Hungria: manifestante marcham contra lei que proíbe Parada LGBTQ+

Manifestantes tomam as ruas de Budapeste contra as medidas do governo; especialistas falam em riscos às liberdades democráticas. Milhares de pessoas foram às ruas de Budapeste, nesta terça-feira (25), para protestar contra uma nova norma que quer proibir a tradicional parada do orgulho LGBTQ+ e para a polícia utilizar reconhecimento facial para identificar os manifestantes.

A rápida tramitação da proposta na Assembleia húngara, dominada pelo partido de governo Fidesz, aumentou a preocupação em torno dos direitos fundamentais no país.

O governo afirma que a proibição pode servir para proteção das crianças. Mas os opositores da norma atacam-na como uma tentativa de criminalizar a manifestação e silenciar a comunidade LGBTQ+.

Orbán radicaliza seu discurso conservador

O primeiro-ministro Viktor Orbán, no poder na Hungria desde 2010, radicalizou sua agenda conservadora cristã. Nas últimas semanas, além de atacar os direitos LGBTQ+, ele também ameaçou cortar o financiamento estrangeiro para ONGs e para a mídia independente. O endurecimento do seu discurso coincide com o fortalecimento de uma nova oposição, que pode se constituir em um desafio à permanência dele no poder nas eleições de 2026.

Akos Hadhazy, parlamentar independente e organizador do protesto, criticou duramente a nova legislação: “A vil lei aprovada na última terça-feira não se trata apenas de proibir o Orgulho, ela efetivamente permite a supressão de qualquer forma de protesto no futuro”, declarou em uma postagem no Facebook.


Bolsa com a imagem do primeiro-ministro húngaro Viktor Orban na marcha do Orgulho de Belgrado, em 18 de setembro de 2021 (Foto: reprodução/Andrej Isakovic/Getty Images Embed)


Protestos tomam as ruas de Budapeste

De acordo com estimativas de repórteres da Reuters, cerca de 2.000 pessoas participaram do protesto. Entre elas estava Zsuzsa Szabo, de 72 anos, que viajou da cidade de Kecskemet para se manifestar. “Não se trata do Orgulho, trata-se de liberdade de reunião. Eles estão tentando restringir o direito de reunião, talvez acabar com ele completamente”, afirmou.

Manifestantes gritaram palavras de ordem como “Europa!” e “Fidesz imundo!” enquanto bloqueavam uma das principais pontes da capital. O partido de oposição Momentum também participou ativamente, com seus membros acendendo sinalizadores de fumaça em protesto durante a votação no Parlamento.

Na semana anterior, uma mobilização similar já havia interrompido o trânsito na região central da cidade. O prefeito liberal de Budapeste, Gergely Karacsony, também se manifestou contra a nova legislação.


Protesto contra a nova legislação da Hungria que proíbe paradas do Orgulho (Foto: reprodução/Thomas Traasdahl/Getty Images Embed)


Organizadores prometem manter o evento

Os organizadores da Parada do Orgulho asseguram que a marcha será realizada apesar da proibição. Eles rebatem as acusações do governo e sustentam que o evento não ameaça as crianças.

A nova lei coloca a Hungria em conflito direto com a União Europeia, que já criticou outras medidas contra os direitos civis feitas pelo governo Orbán. Especialistas dizem que a restrição da liberdade de reunião poderá atingir não somente as manifestações LGBTQ+, mas também qualquer movimento de oposição no futuro.

Presidente Lula critica domínio das redes sociais

Durante um evento na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva trouxe à tona um tema que impacta a vida de milhões de pessoas: o poder das redes sociais. Para ele, essas plataformas se tornaram gigantes incontroláveis, concentrando um poder que ultrapassa fronteiras e desafia governos.

Nos deparamos com desafios civilizatórios típicos do nosso tempo. Quero destacar a desinformação e a propagação do ódio nas redes sociais. Diante de uma falta de regulamentação adequada, temos observado uma tendência de concentração de poder sem precedentes nas oligarquias digitais”, afirmou o presidente.

Precisamos de novas regras para o mundo digital

Lula destacou a urgência de criar leis que garantam que essas plataformas atuem de forma mais responsável. “É imperativo avançar na criação de um arcabouço jurídico robusto, que promova a concorrência justa e proteja as crianças, as mulheres, e as minorias”, disse.

Além disso, ele alertou sobre o que chamou de “colonialismo digital”, onde grandes corporações estrangeiras controlam o fluxo de informações e publicidade no Brasil, sem respeitar regras nacionais.

A regulamentação das redes sociais já é tema de debate no Congresso e no Judiciário, mas ainda enfrenta resistência. Embora haja consenso entre alguns setores políticos e jurídicos sobre a necessidade de novas regras, o avanço das propostas tem sido lento.

O presidente não citou nomes, mas já criticou publicamente Elon Musk, dono da rede X (antigo Twitter), por desafiar leis e influenciar o debate político no Brasil.


Elon Musk, cofundador da Tesla e da SpaceX e proprietário da X Holdings Corp (Foto: reprodução/Apu Gomes/Getty Images Embed)


Democracia sob ataque

Lula aproveitou o evento na OAB para reforçar que a democracia precisa ser defendida diariamente. Ele lembrou momentos em que a instituição teve papel crucial na luta contra a ditadura militar e nos recentes ataques ao sistema democrático, como a tentativa de golpe em 2022. “Precisamos estar vigilantes. Democracia não é um dado adquirido”, alertou.

O presidente também se referiu a sua trajetória na Operação Lava Jato e enfatizou a relevância da defesa em sua defesa. Lula, que ficou preso por 580 dias, sustentou que sua inocência foi reconhecida apenas devido aos esforços de seus advogados em sua luta contra abusos do poder judicial.

“Não é demais lembrar que, graças à atuação de uma advocacia combativa, pude ver minha inocência prevalecer frente ao abuso do poder perpetrado por um grupo que quis tomar a justiça e o direito para si”, disse. O STF anulou as condenações em 2021, aceitando que os processos não podiam ter sido julgados por Curitiba.


Presidente Lula durante um anúncio de investimento em melhorias rodoviárias no Palácio do Planalto, em Brasília (Foto: reprodução/Evaristo SA/Getty Images Embed)


O futuro das redes sociais no Brasil     

O debate em torno do controle das redes sociais está longe de terminar. Enquanto Lula tenta conquistar melhores regras e mais responsabilidade das plataformas, o desafio agora é construir apoio no Congresso para as leis que protejam a sociedade sem afetar a liberdade de expressão.

O que consta nas cartas, de acordo com presidente, é a maneira como nos comunicamos e como encontramos as informações para a vida moderna.

Crime e tragédia: caso Vitória e a confissão do suspeito

Depois de dias de investigação e buscas por respostas, a Polícia Civil informou que Maicol Sales dos Santos, de 27 anos, confessou ter assassinado a adolescente Vitória Sousa, de 17 anos. O crime, segundo ele, foi cometido por vingança, porque seus sentimentos por ela não eram correspondidos. O caso que chocou Cajamar, na Grande São Paulo, teve um desfecho impactante na noite de segunda-feira (17), quando Maicol prestou depoimento na delegacia e assumiu a autoria do homicídio. Segundo os delegados do caso, ele teria usado uma faca para atacar a jovem.

O desaparecimento e a descoberta do corpo

Vitória desapareceu no dia 26 de fevereiro após sair do trabalho em um shopping e pegar um ônibus para casa. Oito dias depois, em 5 de março, seu corpo foi encontrado em uma área de mata. A cena era brutal: ela estava nua, com a cabeça raspada e apresentava múltiplos ferimentos de faca.

O laudo do Instituto Médico Legal (IML) confirmou que Vitória morreu por hemorragia traumática causada pelos golpes. Não houve sinais de violência sexual, mas exames ainda estão sendo realizados para esclarecer detalhes do crime.

A versão do suspeito

Maicol, morador do mesmo bairro que Vitória, teria confessado espontaneamente o crime na delegacia, conforme relato dos investigadores. Durante o depoimento, seus advogados se retiraram, e o interrogatório seguiu com a presença de defensores públicos. No entanto, em uma segunda oitiva, já na presença de seus advogados, ele recuou e negou o crime.

A investigação também aponta que Maicol pode ter perseguido Vitória por algum tempo, antes do crime. A análise do celular do suspeito mostrou que ele visualizou uma foto da jovem no ponto de ônibus pouco antes de seu desaparecimento. Além disso, testemunhas relataram terem visto seu carro nas proximidades do local onde ela desceu.


Imagens com os últimos passos de Vitória Sousa (Vídeo: reprodução/YouTube/CidadeAlertaRecord)

Novas pistas e dúvidas em aberto

A polícia segue investigando se Maicol agiu sozinho ou teve ajuda. Testemunhas mencionaram movimentação suspeita próxima à casa dele na noite do crime. Além disso, um fio de cabelo encontrado no carro do suspeito está sendo analisado para verificar se pertence à vítima.

Outro ponto em investigação é se Vitória foi dopada antes do ataque. Seu exame toxicológico apontou presença de álcool no sangue, mas os peritos ainda avaliam se isso se deve ao processo de decomposição do corpo ou se ela foi forçada a ingerir alguma substância.

Revolta e busca por justiça

O assassinato de Vitória gerou grande comoção na cidade. Seu velório reuniu amigos, familiares e moradores indignados com o crime brutal. Enquanto a polícia avança nas investigações, a comunidade pede por justiça e medidas mais rígidas para proteger jovens de violências semelhantes.

A investigação segue em andamento, com novas perícias e análises de provas. A polícia afirma que não há dúvidas sobre a autoria do crime, mas a versão final do caso será definida com base nas provas técnicas e no julgamento do acusado.

Centenas de manifestantes pró-Palestina invadem a Trump Tower

Cerca de 300 manifestantes judeus pró-palestinos ocuparam o saguão da Trump Tower, em Nova York, nesta quinta-feira (13), para protestar contra a prisão do estudante ativista Mahmoud Khalil. Pelo menos 98 pessoas foram presas enquanto pediam a libertação do estudante.

No momento, a prisão de Khalil está sob custódia imigratória na Louisiana. O estudante da Universidade Columbia havia sido detido no sábado (08) e gerou indignação por parte de legisladores democratas e representantes da esfera civil.


Vídeo do protesto realizado pelos ativistas pró-Palestina (Reprodução/X/@taliaotg)

Organização responsável pelo protesto

O protesto foi realizado pelo Jewish Voice for Peace, uma organização judaica progressista antissionista. De acordo com o grupo, eles estão “tomando a Trump Tower para registrar nossa rejeição em massa”.

Não vamos ficar de braços cruzados enquanto este governo tenta criminalizar os palestinos e todos aqueles que pedem o fim do genocídio financiado pelos EUA contra o povo palestino perpetrado pelo governo israelense

Jewish Voice for Peace via X (Antigo Twitter).

Apesar das prisões, o vice-prefeito da segurança pública de Nova York, Kaz Daughtry, garantiu à Fox News que não houve feridos e que todos os manifestantes foram retirados do prédio.

Trump quer usar Khalil como exemplo

Uma das promessas de campanha da campanha presidencial de Donald Trump foi a deportação em massa de ativistas estrangeiros que participaram da onda de protestos ativistas palestinos que ocorreram nas universidades americanas em 2024.

Assim, Trump afirmou que a prisão de Khalil foi a “primeira de muitas que virão”.

Os protestos criticam as medidas violentas que o exército de Israel usou na faixa de Gaza durante a guerra com a Palestina.

O estudante Mahmoud Khalil, que é residente legal dos EUA, tem sido o principal símbolo dos protestos pró-Palestina no país. As manifestações estiveram presentes em dezenas de universidades americanas durante o ano passado.

PGR defende tornar réus Bolsonaro e aliados por suposta tentativa de golpe

Nesta quinta-feira (13), a Procuradoria-Geral da República (PGR) se posicionou a favor do recebimento da denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros suspeitos de conspirar para um golpe de Estado. A instituição concluiu que os argumentos das defesas não são suficientes para invalidar a acusação e que as investigações apresentam provas consistentes para transformar os denunciados em réus pelo envolvimento na tentativa golpista.

Recebimento da denúncia

A manifestação da PGR segue o trâmite protocolar. Após o recebimento da denúncia, o Supremo Tribunal Federal concede um prazo para que os acusados apresentem suas defesas, que posteriormente são encaminhadas para análise da Procuradoria-Geral da República.

Segundo a Procuradoria-Geral da República, a denúncia deve ser aceita, pois cumpre todos os requisitos necessários: “A denúncia descreve de forma pormenorizada os fatos delituosos e as suas circunstâncias, explanando de forma compreensível e individualizada a conduta criminosa em tese adotada por cada um dos denunciados”.


Jair Bolsonaro e Braga Netto, um dos acusados de tramar golpe de Estado (Foto: reprodução/Dida Sampaio/Estadão Conteúdo)

Defesa

Os advogados dos acusados negaram qualquer envolvimento de seus clientes no planejamento e nos atos preparatórios para um golpe de Estado. Além disso, levantaram questões processuais para tentar invalidar a denúncia da PGR.

Segundo a defesa, o Supremo Tribunal Federal não seria o foro adequado para julgar o caso, e o relator teria tomado decisões de forma independente, ultrapassando sua função como magistrado.

No entanto, em sua manifestação desta quinta-feira (13), a Procuradoria-Geral da República considerou essas alegações improcedentes e reafirmou a validade da delação premiada de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, destacando que o acordo foi firmado voluntariamente.

Além disso, a Procuradoria reforçou que toda a investigação ocorreu dentro dos trâmites legais, ressaltou que os elementos reunidos contra os denunciados foram obtidos mediante requisição da Polícia Federal e com manifestação da própria PGR, sem qualquer violação ao princípio acusatório.

Os advogados dos acusados também afirmaram que não tiveram acesso aos documentos do processo, o que, segundo eles, comprometeu o direito de defesa. Contudo, a Procuradoria-Geral da República não reconhece essa alegação e sustenta que não houve qualquer irregularidade nesse aspecto.

Julgamento

Após essa nova manifestação da PGR, o ministro Alexandre de Moraes deverá começar a elaborar seu voto sobre cada um dos denunciados.

Em seguida, o caso será levado para julgamento na Primeira Turma do STF, que decidirá se a acusação será arquivada ou se os denunciados se tornarão réus e passarão a responder pelos crimes.

Julgamento de Maradona: a busca por justiça após a morte de um ícone

Quase quatro anos após o falecimento de Diego Maradona, teve início, nesta terça-feira (11), na capital argentina, o julgamento dos profissionais de saúde que prestaram atendimento ao astro do futebol nos últimos dias de sua vida. A acusação é gravíssima: delito doloso contra a vida, em sua modalidade de homicídio simples, em razão do qual os médicos e enfermeiros acusados não pretendiam nada com isso, mas as suas condutas imprudentes e negligente foram o modo pelo qual levaram ao falecimento de Maradona.

A morte de Maradona ainda é uma dor viva para muitos. Para sua família e fãs, ele era muito mais que um jogador de futebol – era uma parte essencial de suas vidas. E, por isso, a busca por justiça é tão importante. O que está em jogo não é apenas a punição de quem errou, mas também a resposta para o vazio deixado pela partida de um ícone.

Quem são os acusados

Os sete profissionais acusados incluem Leopoldo Luque, o neurocirurgião e médico pessoal de Maradona, e outros médicos e enfermeiros que o assistiram no seu tratamento, em decorrência da operação para a retirada de um hematoma em sua cavidade craniana.

A acusação é a de que, ele precisando de cuidados médicos intensivos, Maradona ficou abandonado, no final, numa casa, sem o necessário para a sobrevivência.

Seguiram os médicos aceitando a sua permanência em casa para sua recuperação, mas isso não era o suficiente para um paciente com tanta condição de saúde a ser tratada – como as dificuldades cardíacas, hepáticas e neurológicas. Para a acusação, houve negligencia fatal.


Diego Maradona com a Taça Jules Rimet na Copa do Mundo de 1986 (Foto: reprodução/Paul Bereswill/Getty Images Embed)


A dor e a esperança da família

A dor da família é visível. Na abertura do julgamento, Veronica Ojeda, a ex-cônjuge de Maradona, foi fotografada chorando na porta do tribunal. As filhas de Maradona, Dalma e Jana, compareceram, demonstrando que, para elas, a dor pela perda de um pai ícone é irrecuperável. Elas não requerem apenas justiça, requerem esclarecimento, o que ocorreu em seu pai, e como isso é possível.


Veronica Ojeda, ex-parceira de Diego Maradona, chega ao tribunal em San Isidro, Argentina (Foto: reprodução/Marcos Brindicci/Getty Images Embed)


Nem o advogado de Diego Fernando, o filho de Maradona, camufla a revolta: “Há muitas evidências de como roubaram Maradona e de como deixaram que ele morresse. É o suficiente para irem todos presos. São assinaturas falsificadas, histórias clínicas adulteradas. O que eles dizem nos áudios e mensagens é para tentar fazer com que as filhas de Diego não o levassem, porque se o fizessem, perderiam o dinheiro”, diz.

Os documentos estão sendo exibidos, nos moldes que indicam que o encerramento da vida de Maradona poderia ter sido evitado se os profissionais tivessem se comportado de outra maneira – com mais zelo e mais humanidade.

Provas e mensagens de desespero

Entre as provas, uma das mais impactantes são as mensagens trocadas entre os acusados. Em áudios e mensagens, fica claro que os médicos estavam preocupados com as consequências legais e não com a saúde de Maradona. “Ele vai morrer”, “Podemos terminar presos” e “Manipulemos a história clínica” são algumas das frases que apareceram.

Essas mensagens mostram que, enquanto Maradona estava lutando pela vida, seus médicos estavam mais preocupados em se proteger de um possível processo. E mais: ao longo do processo, surgiram indícios de que a família de Maradona foi afastada, para que ele não fosse levado para um hospital, o que poderia revelar o quão precário estava seu tratamento.


Diego Maradona, técnico do Gimnasia y Esgrima, em 7 de março de 2020, em Buenos Aires, Argentina (Foto: reprodução/Jam Media/Getty Images Embed)


O legado de maradona e a busca por justiça

Maradona foi um homem de contrastes, um gênio do futebol e alguém marcado por seus próprios demônios pessoais. Mas para seus fãs, ele é lembrado com carinho e respeito. Para muitos argentinos, ele será sempre um herói, e a morte dele, tão trágica e cheia de mistérios, ainda é uma dor difícil de lidar.

Esse julgamento não é apenas sobre a culpa de médicos, mas sobre como ele foi tratado nos últimos dias de vida. Não se trata de condenar, mas de entender. Como um homem que trouxe tanta alegria para tantas pessoas pôde ser deixado para trás de uma forma tão cruel?

Para a família, as provas são claras: Maradona não merecia isso. Eles estão lutando não apenas pela memória dele, mas por justiça, para que outros não sofram o mesmo destino.

O futuro de maradona: uma homenagem merecida

Após o julgamento, o corpo de Maradona será transferido para o “Memorial M10”, um mausoléu em Buenos Aires, que será aberto ao público. Será um lugar para todos que o amavam, onde poderão ir e lembrar dele. E, mesmo com tudo o que aconteceu, Maradona ainda continuará vivo no coração de seus fãs.

O julgamento não é só uma busca pela punição de quem errou. Ele é, acima de tudo, uma tentativa de restaurar um pouco da dignidade perdida no fim da vida de um homem que, para muitos, nunca deveria ter partido.

Covid-19: cinco anos depois, o mundo ainda sente os efeitos da pandemia

Cinco anos se passaram, desde que o mundo parou. No fim de 2019, poucos imaginavam que um vírus desconhecido mudaria a rotina de bilhões de pessoas. Mas então, Wuhan, na China, registrou o primeiro caso de Covid-19, e dali em diante, tudo se transformou. Ruas esvaziaram, abraços foram substituídos por telas e o medo se tornou um companheiro diário.

Agora, olhando para trás, percebemos que não foi só o mundo que mudou. Nós mudamos. Nossa forma de ver a vida, de valorizar os encontros e até de lidar com a incerteza foi redesenhada pela pandemia. Mas, o que realmente ficou desse período tão intenso?

O dia em que tudo começou

Wuhan, uma cidade agitada, de repente ficou em silêncio. As ruas, que costumavam ser movimentadas, pareciam cenas de um filme pós-apocalíptico. A cidade foi a primeira do mundo a enfrentar um lockdown.

Mas o vírus não ficou por lá. Ele viajou, cruzou fronteiras, e em poucas semanas, o mundo inteiro sentia seus efeitos. Na Itália, Codogno registrou o primeiro caso europeu, e logo hospitais estavam lotados, médicos exaustos e famílias separadas pela doença.


Um profissional de saúde faz teste de Covid-19 (Foto: reprodução/Xavier Galiana/Getty Images Embed)


O mundo em pausa

Março de 2020 foi um mês que ninguém esquece. A Organização Mundial da Saúde declarou oficialmente a pandemia. As fronteiras se fecharam, os aeroportos esvaziaram e até as cidades mais vibrantes se calaram.

O trabalho passou a ser remoto, as crianças aprenderam a estudar pelo computador e os idosos ficaram isolados. Aniversários, casamentos e encontros foram adiados. Cada um, do seu jeito, teve que encontrar forças para lidar com a distância e a incerteza.

Enquanto isso, cientistas corriam contra o tempo para criar uma vacina que pudesse nos devolver um pouco de esperança.

A luz no fim do túnel

O desenvolvimento das vacinas foi um dos maiores feitos da ciência moderna. Em tempo recorde, laboratórios do mundo todo se uniram para criar imunizantes. No Brasil, a Coronavac, em parceria com o Instituto Butantan, foi a primeira a ser aplicada.

Dimas Covas, ex-diretor do Butantan, lembra como esse momento foi decisivo: “Um parceiro que tem uma vacina pronta, em uma tecnologia segura, na qual o Butantan tinha muita experiência. E se desenhou, então, uma parceria ideal. Nós poderíamos ajudar no desenvolvimento dessa vacina rapidamente e com isso contribuir para o enfrentamento da pandemia”

Com a vacinação, veio um alívio. Mas a normalidade demorou. Na China, algumas cidades passaram mais de três anos em isolamento. Em países como França e Itália, as restrições só foram totalmente suspensas, dois anos depois.


Bombeiros se preparam para realizar desinfecção no Aeroporto Internacional Tianhe de Wuhan (Foto: reprodução/Getty Images/Getty Images Embed)


O reencontro com a vida

Hoje, cinco anos depois, o mundo tenta recuperar o tempo perdido. Viagens, festas e encontros voltaram com força total. Em Roma, Paulina Letícia Diaz Perez percebe essa mudança: “o turismo normal aumentou bastante. Parece que todo mundo decidiu conhecer, viajar, fazer aquilo que tinha vontade de fazer.”

Em Milão, Carmine Gargano sente que a rotina está quase igual à de antes, mas reconhece que algo mudou para sempre: “Certamente, hoje, depois de cinco anos, estamos voltando a ser como em 2019. Então, estamos voltando ao ritmo de cinco anos atrás, antes da pandemia.”

O que aprendemos

A pandemia nos forçou a olhar para dentro. Nos fez sentir medo, solidão, saudade. Mas também nos ensinou sobre empatia, ciência e resiliência.

Especialistas alertam que novas pandemias podem acontecer, e Maria Van Kerkhove, infectologista da OMS, reforça: “A crise pode ter acabado, mas a Covid continua a ser uma ameaça. Esse trauma que passamos, essa experiência que todos nós passamos, precisa nos impulsionar a investir em estarmos prontos o tempo todo para algo assim”.


Pessoas usando máscaras para impedir a disseminação do coronavírus, na Galeria Vittorio Emanuele II em Milão (Foto: reprodução/Marcos del Mazo/Getty Images Embed)


O coronavírus virou nossas vidas do avesso, mas também nos mostrou o que realmente importa. Depois de cinco anos, seguimos tentando encontrar equilíbrio entre o passado e o futuro, entre a dor e a superação.

O que ficou foi a certeza de que cada momento, cada abraço e cada encontro tem um valor que antes talvez passasse despercebido.

Advogados de Bolsonaro pedem anulação da delação de Mauro Cid

A defesa de Jair Bolsonaro, acusado pela PGR (Procuradoria Geral da República) de participação em trama golpista após as eleições de 2022, requisitou ao STF (Supremo Tribunal Federal) que a delação premiada do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, fosse anulada. Os depoimentos do militar são a principal fonte de acusação de Bolsonaro pois, segundo Cid, o ex-presidente tinha ciência e participação nas conspirações contra o estado democrático de direito.

Assim, os advogados argumentaram que eles não puderam ter acesso aos elementos de prova e que houve um excesso de documentos disponibilizados de maneira desordenada.

A defesa também afirma que Bolsonaro é inocente e que não compactuou com o planejamento do golpe de estado ou qualquer tentativa de ruptura democrática. 


Ex-ajudante de ordens, agora delator de Bolsonaro, Mauro Cid (Reprodução/Mateus Bonomi/ Getty Images Embed)


Defesa aponta “ausência de voluntariedade” de Mauro Cid

Segundo os advogados de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid foi pressionado em sua delação e, assim, teria também dito inverdades nos fatos narrados.

Verificou-se, então, tratar-se de colaboração premiada viciada pela absoluta falta de voluntariedade e de uma colaboração marcada pelas mentiras, omissões e contradições
Celso Villardi

Para mais, o pedido aponta que uma tática chamada “document dump” foi aplicada para dificultar a defesa do ex-presidente. Esta técnica é definida como “um grande volume de documentos desorganizados e sem contexto ou destaque para as informações importantes, que dificultam a análise dos elementos”.

Pedido de transferência do julgamento

No momento, a Primeira Turma do STF, composta pelos ministros Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia, Cristiano Zanin, Flávio Dino e Luiz Fux, foi determinada como responsável pelo julgamento de Bolsonaro pelos crimes pelos quais ele foi indiciado.

No entanto, Celso Villardi, advogado do ex-presidente, pede que Bolsonaro seja julgado pelo plenário do Supremo, e não pela Primeira Turma. O advogado alega que, pelo fato de os crimes imputados a Bolsonaro terem sido supostamente cometidos enquanto ele ainda era presidente, o julgamento caberia ao plenário.

Villardi argumenta que, de acordo com a Constituição, o plenário é responsável por julgar infrações comuns cometidas pelo presidente da república. 

Bomba intacta da Segunda Guerra Mundial é encontrada em Paris e fecha a principal estação da Europa

Um artefato explosivo não detonado remanescente da Segunda Guerra Mundial foi encontrado, nesta sexta-feira (07), nos trilhos a 1,6 quilômetro da Gare du Nord, estação mais movimentada da Europa. A polícia francesa suspendeu as atividades na estação e trabalha para desativar a bomba.

Com o imprevisto, a polícia suspendeu as atividades no Eurostar, trem que liga a França e a Inglaterra através do Canal da Mancha. Além disso, todos os trens que chegam ou partem da estação Gare du Nord foram cancelados.

Sobre a bomba

A Gare du Nord está localizada na Rua de Dunkerque, número 18, no 10º distrito de Paris.


Passageiros se aglomerando para pegar um ônibus, ao passo que os trens da estação foram cancelados (Foto: reprodução/ Geoffroy Van Der Hasselt/Getty Images embed)


O dispositivo foi encontrado “no meio dos trilhos”, enquanto profissionais realizavam obras noturnas de manutenção. Encontrar bombas intactas da Segunda Guerra não é incomum em áreas como esta.

Isto acontece pois os bombardeiros ingleses e americanos atacavam com frequência as ferrovias de Paris com o intuito de impedir os avanços alemães.

Retirada do artefato

O tempo necessário para desativar a bomba ainda não foi determinado, isto dependerá do tamanho do dispositivo e do acesso a ele.

De acordo com o ministro dos Transportes da França, os moradores das proximidades não têm com o que se preocupar. No entanto, a estação deve permanecer paralisada durante “o dia todo”.

 Porém alguns serviços limitados deverão ser retomados na parte da tarde, segundo entrevista do ministro concedida à Sud Rádio.

A estação Gare Du Nord é uma estação francesa que atende a 214 milhões de passageiros por ano, de acordo com o Eurostar.

A empresa confirmou a suspensão dos trens que ligam a França à Inglaterra pelo resto do dia. Este cancelamento também influenciou a estação de St. Pancras, na Inglaterra, que também ficou lotada por conta da suspensão.

Nasa faz transmissão ao vivo de pouso do módulo Athena

Nesta quinta-feira (6), um novo marco cresce na corrida espacial. A Nasa transmite ao vivo o pouso do módulo Athena na Lua. Um feito tão esperado por cientistas, entusiastas do espaço e população em geral. As transmissões tiveram início às 13h30 (horário de Brasília) no canal oficial da agência no YouTube, tendo a descida final programada para as 14h32.

Uma viagem além da Terra

O módulo Athena integra a missão IM-2 Nova-C, realizada pela Nasa, que foi lançada na noite da última quarta-feira (26), a partir de um foguete Falcon 9 da SpaceX.

O lançamento ocorreu no Centro Espacial Kennedy, na Flórida, e trouxe consigo não somente equipamentos de alta tecnologia, mas também nova esperança para descobertas sobre a Lua e o futuro da exploração espacial.

O destino da missão é Mons Mouton, um planalto situado perto do Polo Sul lunar, um lugar de importância para os cientistas porque eles acreditam que tem estocagem de gelo de água, o que pode significar uma oportunidade para missões futuras. 

Se for encontrado gelo, pode ser produzido água potável, oxigênio para respirar e até combustível para foguetes, permitindo que viagens mais longas ao espaço se tornem uma possibilidade. 


Transmissão ao vivo do módulo Athena (Vídeo: reprodução/YouTube/NASA)

A importância da Intuitive Machines

Athena não é uma missão comum da Nasa. O módulo foi desenvolvido pela Intuitive Machines, uma empresa privada, que está situada em Houston e vem se constituindo como uma referência na exploração espacial. 

Até agora, é a única companhia privada que pousou com sucesso em Lua na história do espaço e foi um feito que era feito somente por grandes agências governamentais.

Nesse contexto, a Intuitive Machines destaca sua função na nova era da exploração espacial, onde as corporações privadas atuam em colaboração com as agências espaciais para tornar o deslocamento fora da Terra mais acessível e constante.

Esse modelo de parceria tende a também elaborar projetos em grande escala, entre devidos, o regresso dos astronautas à Lua e até mesmo alguma futura missão a Marte.

Entenda a crucialidade do pouso

Chegada do Athena à Lua, muito mais é do que um simples pouso e sim mais um passo da humanidade no caminho em busca de recursos e tecnologias necessários para a exploração espacial sustentável.

A missão pode trazer dados úteis para o programa Ártemis, que espera levar humanos de volta à Lua nos próximos anos.

Cada nova missão, estamos mais perto de que bases lunares e viagens interplanetárias deixem de ser somente ficção científica para tornarem-se reais.