Donald Trump faz elogios a Lula após reunião

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta segunda-feira (27) que o encontro com Lula transcorreu de forma bastante positiva, destacando o bom clima da conversa, embora não tenha confirmado a assinatura de um acordo imediato. Por outro lado, Lula demonstrou otimismo, dizendo acreditar que um tratado comercial entre Brasil e Estados Unidos deve ser concluído nas próximas semanas.

Durante suas declarações, Trump fez elogios ao chefe de Estado brasileiro, descrevendo-o como um líder enérgico e admirável, além de cumprimentá-lo pelo aniversário de 80 anos, celebrado no mesmo dia.

Encontro na Malásia

Os dois chefes de Estado mantiveram uma conversa de cerca de uma hora em Kuala Lumpur, capital da Malásia, naquele que foi o primeiro encontro presencial oficialmente agendado entre ambos. Durante a reunião, Donald Trump demonstrou surpresa com a idade de Lula, descrevendo-o como um homem cheio de energia e disposição. Em tom descontraído, Lula fez uma brincadeira mencionando a proximidade de seu aniversário, comentando que o americano poderia até “provar um pedaço de bolo”.


Encontro entre os presidentes (Vídeo: Reprodução/YouTube/Metrópoles)

Segundo o republicano, ainda é cedo para saber o que será definido, mas há interesse mútuo em avançar nas tratativas. Ele também indicou que está aberto a discutir novos entendimentos sobre as tarifas aplicadas ao Brasil, destacando que considera justa a política atual, mas que vê com bons olhos uma negociação futura.

A declaração ocorreu após a reunião bilateral que marcou o pontapé inicial das negociações entre Brasil e Estados Unidos, com o objetivo de encontrar uma solução para as tarifas de 50% impostas por Washington a produtos brasileiros.

Negociação pode render frutos

As tratativas comerciais entre Brasil e Estados Unidos começaram oficialmente nesta segunda-feira, um dia após o encontro entre os presidentes Lula e Donald Trump. Uma delegação brasileira de alto escalão, composta pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e pelo ministro da Economia, Fernando Haddad, deverá viajar a Washington na próxima semana para dar continuidade às negociações.

Após a reunião, Lula manifestou confiança nos desdobramentos das conversas, afirmando que acredita na possibilidade de um entendimento satisfatório entre os dois países. O presidente brasileiro também mencionou que pretende manter contato direto com Trump sempre que considerar necessário durante o processo de diálogo.

Durante o encontro, os líderes também abordaram outros temas sensíveis da política internacional, entre eles a situação de Jair Bolsonaro, as relações com a China e a crise diplomática entre os Estados Unidos e a Venezuela.

Partido de Javier Milei vence eleições legislativas de 2025 na Argentina

O partido do presidente argentino Javier Milei, La Libertad Avanza, saiu vitorioso nas eleições legislativas de meio de mandato realizadas neste domingo (26). Com 40,8% dos votos válidos para a Câmara dos Deputados, a legenda ampliou de forma significativa sua presença no Congresso. A principal força de oposição, a coalizão Fuerza Patria, ligada ao peronismo, ficou em segundo lugar, com 24,5% dos votos.

Com mais de 90% das urnas apuradas, a projeção indica que o partido de Milei conquistará 64 das 257 cadeiras da Câmara, enquanto os peronistas devem ocupar 31. O resultado representa uma vitória expressiva para o governo, que busca consolidar maioria parlamentar e garantir apoio às reformas econômicas e políticas de austeridade defendidas pelo presidente.

Até o momento, La Libertad Avanza contava com apenas 37 deputados e 6 senadores, o que limitava sua capacidade de aprovar projetos ou manter vetos presidenciais. Com a nova composição, Milei se aproxima dos 86 votos necessários para evitar que a oposição reverta suas decisões no Congresso.

Crises e polêmicas de Javier Milei marcaram o pré-eleitoral

A votação ocorreu em meio a um ambiente político conturbado. Dias antes da eleição, Karina Milei, irmã e principal assessora do presidente, foi citada em um escândalo de corrupção envolvendo repasses irregulares a empresários aliados. Além disso, declarações do presidente dos Estados Unidos Donald Trump, que insinuou que o apoio financeiro americano à Argentina estaria condicionado à vitória de Milei, provocaram reações negativas entre opositores.


Ilustração mostra como ficará a composição do congresso e do senado da Argentina (Foto: reprodução/X/@DisporaEspa)

Mesmo com as polêmicas, o discurso liberal e antissistema do presidente manteve popularidade entre eleitores insatisfeitos com o legado econômico dos governos anteriores.

Participação eleitoral é a mais baixa desde a redemocratização

Apesar da vitória expressiva do governo, o pleito registrou baixa adesão popular. Apenas 68% dos argentinos compareceram às urnas, o menor índice de participação em uma eleição legislativa desde o retorno da democracia em 1983.

Analistas políticos afirmam que o resultado reforça o apoio a Milei nas grandes cidades, mas também expõe o cansaço do eleitorado diante da crise econômica prolongada e das disputas políticas intensas no país. Para o presidente, o desafio agora será converter o capital eleitoral em governabilidade e avançar nas reformas que prometeu implementar desde o início de seu mandato.

Lula amplia influência no STM ao indicar novos ministros que poderão julgar Bolsonaro

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se prepara para fazer novas indicações para o cargo de ministro do Superior Tribunal Militar (STM). Com a aposentadoria do general Marco Antônio de Farias, que completou 75 anos na última terça-feira (21), uma vaga foi aberta na Corte. A expectativa é de que o general Anísio David de Oliveira Junior, atual comandante do Departamento de Engenharia e Construção do Exército, seja o escolhido para o posto.

Outra substituição está prevista para novembro, quando o general Odilson Sampaio Benzi também deixará o tribunal por atingir a idade máxima permitida. Nesse caso, o nome mais cotado é o do general Flávio Marcus Lancia Barbosa, vice-chefe do Estado-Maior do Exército.

Lula amplia influência no STM

Com essas duas novas indicações, Lula passará a ter quatro ministros nomeados por ele no STM. Em 2023, o presidente já havia escolhido o general Guido Amin Naves e a advogada Verônica Sterman para integrar o tribunal. Todos os indicados precisam ser aprovados pelo Senado Federal, após sabatina, antes de assumirem oficialmente os cargos.

O STM é composto por 15 ministros. Desses, quatro são do Exército, três da Marinha e três da Aeronáutica, todos oficiais da ativa e do mais alto posto de suas carreiras. A composição se completa com cinco ministros civis: três advogados com experiência reconhecida e dois representantes do Ministério Público Militar.

A função do tribunal é julgar crimes e processos administrativos envolvendo membros das Forças Armadas.

Julgamento de militares condenados pelo STF

As indicações de Lula ganham destaque porque o STM deve receber, em breve, processos de militares que foram condenados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por envolvimento nos atos de 8 de janeiro de 2023, em Brasília.


Ministro Luiz Fux solicita revisão de seu voto antes da publicação do acórdão que condenou Jair Bolsonaro no STF (Vídeo: reprodução/YouTube/Metrópoles)

Os casos serão encaminhados à Justiça Militar depois que as decisões do STF se tornarem definitivas. A Corte analisará se os condenados podem continuar com suas patentes ou se serão punidos por “indignidade ou incompatibilidade com o oficialato”.

Entre os nomes que poderão ser julgados estão o do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que é capitão reformado do Exército, e de outros oficiais generais, como Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, Augusto Heleno, Walter Braga Netto e Almir Garnier.

Esses processos só devem chegar ao STM após o encerramento das etapas no Supremo, incluindo a análise de eventuais recursos. Quando isso acontecer, quatro dos ministros responsáveis por decidir sobre o futuro de Bolsonaro e de outros militares terão sido escolhidos pelo presidente Lula.

Coreia do Norte lança míssil balístico dias antes de cúpula que reunirá líderes

A Coreia do Norte disparou, na última terça-feira (21), quarta-feira no horário local, pelo menos um míssil balístico em direção ao Mar do Leste, de acordo com informações divulgadas pelo Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul. O lançamento é o primeiro desde maio e gerou um novo episódio de tensão na região, poucos dias antes da realização da Cúpula de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec), que ocorrerá na Coreia do Sul no fim do mês.

De acordo com a agência sul-coreana Yonhap, o míssil “não identificado” foi lançado de uma área próxima à capital norte-coreana, Pyongyang, e seguiu em direção ao mar. As autoridades de Seul seguem analisando os detalhes da altitude e da trajetória do projétil e reiteraram que estão em estado de alerta máximo diante de possíveis novos testes.

A tensão diplomática

O teste aconteceu em um momento de tensão para a região. É o primeiro disparo desde que o sul-coreano Lee Jae Myung assumiu a presidência do país, em junho, e antecede o início da Apec, que será realizada nos dias 31 de outubro e 1º de novembro, na cidade de Gyeongju. O evento reunirá líderes de 21 economias da região, incluindo Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, e Xi Jinping, presidente da China.

O presidente Trump compartilhou recentemente que tem intenção de se encontrar com o líder norte-coreano Kim Jong-un durante sua passagem pela Ásia, mas ainda não foi divulgada a confirmação oficial do encontro. Pyongyang, por sua vez, declarou que está aberta a futuras negociações, desde que não envolvam a renúncia ao arsenal nuclear do país que é considerado “garantia de sobrevivência nacional”.

Mostra de força militar

Menos de duas semanas antes do lançamento do míssil, o governo de Kim Jong-un promoveu um desfile militar em Pyongyang como comemoração dos 80 anos do Partido dos Trabalhadores, que governa a Coreia do Norte desde sua fundação. O evento reuniu líderes e representantes estrangeiros, incluindo Dmitry Medvedev, vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, e o primeiro-ministro chinês Li Qiang.

Durante a celebração, o regime mostrou um novo arsenal de armamentos de longo alcance, entre eles o míssil balístico intercontinental Hwasong-20, descrito pela agência estatal KCNA como “o sistema de armas nucleares estratégicas mais poderoso do país”.Além disso, foram exibidos mísseis de cruzeiro de longo alcance, drones militares e mísseis terra-ar e terra-terra, uma demonstração clara do poder militar norte-coreano.


Coreia do Norte lança míssil balístico em direção ao Mar do Leste (Vídeo:reprodução/YouTube/CNN Brasil)

Escalada de apoio

Nos últimos meses, Kim Jong-un fortaleceu sua aliança com a Rússia, oferecendo milhares de soldados norte-coreanos como apoio para as forças de Moscou na guerra contra a Ucrânia. O movimento tem ampliado o isolamento diplomático de Pyongyang em relação ao Ocidente, mas ao mesmo tempo consolidado o regime como um dos principais aliados do presidente Vladimir Putin.

A Apec, fundada em 1989, reúne 21 economias que respondem por mais de 60% do PIB global e aproximadamente 2,9 bilhões de pessoas. O lançamento de um míssil tão próximo à data do fórum foi considerado por analistas como um recado direto à comunidade internacional, a fim de reafirmar o papel da Coreia do Norte como potência nuclear.

Investigação de Valdemar Costa Neto é reaberta pelo STF

Nesta terça-feira (21), o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu reabrir a investigação contra Valdemar Costa Neto, presidente do Partido Liberal (PL), por suspeita de participação no golpe de Estado. A decisão foi tomada por unanimidade entre os ministros do STF. 

Alexandre de Moraes tomou a decisão após defender em seu voto a apuração sobre a atuação de Valdemar na tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e por participação em organização criminosa na trama golpista.

Núcleo 4 e Instituto Voto Legal

A decisão da reabertura da investigação de Valdemar foi tomada durante o julgamento do núcleo 4 da trama golpista, onde o grupo era responsável pelo envio de desinformações sobre o sistema eleitoral, com o objetivo de desacreditar a segurança das urnas eletrônicas nas eleições de 2022.  Os sete réus no processo pelo núcleo 4 foram condenados pelo STF. 

Mesmo sem ser denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR), Valdemar Costa já havia sido indiciado pela Polícia Federal por apoiar financeiramente e corroborar os questionamentos sobre a integridade do sistema eleitoral, sendo um dos principais responsáveis por disseminar dúvidas sobre as urnas eletrônicas. 


Alexandre de Moraes no Supremo Tribunal Federal (Foto: reprodução/Rosinei Coutinho/STF)

Também no julgamento do núcleo 4, Valdemar foi citado no caso de Carlos Cesar Moretzsohn Rocha, réu no processo e presidente do Instituto Voto Legal. Segundo Alexandre de Moraes, Carlos Cesar produziu relatórios falsos sobre o funcionamento das urnas eletrônicas e esses relatórios foram utilizados pelo PL para justificar o pedido de verificação dos votos.

Desdobramentos

Com a conclusão do julgamento do núcleo 4, principalmente com o caso do réu Carlos Cesar Moretzsohn Rocha, a reabertura da investigação contra Valdemar visa apurar os fatos e verificar se ele cometeu os mesmos crimes dos outros réus condenados. 

Os réus do núcleo 4 foram condenados por participação em organização criminosa e tentativa de abolição violenta do Estado de Direito. Dependendo dos agravantes de cada crime, como o uso de arma de fogo na tentativa de abolição do Estado, a pena varia de 4 a 17 anos.

Ministério Público da Itália se manifesta a favor de Carla Zambelli

A Advocacia Geral da União (AGU) informou que o Ministério Público da Itália se pronunciou sobre a decisão de extradição da deputada federal Carla Zambelli para o Brasil, dando um parecer à favor da decisão. Apesar do parecer positivo, a decisão será analisada pela justiça da Itália, assim como a situação da deputada. A decisão final sobre a extradição e condição de Zambelli será dada pelo governo italiano após as análises.

Em maio, a deputada buscou refúgio na Argentina após o Supremo Tribunal Federal (STF) julgar ela e o hacker Walter Delgatti Neto. Já em meados de junho e julho, a deputada se refugiou nos Estados Unidos e, posteriormente, se fixou na Itália, onde foi detida por apresentar um “risco de fuga”.

A prisão da deputada

Carla Zambelli, deputada federal pelo PL, está presa na Itália desde o dia 29 de julho, após uma tentativa de fuga ser considerada pelo governo italiano. A deputada foi incluída na lista vermelha da Interpol, que indica as pessoas mais procuradas no mundo. 

Zambelli buscou refúgio no país europeu após ser condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de invasão dos Sistemas do Conselho Nacional de Justiça e falsidade ideológica. Atualmente, ela aguarda a decisão do caso enquanto é alvo de um processo de extradição para o Brasil. Ela está detida na penitenciária feminina de Rebibbia, cidade localizada no nordeste da Itália.

Condenação no Brasil

Em maio, o Supremo Tribunal Federal condenou por unanimidade a deputada pela invasão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e por falsidade ideológica. A denúncia, feita pela Procuradoria Geral da República (PGR), acusou a deputada federal e o hacker Walter Delgatti Neto de produzirem e incluírem dois documentos falsos que colocavam em xeque a legitimidade da justiça nos documentos do Conselho.


Carla Zambelli em reunião da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (Foto: reprodução/Lula Marques/Agência Brasil)


Na acusação, a PGR afirma que Carla Zambelli teria orientado o hacker Walter Delgatti Neto a invadir o sistema do Conselho Nacional de Justiça para produzir e incluir um falso mandado de prisão contra o ministro do STF Alexandre de Moraes. Esse foi um dos dois documentos falsos que estão incluídos no processo. A deputada foi condenada a 10 anos de prisão pelos crimes de invasão de dispositivo informático e falsidade ideológica, enquanto Walter foi condenado a 8 anos e 3 meses de prisão.

Presidente do Peru decreta estado de emergência em Lima

O presidente do Peru, José Jerí, declarou na última terça-feira (21) estado de emergência na região metropolitana de Lima e Callao. A decisão, que terá validade inicial de 30 dias, teve como justificativa o enfrentamento do aumento da criminalidade e a sensação de insegurança que se espalhou pelo país nas últimas semanas.

O anúncio foi feito em um pronunciamento televisionado em que Jerí afirmou que a medida, aprovada pelo Conselho de Ministros, marca uma nova fase da política de segurança pública:

“Estamos passando da defensiva para a ofensiva na luta contra a criminalidade, uma luta que nos permitirá recuperar a paz, a tranquilidade e a confiança de milhões de peruanos”, declarou o presidente.

Ele finalizou o discurso com uma frase de tom nacionalista: “Guerras se vencem com ações, não com palavras. Viva o Peru!”.

Crise, instabilidade política e uma promessa de segurança

José Jerí assumiu a presidência do Peru no início de outubro, após a destituição de Dina Boluarte por “incapacidade moral” durante seu mandato (2022–2025). Desde então, o novo governo busca controle e consolidação em meio à instabilidade política que o país vive e que já resultou em seis presidentes em sete anos. Ao apresentar seu gabinete na semana passada, Jerí prometeu que o combate à criminalidade seria sua principal prioridade.

Mesmo com a defesa do governo de que o estado de emergência é uma medida essencial para o combate à crise, analistas e especialistas em segurança afirmam que ações semelhantes já foram adotadas por ex-presidentes e tiveram pouca eficácia na redução da criminalidade. Dina Boluarte, por exemplo, havia decretado uma medida idêntica em março deste ano, com resultados insatisfatórios.

Protestos em Lima

O anúncio do estado de emergência ocorreu poucos dias após uma nova onda de protestos organizados por jovens da chamada Geração Z. Os manifestantes tomaram as ruas de Lima na última quarta-feira (15) e caminharam de diferentes regiões até o centro histórico da cidade com o objetivo de exigir medidas eficazes contra o aumento da criminalidade. A mobilização reuniu milhares de pessoas na Plaza San Martín, de onde seguiram em direção ao Congresso Nacional, que estava protegido por forças policiais.


Momento em que José Jerí decreta estado de emergência (Vídeo: reprodução/YouTube/SBT News)

Os protestos geraram confrontos entre policiais e manifestantes, bloqueios de estradas e suspensão temporária de rotas de transporte público, segundo informou a Autoridade de Transporte Urbano de Lima e Callao (ATU). A manifestação teve muitas consequências e, de acordo com a Defensoria do Povo, deixou uma pessoa morta, identificada apenas como Ruiz, e mais de 100 feridos, sendo 78 policiais e 24 civis, além de dez prisões.

Em nota, Jerí lamentou a morte ocorrida durante os protestos e afirmou esperar que “as investigações determinem objetivamente os fatos e as responsabilidades”

PL das bagagens: Câmara aprova regime de urgência para banir taxas da bagagem de mão

Nesta terça-feira (21), a Câmara dos Deputados aprovou o pedido de urgência para o projeto que impede as companhias aéreas de cobrarem pela bagagem de mão. Com isso, o texto poderá ir direto ao plenário, sem precisar passar por todas as comissões, acelerando a análise legislativa. O tema, que já provocou discussões nos últimos anos entre governo, empresas e órgãos de defesa do consumidor, volta à pauta com força e promete mobilizar parlamentares e passageiros.

A decisão não garante a aprovação definitiva, mas indica que o assunto é prioridade. Se o projeto avançar, os passageiros não terão que pagar por malas de até sete quilos que caiba no compartimento superior das aeronaves, algo considerado essencial, especialmente em viagens domésticas mais curtas. A expectativa é que a mudança aumente a transparência nos preços e reduza surpresas desagradáveis para quem viaja.

Passageiros em foco e impactos práticos

Deputados que defendem a proposta afirmam que a cobrança por bagagem de mão se tornou um custo extra injustificado. Para eles, é preciso proteger o consumidor e deixar claro pelo que ele está pagando. “É uma questão de transparência e justiça”, afirmou um parlamentar que acompanha a tramitação do projeto. Alguns passageiros ouvidos relataram que, mesmo pagando por passagens, muitas vezes acabam surpreendidos por taxas adicionais de itens básicos.

Por outro lado, representantes das companhias aéreas lembram que a segmentação de tarifas surgiu para oferecer passagens mais baratas a quem viaja apenas com itens pessoais. Mas críticos argumentam que a prática nem sempre trouxe redução significativa nos preços, e a cobrança mínima continua afetando quem depende do transporte aéreo regularmente.


Postagem no "X" sobre PL das Bagagens (Post: reprodução/X/@agenciabrasil)

Tramitação e próximos passos

Com o regime de urgência, o projeto pode ser votado nas próximas sessões, dependendo da articulação política. Caso seja aprovado pela Câmara e pelo Senado, seguirá para sanção presidencial. O movimento reforça a intenção dos parlamentares de dar uma resposta rápida às reclamações de passageiros, ajustando regras que há muito tempo vinham sendo questionadas.

Organizações de defesa do consumidor acompanharam a decisão de perto e celebraram o avanço. Segundo elas, a iniciativa ajuda a corrigir distorções e dá mais segurança ao passageiro. Agora, resta observar como o setor aéreo se adapta às novas regras e se os benefícios prometidos pelo projeto serão efetivamente percebidos pelos usuários.

Japão elege Sanae Takaichi como sua primeira governante mulher

Sanae Takaichi, líder do Partido Liberal Democrata (PLD), foi eleita nesta terça-feira (21) como a primeira mulher a ocupar o cargo de primeira-ministra do Japão, marcando um momento histórico para um país que ainda avança lentamente nas pautas de igualdade de gênero.

A vitória de Takaichi foi confirmada após o PLD — que dominou a política japonesa durante grande parte do período pós-guerra — chegar a um acordo com o Partido de Inovação do Japão. Ela se torna, assim, a 104ª primeira-ministra do país, sucedendo Shigeru Ishiba, que renunciou no mês passado após as derrotas eleitorais e escândalos de sua gestão.

Quem é Sanae Takaichi

Natural de Nara, na Região do Kansai japonesa, Takaichi iniciou sua carreira política em 1993 ao ser eleita para o Parlamento pela primeira vez. Formada pela Universidade de Kobe, a atual primeira-ministra também é autora, assessora legislativa e radialista. De 2019 a 2020, foi ministra de Assuntos Internos e Comunicações do ex-primeiro-ministro Abe e se tornou líder do seu partido em 2025 após concorrer três vezes pelo cargo.


Sanae Takaichi (Foto: reprodução/X/@takaichi_sanae)

Entre suas principais bandeiras defendidas estão o fortalecimento das forças armadas, o aumento dos gastos fiscais para impulsionar o crescimento econômico, o investimento em fusão nuclear, o aumento da segurança cibernética e as políticas rígidas de imigração. O Japão também deve continuar fortalecendo suas relações exteriores em eventos diplomáticos, sob o comando da nova primeira-dama.

Takaichi é conhecida por seu perfil nacionalista e conservador, sendo contra diversas políticas progressistas sociais como o casamento entre pessoas do mesmo sexo e a promoção da equidade de gênero. Conhecida por sua rigidez e dedicação ao trabalho, Takaichi já declarou:

“Abandonarei a expressão ‘equilíbrio entre vida pessoal e profissional’. Trabalharei, trabalharei, trabalharei e trabalharei.”

Por ser uma grande admiradora da ex-primeira-ministra britânica Margaret Thatcher, Takaichi recebeu do público e da imprensa o apelido de ” a Dama de Ferro japonesa”, título que ela acolheu.

Desafios para o futuro

Takaichi assume o cargo de liderança num momento frágil, considerando a inflação alta, o descontentamento popular e a fragmentação política no Japão. Além disso, sua eleição ocorre a poucos dias da visita marcada do Donald Trump. A nova premiê precisa lidar com tensões diplomáticas recentes, como as negociações tarifárias entre Estados Unidos e Japão, e deve apresentar até dezembro um “pacote” de estímulos econômicos para conter a alta dos preços, especialmente em produtos básicos (como o arroz, cujo valor quase dobrou de preço em relação a 2024). Outros desafios frequentes são o declínio da taxa de natalidade japonesa, a redução da força de trabalho, o envelhecimento populacional e o debate sobre a imigração em massa.


Senae Takaichi no momento de sua eleição (Foto: reprodução/X/@kantei)

Eleita líder do PLD em outubro de 2025, Takaichi derrotou candidatos que eram considerados mais moderados no conservadorismo político, indicando uma guinada à direita: uma mudança causada pela tentativa de recuperação da pior crise do PLD, após escândalos financeiros e derrotas políticas nas últimas eleições.

Com uma sequência de quatro primeiros-ministros em cinco anos, o Japão atualmente vive uma fase de instabilidade social e política. Sanae Takaichi, para permanecer no poder, precisa entregar resultados rápidos sob a pressão e desconfiança do povo japonês e do seu próprio partido.

Boulos promete aproximar governo da população e dos movimentos sociais

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou nesta segunda-feira (20) o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) como novo ministro da Secretaria-Geral da Presidência. A pasta é responsável por articular o governo com os movimentos sociais e com a sociedade civil. A nomeação foi oficializada após uma reunião no Palácio do Planalto, que contou com a presença de Marcio Macedo, ministro substituído por Boulos.

“Minha missão será levar o governo para a rua”, diz Boulos

Após o anúncio, Boulos agradeceu a Lula pelas redes sociais e destacou que pretende aproximar o governo da população. “Minha principal missão será ajudar a colocar o governo na rua, levando as realizações e ouvindo as demandas populares em todos os estados do Brasil”, afirmou. O novo ministro também destacou sua trajetória nos movimentos sociais e prometeu “honrar a confiança com muito trabalho”.

De acordo com fontes do Planalto, Boulos permanecerá no cargo até o fim do mandato de Lula e não disputará as eleições de 2026. A nomeação marca um gesto político importante do presidente em direção à esquerda, abrindo espaço ao PSOL dentro do Palácio do Planalto e reforçando a presença de lideranças ligadas aos movimentos populares. A Secretaria-Geral é um dos cinco ministérios sediados no próprio Planalto, o que facilita o contato direto com o presidente.


Presidente Lula fazendo a transição de Márcio Macedo para Guilherme Boulos (Foto: reprodução/Instagram/lulaoficial)

Trajetória marcada por militância e liderança nacional

Aos 42 anos, Guilherme Boulos é um dos nomes mais expressivos da esquerda brasileira. Professor e psicanalista, formou-se em Filosofia e tornou-se liderança do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST). Foi candidato à Presidência em 2018 e à Prefeitura de São Paulo em 2020 e 2024. Em 2022, elegeu-se deputado federal com mais de 1 milhão de votos, sendo o mais votado do estado de São Paulo.

Ex-deputado e um dos vice-presidentes do PT, Marcio Macedo ocupava a Secretaria-Geral desde janeiro de 2023. Durante sua gestão, coordenou o G20 Social e manteve interlocução com movimentos populares. Apesar do histórico de lealdade a Lula, enfrentou críticas por dificuldades de mobilização em eventos recentes. A transição entre as equipes de Macedo e Boulos já começou e deve ser concluída nos próximos dias.