Vorcaro deixa prisão após decisão da Justiça Federal

O TRF-1 (Tribunal Regional Federal da 1ª Região) determinou, nesta sexta-feira (28), derrubar o pedido de prisão de Daniel Vorcaro, dono do Banco Master preso em operação anti-fraude. A desembargadora Solange Salgado determinou que Daniel saia do presídio e responda em liberdade com uso de tornozeleira eletrônica.

Vorcaro foi detido pela Polícia Federal no dia 17, no Aeroporto Internacional de Guarulhos, quando se preparava para viajar a Dubai. A defesa alega que a viagem havia sido comunicada ao Banco Central horas antes da detenção.

As medidas impostas pelo TRF-1

Além da monitoração via tornozeleira eletrônica, a decisão da Justiça Federal também estabelece que Vorcaro se apresente à Justiça de tempos em tempos, além de estar proibido de manter contato com outros investigados pela operação e deixar o município onde reside. O executivo também teve seu passaporte pego e foi impedido de exercer qualquer atividade de natureza investigativa durante o período da investigação.

Solange Salgado também estendeu que as medidas cautelares fossem aplicadas aos demais presos na Operação Compliance Zero, sendo eles:  Augusto Ferreira Lima, ex-CEO e sócio do banco Master; Luiz Antônio Bull, diretor de Riscos, Compliance, RH, Operações e Tecnologia; Alberto Felix de Oliveira Neto, superintendente executivo de Tesouraria; e Ângelo Antônio Ribeiro da Silva, sócio.

Além do tumulto nas redes sociais, outra comunidade em polvorosa foi a torcida do Atlético MG, do qual Vorcaro é sócio. Em época de competições esportivas, os torcedores se preocuparam com o escândalo financeiro que pudesse envolver o nome do time. Na época da prisão de Vorcaro, o time já havia se pronunciado sobre o assunto.


Pronunciamento do Atlético MG (Foto: reprodução/X/@Atletico)


Um dia depois da prisão do banqueiro, a PF desencadeou a operação anti-fraude que investiga a emissão de títulos de crédito falso por instituições financeiras do Sistema Financeiro Nacional, como o Banco Master. Os suspeitos estão sendo investigados por crimes como gestão fraudulenta, gestão temerária e organização criminosa. Ao todo, são cumpridos cinco mandados de prisão preventiva, dois de prisão temporária e 25 de busca e apreensão nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Minas Gerais e Distrito Federal.

Argumentos da defesa e fundamentação da decisão

Na última terça-feira (25), a defesa de Vorcaro apresentou novos documentos afirmando que o Banco Central tinha conhecimento prévio da viagem e da negociação de venda do banco Master ao Grupo Fictor, em Dubai, no dia em que foi preso. Os advogados também dizem que Vorcaro participou de reunião virtual com diretores e servidores da autarquia no dia 17 de novembro.

Solange Salgado afirma que, diante dos “fatos novos” apresentados, não há mais requisitos que justifiquem a manutenção da prisão preventiva. Mesmo assim, ressalta a gravidade dos fatos investigados e o montante financeiro envolvido, o que, segundo ela, exige a adoção de medidas cautelares.

Salgado também destaca que os delitos investigados não envolvem violência ou grave ameaça, e que medidas como retenção de passaporte e monitoração eletrônica são suficientes para mitigar eventuais riscos, como tentativa de fuga. A decisão prevê ainda que qualquer descumprimento das condições impostas resultará no restabelecimento imediato da prisão preventiva.

Justiça decreta falência da Oi e preocupa milhões de clientes

A falência do Grupo Oi, foi decretada na última segunda-feira (10), pela Justiçã do Rio de Janeiro. A empresa é uma das maiores do grupo de telecomunicações do Brasil. A decisão tomada é resultado de anos tentando recuperação judicial. A medida deve afetar diretamente acionistas, credores e também consumidores, pois a empresa ainda atende milhões de brasileiros, tanto com os serviços de internet, como também de telefonia.

A falência marca o fim de uma era para a antiga “campeã nacional” do setor, que já chegou a operar em países da Europa e da África. Agora, o controle das atividades da Oi fica sob responsabilidade de um administrador judicial, que deve garantir o funcionamento provisório dos serviços e avaliar como será feita a liquidação da companhia.

Como os clientes da empresa ficam nessa situação

Mesmo com o decreto de falência, é importante ressaltar que os clientes não precisam se preocupar com os cortes imediatos dos serviços prestados pelo Grupo. A justiça determinou que a empresa deve continuar operando, até que um novo plano de gestão seja definido. Ou seja, para os consumidores, a internet, telefone fixo e móvel devem continuar funcionando.


Grupo OI tem falência decretada (Imagem: reprodução/NurPhoto/Getty Images Embed)


Os consumidores que têm contratos ativos seguem com os mesmos direitos de antes. Reclamações e problemas técnicos continuam podendo ser resolvidos pelos canais oficiais da empresa e também pelos órgãos de defesa do consumidor. O objetivo é evitar que a falência prejudique ainda mais quem depende dos serviços da operadora no dia a dia.

No entanto, os consumidores ainda assim devem ficar atentos. Pois a médio prazo, a empresa Oi será vendida em partes ou transferir os seus contratos para outras operadoras, como já aconteceu em anos anteriores. Mas, nestas situações, vale ressaltar que o cliente precisa ser avisado oficialmente e tem o direito de decidir se quer continuar com o serviço ou não.

Razões da falência

A Oi acumulava dívidas bilionárias desde 2016, quando entrou pela primeira vez em recuperação judicial. O valor da dívida ultrapassava de R$ 60 bilhões na época. Mesmo após a reestruturação de uma parte da empresa e vender operações para a Claro, TIM, Vivo as suas principais concorrentes, a Oi não conseguiu se manter financeiramente de uma forma estável.

Em 2023, a empresa pediu uma nova recuperação judicial, mas o plano não teve sucesso. O endividamento aumentou e a falta de caixa inviabilizou a continuidade das operações. A falência, segundo especialistas, era esperada e agora abre caminho para que o patrimônio da empresa seja usado para pagar credores e, possivelmente, preservar empregos e serviços essenciais.

Moraes cobra explicações de Castro sobre operação no Rio de Janeiro

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), se reuniu nesta segunda-feira (3) com o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, e representantes das forças de segurança do estado. O encontro ocorreu no Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), na capital fluminense, e teve como foco discutir os desdobramentos da megaoperação policial realizada nos complexos da Penha e do Alemão, que resultou em mais de 100 mortes. O tema dominou a pauta nacional nas últimas semanas e provocou forte reação de autoridades e da sociedade civil.

Moraes exige transparência e relatório completo

Durante a reunião, Moraes cobrou de Castro e das forças de segurança um relatório detalhado sobre toda a operação. Ele pediu informações sobre o número de agentes mobilizados, armamentos usados, mortes e feridos, além das medidas adotadas para preservar provas e garantir a responsabilização de eventuais abusos. O ministro também reforçou a necessidade de cumprimento das determinações da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 635, conhecida como “ADPF das Favelas”, que estabelece critérios mais rigorosos para ações policiais em comunidades do Rio.

O ministro destacou que operações desse porte precisam ser acompanhadas de justificativas técnicas, registros em vídeo e relatórios públicos. Moraes reiterou que o STF não pretende impedir a atuação das forças de segurança, mas exige que as ações respeitem os direitos humanos e as regras estabelecidas pela Corte. Para o governo estadual, a operação teve como objetivo combater a expansão do crime organizado e conter a violência nas comunidades da zona norte. No entanto, o alto número de mortes e a falta de informações detalhadas geraram críticas dentro e fora do estado.


Após operação policial no Rio, Cláudio Castro terá que dar explicações (Foto: reprodução/Instagram/@claudiocastrorj)


Reunião marca ponto de virada na segurança do estado

O encontro entre o ministro e o governador é visto como um marco na relação entre o Judiciário e o Executivo estadual em matéria de segurança pública. A presença de Moraes no Rio demonstra que o Supremo acompanhará de perto as próximas ações e exigirá prestação de contas. A pressão sobre o governo fluminense é grande e vem acompanhada de pedidos de transparência, revisão de protocolos e assistência às famílias das vítimas.

A megaoperação reacende o debate sobre o equilíbrio entre o combate ao crime e o respeito aos direitos fundamentais. Para os moradores das comunidades afetadas, o episódio representa mais uma ferida aberta em um cenário de violência e desconfiança. Já para o governo, o desafio será provar que é possível combater o crime sem recorrer a ações de alta letalidade.

 

Megaoperação no Rio apreende 91 fuzis de exércitos da América do Sul ligados ao crime organizado

Uma grande operação policial realizada nos complexos da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro, resultou na apreensão de 91 fuzis, incluindo armas que teriam pertencido a exércitos da Venezuela, Argentina, Peru e Brasil. O delegado Vinicius Domingos, da Coordenadoria de Fiscalização de Armas e Explosivos, destacou que a presença de armamentos de forças armadas estrangeiras chama atenção, ainda que não seja algo totalmente novo.

Armas possuíam “ligações” entre facções

Segundo os investigadores, os fuzis apresentam inscrições, símbolos e apelidos que indicam conexões entre o Comando Vermelho (CV) e facções de outros estados. Um dos exemplos é uma arma com a inscrição “baiano”, que seria de traficantes da Bahia, e outra com o termo “Tropa do Lampião”, sugerindo envolvimento de criminosos do Nordeste. Há ainda armas com marcas que remetem a crimes específicos, como o artigo 157, relacionado a roubo.

As armas estão sendo periciadas, e a polícia busca rastrear rotas de entrada e fornecedores. Parte do material pode ser incorporada ao arsenal das forças de segurança. De acordo com os investigadores, os traficantes têm adotado uma estratégia de “pulverizar” o transporte das armas — trazendo apenas partes pelo Paraguai e completando o armamento no Brasil com peças compradas pela internet.


Polícia Militar e batalhões especiais do Rio de Janeiro realizam operações para busca e apreensão (Foto: reprodução/X/@PopularNewsBR)


Arsenal tem origem na Europa

A maioria dos fuzis é dos calibres 5.56 e 7.62, com fabricação europeia. O delegado Domingos alertou sobre o poder destrutivo desse arsenal, citando o fuzil G3, capaz de disparar até 10 tiros por segundo. Ele comparou a situação à de países como México e Colômbia, onde grupos narcoterroristas usam armas pesadas para dominar territórios.

Entre janeiro e setembro deste ano, o Rio de Janeiro já retirou 593 fuzis das mãos de criminosos — 40% das apreensões nacionais. A Polícia Federal também descobriu fábricas ilegais que produziam até 3.500 fuzis por ano para abastecer facções em comunidades como o Complexo do Alemão e a Rocinha.

ONU pede investigação rápida em megaoperação no Rio de Janeiro

A operação policial lançada nos Complexos do Alemão e da Penha, na Zona Norte do Rio de Janeiro, resultou em pelo menos 64 mortos até o momento, incluindo suspeitos, policiais civis e militares. O número já é considerado recorde em confrontos recentes na cidade. A ONU divulgou nota afirmando estar horrorizada com a escala da ação e reforçando que operações desse tipo devem ser acompanhadas de apuração imediata para garantir a proteção dos direitos humanos.

Além disso, a organização internacional destacou que é fundamental avaliar os impactos sobre a população civil, considerando que moradores relataram bloqueios de ruas, interrupção de serviços básicos e medo generalizado. A entidade cobrou que se realizem investigações rápidas e eficazes, lembrando que o Brasil possui compromissos internacionais em matéria de direitos humanos.

A operação e seus desdobramentos

Segundo informações iniciais, a ação contou com milhares de agentes, uso de blindados, drones e barricadas estratégicas. O governador Cláudio Castro afirmou que a operação visa conter a expansão da facção Comando Vermelho (CV) e que se trata da maior ação desse tipo nos últimos 15 anos.


Polícia Civil lamenta falecimento de policiais que participaram da megaoperação (Reprodução/X/@PCERJ)

No entanto, críticos apontam que o uso de força intensa em áreas densamente povoadas aumenta os riscos para civis e questionam se houve planejamento adequado para minimizar danos. Especialistas em segurança pública e direitos humanos chamaram atenção para a necessidade de protocolos claros, sobretudo em operações que envolvem tantas vidas.

Repercussão local e internacional

Nas comunidades, o clima foi de medo e tensão. Moradores relataram tiros, fumaça e interrupções em escolas e transporte. A situação se espalhou rapidamente nas redes sociais, gerando debates sobre o impacto das operações policiais em áreas vulneráveis.

Internacionalmente, a nota da ONU gerou atenção imediata, com órgãos de mídia repercutindo a preocupação global. A pressão sobre o governo fluminense aumentou: agora, além de justificar a operação, as autoridades precisam demonstrar transparência e responsabilidade em relação às vítimas e às consequências da ação. O episódio levanta um alerta sobre como equilibrar combate ao crime e proteção da população em áreas sensíveis.

Fundador da Ultrafarma é preso em operação contra corrupção fiscal em SP

O empresário Aparecido Sidney de Oliveira, fundador da rede de farmácias Ultrafarma, foi detido aos 71 anos nesta terça-feira (12) durante ação do Ministério Público de São Paulo. Ele é alvo de investigações por possível envolvimento em um esquema de corrupção que teria a participação de auditores fiscais da Secretaria da Fazenda estadual. A prisão temporária ocorreu em sua chácara, localizada em Santa Isabel, na região metropolitana de São Paulo.

Trajetória pessoal

Natural de Nova Olímpia, no Paraná, Oliveira cresceu em uma família numerosa, com dez irmãos, enfrentando dificuldades financeiras. Aos 9 anos, começou a trabalhar em uma farmácia para ajudar em casa. Foi alfabetizado por meio do Movimento Brasileiro de Alfabetização para Jovens e Adultos, criado por Paulo Freire, e não cursou ensino superior. Sua trajetória empresarial se destacou pela aposta pioneira na venda de medicamentos genéricos.

Fundada em 2000, a Ultrafarma se consolidou como uma das maiores redes de farmácias do país, com e-commerce ativo 24 horas por dia e grande presença publicitária. Segundo dados da empresa, são mais de 1 milhão de clientes ativos e um catálogo com mais de 15 mil produtos. Em 2007, recebeu o prêmio “Top of Mind Internet”, sendo reconhecida como a primeira marca de farmácia online no Brasil.


Dono da Ultrafarma é preso em operação do MP-SP (Vídeo: reprodução/Youtube/@cnnbrasil)


Detalhes da operação

A operação do MP-SP busca desmantelar um esquema de fraudes tributárias que teria movimentado cerca de R$ 1 bilhão em propinas desde 2021. Entre os detidos está um auditor fiscal estadual de alto escalão, acusado de manipular processos administrativos para favorecer empresas do setor varejista. Entre os detidos está também o diretor estatutário do grupo Fast Shop, Mario Otávio Gomes. Agentes cumpriram mandados de busca e apreensão em residências e sedes de empresas.

De acordo com as investigações, o auditor fiscal recebia pagamentos mensais de propina por meio de uma empresa registrada no nome de sua mãe. Em troca, facilitava a quitação de créditos tributários para empresas beneficiadas. A apuração, conduzida pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão aos Delitos Econômicos (Gedec), se estendeu por meses, envolvendo quebras de sigilo, análise documental e interceptações autorizadas judicialmente.

Procurada pela imprensa, a Ultrafarma não se pronunciou. Em comunicado, a Secretaria da Fazenda e Planejamento afirmou que “permanece à disposição das autoridades e contribuirá com o andamento da investigação do Ministério Público por meio de sua Corregedoria da Fiscalização Tributária (Corfisp)”. Os acusados podem ser enquadrados nos crimes de corrupção ativa e passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro. As diligências seguem em andamento.

Detran e PM desmontam esquema de desmanches ilegais em São Paulo

O Detran e a Polícia Militar de São Paulo deflagraram, nesta quarta-feira (12), a “Operação Impacto” para combater desmanches ilegais de veículos. A ação faz parte de um esforço conjunto para coibir crimes e desarticular redes clandestinas de desmontagem e venda de peças. Aproximadamente 56 agentes participaram da operação em diferentes regiões da capital paulista. Os policiais fiscalizaram 16 estabelecimentos suspeitos, autuaram 4 locais, lacraram 2 e fecharam outros 9.

Além disso, os fiscais firmaram multa de até R$ 5 mil por dia, caso os responsáveis reabram locais interditados. A operação identificou ainda irregularidades como a falta de alvará de funcionamento e a ausência de selo de rastreabilidade nas peças. O Detran esclareceu que a operação pretende verificar a regularidade dos estabelecimentos, sem investigar a origem dos itens comercializados.

Polícia Militar deflagra operação após denúncias anônimas

A Polícia Militar de São Paulo agradeceu a participação da população, que, com denúncias anônimas, ajudou os militares a descobrirem um desmanche clandestino na Avenida Luiz Ignácio de Anhaia Mello, uma das vias mais movimentadas da zona leste da capital.

Dessa forma, o flagrante ocorreu depois que as denúncias alertaram sobre um veículo suspeito que entrava e saía de um imóvel com fachada de loja de autopeças. Assim, equipes da PM foram acionadas e, no local, encontraram diversos veículos sendo desmontados. Os envolvidos não explicaram a procedência dos automóveis e, por isso, os policiais os prenderam em flagrante.


Polícia Militar de São Paulo divulga balanço da “Operação Impacto” (Foto: reprodução/X/@PMESP)

Desmanches ilegais recebem veículos roubados

De acordo com dados da “Operação Impacto”, realizada pela Polícia Militar e Detran de São Paulo, os desmanches clandestinos operam como pontos de receptação de veículos roubados. Durante a ação, foram apreendidas centenas de peças automotivas com registro de roubo ou furto, além de equipamentos usados para dificultar a localização dos veículos. Além disso, um levantamento mostrou que 70% dos roubos e furtos de veículos no estado ocorrem na Região Metropolitana de São Paulo, onde há maior concentração desses desmanches ilegais.


Tiroteio no Rio fecha Av. Brasil e Linha Vermelha em decorrência de operação

Devido a uma megaoperação no Complexo de Israel, zona norte do Rio, na manhã desta terça-feira (10), a cidade entrou no “Estágio 2” de mobilização, às 6h50. Gerando uma interdição total na Avenida Brasil e nos dois sentidos da Linha Vermelha.

Funcionamento do trânsito

A Avenida Brasil foi liberada nos dois sentidos por volta das 07h30, já a Linha Vermelha segue interditada no trecho onde o impacto causado pela operação foi direto, na ligação entre a Zona Norte e o Centro da cidade. Polícia Militar e Civil atuam conjuntamente na região tentando solucionar. A via segue congestionada.

A circulação do transporte público na cidade foi afetada em decorrência do tiroteio, trens e BRTs foram afetados. Até o momento nove pessoas foram presas, três fuzis apreendidos, granadas e um coquetel molotov. Nas redes sociais circulam diversas imagens de motoristas e passageiros abaixados buscando proteção em meio aos tiros.

A megaoperação é coordenada pela Polícia civil e conta com diversas delegacias especializadas ajudando no caso, que é resultado de uma investigação de sete meses, com enfoque na organização criminosa do Terceiro Comando Puro (TCP), o grupo que tem Álvaro Malaquias Santa Rosa, o “Peixão” como líder, é considerado um dos principais nomes do tráfico na região da cidade.


Post de Cadu Guarieiro (Vídeo: reprodução/X/@caduguarieiro)


Passageiro e motorista feridos

De acordo com a Rio Ônibus, por volta de 50 linhas de ônibus tiveram seus trajetos comprometidos. A entidade ainda ressaltou a necessidade das autoridades de segurança pública para intervir e fazer garantir o direito de ir e vir da população carioca.

Em nota, a Semove lamenta que, mais uma vez, motorista e passageiros tenham vivenciado momentos de violência dentro do transporte público no Rio. Dois ônibus da empresa Evanil foram alvejados na Avenida durante a manhã. Um passageiro e um motorista foram feridos e encaminhados ao hospital, ainda não há maiores informações sobre o estado de saúde das vítimas.

A Semove ressalta que colabora com as autoridades de segurança em ações de prevenção e repressão e pede a ajuda de todos na identificação dos criminosos, solicitando que informações sejam encaminhadas ao Disque Denúncia.


Tiroteio afeta funcionamento de transportes na cidade do Rio (Foto: reprodução/X/@caduguarieiro/@plantaobaixadaa)


SuperVia suspendeu a circulação de alguns ramais

A SuperVia informou que os trens do ramal Saracuruna operam de forma parcial. O trecho entre Central do Brasil e Penha e entre Duque de Caxias e Gramacho está funcionando com intervalos médios de 30 minutos.

Já o trecho compreendido entre Gramacho e Saracuruna, a circulação está suspensa momentaneamente. A concessionária afirma que devido a tiroteio nas proximidades da estação Parada de Lucas a medida visa preservar a segurança e integridade de passageiros e funcionários no local.

Além disso, a rede aérea foi atingida, necessitando de reparos para que o funcionamento dos trens possam ser mantidos, contudo, mesmo com os técnicos da concessionária acionados para realização do reparo, precisam aguardar em razão do tiroteio que segue acontecendo na região.

Polícia Civil do RJ: copiloto é baleado na cabeça durante operação

A Polícia Civil do Rio de Janeiro realizou, na manhã desta quinta-feira (20), uma operação na comunidade da Vila Aliança, Zona Oeste da cidade, visando prender um grupo especializado em roubos de vans na região.    

Na ocasião, o copiloto, Felipe Marques Monteiro, foi baleado na cabeça enquanto sobrevoava a comunidade, dando suporte aos policiais que avançavam por terra. Em vídeos publicados nas redes sociais, é possível ver o momento em que o helicóptero da Polícia Civil é alvejado por tiros e, em seguida, faz pouso de emergência.   

O policial de 45 anos foi encaminhado para o hospital Miguel Couto — na zona sul do Rio — e passa por cirurgia. De acordo com informações do hospital, seu estado de saúde é gravíssimo.  


Helicóptero da Polícia Civil é atingido por tiros (Vídeo: reprodução/X/@PCERJ)

Alvos da operação

A ação da Polícia Civil visa prender uma quadrilha especializada em roubo e desmanche de vans na zona oeste da capital. Segundo as investigações, o bando é focado em vans de turismo e altamente organizado, formado por receptadores, ladrões e desmanchadores. O principal alvo da operação é Yan Marley Lopes Ferraz, de 24 anos, interceptado em ligações telefônicas negociando veículos roubados, indicando vítimas e coordenando ataques na capital e no interior do estado.    

Ainda conforme as investigações, o bando foi responsável por um prejuízo de R$ 5 milhões ao setor de transporte turístico só em 2024.   

Polícia Civil critica ADPF 635

Contudo, no início da tarde, a Polícia Civil criticou a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental, popularmente chamada de ADPF das favelas. Em nota, a instituição disse que o ataque às aeronaves policiais demonstra o empoderamento das organizações criminosas que se consolidaram com a limitação de operações policiais impostas pela medida. Isto é, que antes da ADPF 635, as aeronaves policiais causavam medo nos criminosos e que hoje são alvos de bandidos com alto poder de fogo.      

A nota finaliza dizendo que, desde o início da medida, houve um aumento de 300% nos ataques às aeronaves das polícias.  


Nota da Polícia Civil criticando a ADPF 635 (Foto: reprodução/X/@PCERJ)

Balanço da operação

Seis pessoas foram presas e estão à disposição da Justiça. Além disso, houve tiroteio e barricadas incendiadas. Ao mesmo tempo, devido à insegurança, 35 escolas foram fechadas, o serviço de trens na região ficou suspenso e quatro Clínicas da Família interromperam atendimento.     

Nove ônibus são sequestrados por criminosos e usados como barricada no Rio de Janeiro

Nesta quarta-feira (16), nove ônibus foram sequestrados em Jacarepaguá, na zona oeste do Rio e utilizados como barricadas na Estrada do Itanhangá, via que dá acesso às comunidades da Muzema, Tijuquinha e Rio das Pedras. Passageiros e motoristas desceram do transporte, para poderem atravessar os ônibus na via.

Motivo do sequestro

Segundo as informações da Polícia Militar do Estado do Rio, no momento do sequestro havia uma operação do Bope (Batalhão de Operações Especiais) na comunidade da Tijuquinha, cujo objetivo era evitar disputas territoriais entre grupos rivais.

Esse é um tipo de estratégia que os criminosos utilizam para desviar a atenção da Polícia Militar – disse a tenente-coronel Cláudia Moraes, porta-voz da Polícia Militar.

Os dois sentidos da via foram obstruídos, gerando atraso e afetando cerca de 200 linhas de ônibus. O policiamento em torno das comunidades recebeu reforço do 31º BPM, do Recreio dos Bandeirantes, e do Batalhão de Rondas Especiais e Controle de Multidão (RECOM) para normalizar a situação.

Histórico de sequestros de ônibus no Rio

Conforme a Rio Ônibus, sindicato das empresas de ônibus no Rio de Janeiro, em um ano, 130 veículos foram sequestrados na cidade em situações como essa. Somente neste ano, 95 ônibus foram sequestrados e usados como barricadas, e 8 foram incendiados.


Ônibus sequestrado em março deste ano no Rio (Foto: reprodução/Domingos Peixoto)

“A recorrência dos casos reiteram a necessidade de ações efetivas por parte das autoridades de segurança pública do Rio de Janeiro. É preciso, com urgência, garantir o direito de ir e vir do cidadão”, afirmou em nota a Rio Ônibus.

Em março deste ano, 17 passageiros foram mantidos como reféns por três horas e duas pessoas foram baleadas em um sequestro na rodoviária Novo Rio. O sequestrador Paulo Sérgio de Lima, que fugia para Minas para não ser perseguido por traficantes, foi preso após se entregar.