os ministros afirmaram que, até haver uma jurisprudência específica sobre o assunto, não há fundamentação jurídica para manter como patrimônio da União presentes recebidos pelos presidentes.

Com base nessa decisão, a defesa de Bolsonaro alega que o caso das joias deveria ser arquivado por isonomia jurídica e similaridade fática.

O que diz a defesa de Bolsonaro

Depois da decisão do TCU no caso de Lula, a defesa de Bolsonaro se posicionou. “Tem-se que a mesma solução jurídica, por isonomia e similaridade fática, será adotada pelo TCU no julgamento do TC nº 005.338/2023- 9 e, consequentemente, reconhecer-se-á – ou melhor, confirmar-se-á o que há muito já se sabe – que não há qualquer ilicitude nas condutas praticadas por Jair Bolsonaro, seja no âmbito administrativo, seja na seara penal“, afirmam os advogados.

Além do arquivamento, a defesa solicita que o STF, ao menos, suspenda o caso enquanto o caso de Bolsonaro não é analisado pelo TCU. A apuração é de Andreia Sadi e Juliana Braga.

Presidente Macron alerta sobre a fragmentação política na França, pós-Olimpíadas

O presidente francês, que recentemente enfrentou uma derrota eleitoral, admitiu em entrevista, nesta segunda-feira (12), à TV Globo, que a França está politicamente fragmentada. Abordando os desafios de formar um novo governo, e expressou seu apoio ao presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva na condução da crise política na Venezuela.


Presidentes Lula e Macron (Foto: Reprodução/gov.br/Ricardo Stuckert/PR)

Em um cenário de incertezas políticas, Macron não hesitou em demonstrar receio para o que considera ser a maior ameaça à estabilidade do país: a fragmentação interna. “Estamos fragmentados”, afirmou com um semblante visivelmente abatido, logo após as celebrações dos Jogos Olímpicos em Paris. A derrota nas eleições realizadas poucos dias antes das Olimpíadas deixou o presidente em uma posição vulnerável, enfrentando a difícil tarefa de unir um país politicamente dividido.

A vitória de seus adversários revelou um descontentamento crescente entre os eleitores, o que complicará a já delicada formação de um novo governo. Macron, em sua habitual postura direta, reconheceu os desafios que virão: “A tarefa agora é buscar um caminho de consenso, mas não será fácil.”

Apesar da situação interna conturbada, o presidente francês fez questão de reforçar seu apoio ao presidente brasileiro Lula, especialmente no que diz respeito à crise política na Venezuela. “Lula tem demonstrado liderança e firmeza em um momento crítico para a região. A França estará ao lado dele”, declarou Macron, numa clara aliança com o governo brasileiro em um cenário internacional igualmente complexo.

Futuro cenário político na França


Celebração contra a extrema-direita (Foto: Reprodução/@Lorie Shaull/Flickr)

A entrevista revelou o quanto os resultados eleitorais complicaram a posição de Macron na França. O presidente enfrentará uma jornada árdua para restaurar a estabilidade política e reconquistar a confiança da população. Por outro lado, ele acredita que o espírito olímpico, que permeou Paris durante os Jogos, pode servir como inspiração para superar os desafios e unificar a nação.

Macron durante a entrevista deixou claro que, embora a França esteja fragmentada, não desistiu de buscar uma solução que traga estabilidade e progresso para o país, além de reafirmar seu compromisso com alianças internacionais que auxiliem na resolução de crises.

Governo enfrenta desafios na regulamentação do trabalho de motoristas por aplicativo

Promessa de campanha do Presidente Lula, o Projeto de Lei Complementar 12/24, que, regulamenta o trabalho dos motoristas de aplicativo para transporte de passageiros, está empacado. A proposta do Governo Executivo foi garantir um pacote com direitos trabalhistas e previdenciários, de autoria do próprio presidente. Na manhã da última sexta-feira (5), ele foi desengavetado e pedido urgência em sua aprovação pelo líder do governo na Câmara, José Guimarães. Porém, no meio da tarde (5), a solicitação foi retirada, pois era sabido a não prioridade na aprovação.

Comissão da Câmara já havia pedido fim de urgência

Em audiência pública ocorrida no dia 21 de março, deste ano, após o pedido manifestado pelos trabalhadores da categoria, a Câmara dos Deputados pediu ao Governo Federal, do Presidente Lula, a retirada da urgência do PL 12/24.


PLP 12/24 dispõe sobre a relação de trabalho entre empresas operadoras de aplicativos e trabalhadores de veículos automotores (Foto: reprodução/JGI Jamie Grill/getty images embed)


Isso porque, quando um texto é solicitado para urgência ou tarja de “urgência constitucional”, ele obriga o poder Legislativo a apreciar o projeto em até 45 dias. 

No entendimento do Presidente  da Comissão de Legislação Participativa (CLP) da Câmara dos Deputados, Glauber Braga (PSOL-RJ), naquele momento, o debate ainda não estava maduro para aprovar um texto a curto prazo.

“O mínimo que se pretende é que essa matéria tramite nas comissões e que tenha como principal objetivo ouvir os trabalhadores que são diretamente afetados por essa legislação. Os trabalhadores não estão satisfeitos com o texto” Disse Braga, em discurso sobre o pedido de retirada de urgência.

A Câmara dos Deputados, nesse sentido, atua para enxugar tramitações de diferentes propostas de leis, das quais seguem um expediente desde a pandemia. Ou seja, de avaliações rápidas aos textos relacionados ao interesse público. O que recebeu críticas de Braga, pois pode aprovar matérias avessas ao interesse da sociedade civil e campo progressista.

União Europeia saiu na frente desse debate

O bloco econômico da Europa chegou a um acordo em março deste ano, sobre as circunstâncias em que trabalhadores de aplicativos – Uber e Deliveroo (espécie de iFood) deveriam ser classificados como empregados.


UE chegou a um acordo em março deste ano, sobre texto de regulamentação do direito dos trabalhadores de aplicativos (Foto: reprodução/Santiago Urquijo/getty images embed)


Segundo o projeto da Diretiva de Trabalho em Plataformas da UE, os trabalhadores de aplicativos devem ser considerados como empregados em casos dos quais a plataforma o supervisione eletronicamente e controle salário e horas trabalhadas.

Assim, o Conselho Europeu informou que, 28 milhões de trabalhadores teriam padrões mínimos de proteção na UE, e essa seria a primeira legislação do bloco a regular o gerenciamento algorítmico no local de trabalho. Ou seja, a automação de atividades que antes eram feitas por contadores, gerentes e gestores de Recursos Humanos.

Enquanto isso, no Brasil, o debate segue na Câmara dos Deputados, para um enquadramento legal e garantias mínimas de direitos trabalhistas aos trabalhadores de aplicativos.

Eleição na Venezuela: ONU enviará observadores para monitorá-la

A Venezuela acatou a sugestão do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva e concordou em receber especialistas da Organização das Nações Unidas (ONU) para monitorar o pleito deste ano. Conforme a organização, a Capital Caracas fez o convite formalmente e concordou em receber quatro especialistas para acompanhar as eleições que, ocorrerão no próximo mês de julho, na Venezuela. O anúncio foi feito por uma comissão eleitoral comandada pelo então presidente e candidato à reeleição, Nicolás Maduro.

Isso porque, em maio deste ano, o país havia revogado um convite feito pelos observadores da União Europeia após Bruxelas se posicionar sobre a proibição da candidatura da opositora de Maduro, María Corina Machado, líder nas intenções de votos no país.

ONU manifesta-se

Segundo o comunicado da própria ONU, Caracas a convidou para acompanhar o pleito. 


A garantia da ONU pela paz e segurança internacional estreita os laços de seus membros para a cooperação com os princípios da soberania e respeito a todos os povos (Foto: reprodução/Tetra Images/getty images embed)


“A equipe vai ao país no início de julho para fornecer ao Secretário-Geral (da ONU) um relatório interno independente sobre a condução geral das eleições. O relatório do painel ao Secretário-Geral será confidencial e incluirá recomendações para fortalecer futuros processos eleitorais na Venezuela.”

Lula ligou para Maduro

Mediante o episódio sobre a revogação do convite da União Europeia, o Presidente Lula telefonou a Maduro e manifestou a importância do processo eleitoral ter “ampla presença de observadores internacionais”, segundo a sede da Presidência da República do Brasil, Planalto.

A crise na Venezuela

O país convive com a crise econômica desde os últimos anos do governo de Hugo Chávez, embora tenha sido potencializada no campo da política e economia pelo governo pouco democrático de Nicolás Maduro.


A desvalorização da moeda venezuelana trouxe aumento da inflação, que já estava entre os cinco países com a inflação mais alta do mundo (Foto: destaque/Philippe Turpin/getty images embed)


A partir de 2013, o país sul-americano agravou uma crise também humanitária, pois seus cidadãos sofrem com o racionamento de alimentos e encontram refúgio na imigração constante pela fronteira norte do Brasil em Pacaraima, Roraima. 

Somado à crise política, ocasionada pela disputa de poder e corrosão democrática de Maduro, a economia foi abalada em função da crise de 2014, quando houve a desvalorização do petróleo no mercado internacional, já que o país pertence à OPEP, e é dependente dessa commodity. Sem uma economia diversificada, os lucros do petróleo eram usados para importar tudo que não era produzido por sua indústria. Além disso, o país vive sob ameaça de sofrer uma intervenção militar direta dos Estados Unidos da América.