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O governo da Rússia declarou nesta quinta-feira (23) que os Estados Unidos são inimigos e que teriam “entrado de vez no caminho da guerra” contra Moscou. Essa reação ocorre no contexto de novas sanções econômicas norte-americanas aplicadas às grandes petrolíferas russas.
O atual vice-presidente do Conselho de Segurança russo e ex-presidente Dmitry Medvedev afirmou que as sanções e medidas dos Estados Unidos representam um “ato de guerra” contra a Rússia.
Segundo ele, Washington teria se alinhado com a Europa e adotado uma postura hostil aberta. Medvedev questionou: “O que mais virá? Novas armas, além dos infames ‘Tomahawks’?”
Sanções econômicas no centro da crise
Na véspera, a administração americana anunciou nova rodada de sanções que atingem diretamente a Lukoil e a Rosneft as duas maiores companhias petrolíferas russas. A justificativa de Washington é que essas empresas contribuíram para financiar a atuação militar da Rússia na Ucrânia.
Sanções aplicadas pelo governo americano (Foto: reprodução/X/@SecRubio)
Moscou reagiu afirmando que desenvolveu “imunidade firme” às sanções ocidentais e não acredita que tais medidas causem danos decisivos ao seu potencial econômico.
Implicações diplomáticas e geopolíticas
A retórica de inimigo declarada entre Rússia e Estados Unidos marca uma nova escalada nas tensões que já vinham se acumulando desde o início da guerra Rússia-Ucrânia. O anúncio das sanções também interrompeu a realização de uma reunião prevista entre Donald Trump e Vladimir Putin em Budapeste, que tinha como objetivo discutir um possível cessar-fogo.
Analistas apontam que o embate pode comprometer ainda mais os canais diplomáticos e dificultar qualquer avanço em negociações de paz, ao mesmo tempo, em que reacende o receio de confrontos indiretos ou de caráter híbrido entre as potências.
Com a escalada verbal entre Moscou e Washington, as próximas semanas e meses serão chave para observar se haverá reação militar concreta, intensificação de sanções ou ainda tentativas de retomada de diálogo.
Especialistas alertam que, mesmo que não haja confronto direto entre exércitos, o risco de um “efeito dominó” com envolvimento de aliados europeus, uso de armas convencionais ou cibernéticas tende a crescer.
A Lei Magnitsky, criada nos Estados Unidos em 2016, voltou ao centro do debate após atingir o ministro Alexandre de Moraes. A princípio, embora a norma seja vista como rigorosa, sua aplicação resultou em poucas punições financeiras nos últimos dez anos.
Deste modo, o Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (OFAC) apresentou dados de que apenas duas penalizações foram ligadas diretamente à Magnitsky entre os anos de 2016 e 2025. Nesse sentido, o órgão aplicou 148 multas por descumprimento de diferentes sanções, o que mostra o peso reduzido da lei no universo total.
Punições milionárias expõem contraste
À primeira vista, apenas uma pessoa e uma corretora receberam multa especificamente com base na Magnitsky. As autoridades aplicaram valores muito abaixo de punições em outros casos. Em 2023, por exemplo, a Microsoft pagou quase US$ 3 milhões por serviços em países sancionados. Por outro lado, a Binance aceitou pagar US$ 968 milhões após investigações sobre transações de grupos terroristas.
Brasil pode ficar à beira de risco fiscal (Vídeo: reprodução/YouTube/Os Pingos nos Is)
Já em 2025, a GVA Capital pagou a maior punição: US$ 216 milhões por negócios com um oligarca russo. Esse contraste mostra que, apesar da repercussão política, a aplicação da Magnitsky atinge pouco em termos econômicos.
O ministro Alexandre de Moraes, em 5 de agosto de 2025 (Foto: reprodução/Sergio Lima/AFP/Getty Images Embed)
A sanção contra Moraes provocou reações imediatas no setor bancário brasileiro. O Banco do Brasil suspendeu cartões do ministro vinculados a bandeiras americanas e ofereceu alternativas nacionais. Embora a decisão tivesse caráter preventivo, alguns especialistas defendem um diálogo direto com órgãos americanos para definir os limites da lei em território brasileiro.
Concomitantemente, o ministro Flávio Dino reforçou que medidas estrangeiras não têm validade imediata no Brasil sem chancela do Supremo Tribunal Federal (STF). Assim, a posição aumentou as dúvidas do mercado, que teme violar normas brasileiras ou americanas.
O ministro Flávio Dino determinou nesta segunda-feira (18) que nenhuma lei, ato administrativo ou decisão judicial de outro país possui validade imediata no Brasil. Portanto, medidas estrangeiras só têm efeito no Brasil se o STF as homologar ou se forem validadas via cooperação jurídica internacional.
A decisão foi tomada após os Estados Unidos anunciarem sanções contra Alexandre de Moraes. Por isso, o STF reforçou que ordens externas não podem interferir automaticamente nas operações financeiras brasileiras. A Lei Magnitsky, que motivou as sanções, permite que os EUA bloqueiem bens, contas bancárias e restrinjam a entrada no país de indivíduos acusados de corrupção ou graves violações de direitos humanos.
Como Flávio Dino determinou a blindagem de Alexandre de Moraes
Dino deixou claro que nenhuma determinação vinda do exterior pode atingir operações financeiras no Brasil sem o aval da Corte. Primeiramente, ele comunicou o Banco Central. Em seguida, alertou a Febraban e demais entidades do setor, evitando que instituições nacionais acatem ordens externas sem o devido processo legal.
Além disso, o ministro criticou países que impuseram sanções unilaterais sem respaldo em tratados internacionais, classificando tais medidas como “neocolonialismo e protecionismo”.
Flávio Dino barra validade de decisões estrangeiras no Brasil sem aval do STF (Vídeo: reprodução/BASTIDORES CNN)
Autonomia da Justiça brasileira frente a sanções internacionais
A decisão protege Alexandre de Moraes das restrições aplicadas pelos EUA e, ao mesmo tempo, reforça a autonomia do STF. Para Dino, respeitar a soberania nacional é essencial para preservar o sistema jurídico e a segurança institucional.
Além disso, a cooperação jurídica internacional permite que países solicitem medidas judiciais, investigativas ou administrativas para casos concretos, mas essas ações só têm efeito no Brasil se a Justiça as homologar, com coordenação do Ministério da Justiça e do Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI).
Com a decisão, instituições financeiras brasileiras não podem aplicar sanções estrangeiras sem autorização prévia da Corte, garantindo que medidas externas não interfiram automaticamente nas relações jurídicas e financeiras do país.
Um dia após anunciar sanções contra brasileiros ligados ao programa Mais Médicos, o governo dos Estados Unidos voltou a criticar a iniciativa. Em uma postagem nas redes sociais, a embaixada americana em Brasília classificou o projeto como um “golpe diplomático” e afirmou que a gestão de Donald Trump continuará responsabilizando todos os envolvidos.
O Mais Médicos foi criado durante o governo Dilma Rousseff e retomado por Luiz Inácio Lula da Silva. A proposta busca levar atendimento a regiões carentes, como municípios do interior e periferias, onde há escassez de profissionais. Uma das frentes do programa permitiu a atuação de médicos estrangeiros, incluindo cubanos, que vieram ao Brasil por meio de um acordo com a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas).
EUA denuncia que programa beneficiou financeiramente o governo de Cuba
Segundo a declaração da embaixada, atribuída à Agência para as Relações com o Hemisfério Ocidental, o projeto teria explorado profissionais cubanos e beneficiado financeiramente o regime de Cuba, com a conivência de autoridades brasileiras e ex-integrantes da Opas. O comunicado reforça que os EUA manterão ações contra todos ligados ao que chamam de “exportação coercitiva de mão de obra”.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, reagiu às críticas, afirmando que o programa salva vidas e tem aprovação da população. Lula também defendeu a parceria com Cuba, dizendo que se trata de uma relação de respeito com um país que sofre um bloqueio econômico há sete décadas.
.@StateDept is also taking steps to revoke visas and impose visa restrictions on several Brazilian government officials and former PAHO officials complicit in the Cuban regime’s forced labor export scheme. Mais Médicos was an unconscionable diplomatic scam of foreign ‘medical… https://t.co/O1AiY948MK
No “X”, o secretário de estado Marco Rubio acusa o programa Mais Médicos de ser uma fraude diplomática (Foto: reprodução/X/@SecRubio)
Lula conversou com secretário alvo das sanções
Durante um evento, o presidente ainda falou diretamente para Mozart Sales, secretário de Atenção Especializada e alvo das sanções, que teve o visto para os EUA cancelado. Lula disse que o Brasil é grande e cheio de lugares para conhecer, e que ele não deveria se preocupar.
O secretário de Estado americano, Marco Rubio, argumentou que a Opas teria atuado como intermediária entre o Brasil e Cuba, ajudando a contornar sanções e repassando recursos ao governo cubano, o que, segundo ele, configuraria um esquema de trabalho forçado.
O governo dos Estados Unidos cancelou os vistos da esposa e da filha de 10 anos do ministro da Saúde, Alexandre Padilha — atualmente no cargo — por informações que teriam tornado ambas inelegíveis, segundo comunicado do Consulado Geral dos EUA em São Paulo. A medida também atingiu funcionários ligados ao programa “Mais Médicos”. O próprio Padilha não foi afetado, pois seu visto já estava vencido há meses.
Contexto e impacto sobre o programa “Mais Médicos”
O cancelamento dos vistos ocorreu nesta sexta-feira (15) e foi interpretado como mais um ataque contra aliados do governo atual. Além disso, agentes e ex-agentes do programa “Mais Médicos” também tiveram seus vistos cancelados nessa nova onda de sanções diplomáticas do governo Trump. O programa “Mais Médicos”, criado em 2013 durante o governo Dilma Rousseff, contou com apoio cubano e visava suprir a carência de profissionais de saúde nas periferias e no interior do Brasil. Padilha ressaltou que o programa continua salvando vidas e disse que não se curvará a essas sanções.
Expansão de sanções e lobby de Eduardo Bolsonaro nos EUA
Esse movimento faz parte de um pacote mais amplo de restrições que se intensificou nos últimos meses. A administração Trump já revogou vistos de magistrados do STF e aliados por sua atuação no julgamento de Jair Bolsonaro, além de aplicar tarifas comerciais sobre produtos brasileiros. Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente, reside nos Estados Unidos desde março e tem atuado para pressionar por sanções contra autoridades brasileiras envolvidas no processo contra seu pai, além de pleitear intervenções políticas do governo americano.
Eduardo Bolsonaro em evento com aliados do governo Donald Trump nos EUA (Foto: reprodução/Bloomberg/Getty Images embed)
Repercussão nacional e reação do governo brasileiro
A medida gerou forte reação no Brasil. Parlamentares do PT criticaram o cancelamento dos vistos como “covardia”, destacando a injustiça especialmente por atingir uma criança. O presidente Lula, durante evento em Pernambuco, defendeu o programa Mais Médicos e fez críticas ao bloqueio contra Cuba, ressaltando a solidariedade brasileira frente à decisão americana.
Reflexos da Medida
A revogação dos vistos dirigidos a familiares de Padilha e ligados ao programa Mais Médicos reflete uma escalada da diplomacia punitiva dos EUA, que se manifesta também por meio de tarifas e sanções a figuras envolvidas no julgamento de Bolsonaro. Em paralelo, Eduardo Bolsonaro intensifica seu lobby em Washington, buscando transformar a crise jurídica de seu pai em uma guerra política internacional. A ação americana, no entanto, reforça o clima de tensão e aprofunda divisões diplomáticas entre os dois países.
A decisão do governo dos EUA contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), repercutiu em diversos veículos da mídia internacional. Na tarde de ontem, quarta-feira (30), com base na Lei Global Magnitsky, o presidente Donald Trump sancionou o magistrado, proibindo sua entrada no país, além de bloquear os bens e ativos que o ministro, caso possua nos EUA.
O ato foi interpretado pela imprensa internacional como um agravamento das tensões diplomáticas entre os governos de Donald Trump e Luiz Inácio Lula da Silva. Inclusive, representando um gesto político em meio ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, réu na Ação Penal 2668, relativa aos “atos antidemocráticos” de 08 de janeiro de 2023.
Repercussão nos Estados Unidos
O jornal “The New York Times”, sediado em Nova York, nos EUA, destacou que a medida marca uma “vitória de Bolsonaro” e relaciona a punição a tarifas já aplicadas por Donald Trump sobre produtos brasileiros importados pelo país. Para o jornal, a sanção contra Moraes sinaliza que os EUA estão dispostos a enfrentar o governo brasileiro, indicando uma nova fase do confronto bilateral.
O periódico também relembrou a atuação de Moraes no Supremo Tribunal Federal, classificando-a como uma tentativa de proteger a democracia, ainda que com decisões vistas como autoritárias por parte da oposição ligadas ao ex-presidente.
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva em entrevista ao jornal The New York Times (Foto: reprodução/nytimes.com)
O também estadunidense,“ The Washington Post”, publicou que a punição agrava a hostilidade entre Brasil e EUA e que a medida ocorreu após pressão de aliados de Bolsonaro, incluindo seu filho, Eduardo Bolsonaro, deputado federal, atualmente morando nos EUA e próximo a Donald Trump.
O jornal relatou que o relacionamento bilateral, de quase 200 anos, colapsou e agora vive um momento de “hostilidade aberta”. Segundo o veículo, a iniciativa é uma interferência direta na política interna do Brasil, relembrando que o ex-presidente Jair Bolsonaro é julgado por tentativa de Golpe de Estado contra a democracia brasileira.
Europa e América do Sul
O britânico “The Guardian” salientou o impacto político da decisão. Segundo a publicação, aliados do presidente Lula veem as sanções como um ataque à democracia, enquanto apoiadores do ex-presidente comemoraram e consideram a medida como um endosso à defesa de Jair Bolsonaro.
Já o francês “Le Monde” fez uma cronologia dos fatos, relatando antecedentes do conflito e ligando a decisão de Donald Trump diretamente ao julgamento de Bolsonaro e ao papel, segundo o jornal, controverso de Alexandre de Moraes no combate à desinformação.
A publicação destacou que Trump já havia retaliado o Brasil com restrições de vistos e tarifas comerciais, alegando perseguição política ao ex-presidente. Conforme a publicação, o ministro Alexandre de Moraes se tornou um símbolo da polarização política brasileira: ao mesmo tempo que é elogiado por uns, é criticado por outros.
Jornal francês, Le Monde, sobre sanções aplicadas ao ministro Alexandre de Moraes (Foto: reprodução/lemonde.fr)
A rede portuguesa “SIC Notícias” afirmou que o governo dos EUA justifica a medida com base em “graves violações de direitos humanos” associadas à atuação de Moraes no STF. Conforme a matéria, as sanções aplicadas a Moraes são parte de uma escalada diplomática e comercial, antes que as tarifas impostas ao Brasil por Donald Trump entrem em vigor. A emissora, também, aponta que a medida é mais um episódio de tensão entre os governos de Trump e Lula e alerta que os impactos de tais sanções ante a política externa brasileira são imprevisíveis.
Jornal argentino Clarín e a repercussão sobre sanções de Donald Trump ao ministro do STF, Alexandre de Moraes (Foto: reprodução/clarin.com)
O jornal argentino “Clarín” considerou a sanção como “dobrar a aposta”. Conforme a publicação, Donald Trump ao se opor ao governo Lula fez um gesto de retaliação direta ao julgamento de Bolsonaro. Para o jornal, trata-se de um movimento que eleva o nível do embate político-diplomático. A publicação menciona, ainda, que desde o início de julho de 2025, Trump tem intensificado exigências políticas contra o Brasil, e que tensões bilaterais atingiram um novo patamar com a punição a Alexandre de Moraes.
Brasil no mundo
Ao aplicar sanções ao ministro, Alexandre de Moraes e, também, sobretaxas comerciais, as medidas adotadas pelo governo dos EUA, são vistas por parte da imprensa internacional como uma interferência direta em assuntos internos de outro Estado soberano, o que pode desgastar a imagem estadunidense em temas ligados aos direitos humanos e democracia.
Publicação da Embaixada dos EUA no Brasil informando sobre as sanções aplicadas ao ministro do STF, Alexandre de Moraes (Foto: reprodução/Instagram/@embaixadaeua)
Por outro lado, a repercussão internacional das sanções contra o magistrado pode apresentar uma imagem de instabilidade institucional brasileira. Conforme os conteúdos publicados, um ministro da Suprema Corte, ser alvo de punições por parte da maior potência econômica mundial, levanta questionamentos sobre uma possível crise democrática no Brasil. Inclusive, expõe globalmente a polarização política interna brasileira. Para especialistas, o Brasil pode passar a impressão de fragilidade nas instituições, podendo comprometer sua reputação.
Após a determinação de Washington, estabelecendo o prazo de 50 dias para que a Rússia encerre seu conflito com a Ucrânia, além da promessa de envio de novos mísseis para Kiev, na data de ontem (17/7), o governo da Rússia chegou a cogitar que tais medidas representariam o fim das negociações, mencionando até chantagem americana. Hoje, contudo, voltou atrás, e disse que esta postura americana não significa o fim das negociações com o país do Leste Europeu, mas sim um novo ajuste com a Casa Branca, em uma relação já desgastada.
Novo ajuste entre EUA e Rússia
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, foi questionando hoje (18/7) pela agência Reuters sobre as declarações feitas ontem (17/7) pelo Presidente americano, Donald Trump, em relação ao prazo de 50 dias para o cessar-fogo com o inimigo Ucrânia, bem como sobre o envio de novos mísseis à Kiev.
A resposta foi na contramão do que já haviam dito anteriormente: “Presumimos que não é isso que significa (se referindo a um possível fim para as relações entre Rússia e EUA). É claro que são questões diferentes. Uma questão é o acordo (de paz) ucraniano. A outra questão são as nossas relações bilaterais.” Peskov chegou a pontuar como “estado deplorável” a atual condição da relação entre o país americano e o dele, além de considerar a situação demorada e difícil.
Dmitry Peskov (foto: reprodução/ ALEXANDER ZEMLIANICHENKO/POOL/AFP/Getty Images Embed)
No início deste ano, na Turquia, Rússia e Ucrânia fizeram duas rodadas de negociação que tiveram um resultado positivo, pois houve a troca de prisioneiros e restos mortais entre os países. Mas não passou disso. A terceira rodada parece emperrada, uma vez que Putin impõe condições, que acabam afastando a celebração de um acordo final para o cessar-fogo.
“Chantagens e novas ameaças”
Em uma coletiva de imprensa em Moscou, Maria Zakharova, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, chegou a manifestar sua indignação à postura, segundo ela “inaceitável” do governo americano, atribuindo palavras como “ultimatos”, “chantagens” e “ameaças”:
“A linguagem de ultimatos, chantagens e ameaças é inaceitável para nós. Tomaremos todas as medidas necessárias para garantir a segurança e proteger os interesses do nosso país”
Desde a Segunda Guerra Mundial, eclodida em setembro de 1939, o conflito entre a Rússia e a Ucrânia lidera o ranking do mais sangrento da Europa, com milhões de pessoas mortas, desde seu início, no mês de fevereiro de 2022.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) saiu em defesa do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), diante da possibilidade de sanções dos Estados Unidos contra o magistrado. A declaração foi feita neste domingo (01), durante discurso na convenção nacional do PSB, realizada em Brasília.
Frases do presidente
“Os EUA querem processar o Alexandre de Moraes, porque ele quer prender um cara brasileiro, que está nos EUA fazendo coisa contra o Brasil o dia inteiro”, disse o presidente.
“Eu nunca critiquei a Justiça deles. Eles fazem tanta guerra, tanta coisa e eu nunca critiquei. Por que eles querem criticar o Brasil?”, afirmou Lula durante a convenção.
No dia 21 de maio, o secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, declarou que o ministro Alexandre de Moraes poderia ser alvo de sanções por parte do governo norte-americano.
Além disso, em um episódio mais recente, veio a público uma carta enviada pelo Departamento de Justiça dos EUA. Nessa mensagem, o órgão informou Moraes de que decisões da Justiça brasileira não têm validade automática em território americano, a menos que sejam oficialmente reconhecidas pelas autoridades dos Estados Unidos.
Essa carta foi uma resposta às decisões judiciais tomadas no Brasil que resultaram, por exemplo, no bloqueio de redes sociais norte-americanas, como a plataforma Rumble.
Lula volta a defender a regulamentação das redes sociais (Vídeo: reprodução/X/ @CNNBrasil)
Entenda o que é o Rumble
O Rumble é uma plataforma de vídeos similar ao YouTube, conhecida por defender a liberdade de expressão e atrair criadores com visões conservadoras ou que se dizem censurados em outras redes. Ganhou popularidade por permitir conteúdos que outras plataformas costumam restringir.
Em fevereiro deste ano, Moraes mandou suspender a plataforma Rumble porque a empresa não obedeceu a várias ordens da Justiça. Entre elas, estavam a retirada do perfil do jornalista Allan dos Santos, o bloqueio de dinheiro enviado para ele e a nomeação de um representante da empresa no Brasil.
Allan dos Santos mora nos Estados Unidos e é considerado foragido pela Justiça brasileira desde 2021. Isso porque Moraes mandou prendê-lo durante uma investigação sobre um grupo suspeito de espalhar notícias falsas.
O Partido dos Trabalhadores (PT), na data de ontem, terça-feira (27), protocolou na Câmara dos Deputados um pedido para a cassação do mandato do deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro. A solicitação leva em conta a atuação do parlamentar nos EUA junto às lideranças do governo de Donald Trump.
Lindbergh Farias, líder do PT na Câmara e o atual presidente do partido, senador Humberto Costa, alegaram que Eduardo Bolsonaro trabalha em desfavor de autoridades brasileiras ao articular sanções contra membros do Supremo Tribunal Federal (STF), da Procuradoria Geral da República (PGR) e da Polícia Federal (PF).
“O representado, deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro, vem desde março de 2025 atuando, de forma sistemática e deliberada, em território estrangeiro estadunidense, com o objetivo de promover ataques institucionais (…) e articular sanções internacionais contra autoridades brasileiras.” Parte integrante do pedido de cassação
Segundo as lideranças petista, Eduardo Bolsonaro, abusou das prerrogativas constitucionais e incorreu em quebra de decoro parlamentar. Por este motivo, deverá ter seu mandato de deputado federal cassado, uma vez que, conforme os solicitantes, as ações do parlamentar desmoralizam o Poder Legislativo.
Dossiê contra Eduardo Bolsonaro
O líder do PT na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias, tem utilizado suas redes sociais para comentar sobre o assunto. Em uma publicação, na data de ontem, terça-feira (27), informou sobre a existência de um conjunto de documentos contrários ao parlamentar. Segundo Farias, trata-se de provas irrefutáveis sobre a atuação de Eduardo Bolsonaro junto às autoridades estadunidenses.
Publicação sobre a existência de um dossiê contra Eduardo Bolsonaro (Foto: reprodução/Instagram/@lindberghfarias)
Em uma das publicações, o também deputado federal Lindbergh Farias, chama Eduardo Bolsonaro de “traidor da Pátria” por “ obstrução de Justiça e ataques à soberania nacional”. Ainda, segundo Farias, as ações de Eduardo são tentativas de interferir no julgamento de Jair Bolsonaro, em curso no STF. Lindbergh Farias declara, ainda, que tais ações “não ficarão impunes”.
Eduardo Bolsonaro se manifesta contra as denúncias
O deputado federal licenciado, Eduardo Bolsonaro, atualmente residindo nos EUA, também utilizou suas redes sociais para se manifestar sobre as acusações. Conforme Eduardo, as denúncias são infundadas, uma vez que ele não tem poder para sancionar autoridades brasileiras. Cabe ao governo dos EUA, baseado nas leis do país, aplicar ou não tais sanções.
Manifestação sobre as acusações (Vídeo: reprodução/Instagram/@bolsonarosp)
As declarações feitas referem-se à abertura do processo em curso no STF contra ele. No último dia 26 de maio (2025), segunda-feira, o Ministro do STF, Alexandre de Moraes, acatou a denúncia feita pela Procuradoria Geral da República (PGR), sobre a prática de possíveis crimes cometidos pelo parlamentar. Entre eles destacam-se organização criminosa e abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
Em relação à denúncia protocolada junto ao Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, pela liderança petista, o órgão analisará o pedido contra Eduardo Bolsonaro e poderá ou não acatá-lo. Caso aceito, as penas adotadas variam de advertência até perda total do mandato parlamentar.
Nesta quarta-feira (05), o Kremlin respondeu aos comentários de Janet Yellen, secretária do Tesouro dos Estados Unidos.
Janet Yellen afirmou que Washington não aceitaria que a China aumente suas exportações de bens de “dupla utilização” para a Rússia, e que responderia com sanções.
Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin, considerou o tom de Washington inaceitável. “Estamos bem cientes de que os nossos camaradas chineses não aceitam tal linguagem, não aceitam tais mensagens e tais ameaças, tais chantagens”, pontuou ele. Peskov também reforçou que Moscou era solidária com Pequim.
O que diz os EUA
Os Estados Unidos bate na tecla que ao oferecer bens com aplicações civis e militares (os chamados de “dupla utilização” por Janet), a China estaria contribuindo com a continuidade da guerra entre Rússia e Ucrânia.
“A China é o principal fornecedor de ferramentas e maquinário usados em microeletrônica e nitrocelulose, que são fundamentais para a fabricação de munições e propulsores de foguetes, e outros itens de dupla utilização que Moscou está usando para aumentar sua base industrial de defesa”, comentou o secretário de Estado Antony Blinken em abril, quando visitou Pequim.
A fala do secretário reforça as consequências das exportações no “esforço de guerra” da Rússia.
“Fui extremamente clara aos mais altos níveis do governo chinês que isto é algo que não toleraremos e que pretendemos sancionar esta atividade”, disse Yellen sobre as exportações, reforçando que o Tesouro dos Estados Unidos também está bastante preocupado com a relação dos países.
Secretário de imprensa presidencial russo, Dmitry Peskov (Foto: reprodução/ Embed from Getty Images).
Dmitry não aceitou o tom dos Estados Unidos e expressou a importância da economia chinesa no mundo. “Mesmo os Estados Unidos dificilmente se podem dar ao luxo de falar nesse tom. Talvez nem todos na liderança da América tenham compreendido isto neste momento, mas com o tempo irão compreender”, respondeu duramente o porta-voz.
Peskov afirmou que os chineses não gostam dos pronunciamentos dos EUA e que o Kremlin é solidário e considera “tal tom, tais ameaças, inapropriadas”.
Enquanto a Rússia sofre sanções em quase todo o Ocidente pela guerra com a Ucrânia, a China mantém uma forte relação comercial com o país, estima-se que o comércio bilateral atingiu US$ 240,1 bilhões no ano passado.