CFM veta anestesia em tatuagens e impõe novas regras

Conselho Federal de Medicina (CFM) publicou nesta segunda-feira (28) uma resolução que proíbe médicos de aplicarem anestesia geral, sedação ou bloqueios periféricos com a finalidade de realizar tatuagens no Brasil.

A medida, que já está em vigor, visa proteger a segurança dos pacientes e reforçar os limites éticos da atuação médica, segundo o órgão. A prática vinha se popularizando em estúdios de tatuagem, especialmente para procedimentos extensos ou em áreas sensíveis do corpo.

Medida busca evitar riscos e delimitar a atuação médica

A nova resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM) proíbe médicos de realizarem atos anestésicos com o único objetivo de viabilizar tatuagens. A decisão foi tomada após o aumento de relatos sobre a oferta desse tipo de procedimento em estúdios de tatuagem, principalmente em grandes cidades.

Segundo o CFM, a prática representa um risco à saúde do paciente quando realizada fora de ambientes adequados, como hospitais ou centros cirúrgicos. Além disso, o conselho afirma que esse tipo de atuação foge da finalidade terapêutica da medicina e fere princípios éticos da profissão.

A entidade ressalta que os procedimentos anestésicos devem ser utilizados exclusivamente em contextos médicos justificados, sob condições técnicas seguras e com recursos apropriados para atendimento de possíveis complicações.

O conselheiro federal Diogo Sampaio e relator da medida ainda destaca: “O uso de anestesia para permitir tatuagens que não teriam viabilidade sem suporte anestésico eleva o risco de absorção sistêmica de metais pesados como cádmio, chumbo, níquel e cromo, além de reações inflamatórias persistentes e até risco carcinogênico”.

O texto da resolução também proíbe o uso de medicamentos controlados, como sedativos e anestésicos injetáveis, por profissionais não habilitados ou fora do contexto médico. O CFM reforça que o descumprimento das normas pode configurar infração ética e levar a sanções disciplinares, como advertência, suspensão ou até cassação do registro profissional.


Médica anestesista (Foto: reprodução/Carsten Koall/Getty Images Embed)


Uso de anestesia é restrito a procedimentos médicos em ambiente hospitalar

A resolução do CFM, aprovada durante a 22ª Sessão Plenária Extraordinária, estabelece que atos anestésicos só são permitidos quando há uma justificativa médica, como em procedimentos reparadores. Um exemplo citado pelo órgão é a pigmentação da aréola mamária após cirurgias oncológicas, que possui finalidade terapêutica e respaldo clínico.

O texto também reforça que qualquer aplicação de anestesia deve ocorrer exclusivamente em ambientes de saúde que contem com infraestrutura adequada para emergências. Isso inclui monitoramento contínuo, equipamentos de suporte à vida e equipes capacitadas para agir em caso de complicações. De acordo com o Conselho, estúdios de tatuagem não possuem essas condições mínimas e, por isso, não são locais apropriados para esse tipo de intervenção médica.

Bolsonaro enfrenta risco de prisão de até 43 anos após pedido da PGR ao STF

Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou nesta segunda-feira (14) ao Supremo Tribunal Federal (STF) um pedido para que Jair Bolsonaro seja condenado a até 43 anos de prisão.
A acusação aponta o ex-presidente como um dos articuladores de uma trama golpista que começou a ser construída em 2021 e resultou nos ataques às sedes dos Três Poderes, em Brasília, no dia 8 de janeiro de 2023.

O documento entregue ao STF detalha as penas referentes aos crimes atribuídos a Bolsonaro, incluindo tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, associação criminosa e incitação ao crime.

PGR detalha crimes e pede pena máxima contra Bolsonaro

No documento enviado ao STF, a Procuradoria-Geral da República sustenta que Jair Bolsonaro desempenhou papel central na articulação de uma rede que, segundo os procuradores, tinha o objetivo de desestabilizar as instituições e minar o resultado das eleições de 2022.

Para o órgão, Bolsonaro se valeu do cargo de presidente para estimular a desinformação sobre o sistema eleitoral e insuflar apoiadores a agir contra o Estado Democrático de Direito. A PGR aponta que, além dos discursos públicos questionando a legitimidade das urnas, houve reuniões estratégicas com militares e aliados para tratar de medidas “fora das quatro linhas da Constituição”. Esses movimentos, de acordo com a denúncia, teriam preparado o terreno para os atos violentos registrados em Brasília no início de 2023.


PGR pede a prisão de Jair Bolsonaro e mais sete réus por trama golpista (Vídeo: reprodução/YouTube/G1)


Abaixo, veja os crimes citados pela PGR e a pena correspondente a cada um, segundo a legislação brasileira:

Organização criminosa armada

O que é: quando um grupo com quatro ou mais pessoas se junta de forma organizada, divide tarefas para cometer crimes graves e usa ou tem acesso a armas de fogo.

Pena: de 3 a 8 anos de prisão, podendo aumentar para até 17 anos se houver armas envolvidas ou participação de servidores públicos.

Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito

O que é: quando alguém tenta acabar com o sistema democrático usando violência ou ameaças, para impedir o funcionamento dos poderes do país.

Pena: de 4 a 8 anos de prisão.

Golpe de Estado

O que é: quando uma pessoa ou grupo tenta, com violência ou ameaças, derrubar o governo eleito e assumir o poder de forma ilegal.

Pena: de 4 a 12 anos de prisão.

Dano qualificado pela violência ou grave ameaça

O que é: quando alguém destrói ou danifica bens de outras pessoas ou do governo usando violência ou ameaça.

Pena: de 6 meses a 3 anos de prisão.

Deterioração de patrimônio tombado

O que é: quando alguém danifica ou destrói bens protegidos pelo governo por terem valor histórico, cultural ou ambiental.

Pena: de 1 a 3 anos de prisão.

Bolsonaro critica PGR e STF inicia prazos

Se condenado, Jair Bolsonaro pode enfrentar o maior bloqueio jurídico de sua trajetória política. Além da possibilidade de cumprir até 43 anos de prisão, ele pode se tornar inelegível por anos, o que impediria qualquer tentativa de voltar a disputar cargos públicos. Especialistas afirmam que o pedido da PGR ao STF é um marco no inquérito da tentativa de golpe, pois demonstra que a Procuradoria vê indícios consistentes contra o ex-presidente.

Pouco antes de a PGR apresentar as alegações finais na ação penal sobre a trama golpista, na tarde desta segunda-feira (14), Bolsonaro usou o X (antigo Twitter) para se posicionar. Em tom crítico, ele afirmou que “o sistema” estaria tentando destruí-lo para atingir a população brasileira.

O sistema nunca quis apenas me tirar do caminho. A verdade é mais dura: querem me destruir por completo — eliminar fisicamente, como já tentaram — para que possam, enfim, alcançar você. O cidadão comum. A sua liberdade. A sua fé. A sua família. A sua forma de pensar. Sem que reste qualquer possibilidade de reação”, escreveu.


Bolsonaro usa a rede X para se defender (Vídeo: Reprodução/X/@jairbolsonaro)

Após o parecer enviado pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, foi aberto o prazo de 15 dias para que os demais réus apresentem suas alegações finais. O primeiro a se manifestar será o tenente-coronel Mauro Cid, que ganhou prioridade por ter fechado um acordo de delação premiada. Em seguida, os outros acusados também deverão protocolar suas defesas dentro do mesmo prazo.

No campo político, o avanço do processo aprofunda o isolamento de Bolsonaro e preocupa aliados sobre o futuro da direita em 2026. Já para opositores, o caso é visto como um teste da resiliência das instituições democráticas após os atos violentos de 8 de janeiro de 2023.

Enchentes no Texas deixam 27 pessoas mortas em acampamento de verão

Uma enchente súbita atingiu o acampamento de verão Camp Mystic, no Texas, durante o fim de semana de 4 e 5 de julho de 2025, deixando 27 pessoas, entre meninas e monitoras, mortas e dezenas de desaparecidas. O desastre aconteceu quando o rio Guadalupe transbordou em poucos minutos após chuvas intensas, arrastando cabanas e estruturas.

Autoridades e equipes de resgate seguem nas buscas por sobreviventes e investigam falhas nos alerta meteorológicos, enquanto familiares aguardam informações sobre os desaparecidos.

Enchentes no Texas transformam acampamento em cenário de tragédia

As enchentes no Texas 2025 provocaram uma tragédia sem precedentes no acampamento de verão Camp Mystic, localizado às margens do rio Guadalupe.

O local, que recebia centenas de crianças e adolescentes para atividades recreativas, foi surpreendido por uma enxurrada repentina causada pelas fortes chuvas do último fim de semana. Em questão de minutos, o volume de água subiu drasticamente, arrastando barracas, cabanas e equipamentos.


Equipes de resgate buscam 41 desaparecidos em enchente no Texas (Vídeo: Reprodução/Youtube/Jovem Pan News)

De acordo com autoridades locais, pelo menos 27 pessoas morreram no acampamento, sendo a maioria meninas e monitoras que não conseguiram escapar a tempo.

No estado como um todo, o total de mortes já chegou a 91 até o início da tarde desta segunda-feira (7), e outras 41 pessoas seguem desaparecidas. As autoridades temem que o número de vítimas fatais aumente nas próximas horas, enquanto equipes de resgate continuam as buscas em áreas afetadas.

Relatos de sobreviventes apontam que muitos foram pegos de surpresa durante a madrugada, quando o rio transbordou e invadiu o acampamento com força devastadora. O governador do Texas decretou estado de emergência em diversas cidades atingidas pela enchente e pediu apoio federal para reforçar o resgate e assistência às famílias.

Investigação aponta falhas após tragédia das enchentes no Texas

As autoridades do Texas abriram uma investigação para apurar as causas da tragédia e possíveis falhas no sistema de alerta que poderiam ter evitado parte do desastre. Durante o fim de semana, chuvas intensas provocaram o transbordamento do rio Guadalupe, que subiu cerca de 9 metros em menos de duas horas, segundo autoridades locais.

Essa rápida elevação surpreendeu moradores e visitantes, atingindo em cheio pousadas e acampamentos construídos às margens do rio, como o Camp Mystic, onde dezenas de meninas e monitoras foram arrastadas pela correnteza.


Enchentes no Texas (Foto: Reprodução/X/@jornalnacional)

Familiares das vítimas questionam a falta de evacuação preventiva, mesmo após alertas meteorológicos emitidos no dia anterior. As equipes de resgate seguem trabalhando para localizar os 41 desaparecidos em todo o estado, enquanto o número oficial de mortos já chega a 91, segundo balanço divulgado nesta segunda-feira (7).

Abrigos emergenciais foram montados para acolher desabrigados, e o governador solicitou apoio federal para reforçar as buscas e iniciar a reconstrução das áreas devastadas. Especialistas alertam que a ocupação das margens do rio agravou o impacto das enchentes e expôs ainda mais as comunidades ao risco.

Resgate de brasileiros no Chile mobiliza equipes após 24h de nevasca extrema

Dezenove turistas brasileiros foram resgatados na noite de quinta-feira (27) após ficarem mais de 24 horas presos por uma intensa nevasca na Rota CH-27, no norte do Chile.

O grupo seguia em um ônibus e outros veículos quando um caminhão derrapou na pista, bloqueando a estrada nos dois sentidos.

Sem sinal de telefone, comida ou aquecimento, os brasileiros contaram com apoio do Exército chileno, bombeiros, polícia e do consulado brasileiro para deixar a área em segurança.

Nevasca bloqueia estrada e isola 59 pessoas no Chile

O incidente ocorreu na Rota CH‑27, no norte do Chile, a cerca de 4.500 metros de altitude. Um caminhão derrapou no gelo e bloqueou completamente a estrada, impedindo a passagem de outros veículos.

Ao todo, 59 pessoas ficaram presas, incluindo 19 turistas brasileiros, motoristas, guias e viajantes de outras nacionalidades.

Durante a nevasca, as condições de visibilidade eram nulas e as temperaturas se aproximavam de –7 °C, com cerca de 10 centímetros de neve acumulada.

Os brasileiros ficaram atolados e passaram mais de 24 horas dentro dos veículos, sem comida, aquecimento ou sinal de telefone, até serem resgatados pelas autoridades chilenas com apoio do consulado brasileiro.


Forte nevasca deixa van com brasileiros presa no Chile (Vídeo: reprodução/YouTube/CNN)

Resgate de brasileiros no Chile mobiliza autoridades e garante apoio

A operação contou com a atuação da polícia, bombeiros, Exército chileno e do consulado brasileiro em Antofagasta, que acompanhou e assistiu os 19 turistas brasileiros. O comandante Ariel Campos, responsável pela operação, informou: “Fizemos contato com eles por telefone via satélite. Passaram a noite em boas condições dentro dos veículos”.

Após a liberação da estrada, os 59 ocupantes foram levados para Calama, onde receberam abrigo, alimentação e atendimento médico.

Embora nenhum brasileiro tenha se ferido, muitos relataram exaustão, frio intenso e falta de informações durante o tempo isolado.

A polícia local publicou em suas redes: “Com 59 pessoas resgatadas e com boa saúde, o longo dia de resgate na Rota CH-27 termina. O prefeito destaca o trabalho dos policiais junto aos órgãos de emergência”. O Itamaraty confirmou o bem-estar de todos e informou que os brasileiros continuam recebendo apoio consular.

Greta Thunberg denuncia sequestro no mar por forças israelenses

A ativista ambiental sueca Greta Thunberg, de 22 anos, afirmou nesta semana ter sido sequestrada por forças israelenses em águas internacionais enquanto participava de uma missão humanitária com destino à Faixa de Gaza. A jovem fazia parte da tripulação de um pequeno navio com 12 pessoas a bordo, organizado pela Freedom Flotilla Coalition (FFC), que tentava entregar uma carga simbólica de ajuda humanitária e denunciar a crise em Gaza. 

Em vídeo publicado no Instagram, Thunberg declarou: “Meu nome é Greta Thunberg e sou da Suécia. Se você está vendo este vídeo, é porque fomos interceptados e sequestrados em águas internacionais pelas forças de ocupação israelenses, ou forças que apoiam Israel. Peço que meus amigos, família e camaradas pressionem o governo sueco para nos libertar o mais rápido possível”.

Interceptação e deportação

A embarcação foi interceptada ainda na manhã de segunda-feira (9), segundo informações do grupo FFC. A ativista foi levada para o porto de Ashdod, em Israel, e posteriormente transferida para o aeroporto Ben Gurion, em Tel Aviv. O Ministério das Relações Exteriores de Israel, em nota, ironizou a ação, classificando o barco como um “iate de selfie”.

“Thunberg acaba de deixar Israel em um voo para a Suécia (via França)”, informou o ministério na manhã de terça-feira (10), divulgando uma foto da ativista sentada em um avião.


Greta Thunberg deixa Israel. (Foto: reprodução/X/@IsraelMFA)

Acusações de ilegalidade

Ao desembarcar no aeroporto Charles de Gaulle, em Paris, Thunberg reafirmou que o ato constituiu um sequestro ilegal: “Fomos sequestrados em águas internacionais e trazidos contra a nossa vontade para Israel, onde fomos mantidos no fundo do barco sem poder sair”.

A FFC exige a libertação imediata de todos os detidos.

Contexto e críticas

Greta destacou que a verdadeira questão vai além da sua detenção: “O que está acontecendo em Gaza é um genocídio, com uma fome sistemática causada pelo cerco e bloqueio israelense”.

As autoridades israelenses informaram que ativistas que se recusarem a assinar documentos de deportação serão levados à justiça para autorização formal da deportação, conforme a legislação local.

Desde que Israel lançou sua campanha militar em Gaza, em resposta ao ataque liderado pelo Hamas em 7 de outubro de 2023 — que deixou cerca de 1.200 mortos e 251 sequestrados —, ao menos 54.927 pessoas foram mortas no território, segundo o ministério da Saúde controlado pelo Hamas.

Morre Sly Stone, ícone do soul, funk e psicodélica

O músico, compositor e produtor Sly Stone, nascido Sylvester Stewart, faleceu nesta segunda-feira (9), aos 82 anos, após uma longa batalha contra a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) e outras complicações de saúde. A informação foi confirmada por sua família em comunicado oficial. Considerado um dos artistas afro-americanos mais influentes do século XX, Sly ficou mundialmente conhecido como líder da banda Sly & the Family Stone, fundamental na formação da sonoridade do soul, do funk e da psicodelia nos anos 60 e 70.

Revolução musical com alma e atitude

Formada em San Francisco, Califórnia, a Sly & the Family Stone não apenas redefiniu gêneros musicais como também quebrou barreiras raciais e estilísticas. Com sua formação multirracial e de gêneros mistos, a banda foi um marco de representatividade e inovação artística. Canções como Everyday People, Dance to the Music e Family Affair não apenas dominaram as paradas, como influenciaram gerações de músicos ao redor do mundo.

A mistura poderosa de funk, rock psicodélico e soul, aliada a letras com mensagens sociais e espirituais, transformou Sly Stone em um pioneiro. Sua visão artística ousada e seu talento multifacetado colocaram-no entre os grandes nomes da música popular americana. Além de vocalista, era também produtor e multi-instrumentista, moldando cada aspecto de sua obra com criatividade radical.


Sly Stone jovem e sua guitarra (Foto: reprodução/Instagram/@Slystoneofficial, @onixcollective@hulu)

Despedida e legado imortal

Sly faleceu em paz, cercado por seus três filhos, seu melhor amigo e outros familiares próximos. A família expressou sua gratidão pelo carinho do público e destacou o legado duradouro do artista: “Enquanto lamentamos sua ausência, encontramos conforto ao saber que sua extraordinária contribuição musical continuará a ressoar por muitas gerações”, diz o comunicado.

Mesmo nos últimos anos, o artista manteve viva sua chama criativa. Após publicar uma autobiografia em 2024, Sly finalizou recentemente o roteiro de um filme sobre sua vida, ainda inédito, que promete revisitar suas conquistas, dores e revoluções.

Sly Stone não foi apenas um artista — foi um símbolo de transformação cultural, musical e social. Sua música desafiou normas, uniu pessoas e inspirou milhares a encontrar liberdade na arte. Sua morte encerra um capítulo importante da história da música, mas sua influência permanece viva em cada batida que busca alma, verdade e coragem.

Autoridades relatam que gripe aviária foi contida na cidade gaúcha de Montenegro

O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, relatou recentemente para a imprensa que o foco da gripe aviária em Montenegro (RS) já foi controlado e que a doença não se espalhou para outros recintos ao redor da granja. A declaração foi feita nesta quarta-feira (4), a resposta veio após um período de receios de que a gripe aviária pudesse se alastrar na região.

Entenda o caso

O ocorrido aconteceu três semanas após o primeiro caso ser noticiado em uma granja comercial da região. Foi no ano de 2023 que a gripe aviaria atingiu o território brasileiro, porém até o mês de maio deste ano apenas tinha atingido aves de criação doméstica e aves selvagens, atingindo a avicultura comercial apenas recentemente.


O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, diz que gripe aviária foi contida no RS (Foto: reprodução/X/@agenciabrasil)

Depois da notificação do caso de gripo aviaria em Montenegro, apareceram três casos com suspeita da doença em Ipumirim (SC), Aguiarnópolis (TO) e Anta Gorda (RS). Os casos ainda não foram confirmados pelas autoridades e seguem em investigação.

Exportações prejudicadas

Países que importavam a carne de frango do Brasil, chegaram até mesmo barrar a compra com origem brasileira, com uma recente retomada nas negociações e volta da compra da carne brasileira. A China, que é a principal compradora da carne de frango no Brasil, suspendeu sua importação, juntamente com outros países que fazem parte da União Europeia.

Já o caso de outros países como, Emirados Árabes Unidos e Japão apenas suspenderam a importação de frango vindo da apenas da cidade gaúcha de Montenegro, continuando em comprando de lugares que não foram afetados pela doença. Os dois países são respectivamente o segundo e o terceiro maior comprador de carne de frango do Brasil.

Oficialmente, o Brasil apenas pode se declarar como livre da gripe aviaria em 18 de junho, correspondendo aos 28 dias que começaram a ser contados ainda em maio. Este período é nomeado como vazio sanitário e corresponde ao ciclo do vírus H5N1.

Câmara aprova projeto que obriga aplicativos de transporte a incluírem ‘botão do pânico’ 

A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (28), o projeto de lei 2.922/2022, conhecido como Protocolo de Emergência Justa e Ágil, o PROTEJA, que torna obrigatória a inclusão de um botão de pânico nos aplicativos de transporte como Uber e 99. O objetivo é aumentar a segurança de passageiros e motoristas, permitindo acionar rapidamente a polícia ou serviços de socorro em casos de emergência durante o trajeto. 

Como vai funcionar

Segundo texto aprovado, o botão deverá estar visível em todas as telas da interface do aplicativo e ativar de forma imediata e silenciosa o compartilhamento de informações relevantes da viagem com as autoridades responsáveis pela segurança pública, bem como informações do motorista e do passageiro, além de localização em tempo real para o rastreamento do veículo. 

O projeto determina que as empresas mantenham registros de acionamento do botão, como data, hora, localização e histórico da corrida. Elas terão que firmar convênios com os órgãos de segurança pública estaduais para garantir a funcionalidade do sistema em todo o país. As parcerias deverão ser feitas gratuitamente, sem recursos financeiros ou orçamentários.


Câmara aprova projeto PROTEJA, aplicativos como Uber e 99 deverão incluir botão de pânico para emergências, compartilhando localização com autoridades (Foto: pvproductions / Freepik)

Em caso de descumprimento da criação do botão por parte das empresas, o projeto levará a sanções, inicialmente com advertências, mas que poderão chegar a multas gradativas que variam de R$ 50 mil a R$ 500 mil, conforme gravidade e porte da empresa. 

Próximos passos

Após a aprovação da Câmara, o texto agora segue para o Senado, onde, caso seja aprovado, será submetido à sanção presidencial antes de virar lei. Até o momento, as empresas de aplicativos de transporte, como Uber e 99, não se pronunciaram sobre o projeto.

Trump intensifica medidas contra Harvard e bloqueia bilhões em recursos federais

O governo do presidente Donald Trump decidiu ampliar a ofensiva contra a Universidade de Harvard, uma das instituições de ensino mais tradicionais dos Estados Unidos. Um documento obtido pelo jornal The New York Times mostra que agências federais foram orientadas a suspender repasses e cancelar contratos com a universidade, além de buscar novos fornecedores para os serviços atualmente prestados por ela.

Governo federal rompe com Harvard

O texto, que deve ser distribuído oficialmente às agências federais nesta terça-feira (27), determina que todos os contratos com Harvard sejam revisados e que uma lista com os cancelamentos seja apresentada até o dia 6 de junho. Apenas os serviços considerados essenciais continuarão ativos por um período, até que sejam transferidos a outros prestadores.


Universidade de Harvad nos Estados Unidos (Foto: reprodução/Pinterest/Ben Scott)

Segundo a publicação, as medidas representam uma ruptura completa na relação entre o governo federal e a universidade. Um integrante da equipe de Trump, que não teve o nome revelado, afirmou ao New York Times que a decisão marca o fim de um relacionamento comercial de longa data.

O documento foi assinado por Josh Gruenbaum, responsável pelo setor de aquisições da Administração de Serviços Gerais (GSA), órgão que administra compras e contratos do governo americano.

Cortes bilionários e ameaças a estudantes

No mês anterior, a Casa Branca já havia congelado cerca de US$ 3,2 bilhões em bolsas de estudo e contratos com Harvard. Em uma nova declaração publicada na rede Truth Social, Trump disse considerar o redirecionamento de mais US$ 3 bilhões para escolas técnicas em outras regiões do país.

Outra medida anunciada foi a suspensão da emissão de vistos para estudantes estrangeiros da universidade. Além disso, aqueles já matriculados seriam obrigados a se transferir para outras instituições ou deixariam de ter autorização para permanecer nos Estados Unidos. No entanto, essa decisão foi temporariamente bloqueada por uma juíza federal.

De acordo com o governo, as ações contra Harvard se justificam pela suposta falta de ação da universidade diante de casos de antissemitismo, além de críticas à sua política de admissão, considerada discriminatória pela gestão Trump. Até agora, Harvard não comentou publicamente o caso.

Câmara aprova urgência para projeto que vincula crime organizado ao terrorismo

A Câmara dos Deputados aprovou, nesta segunda-feira (26), em votação simbólica, a urgência de um projeto que iguala o crime organizado e a constituição de milícias privadas aos atos de terrorismo. Com essa decisão, o texto poderá ser analisado diretamente pelo plenário, sem necessidade de tramitação nas comissões temáticas da Casa. A proposta é de autoria do deputado Danilo Forte (União-CE).

Proposta segue diretamente ao plenário

Na justificativa apresentada, Danilo Forte afirma: “A necessidade de estender a aplicação da Lei Antiterrorismo a organizações criminosas e a milícias privadas que praticam atos de terrorismo decorre da constatação de que esses grupos têm utilizado o terror como instrumento para atingir seus objetivos, seja para retaliar políticas públicas, ou para demonstrar domínio, controle social ou poder paralelo ao Estado em qualquer espaço territorial.”

O projeto propõe modificar a atual Lei Antiterrorismo, ampliando seu escopo. Passa a incluir entre os atos terroristas as ações que visem impor domínio sobre áreas geográficas específicas. Atualmente, a legislação prevê penas que variam de 12 a 30 anos de reclusão para quem for condenado por crimes dessa natureza. A proposta visa alinhar a resposta penal à complexidade das novas ameaças enfrentadas pelo Estado.

Outro ponto relevante é a previsão de agravamento da pena caso o ato de terrorismo envolva sabotagem, destruição ou paralisação de infraestruturas críticas — como energia, comunicações e transportes — ou de serviços públicos essenciais, especialmente se realizados com o uso de tecnologias digitais. Nesses casos, a punição poderá ser acrescida de um terço, segundo o texto apresentado.


Câmara dos Deputados. (Foto: reprodução/Sergio Lima/Getty Images Embed)


Ampliação da pena com uso de meios cibernéticos

O texto acrescenta ainda um parágrafo determinando a aplicação das sanções previstas “às organizações criminosas e às milícias privadas que realizem um ou mais atos de terrorismo com o objetivo de retaliar políticas públicas, ou como forma de demonstrar domínio, controle social ou poder paralelo ao Estado em qualquer espaço territorial”. A medida busca coibir práticas recorrentes em regiões sob influência de grupos armados.

Aprovada a urgência, o projeto poderá ser votado diretamente em plenário nos próximos dias. A proposta deve mobilizar debates intensos entre os parlamentares, principalmente sobre os impactos jurídicos e políticos da redefinição do conceito de terrorismo. Para o autor, a medida “é uma resposta firme ao crescimento de estruturas criminosas que desafiam o poder institucional do Estado”.

O requerimento de urgência para a tramitação do projeto contou com o apoio de 333 dos 513 deputados federais, evidenciando o respaldo político à iniciativa. Danilo Forte destacou que a medida visa combater a crescente influência de facções criminosas e milícias, que têm imposto controle territorial e ameaçado a ordem pública em diversas regiões do país.