A Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou uma denúncia ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o blogueiro Paulo Renato Figueiredo. Eles são acusados de coação no curso de processo judicial nos Estados Unidos. Conforme relata o documento assinado pelo procurador-geral Paulo Gonet, as ações teriam sido articuladas para tentar intervir em processos judiciais, visando beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro, bem como o próprio blogueiro.
O que diz a denúncia
Segundo a PGR, Eduardo e Paulo atuaram por meio de agentes econômicos e políticos estrangeiros para criar um ambiente de pressão, utilizando ameaças de sanções econômicas se o STF não liberasse os acusados nos processos penais relacionados à ação penal AP 2.668. A denúncia descreve que foram feitas divulgações de possíveis “tragédias financeiras” que poderiam recair sobre o Brasil caso juízes do STF decidissem pela condenação de Bolsonaro ou de Figueiredo. Isso inclui a promessa de consequências nos Estados Unidos para ministros do STF.
Além da coação, o pedido da PGR inclui reparação dos danos causados pelas práticas apontadas. O crime descrito é previsto no Art. 344 do Código Penal, que estipula pena de reclusão de 1 a 4 anos e multa para quem usa de grave ameaça ou violência para interferir em processo judicial, favorecendo a si mesmo ou terceiros.
Reações e controvérsias
Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo reagiram à denúncia chamando-a de “fajuta” e qualificando a PGR como “lacaia” do ministro Alexandre de Moraes. Na nota conjunta, defenderam que as acusações são obscuras e fazem parte de uma estratégia política para pressionar adversários. Eles também mencionaram sanções dos Estados Unidos contra Viviane Barci de Moraes, esposa de Alexandre de Moraes, dizendo que essas medidas reforçam sua tese de perseguição política.
Apesar da denúncia, Jair Bolsonaro não foi denunciado diretamente nesse momento pela PGR, embora o documento mencione que ele poderia ser beneficiário das ações dos acusados. A investigação continua em curso e pode haver desdobramentos futuros conforme novas provas sejam encontradas.
