Itamaraty envia resposta à investigação comercial dos EUA

O Itamaraty entregará nesta segunda-feira (18), por meio da Embaixada em Washington, a resposta oficial à investigação comercial aberta pelos Estados Unidos. Quem conduz o processo é o Escritório do Representante de Comércio dos EUA (USTR), órgão responsável por políticas comerciais do país.

Tarifas seletivas e negociações travadas

Desde 15 de julho, quando a investigação começou, o governo americano acusa o Brasil de adotar práticas “desleais” que prejudicariam sua economia. Como reação, o presidente Donald Trump anunciou uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, como carne bovina e café. Itens como suco de laranja e derivados do aço não foram incluídos após a revisão conduzida pelos EUA.

O Ministério das Relações Exteriores informou que uma força-tarefa formada por diferentes órgãos do governo foi criada para elaborar a resposta. O Itamaraty também afirmou, em nota divulgada na semana passada, que “o Brasil não vai desistir de negociar” e ressaltou que o país “é bom em cultivar amizades”.


Matéria sobre as declarações dos Estados Unidos contra o STF (Vídeo: reprodução/X/@JovemPanNews)

Mesmo com esforços diplomáticos, representantes brasileiros relatam que as conversas com os EUA não avançaram. De acordo com eles, Trump impediu que seus assessores diretos negociassem, e as tarifas têm sido usadas seletivamente, atingindo governos que divergem de sua posição e beneficiando os alinhados.

Superávit bilionário e investigação dos EUA

Hoje, os Estados Unidos são o segundo maior parceiro comercial do Brasil, atrás apenas da China. Apesar disso, Trump afirma que a balança comercial é desfavorável para seu país, enquanto dados do governo brasileiro indicam que, nos últimos 15 anos, os EUA registraram um superávit superior a US$ 400 bilhões.

A ação aberta contra o Brasil é sustentada pela Seção 301 da Lei de Comércio de 1974, que prevê investigações sobre práticas estrangeiras vistas como desleais. Entre os pontos em análise estão o funcionamento do Pix, tarifas consideradas preferenciais, regras de combate à corrupção, proteção à propriedade intelectual e a comercialização do etanol brasileiro. Se o resultado confirmar que há práticas desleais, Washington poderá ampliar tarifas, cortar benefícios comerciais ou impor novas restrições.

Governo dos Estados Unidos faz denúncias e ameaça brasileiros ligados ao programa Mais Médicos

Um dia após anunciar sanções contra brasileiros ligados ao programa Mais Médicos, o governo dos Estados Unidos voltou a criticar a iniciativa. Em uma postagem nas redes sociais, a embaixada americana em Brasília classificou o projeto como um “golpe diplomático” e afirmou que a gestão de Donald Trump continuará responsabilizando todos os envolvidos.

O Mais Médicos foi criado durante o governo Dilma Rousseff e retomado por Luiz Inácio Lula da Silva. A proposta busca levar atendimento a regiões carentes, como municípios do interior e periferias, onde há escassez de profissionais. Uma das frentes do programa permitiu a atuação de médicos estrangeiros, incluindo cubanos, que vieram ao Brasil por meio de um acordo com a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas).

EUA denuncia que programa beneficiou financeiramente o governo de Cuba

Segundo a declaração da embaixada, atribuída à Agência para as Relações com o Hemisfério Ocidental, o projeto teria explorado profissionais cubanos e beneficiado financeiramente o regime de Cuba, com a conivência de autoridades brasileiras e ex-integrantes da Opas. O comunicado reforça que os EUA manterão ações contra todos ligados ao que chamam de “exportação coercitiva de mão de obra”.

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, reagiu às críticas, afirmando que o programa salva vidas e tem aprovação da população. Lula também defendeu a parceria com Cuba, dizendo que se trata de uma relação de respeito com um país que sofre um bloqueio econômico há sete décadas.


No “X”, o secretário de estado Marco Rubio acusa o programa Mais Médicos de ser uma fraude diplomática (Foto: reprodução/X/@SecRubio)


Lula conversou com secretário alvo das sanções

Durante um evento, o presidente ainda falou diretamente para Mozart Sales, secretário de Atenção Especializada e alvo das sanções, que teve o visto para os EUA cancelado. Lula disse que o Brasil é grande e cheio de lugares para conhecer, e que ele não deveria se preocupar.

O secretário de Estado americano, Marco Rubio, argumentou que a Opas teria atuado como intermediária entre o Brasil e Cuba, ajudando a contornar sanções e repassando recursos ao governo cubano, o que, segundo ele, configuraria um esquema de trabalho forçado.

Governo Federal apresenta pacote de R$ 30 bilhões em apoio a setores afetados pelo tarifaço

Diante da imposição de uma nova tarifa de 50% por parte do governo dos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, o governo federal do Brasil anunciou um robusto conjunto de medidas emergenciais. O pacote, denominado Plano Brasil Soberano, busca proteger a economia nacional, especialmente os setores mais dependentes do mercado norte-americano, garantindo a continuidade do desenvolvimento econômico e a preservação de empregos.

As ações estão estruturadas em três pilares principais: fortalecimento do setor produtivo, proteção aos trabalhadores e diplomacia comercial ativa. O plano foi elaborado a partir de um diálogo entre o governo e os principais representantes dos setores mais atingidos, visando não apenas amparar as empresas, mas também salvaguardar os postos de trabalho na indústria e no agronegócio que poderiam ser perdidos.

Apoio Financeiro e Tributário

Um dos pontos centrais da iniciativa é a injeção de R$ 30 bilhões em crédito acessível, proveniente do Fundo Garantidor de Exportações (FGE). Essa linha de financiamento dará prioridade aos setores e empresas mais afetados, especialmente as de pequeno e médio porte, com a condição de que mantenham os empregos.

Além disso, o plano prevê um novo regime de restituição de tributos federais, o Reintegra. Microempresas e pequenas empresas poderão receber até 6% dos valores, enquanto as médias e grandes terão direito a até 3,1%. Essa medida, que visa proteger os exportadores até a implementação da reforma tributária em 2027, é vista pelo governo como uma forma de garantir a sustentabilidade financeira do setor.

Outra medida importante é a extensão do prazo para o regime aduaneiro especial Drawback, que permite a suspensão, isenção ou restituição de impostos sobre insumos importados. As empresas terão até um ano para comprovar a origem dos insumos e obter créditos tributários, tornando seus produtos mais competitivos no mercado internacional, inclusive nos EUA.


Matéria sobre o pacote Plano Brasil Soberano (Vídeo: reprodução/YouTube/O POVO)

Proteção ao Emprego e Diplomacia Comercial

Para proteger os trabalhadores, o governo criará a Câmara Nacional de Acompanhamento do Emprego. O objetivo desse órgão é monitorar os postos de trabalho e atuar em conjunto com câmaras regionais para promover negociações e mediações de conflitos. A ideia é aplicar, quando necessário, mecanismos como lay-off e suspensão temporária de contratos, sempre dentro dos limites legais, garantindo que os empregos sejam mantidos.

No campo diplomático, o presidente enfatizou que as ações não são uma retaliação. Pelo contrário, o Brasil continuará buscando a diversificação de mercados. O Plano Brasil Soberano prevê a intensificação de acordos bilaterais e multilaterais. Negociações com a União Europeia, EFTA, Canadá e Emirados Árabes Unidos estão em andamento, enquanto diálogos com Índia e Vietnã também foram iniciados. Nos últimos três anos, o país já abriu 397 novos mercados, o que demonstra o esforço em reduzir a dependência de grandes parceiros e fortalecer a resiliência da economia.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que a postura do país é proativa. “Ao invés de ficar chorando o que perdemos, vamos procurar outro lugar”, declarou, indicando que a medida de Trump é vista como uma tentativa de enfraquecer o multilateralismo.

Reações do Mercado

Apesar do otimismo do governo, o pacote gerou discussões no mercado financeiro. Economistas alertam para o impacto fiscal das medidas, especialmente a injeção de R$ 30 bilhões em crédito. O economista-chefe da BGC Liquidez, Felipe Tavares, aponta que o plano pode comprometer a meta fiscal, elevando o déficit primário e contrariando as expectativas de estabilidade para 2025. Outros analistas, como Jeferson Bittencourt, do ASA, destacam a importância de analisar os detalhes do texto legal para entender se as distorções atuais serão corrigidas ou aprofundadas.

De modo geral, o Plano Brasil Soberano é visto como uma resposta abrangente e multifacetada à crise tarifária, combinando apoio financeiro direto, estímulos fiscais e uma robusta estratégia diplomática para proteger a economia brasileira.

Lula confirma envio de convite a Trump para participação na COP30 em Belém

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou nesta quarta-feira (13) que enviou uma carta convidando o presidente americano Donald Trump. O convite é para a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025, também conhecida por COP30, visto que é o 30ª encontro. O evento, marcado para novembro em Belém (PA), reunirá líderes mundiais para discutir medidas urgentes contra o aquecimento global.

A princípio, Lula destacou que a conferência será o momento para países como o Brasil cobrarem ações concretas das nações mais ricas. Ele lembrou que, desde 2009, líderes prometeram US$ 100 bilhões (R$ 537 bilhões) anuais para a preservação das florestas, mas o recurso nunca foi entregue.

Clima político e críticas aos EUA

Além do tema ambiental, Lula reagiu a um relatório do Departamento de Estado dos EUA que aponta retrocessos nos direitos humanos no Brasil. Nesse ínterim, o presidente disse que “ninguém está desrespeitando regras” e acusou a capital Washington de criar “imagens de demônio” contra países com os quais deseja confronto. Ele defendeu o Judiciário brasileiro e rejeitou a acusação de desrespeito à Constituição.

O documento americano também critica a prisão de apoiadores de Jair Bolsonaro, investigado por tentativa de golpe contra o Estado Democrático de Direito. Lula rebateu e afirmou que o Brasil não aceitará rótulos injustos no cenário internacional e que o Judiciário brasileiro é um órgão “autônomo” que garante a Constituição brasileira.

BRICS e novos desafios comerciais

Anteriormente, Lula ainda confirmou que pretende convencer países integrantes do BRICS a negociarem sem depender do dólar americano, criando uma moeda própria para o comércio. A decisão surge em meio a tensões comerciais após Trump anunciar tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, medida que o governo avalia retaliar com reciprocidade.


ONU convoca reunião extraordinária com Brasil (Vídeo: reprodução/YouTubee/CNN Brasil)

Na pauta ambiental, o presidente brasileiro prometeu foco na poluição plástica durante a COP30, embora o Brasil não tenha aderido ao “Apelo de Nice” durante a Conferência da ONU sobre os Oceanos, na França. Já o BRICS pediu que países desenvolvidos ampliem o financiamento climático, propondo US$ 1,3 trilhão até o encontro de Belém.

Lula vai assinar medida de R$ 30 bilhões de crédito contra Tarifaço

O presidente Luís Inácio Lula da Silva disse nesta terça-feira (12) que ofertará 30R$ bilhões de crédito para exportadores afetados pelo tarifaço dos Estados Unidos. A Medida Provisória (MP) deve ser anunciada oficialmente hoje, quarta-feira (13), pelo Governo Federal. 

Pacote de alternativas ao tarifaço 

Além da linha de crédito, que foi anunciada por Lula em entrevista ao jornalista Reinaldo Azevedo, na Rádio BandNews FM, o Governo prepara um pacote de medidas de auxílio a exportadores brasileiros impactados pelas tarifas de 50% aplicadas pelos Estados Unidos, que entraram em vigor no dia 6 de agosto. 

O pacote conta com um programa de abertura de novos mercados para exportar os produtos brasileiros e importar para o Brasil, produtos dos mesmos locais. Lula conversou sobre o assunto com líderes de países do BRICS como: Vladimir Putin, da Rússia; Xi Jinping, da China; e Narenda Modi, da Índia. 


Lula e Xi Jinping, líder chinês, apertando as mãos em Pequim, na China (Foto: Reprodução/ Tingshu Wang – Pool/Getty Images Embed)


As outras ações que devem estar presentes no plano de contingência são: programa de renúncia fiscal que possibilitará, às empresas, adiar por até dois meses o pagamento de contribuições federais e a compra pública de produtos perecíveis encalhados desde o tarifaço, como peixes e frutas. 

Trump não quer conversa

O presidente Lula declarou, na mesma entrevista na BandNews FM, que espera um dia encontrar e conversar com o presidente norte-americano, Donald Trump, de forma civilizada como dois chefes de estado. O diálogo seria para discutir as sanções e as relações entre Estados Unidos e Brasil. 

Lula afirmou que manteve boas relações com outros presidentes estadunidenses como: George Bush, Barack Obama e Joe Biden. 


Entrevista de Lula no programa ‘O É da Coisa’ da Rádio BandNews FM’ (Vídeo: Reprodução/X/@bandnewsfm)


Na quarta-feira da semana passada (6), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou que se reuniria com o secretário de Tesouro americano, Scott Bessent, para tratar das imposições das tarifas unilaterais. A reunião foi cancelada. Haddad declarou nesta segunda-feira (11), no programa Estúdio I da Globonews, que o cancelamento foi em razão de uma articulação de membros da extrema-direita que atuam junto à Casa Branca.

Lula sanciona isenção do Imposto de Renda para quem ganha até dois salários mínimos

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a Lei nº 15.191, que isenta do pagamento do Imposto de Renda (IR) os trabalhadores que recebem até dois salários mínimos, ou seja, até R\$ 3.036. A medida entrará em vigor a partir do mês-calendário de maio de 2025, beneficiando uma parcela significativa da população brasileira.

A aprovação da proposta aconteceu inicialmente na Câmara dos Deputados, em junho, e foi confirmada pelo Senado na última quinta-feira (7). O projeto de lei (PL) 2.692/2025, que deu origem à nova legislação, foi apresentado pelo deputado José Guimarães (PT-CE), líder do governo na Câmara, e substituiu a medida provisória 1.294/2025, editada pelo Executivo federal. No Senado, o relator da matéria foi o senador Jaques Wagner (PT-BA), também líder do governo.

Benefício para trabalhadores e impacto social

Essa isenção representa um alívio para trabalhadores de baixa renda, que terão mais recursos disponíveis em seu orçamento mensal, já que não precisarão mais pagar Imposto de Renda sobre os rendimentos até o limite estabelecido. A medida reforça a política do governo federal de reduzir a carga tributária sobre os mais pobres e promover maior justiça fiscal no país.


O presidente Lula sancionou a Lei nº 15.191, que isenta do Imposto de Renda trabalhadores com salário de até dois mínimos (Foto: reprodução/Instagram/@ebc)


Projeto para ampliar faixa de isenção aguarda votação

Paralelamente, tramita na Câmara dos Deputados um projeto que amplia a faixa de isenção para trabalhadores que ganham até R\$ 5 mil mensais. Após aprovação em Comissão Especial, o texto aguarda votação no plenário da Casa. O projeto também prevê uma redução do Imposto de Renda para quem recebe entre R\$ 5 mil e R\$ 7.350.

Caso seja aprovado pela Câmara, o texto seguirá para análise no Senado. Essa iniciativa visa ampliar ainda mais o benefício fiscal e aliviar o peso dos impostos para a classe média brasileira.

Governo envia projeto para punir big techs por crimes online

O envio de um projeto de lei para regular as big techs e punir crimes cometidos nas redes sociais foi anunciado nesta terça-feira (12) pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa, em Brasília. A proposta, que será encaminhada ao Congresso Nacional nos próximos dias, foi motivada pela denúncia do youtuber Felca sobre casos de exploração de crianças e adolescentes em plataformas digitais. O objetivo é responsabilizar empresas de tecnologia pela veiculação e estímulo de conteúdos criminosos, especialmente aqueles que afetam pessoas vulneráveis.

Segundo o ministro, as redes sociais não querem ser fiscalizadas, já que muitas lucram ao viabilizar crimes. Rui Costa destacou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defende a regulamentação e a fiscalização dessas plataformas, citando que a saúde física e mental de crianças, adolescentes e mulheres vem sendo colocada em risco.

Repercussão no Congresso

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), declarou que pretende incluir na pauta desta semana projetos que reforcem a proteção de menores no ambiente digital. Um levantamento será feito para identificar propostas já em tramitação e priorizar as mais atualizadas. No entanto, líderes da oposição sinalizaram a possibilidade de obstruir a votação caso o texto apresente trechos considerados como censura à internet.

Contexto jurídico e decisão do STF

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, no fim de junho, que redes sociais podem ser responsabilizadas por conteúdos ilícitos publicados por terceiros. A decisão estabelece que, em casos como anúncios pagos ou redes artificiais de distribuição, as empresas respondem mesmo sem notificação prévia. Elas só ficam isentas se comprovarem que removeram o conteúdo de forma diligente e em tempo razoável.


Vídeo onde o youtuber Felca expõe sua opinião sobre o assunto (Vídeo: reprodução/YouTube/Felca)


A denúncia de Felca, que expôs a atuação de pedófilos e a “adultização” de crianças, ampliou a pressão para que medidas mais rigorosas sejam adotadas. O caso também reacendeu o debate sobre a responsabilidade das big techs na moderação de conteúdos.

Governo inicia estudo de medidas de reciprocidade das tarifas dos EUA

Após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter anunciado a imposição de tarifas de 50% sobre produtos importados brasileiros, o governo tem estudado maneiras de contornar a medida. O tópico principal, discutido pelo atual presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, é a de agir com reciprocidade contra o governo americano, taxando seus produtos importados.

Essa medida causou preocupação em empresários e economistas, que consideram a ação de taxar os produtos americanos como algo perigoso para a economia brasileira.

O estudo sobre as medidas contra tarifas

Após lançar o plano de ajuda econômica, a vontade do presidente do Brasil é de iniciar o debate quanto às ações de reciprocidade contra as tarifas de Donald Trump. De acordo com fontes do governo, Lula entrou em contato com os ministérios das Relações Exteriores, do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) e da Fazenda para fazerem análises de medidas recíprocas ao tarifaço dos EUA. A ordem seria de, ao invés de adotar medidas mais amplas, focar em ações específicas e precisas.


Presidente do Brasil, Lula, em evento no Palácio do Planalto, em Brasília (Foto: reprodução/Ton Molina/NurPhoto/Getty Images Embed)


A Lei de Reciprocidade, que seria adotada pelo governo, foi aprovada pelo Congresso neste ano de 2025, e já foi regulamentada pelo governo em julho, pouco tempo após o anúncio das tarifas de Trump.

A decisão do Governo Lula foi considerada polêmica por empresários, pois a aplicação da lei poderia aumentar os preços dos produtos importados pelos Estados Unidos, gerando várias consequências negativas para a economia.

O tarifaço de Trump

No início de julho deste ano, o presidente Donald Trump escreveu uma carta ao presidente Lula, anunciando uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros. No documento, o americano expôs a motivação para a taxação, que, de acordo com ele, os processos realizados contra o ex-presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, que está sendo acusado de tentativa de Golpe de Estado, era um ultraje e um ataque à democracia brasileira.

Lula respondeu ao tarifaço, dizendo que não abaixaria a guarda e iria responder à altura. Sua ideia é utilizar a Lei da Reciprocidade para taxar os produtos americanos no Brasil.

Ministério Público investiga Bolsonaro por possível crime contra a honra de Lula

O Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT) iniciou uma investigação preliminar para apurar se o ex-presidente Jair Bolsonaro cometeu algum crime contra a honra do atual presidente, Luiz Inácio Lula da Silva. A suspeita surgiu após a divulgação de um material em redes sociais que associava o presidente Lula a violações de direitos humanos praticadas pelo regime do ex-ditador sírio Bashar al-Assad. O material, que supostamente foi compartilhado por Bolsonaro, ligava o governo de Lula a execuções de pessoas da comunidade LGBTQIAPN+ ocorridas na Síria.

A investigação, que inicialmente gerou uma pequena confusão sobre qual órgão seria o responsável, agora está a cargo da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF). No começo, o Ministério da Justiça e Segurança Pública, liderado por Ricardo Lewandowski, havia solicitado à Polícia Federal (PF) que abrisse um inquérito. Esse pedido, feito em 7 de julho, é um procedimento padrão, pois a lei prevê que o Ministro da Justiça pode pedir a abertura de investigações sobre possíveis crimes contra a honra do presidente da República.

Mudança de competência leva investigação para a Polícia Civil do DF

No entanto, o MPDFT interveio no caso e argumentou que a competência para investigar esse tipo de crime é da Justiça estadual. Com essa manifestação, a investigação foi transferida da Polícia Federal para a Polícia Civil de Brasília. O caso chegou ao conhecimento do Ministério da Justiça por meio de uma denúncia feita por um cidadão.

A acusação contra Bolsonaro se concentra em um conteúdo divulgado em um aplicativo de mensagens. A imagem em questão, segundo a denúncia, buscava associar o presidente Lula ao regime de Bashar al-Assad, conhecido por sua repressão e por graves violações de direitos humanos, especialmente contra minorias.


Matéria sobre investigação contra Jair Bolsonaro por associar Lula ao regime do ex-ditador Bashar Al-Assad (Vídeo: reprodução/YouTube/Rádio e TV Justiça)

A queda de Bashar al-Assad e o impacto da associação feita por Bolsonaro

É importante contextualizar a situação de Bashar al-Assad. Recentemente, em dezembro de 2024, ele deixou o poder após quase 25 anos governando a Síria. Sua saída aconteceu após uma ofensiva rebelde que resultou em um período de transição no país. Essa informação reforça a gravidade da associação que teria sido feita, ligando o atual governo brasileiro a um regime autocrático e opressor que acabou de ruir. O desdobramento da investigação da PCDF definirá se a conduta de Bolsonaro será enquadrada como crime contra a honra e qual será o futuro do processo.

Governo ressarce vítimas de fraude no INSS em mais de R$ 1 bilhão

O governo federal iniciou o ressarcimento dos aposentados e pensionistas do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) que sofreram com descontos irregulares em suas folhas de pagamento. Já foram repassados mais de 1 bilhão de reais para as pessoas afetadas pelo golpe.

Ressarcimento das vítimas

Ao todo, mais de 1,6 milhão de aposentados e pensionistas foram ressarcidos com valores integrais, com correção da inflação. O ressarcimento foi feito na mesma conta bancária onde os beneficiários recebem o benefício mensalmente. Ele também garantiu que eles estão seguindo firmes e buscando por justiça, a fim de julgar os responsáveis e proteger as vítimas atingidas pelo golpe. A medida foi assinada pelo presidente Lula, no dia 17 de julho, onde autorizou um crédito extraordinário de R$ 3,31 bilhões para o pagamento emergencial dos aposentados e pensionistas afetados.

Segundo o presidente do INSS, Gilberto Waller, a medida da antecipação do ressarcimento é uma forma de proteger o público mais vulnerável: “Nosso compromisso é garantir que os aposentados e pensionistas recebam o que é seu, sem esperar.

Com a ação de ressarcimento das vítimas, a Advocacia Geral da União pediu o bloqueio de R$2,8 bilhões em bens e ativos financeiros, associações e pessoas físicas que estão sob investigação por suspeita de participação de fraude.

Como receber o ressarcimento

Pessoas que não tiveram o retorno da contestação do desconto em até 15 dias úteis, de cobranças feitas de março de 2020 a março de 2025, beneficiados com ações judiciais em andamento, antes de receberem o valor, têm o direito de receber o ressarcimento disponibilizado pelo governo federal.


O aplicativo “Meu INSS” é uma forma rápida e segura para solicitar o ressarcimento (Foto: reprodução/Gov.br)

Em ações ajuizadas antes de 23 de abril de 2025, o INSS irá 5% de honorários advocatícios. O ressarcimento pode ser solicitado no aplicativo “Meu INSS” ou em qualquer agência dos Correios. O prazo para contestação se encerra no dia 14 de novembro de 2025, mas é possível receber o valor mediante acordo após essa data.