O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, alertou nesta quinta-feira (31) que grandes empresas farmacêuticas podem enfrentar punições se não reduzirem o preço dos medicamentos. O recado foi enviado em cartas a 17 companhias do setor, divulgadas por meio da sua rede social, a Truth Social.
Segundo Trump, as farmacêuticas têm 60 dias para colaborar com o governo americano e ajudar na implementação de mudanças que reduzam os custos dos remédios para os americanos. Caso contrário, ele afirmou que vai usar todos os recursos disponíveis para proteger a população dos “abusos nos preços”.
Ameaças tem como motivação a prática de preços nos EUA
Apesar da ameaça, Trump não especificou que tipo de punição poderá aplicar. No entanto, deixou claro que não aceitará mais respostas evasivas das empresas, que, segundo ele, “tentam desviar a responsabilidade” e propor mudanças que continuam favorecendo seus próprios lucros.
Carta escrita por Trump pontuando mudanças para a indústria farmacêutica (Foto: reprodução/X/@shamrock_490)
Em maio, Trump assinou um decreto para tentar reduzir o custo dos medicamentos, que estão entre os mais caros do mundo. De acordo com dados da Casa Branca, os americanos pagam, em média, mais do que o triplo do valor cobrado em países desenvolvidos por medicamentos semelhantes.
Mercado interno americano mais acessível seria uma das justificativas de Trump
Uma das medidas defendidas pelo presidente é a política de “nação mais favorecida”, que consiste em atrelar o preço dos medicamentos no país ao valor mais baixo cobrado por eles no exterior. Agora, Trump quer que essa política também se aplique aos remédios usados por idosos atendidos pelo Medicaid e a novos medicamentos que forem lançados.
Essa postura de enfrentamento com a indústria farmacêutica se soma às recentes ações econômicas do governo, como o tarifaço imposto a países com quem os Estados Unidos têm déficits comerciais. Clima da economia interna dos Estados Unidos tem sido conturbado com os impasses sobre as sansões que Trump está aplicando aos outros países. Ambas refletem a estratégia de Trump de usar pressão econômica para tentar corrigir distorções que, segundo ele, prejudicam os americanos.
