Rússia multa Google em valor maior do que toda a riqueza do planeta

Um tribunal russo aplicou uma multa astronômica de US$ 20 decilhões ao Google, um valor estimado em cerca de 23 milhões de vezes maior que todo o dinheiro existente no mundo. A punição foi decretada após o banimento de canais ultranacionalistas em 2020, e ela reflete as tensões entre o governo russo e a gigante da tecnologia ocidental, especialmente após o início da Guerra na Ucrânia, quando a Rússia aumentou as sanções e restrições a empresas estrangeiras que considera hostis e que mantêm conteúdo crítico ao Kremlin ou em apoio à Ucrânia.

Sobre a multa colossal

O valor extraordinário da multa, que tem 32 zeros ao lado do “2,5”, é considerado impagável. Especialistas em economia e direito internacional apontam que não há recursos financeiros no mundo que se aproximem desse valor. Especialistas em direito internacional sugerem que o valor da multa foi definido como uma mensagem simbólica de poder. “É praticamente impossível que o Google pague algo tão absurdo” comentou Leandro Alvarenga, advogado e consultor de segurança digital. Segundo ele, a multa exorbitante serve mais como uma forma de retaliação, enquanto a falta de acordos internacionais entre a Rússia e o Ocidente dificultam a cobrança dessa dívida fora do território russo.

A dívida acumulada levou a filial da Google na Rússia á decretar falência em 2022, afirmando que os ativos locais não seriam suficientes para cobrir o valor devido, estimado em cerca de 19 bilhões de rublos. Com isso, as empresas russas tentaram buscar o pagamento em outros países, como Espanha, Turquia, África do Sul e Hungria, onde a Google também atua. Em resposta, a Google também iniciou processos nos Estados Unidos e no Reino Unido para proteger-se das cobranças.

Tensão entre Rússia e Ocidente após a guerra na Ucrânia

Desde o início da Guerra na Ucrânia em 2022, a Rússia comandada por Vladimir Putin, aumentou as multas e sanções a empresas estrangeiras, especialmente aquelas envolvidas em redes sociais e plataformas de conteúdo. A medida buscava forçar o cumprimento das exigências russas de censura e controle de informações, o que é visto como um esforço para silenciar qualquer apoio público à Ucrânia.


As tensões entre o governo Russo de Vladimir Putin e as Big Techs americanas aumentaram após a Guerra da Ucrânia (Foto:reprodução/Mikhail Metzel/Getty Images Embed)


A Google, que também é dona do YouTube, foi o principal alvo dessas punições e decisões judiciais na Rússia após manter fora do ar canais estatais e ultranacionalistas. Em 2020, o canal Tsargrad foi banido da plataforma como resposta a essas sanções internacionais, marcando o início de uma série de penalidades da Rússia contra a empresa. O valor da multa foi ajustado inúmeras vezes ao longo dos anos, dobrando semanalmente como punição por não atender à exigência de restabelecer o acesso dos canais.

Além de Tsargrad, outras redes estatais, como Sputnik, NTV e Russia 24, também foram bloqueadas. O YouTube justificou o bloqueio citando “violações de legislação sobre sanções e regras comerciais.” No entanto, o governo russo alega perseguição e exige compensação financeira, ainda que o valor seja considerado irreal. A multa estratosférica também levanta dúvidas sobre a funcionalidade de multas internacionais e o uso de multas financeiras como uma arma nas disputas geopolíticas.

Exames médicos indicam que Lula pode voltar a exercer suas atividades

Após sofrer uma queda no último sábado (19), o presidente Lula voltou a ser submetido a exames e os resultados foram divulgados hoje (22). Segundo nota dos médicos do hospital Sírio-Libanês, o atual presidente está apto para voltar a exercer suas responsabilidades. 

“O Presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteve hoje, 22/10/2024, no Hospital Sírio Libanês, unidade Brasília, para reavaliação. O exame de imagem está estável em comparação ao anterior, com a programação de realizar novo exame de controle em 72 horas. Encontra-se apto a exercer sua rotina de trabalho”, disse boletim médico

Na segunda-feira (21), Lula chegou a realizar algumas de suas atividades, mas nada fora do Palácio do Planalto.

Queda no banheiro

O presidente Lula sofreu um acidente doméstico no último sábado (19) ao cair no banheiro de sua casa, no Palácio do Planalto. O governante teve um corte na nuca, necessitando ser submetido a uma bateria de exames, além de tomar cinco pontos no local do ferimento.

Apesar de não ter sido um acidente grave, Lula precisou voltar ao Hospital Sírio-Libanês para realizar novos exames e cancelar sua viagem à Rússia, onde está sendo realizada a conferência do BRICS.


Presidente Lula (Foto: reprodução/Getty Images Embed/Andressa Anholete)


Participação por videoconferência

Depois da confirmação de que o presidente Lula não iria estar presencialmente na conferência do BRICS, que está ocorrendo em Kazan, na Rússia, foram buscadas maneiras de manter a participação do presidente nas reuniões do grupo. Então, a Presidência da República divulgou que existe a possibilidade de Lula participar das reuniões por videoconferência.

Para o Brasil ter um representante no evento, o Ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, foi escolhido para substituir o presidente na cúpula do BRICS.

Hoje o presidente Lula confirmou, em ligação com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, que irar participar das reuniões por videoconferência. O governante russo, segundo o Itamaraty, lamentou a falta de Lula no evento.

Coreia do Norte destrói vias de acessos a seu maior inimigo

As Coreias do Norte e do Sul vivem um conflito silencioso que, por vezes, dá sinais de que continua em vigor. A Coreia do Norte explodiu nesta terça-feira (15), estradas e ferrovias que ligavam os dois países, em uma represália às acusações de que a Coreia do Sul teria enviado drones para espiar a capital Pyongyang. Em resposta, o vizinho do sul disparou tiros de alerta.

Escalada nas tensões

As imagens das explosões foram captadas pelas câmeras de segurança da extremamente vigiada fronteira entre o Norte e o Sul. Desde que o ditador da Coreia do Norte, Kim Jong-Un declarou que a Coreia do Sul é o seu principal inimigo, notam-se mais demonstrações como essa, antagonizando o Tigre Asiático. O líder supremo da Coreia do Norte também prometeu romper relações com o país e abandonar a busca por uma unificação pacífica na Península Coreana.

O vídeo fornecido pelo Exército da Coreia do Norte mostra uma nuvem de fumaça branca e cinza provinda da explosão na estrada da cidade de Kaesong, localizada na província de Hwanghae do Norte. Outro vídeo mostra fumaça vindo de uma estrada costeira perto da fronteira leste.

Segundo a declaração feita pelo Ministério da Unificação da Coreia do Sul, responsável por tratar dos assuntos do vizinho ao norte, as detonações violam os acordos entre as duas nações e condenou as medidas “altamente anormais” e “regressivas” tomadas pelo governo norte-coreano.


As recentes demonstrações do Norte afastam a possibilidade de uma solução pacífica entre o conflito das duas Coreias (Foto: Reprodução/Jung Yeon-Je/AFP/Getty Images embed)


Segundo analistas, é improvável que Kim Jong-Un faça um ataque em larga escala como forma de prevenir uma retaliação por parte das forças armadas da Coreia do Sul, que conta com o apoio dos Estados Unidos, e possui poderio militar muito superior. A Coreia do Norte tem um histórico de realizar destruições coordenadas no próprio território como uma mensagem política. Como em 2020, quando Kim Jong-Un mandou explodir um edifício de escritórios vazio construído pela Coreia do Sul como resposta aos protestos de cidadãos sul-coreanos contra o regime no Norte. 

Rússia cita acordo com a Coreia Norte

Em meio ao conflito com a Ucrânia, o presidente Vladimir Putin reservou um tempo para se envolver na tensão norte e sul-coreana. Seu ministro das Relações Exteriores, Andrey Rudenko, acusou a Coreia do Sul de fazer provocações nos últimos dias, aumentando assim a tensão entre os dois países. Ele usou da oportunidade para relembrar que a Rússia e a Coreia do Norte possuem um acordo que prevê assistência militar mútua no caso de algum dos dois países ser atacado.


Putin e Kim mantém aliança estratégica contra seus rivais (Foto: reprodução/Vladimir Smirnov/Pool/AFP/Getty Images embed)


Em visita oficial ao Irã, o diplomata enfatizou que o cenário entre as duas Coreias é “muito perigoso” e que Seul deve parar com as provocações e que levassem “muito a sério as advertências do país vizinho”. Na última sexta-feira (11), a Coreia do Norte alegou que a Coreia do Sul enviou drones para Pyongyang com folhetos de propaganda contra a ditadura comunista. De acordo com o ditador, isso aconteceu pelo menos três vezes na última semana. 

O acordo entre Rússia e Coreia do Norte inclui cláusula de assistência mútua em caso de agressão, tanto que a Ucrânia afirmou que viu soldados norte-coreanos lutando no conflito que mantém desde 2022 com os russos. O regime norte-coreano afirma que o acordo com o Kremlin está em conformidade com o direito internacional, a carta fundadora da ONU e a legislação de ambas as nações. A assinatura deste documento é causa de preocupação tanto para os Estados Unidos quanto para a Coreia do Sul.


‘Ameaça potencial’ obriga base da Otan a ser esvaziada na Alemanha

Na Alemanha, uma base aérea da Otan precisou ser esvaziada nesta quinta-feira (22), depois que os serviços de inteligência identificaram uma ameaça potencial. Agora, somente os militares que prestam serviços essenciais podem permanecer na unidade. 

Essa base fica na cidade de Geilenkirchen, no oeste alemão e refugia algumas aeronaves para vigilância, também conhecida como Awacs. Depois de uma tentativa de invasão, as instalações precisaram ser totalmente verificadas.


Bandeira da Otan e de países da aliança (Foto: Reprodução/DepositPhotos)

Ameaça à base

No mesmo dia em que ocorreu a tentativa de invasão na base de Geilenkirchen, um alerta foi emitido para outra base que ficava a cerca de 90 km sob suspeita de sabotagem no sistema de abastecimento de água para a unidade. E, embora tenham sido coletadas amostras, não foi encontrado nenhum sinal de contaminação. 

Com o passar dos últimos anos, a Otan tem monitorado uma suposta corrente de atividades hostis do lado da Rússia, especialmente se tratando dos ataques cibernéticos. 

Há pouco, em junho de 2024, Jens Stoltenberg, secretário-geral da aliança, informou que os militares notaram um aumento no número e no padrão de ameaças. E, ainda segundo ele, esse aumento poderia indicar que a inteligência russa estaria mais ativa.

Otan

Organização do Tratato do Atlântico Norte (OTAN) é uma aliança política entre países da Europa e da América do Norte. Fundada em 1949, concomitante com a Guerra Fria, tinha como principal objetivo proteger interesses políticos dos seus membros, promover a paz e estabilidade na região do Atlântico Norte. 

Desde o fim da Guerra Fria, a OTAN tem se expandido significativamente e alterado seu foco de promover a paz e defender os interesses políticos, para resolução de conflitos relacionados a terrorismo, segurança cibernética e guerras híbridas. 

Atualmente, muitas bases da OTAN são distribuídas nos países membros para treinar forças militares para defesa caso seja necessário em um ataque a qualquer um dos membros da aliança.

Putin culpa Ucrânia e acusa país por tentativa de bombardeio em Kursk

Vladimir Putin, presidente da Rússia, acusou o governo ucraniano de ameaça à segurança ao tentar bombardear a usina nuclear de Kursk, no dia 6 de agosto em uma ofensiva da capital ucraniana, Kiev. 

Durante uma reunião transmitida por uma emissora estatal russa, o presidente Putin aparece ao lado de membros governamentais e afirma, sem provas, que “a nação inimiga tentou atacar” a região durante a noite. 

Ataque à usina

Segundo a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), ela “teria sido informada” e prometeu enviar especialistas para avaliar a situação. O local do suposto ataque fica a 50km dos combates entre as tropas militares russas e ucranianas e, receberá a visita na próxima semana de Rafael Grossi, diretor da AIEA.


Foto destaque: Presidente da Rússia, Vladmir Putin (Reprodução/Mikhail Svetlov/Getty Images)

Em contrapartida, a Ucrânia nega totalmente a suposta tentativa de ataque à usina. O chefe do departamento de combate à desinformação dentro do Conselho de Segurança Nacional e Defesa do país, Andrii Kovalenko, declarou que “o cenário que a o governo quer, onde forças militares ucranianas atam a usina de Kursk e são acusadas de terrorismo nuclear, não ocorreu” e sugeriu, ainda, que a própria Rússia poderia ter inventado essa provocação para chamar atenção em nível internacional, mas não apresentou provas.

Conflito nuclear

Desde o início do conflito entre a Rússia e a Ucrânia, ambas as nações tem se acusado mutuamente de ameaçar a segurança nuclear e nacional. Em seus primeiros dias de ofensiva militar, o governo russo tomou uma base de energia abandonada em Chernobyl, no norte ucraniano e também a usina de Zaporíjia.

E, no início de agosto, foi registrado um incêndio em uma das torres de resfriamento na usina de Zaporíjia e, embora autoridades locais e a agência nuclear da ONU tenham afirmado que não houve ou há risco de acidente, as capitais Moscou e Kiev trocaram suposições sobre quem estaria responsável pelo incêndio. 

Em contraste com as acusações, Putin sofre críticas pela falta de transparência em suas declarações ao público sobre a gravidade da ofensiva ucraniana, uma vez que o governador de Kursk afirmou que 133 mil pessoas precisaram fugir ou serem retiradas dos distritos fronteiriços desde que a Ucrânia iniciou sua ofensiva. 

Aumento de importação de diesel russo reduz pressão sobre preços da Petrobras

A entrada significativa de diesel russo no mercado brasileiro, vendido com desconto em relação aos preços da Bolsa de Nova York, está contribuindo para a manutenção dos preços da Petrobras (PETR4). Embora a estatal tenha realizado reajustes nos preços da gasolina e do gás liquefeito de petróleo (GLP) este mês, o diesel não deve sofrer alterações tão cedo.

De acordo com as consultorias Argus e StoneX, o diesel russo vendido a preços mais baixos tem criado um amortecedor que alivia a pressão sobre os preços praticados pela Petrobras. Fontes e ex-executivos da estatal corroboram essa análise, afirmando que o impacto é perceptível.

Entidades como a Associação Brasileira de Importadores de Combustíveis (Abicom) e o Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE) reportam uma defasagem superior a 10% entre os preços do diesel da Petrobras e o preço de paridade de importação (PPI), com um pico de 19% no início de julho. No entanto, segundo os consultores da Argus e StoneX, essa defasagem real é menor, variando entre 2% e 4%.


Importação de diesel russo faz pressão sobre a Petrobras (Foto: Reprodução/Freepik)

Diesel russo: impacto e perspectivas

A gestão atual da Petrobras, liderada por Magda Chambriard, está em uma posição confortável no que diz respeito ao diesel, cujo preço não é reajustado há 205 dias, desde 27 de dezembro de 2023, quando houve uma redução de 7,8%. Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic) mostram que o diesel russo representou 97,8% do total importado pelo Brasil em maio e 71,2% em junho. Outras fontes relevantes em junho foram Índia (16%), Omã (8%) e Estados Unidos (5%).

Pedro Rodrigues, diretor do CBIE, reconhece que o diesel russo, vendido abaixo do preço de mercado internacional devido aos embargos, reduz a diferença entre o preço do diesel importado e o produzido no Brasil. Mesmo assim, ainda existe uma defasagem nos preços da Petrobras. Ele destaca que as flutuações cambiais também afetam o diesel russo, negociado em dólar, e têm contribuído para a redução da pressão sobre a defasagem nos últimos dias.

Flutuações e fatores de risco

Thiago Vetter, da StoneX, prevê que o diesel russo continuará dominante no Brasil, embora os volumes possam flutuar conforme as condições do mercado doméstico e mundial. Ele considera improvável que a Petrobras ajuste os preços enquanto a defasagem real permanecer entre 2% e 4%.

Fatores de risco para os preços do diesel incluem uma temporada de furacões mais intensa, riscos às refinarias russas devido à guerra na Ucrânia e uma possível queda nas taxas de juros americanas, que pode aumentar o consumo e pressionar os preços do diesel.

Um ex-executivo da Petrobras, com acesso direto à política de preços da empresa até maio, afirmou que houve períodos entre 2023 e 2024 sem defasagem significativa em relação aos preços de importação. Ele destacou que a importação com navios próprios da Petrobras e o aumento da produção doméstica ajudaram a reduzir a pressão logística e os custos de frete.

Amance Boutin, da Argus, observa que o desconto no preço do diesel russo tem diminuído nas últimas semanas, passando de US$ 0,25 por galão para US$ 0,17, o que pode indicar uma tentativa da Rússia de aumentar suas margens ou refletir um aumento na demanda interna.

Hospital pediátrico em Kiev é atacado por bombardeio russo

A Rússia voltou a atacar Kiev nesta segunda-feira (8), com um lançamento de mísseis acusado como o pior desde o início da guerra. O ataque causou a morte de mais de 30 pessoas e atingiu parte do maior hospital pediátrico da cidade, o Ohmatdyt, segundo as autoridades locais. As imagens divulgadas demonstram uma das faixadas completamente caídas e as autoridades relataram que crianças fazem parte da lista de mortos. 

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou que existem pessoas ainda presas sob os escombros do prédio. “Há pessoas sob os escombros e ainda não sabemos o número exato de vítimas. No momento, todos estão ajudando a retirar os escombros, tanto médicos como os cidadãos comuns“, relatou o presidente.


Hospital pediátrico Ohmatdyt de Kiev após bombardeio (Foto: reprodução/Reuters/Gleb Garanich)

Ataque à Kiev

O prefeito de Kiev apontou que este foi um dos piores ataques à cidade desde o início da guerra, há mais de dois anos. A Rússia disparou mais de 40 mísseis contra a capital, segundo o prefeito. 

Outras cidades também foram alvejadas, do centro e do leste do país, como Dnipro, Sloviansk, Kramatorsk e Kryvyi Rih. Os mísseis atingiram também três subestações de energia elétrica da cidade, informou a DTEK, operadora local. 

Ainda nesta manhã, a Rússia se pronunciou negando ter atingido alvos civis. O Ministério da Defesa russo ressaltou ter atacado apenas bases aéreas militares em território ucraniano. 

Resultado das outras cidades atingidas

A cidade-natal de Zelensky, a Kryvyi Rih, no centro do país, foi vítima do bombardeio que resultou em dez mortos. Outras 30 pessoas ficaram feridas, conforme o prefeito local. Em Dnipro, um arranha-céu e uma empresa foram danificados, afirmou Sergei Lysak, governador de Dnipropetrovsk.

A região de Donetsk, no leste da Ucrânia, onde as forças russas avançaram nas últimas semanas, cerca de três pessoas foram mortas na cidade de Pokrovsk, uma cidade que antes da guerra havia quase 60 mil habitantes. 

Zelensky irá para Washington nesta semana, nos EUA, para participar de uma cúpula da Otan. Ele insiste para que aliados enviem mais sistemas de defesa antiaérea à Ucrânia, a fim de melhorar a situação do país que está sendo devastado por mais de dois anos de guerra. 

“A Rússia não pode afirmar que ignora por onde voam os seus mísseis e deve prestar contas por todos os seus crimes“, enfatizou o presidente da Ucrânia nas redes sociais.

Alemanha cede sistema de defesa antimíssil para Ucrânia

Segundo o embaixador de Berlim, a Ucrânia recebeu mais um sistema de defesa aérea Patriot, nesta sexta-feira (5). Este é o terceiro sistema de defesa após meses de apelos por parte dos ucranianos por equipamentos que defendessem seus civis e infraestrutura do país frente aos constantes ataques aéreos russos.

Ataques russos e pedidos ucranianos

Moscou prosseguiu com seus ataques aéreos na Ucrânia, em especial nas redes elétricas que alimentam a nação nos últimos meses, resultando em apagões devastadores para a população local.

Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia, declarou no início de 2024  que seu país precisava no mínimo de sete sistemas Patriot para se proteger dos ataques russos.

O embaixador alemão Martin Jaeger se pronunciou no X a respeito de como o sistema Patriot irá ajudar a aumentar o grau de proteção da população e da infraestrutura ucraniana. Além disso, ele completa que a tripulação ucraniana concluiu o treinamento na Alemanha.

O que é um ‘sistema Patriot’?

São conhecidos como sistema de defesa antimíssil Patriot e tem sido um grande aliado da Ucrânia quando se diz repeito a sua estratégia defensiva. Esse equipamento já foi usado em outros países como Arábia Saudita, Iraque e Israel. 


Sistema Patriot sendo usado por Israel em ação (Vídeo: reprodução/YouTube/Felipe Silva)

Foi criado no começo dos anos 60, tendo sido fabricado por uma empresa americana conhecida na indústria bélica, chamada Raytheon. O radar de um sistema Patriot pode rastrear 50 mísseis e atacar cinco deles em uma única vez e, alcança os alvos mesmo a 160km de distância.

O sistema Patriot requer uma grande quantidade de pessoal para operá-lo, segundo o Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais cada unidade precisa de cerca de 90 soldados para a sua operação.

Como ele ajuda a Ucrânia?

O sistema de defesa é usado como reforço na defensiva dos ucranianos contra os ataques russos.

Esse recurso só chegou à Ucrânia após uma série de apelos a países ocidentais com sistemas de defesa aérea mais sofisticados, a fim de proteger sua estrutura energética civil contra a Rússia.

Até a chegada dos sistemas Patriot, os soldados ucranianos estavam usando sistemas de defesa aérea de curta distância e mísseis americanos antigos.

Kremlin avalia cortar relações diplomáticas com o Ocidente

Segundo um pronunciamento do Kremlin, nesta quinta-feira (27), a Rússia estaria considerando diminuir suas relações diplomáticas com o Ocidente, uma vez que cada vez mais o envolvimento dos Estados Unidos e seus aliados, é mais profundo na guerra da Ucrânia. Importante ressaltar que apesar de estar sendo considerado, nenhuma decisão foi tomada. 


Ameaças russas contra Estados Unidos (Vídeo: reprodução/Youtube/O Liberal)

Declarações do Kremlin

Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin, disse em resposta aos jornalistas sobre a possibilidade de tomar essa nova medida: “Reduzir o nível de relações diplomáticas é uma prática comum entre Estados que se encontram em meio a manifestações hostis”.

O porta-voz esclarece ainda que, com o envolvimento constante e cada vez mais profundo do Ocidente no conflito com a Ucrânia, a Rússia deve continuar considerando diversas possibilidades de resposta para tamanha hostilidade na intervenção Ocidental no conflito ucraniano.

Por fim, Peskov reafirmou que nenhuma decisão foi tomada sobre o assunto e outras alternativas estão sendo consideradas resposta ao Ocidente. 


Vida de ucranianos após anos de guerra (Vídeo: reprodução/Youtube/Estadão)

Guerra na Ucrânia

O conflito no leste da Europa iniciou-se em 24 de fevereiro de 2022 quando tropas russas invadiram o território ucraniano com ataques a cidades próximas a capital Kiev, isso levou a um acirramento das tensões entre a Rússia e Ucrânia.

Um dos principais motivos para Guerra é a possível entrada da Ucrânia para a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), uma vez que a Rússia demonstrava profundo interesse em recuperar o território que, uma vez havia lhe pertencido.

O comandante da Ucrânia é seu presidente Volodymyr Zelensky, com o Reino Unido, França, Japão, EUA, Alemanha, Canadá e Itália como seus aliados. Enquanto a Rússia tem Vladimir Putin em sua presidência, com Venezuela, Belarus, Síria, Cuba, Nicarágua e Cazaquistão dando apoio. 

Embora tenham acontecido alguns contra-ataques da Ucrânia, é possível afirmar que o governo russo possui mais pontos de domínio mesmo após um ano e meio de guerra. Até agora, a Guerra deixa milhões de mortos, feridos e refugiados com impactos econômicos e políticos em escala global.

Em novo episódio do conflito entre Rússia e Ucrânia, 180 prisioneiros são libertos

Nesta terça-feira (25), em meio à crescente tensão da guerra entre Rússia e Ucrânia, com o fornecimento de armas pelos ocidentais à Ucrânia, 180 encarcerados ganharam a liberdade: 90 prisioneiros de guerra das Forças Armadas ucranianas foram libertos pela Rússia e a Ucrânia soltou 90 militares russos.

Cuidados com os prisioneiros libertados

Todos os libertados receberão assistência médica e psicológica necessárias, de acordo com informações da pasta russa. Os militares serão transportados em aeronaves de transporte militar das Forças Aeroespaciais da Rússia para receber tratamento e reabilitação em instituições médicas do Ministério da Defesa do país.


Kremlin bloqueia acesso de vários meios de comunicação, incluindo AFP (Foto: Reprodução/Instagram/@afpfr)

Essa não foi a primeira troca desde o início do conflito. No início de janeiro de 2024, mais de 400 prisioneiros de guerra foram libertados, 248 militares russos em troca de 230 militares ucranianos. No final do mesmo mês, outros 195 soldados de cada lado foram trocados. Em 31 de maio deste ano, também com a mediação dos Emirados Árabes Unidos, 75 prisioneiros de cada país ganharam a liberdade.

Intercessão da Igreja católica

O Papa Francisco vem tentando interceder por aqueles que sofrem com conflitos ao redor do mundo. No dia 12 de maio deste ano, nas saudações após o Regina Caeli, ele fez mais um apelo para libertação de detentos de ambos os lados.

“Enquanto celebramos a Ascensão do Senhor Ressuscitado que nos liberta e nos quer livres, renovo o meu apelo para uma troca geral de todos os prisioneiros entre a Rússia e a Ucrânia, assegurando a disponibilidade da Santa Sé em favorecer todos os esforços nesse sentido, especialmente por aqueles que estão gravemente feridos e doentes.”

Papa Francisco

Em mais de dois anos de conflito, vários milhares de prisioneiros foram libertados por ambos os lados. Uma parte principal da missão de paz na Ucrânia, confiada pelo Papa ao cardeal Matteo Zuppi, arcebispo de Bolonha e presidente da Conferência Episcopal Italiana, refere-se justamente à troca de prisioneiros e à repatriação de crianças ucranianas da Rússia.