Segundo uma pesquisa divulgada pelo Ministério da Saúde, mais de 45% da população brasileira se recusa a doar órgãos de parentes já falecidos, por conta da falta de informação sobre o que será feito com os órgãos ou também pelo fato de não saber da vontade do familiar em vida se ele gostaria ou não de doar os órgãos. Mesmo com esses problemas, o Brasil ocupa o 3º lugar entre os países que mais transplantam órgãos no mundo e é o primeiro nesse quesito quando as cirurgias são feitas pelo sistema público de saúde.
Recusa chega a quase metade dos casos
Apesar de o Brasil ter alcançado um recorde histórico em transplantes, 45% das famílias ainda recusam a doação de órgãos de parentes falecidos. O dado, divulgado pelo Ministério da Saúde, revela um desafio importante: mesmo em meio a avanços médicos e estruturais, a decisão final depende da concordância familiar, muitas vezes tomada em um momento de dor e fragilidade.
Além disso, especialistas apontam que o acolhimento no momento da abordagem precisa ser feito com mais sensibilidade, clareza e empatia por parte das equipes de saúde.
Vídeo de campanha em incentivo à doação de órgãos no Brasil (Vídeo: reprodução/YouTube/Ministério da Saúde).
O Brasil no cenário internacional
Mesmo com a alta taxa de recusas, o país se destaca no cenário global. O Brasil é hoje o terceiro em número absoluto de transplantes realizados, atrás apenas dos Estados Unidos e da China (as maiores potências do mundo). Mais importante: é líder entre os grandes sistemas públicos, já que a maioria dos procedimentos é feita de forma gratuita pelo SUS.
Esse desempenho mostra a robustez da rede hospitalar e a importância do investimento contínuo na área pública de saúde. Em 2024, o país ultrapassou 30 mil transplantes, salvando milhares de vidas que estavam em filas de espera, segundo o Ministério da Saúde.
Caminhos para aumentar as doações
Para enfrentar a alta recusa, o Ministério da Saúde lançou novas campanhas de conscientização, com o lema: “Você diz sim, o Brasil inteiro agradece.” O objetivo é estimular que as pessoas conversem com suas famílias e deixem claro o desejo de serem doadoras.
Além disso, foi criado o Programa Nacional de Qualidade na Doação de Órgãos e Tecidos (PRODOT), que busca valorizar e capacitar equipes hospitalares, tornando a abordagem às famílias mais humana e efetiva. Especialistas também defendem a ampliação de ações educativas em escolas, campanhas permanentes na mídia e políticas públicas que deem mais segurança ao processo, desmistificando medos e aproximando a sociedade do tema.
