Trump corta tarifas e favorece café e carne do Brasil

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou uma medida que reduz tarifas de importação sobre produtos como café e carne bovina. A decisão foi anunciada como parte do plano do governo para aliviar o custo de vida no país e ampliar a oferta de alimentos, que vem pressionando o orçamento das famílias americanas. A Casa Branca afirmou que a medida busca reduzir preços e evitar novos aumentos em produtos essenciais.

A mudança também tem impacto direto em países exportadores, entre eles o Brasil, que é um dos maiores fornecedores de café e carne bovina para os Estados Unidos. Para produtores e exportadores brasileiros, essa redução pode representar uma oportunidade de ampliar vendas e recuperar espaço em um mercado que havia sido afetado pelas tarifas aplicadas ao longo de 2025.

O que muda com a redução das tarifas

A nova regra assinada por Trump determina a diminuição de tarifas que foram aplicadas anteriormente sobre café, carne bovina e algumas frutas tropicais. A medida passou a valer de forma imediata e foi divulgada pela imprensa americana como uma resposta à pressão dos consumidores por preços mais acessíveis. O governo dos Estados Unidos argumentou que alguns produtos agrícolas não são produzidos internamente em quantidade suficiente para atender toda a demanda, o que justificou a redução das tarifas de importação.

No caso do café, o Brasil tem grande relevância no mercado americano e exporta volumes elevados todos os anos. A diminuição das tarifas pode tornar o produto brasileiro mais competitivo e ajudar a recuperar parte das vendas prejudicadas pelas taxas anteriores. O mesmo acontece com a carne bovina, que também vinha enfrentando dificuldades devido ao aumento das tarifas implementadas pelo governo americano ao longo do ano.

Mesmo com o anúncio, exportadores brasileiros afirmam que ainda aguardam esclarecimentos sobre quais tarifas foram realmente alteradas. Algumas entidades, como o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil, informaram que precisam confirmar se a mudança vale apenas para a tarifa base ou se inclui também as sobretaxas que foram adotadas durante 2025. Essa informação é essencial para que produtores e empresas consigam calcular o impacto real da medida.

A medida também se relaciona a negociações comerciais entre os Estados Unidos e países da América Latina. O governo americano já havia sinalizado que estudava maneiras de facilitar a importação de produtos agrícolas para conter os preços internos. A decisão de Trump confirma essa intenção e reforça que o país está buscando alternativas para equilibrar oferta e demanda.

Segundo o governo, a redução das tarifas é temporária, mas pode ser ajustada conforme o comportamento do mercado. A intenção é controlar os preços dos alimentos e evitar que os consumidores enfrentem novos aumentos, situação que tem gerado críticas e pressão política dentro do país.


Donald Trump e Lula (Foto: reprodução/Getty Images Embed/Andrew Harnik)


Impactos para o Brasil e expectativas do setor

Para o Brasil, a redução das tarifas é vista como uma oportunidade importante, mas especialistas destacam que o cenário ainda exige cautela. Exportadores afirmam que faltam detalhes sobre como a mudança será aplicada e quais produtos terão real benefício, por isso muitos produtores preferem esperar antes de ajustar contratos ou ampliar envios para o mercado americano. Além disso, questões de logística como frete, prazos e competitividade internacional continuam a influenciar os resultados, já que o Brasil enfrenta concorrência de outros países produtores que também podem aproveitar o novo espaço aberto pelos Estados Unidos.

O governo brasileiro e representantes do agronegócio iniciaram conversas com autoridades americanas para esclarecer pontos específicos da medida e confirmar seu alcance real. A expectativa é que, nas próximas semanas, sejam divulgadas informações mais detalhadas para ajudar exportadores a se organizar de forma segura. Especialistas lembram que o impacto não será imediato, pois o mercado internacional trabalha com contratos fechados com antecedência e com programações que levam meses para se ajustar, o que significa que resultados mais consistentes devem aparecer somente no próximo ano.

Mesmo com incertezas, a decisão de Trump representa um momento positivo para o comércio entre Brasil e Estados Unidos. Caso as tarifas sejam realmente reduzidas, o país pode ampliar sua presença no mercado americano e fortalecer o setor do agronegócio. A medida também mostra uma tentativa do governo americano de responder às reclamações sobre o aumento no preço dos alimentos, um dos temas que mais preocupam os consumidores. Para o Brasil, o próximo passo é acompanhar os anúncios oficiais, esclarecer dúvidas e se preparar para aproveitar uma possível abertura maior no comércio internacional.

Trump promete cortar tarifas e agita o mercado global do café

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que o governo norte-americano reduzirá as tarifas impostas sobre importações de café, conforme afirmou em entrevista à Fox News nesta terça-feira (11). A fala ocorre em meio às negociações comerciais com países exportadores do grão, entre eles Brasil, Colômbia e Vietnã.

Os preços do café no varejo americano registraram alta de quase 21% em agosto, em relação ao ano anterior, e as taxas aplicadas sobre grãos importados são apontadas como uma das causas.

Brasil entre os mais atingidos

Em julho, o Brasil enfrentou uma das maiores alíquotas de importação de café nos Estados Unidos, chegando a cerca de 50%; o Vietnã pagou em torno de 20%, e a Colômbia, 10%. Os EUA dependem quase totalmente de café importado — mais de 99%, segundo a Associação Nacional do Café. O Brasil é o principal fornecedor, responsável por cerca de 30,7% do volume, seguido pela Colômbia (18,3%) e pelo Vietnã (6,6%).


Trump diz que vai reduzir tarifas sobre café (Vídeo: reprodução/YouTube/Jovem Pan News)


No mesmo dia, o chanceler Mauro Vieira se reuniu com o senador norte-americano Marco Rubio, à margem do encontro de ministros das Relações Exteriores do G7, no Canadá. Segundo o Itamaraty, a conversa abordou as tarifas adicionais de 40% sobre produtos brasileiros, em vigor desde outubro, e os esforços para retomar o diálogo comercial entre os dois países.

Anúncios esperados

Após a entrevista de Donald Trump, o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, afirmou que o governo pretende fazer “anúncios substanciais” nos próximos dias para reduzir preços de itens como café e bananas, produtos em grande parte importados. Segundo ele, as medidas fazem parte de um plano mais amplo para aliviar a pressão sobre o custo de vida e conter os efeitos da inflação que ainda afetam o consumo interno norte-americano. A proposta, segundo fontes da Casa Branca ouvidas pela imprensa local, incluiria ajustes tarifários pontuais e incentivos para importadores.

Economistas avaliam que o alívio tarifário pode ter reflexos rápidos nas prateleiras, especialmente em redes varejistas que dependem de importações diretas. As medidas também estão sendo acompanhadas por exportadores brasileiros como uma possível oportunidade de ampliar os embarques para os EUA. No entanto, analistas ressaltam que ainda não há cronograma oficial para as mudanças, que podem depender do ritmo político em Washington nas próximas semanas.

Trump ameaça processar a BBC após edição polêmica em programa exibido pela emissora

O presidente Donald Trump, dos Estados Unidos, ameaçou processar a emissora britânica BBC após a exibição de trechos de um discurso no programa “Panorama”, em 2024. Segundo Trump e sua equipe jurídica, a edição apresentada pela emissora não condiz com o conteúdo original de suas declarações, gerando interpretações equivocadas por parte da população.

Discurso real do Presidente

Após o anúncio da vitória de Joe Biden no pleito eleitoral de 2020, Donald Trump chegou a questionar a derrota sofrida naquele ano. Contudo, em 6 de janeiro de 2021, ocorreu a invasão do Capitólio, em Washington D.C., protagonizada por manifestantes, em sua maioria apoiadores de Trump.
O trecho original do discurso em questão foi feito dias antes da invasão à capital estadunidense, quando Trump declarou: “Vamos caminhar ao Capitólio e vamos aplaudir nossos bravos senadores e congressistas.”
Entretanto, o trecho exibido pela BBC no programa foi editado, apresentando a fala como: “Vamos caminhar até o Capitólio… Lutaremos juntos.”


Sede BBC Londres (Foto: reprodução/Peter Dazeley/Getty Images Embed)


O caso ganhou grande repercussão após a publicação de uma reportagem da outra emissora britânica, a The Telegraph, que divulgou documentos supostamente emitidos pela própria BBC sobre as distorções do discurso. No entanto, os diretores da emissora negaram as acusações e defenderam que as edições feitas estavam de acordo com as normas e princípios da BBC.

Indenização e retratação

Os advogados que representam Donald Trump exigiram uma retratação pública por parte da BBC, com o mesmo alcance e poder de divulgação que teve o documentário Panorama, além de uma indenização pelos danos causados ao presidente Trump. Caso o pedido não seja atendido até o fim da semana, dia 14 de novembro, a emissora poderá enfrentar uma ação judicial que pode chegar até US$ 1 bilhão.

Por fim, com o apoio do Governo e com pedido de ”manter a alta qualidade”, nesta segunda-feira (10) a BBC publicou um pedido formal de retratação e também dois jornalistas envolvidos na produção do programa pediram demissão da emissora britânica.

Trump critica democratas e pede fim da shutdown que atinge economia

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pediu o fim imediato do shutdown e acusou os democratas de “destruir” a economia americana. A princípio, a declaração foi publicada neste sábado (8) em sua rede Truth Social, quando a paralisação do governo completou 39 dias, tornando-se a mais longa da história do país. 

Sobretudo, o republicano afirmou que a oposição “está vencendo” ao prejudicar a “grande e milagrosa” economia nacional. O impasse entre democratas e republicanos para aprovar o orçamento federal de 2026 começou em 1º de outubro e segue sem acordo.


Trump acusa democratas (Foto: reprodução/TruthSocial/@realDonaldTrump)


Paralisação recorde causa impacto econômico

Nesse sentido, a crise já afeta milhares de funcionários públicos, afastados ou trabalhando sem salário. Além disso, órgãos federais suspenderam a divulgação de indicadores econômicos, assim gerando incerteza no mercado e dificultando decisões sobre taxas de juros.

Durante o mesmo período, o setor aéreo vem enfrentando fortes incertezas. O secretário de Transportes, Sean Duffy, informou que, se o impasse continuar, até 20% dos voos poderão ser cancelados. Só na sexta-feira (7), mais de 700 voos foram suspensos e outros 5,3 mil sofreram atrasos, segundo o site FlightAware. “Vamos tomar decisões com base no que vemos no espaço aéreo”, declarou Duffy.


Companhias aéreas nos EUA começaram a cancelar voos à medida que a paralisação afeta (Foto: reprodução/David Ryder/Bloomberg/Getty Images Embed)


Críticas e tensões políticas crescem em Washington

Em publicações anteriores, Trump já havia criticado decisões judiciais que invalidaram parte das tarifas comerciais impostas durante seu governo. Segundo ele, reverter essas medidas ameaça a segurança nacional e enfraquece a indústria americana. O ex-presidente também defendeu ações mais rigorosas do Serviço de Imigração e acusou juízes “liberais” de atrapalharem a política de deportações.

Enquanto a disputa se arrasta, o Congresso enfrenta uma crescente pressão de empresários e sindicatos. Dessa forma, a Casa Branca tenta negociar um acordo orçamentário que encerre o shutdown antes que o impacto econômico se torne irreversível.

Paralisação do governo dos EUA afeta voos e causa caos nos aeroportos

O transporte aéreo dos Estados Unidos enfrenta dias complicados por causa da paralisação parcial do governo. O secretário de Transportes, Sean Duffy, informou nesta sexta-feira (7) que, se o impasse continuar, pode ser necessário cortar até 20% dos voos programados. A decisão vem em meio a uma série de cancelamentos e atrasos que já atingem milhares de passageiros em diferentes estados.

Segundo dados do site FlightAware, apenas nesta sexta-feira foram mais de 700 voos cancelados e outros 5,3 mil sofreram atrasos. O cenário é consequência direta do shutdown, quando o Congresso não aprova o orçamento federal a tempo, impedindo o governo de pagar parte dos servidores e manter serviços básicos.

Atrasos crescem e aeroportos operam no limite

A Administração Federal de Aviação (FAA) determinou que os aeroportos reduzam as operações em 4% por enquanto, número que pode dobrar até 14 de novembro. Em grandes centros como Atlanta, Houston, Phoenix, San Francisco e Washington, D.C., o movimento está abaixo do normal. Na capital, os atrasos chegaram a quatro horas e cerca de 17% dos voos foram cancelados.

Durante os 38 dias de paralisação, cerca de 13 mil controladores de tráfego aéreo e 50 mil agentes de segurança continuam trabalhando sem salário. A falta crescente desses profissionais tem causado gargalos nas torres de controle e ampliado o tempo de espera para pousos e decolagens.

Entenda o motivo da crise política

O problema começou quando o Congresso não conseguiu aprovar o novo orçamento. Os democratas exigem que programas de assistência médica sejam mantidos, enquanto o governo de Donald Trump quer aprovar o texto sem essas garantias. Como o Senado precisa de 60 votos e o partido do presidente tem apenas 53, a negociação travou.


Mais de mil voos são cancelados nos EUA  (Vídeo: reprodução/YouTube/@uol)


Com isso, vários serviços federais ficaram sem recursos, e o setor aéreo virou um dos mais afetados. Companhias como American Airlines, Delta, United e Southwest já começaram a reduzir voos conforme orientação da FAA.

A American cancelou 220 viagens nesta sexta, atingindo cerca de 12 mil passageiros, mas informou ter conseguido realocar a maioria deles. O presidente da empresa, Robert Isom, afirmou que os cortes ainda não causam grandes prejuízos, mas o impacto deve aumentar se o impasse persistir.

A governadora de Nova York, Kathy Hochul, demonstrou preocupação com o caos nos aeroportos e publicou nas redes sociais uma imagem de painéis cheios de cancelamentos.

Enquanto isso, o secretário Sean Duffy disse que novas reduções podem ser impostas se mais controladores faltarem ao trabalho. “Eu avalio os dados. Vamos tomar decisões com base no que vemos no espaço aéreo”, afirmou.

O governo segue monitorando os dados do tráfego aéreo, mas a tendência é de que as restrições continuem até que o Congresso e a Casa Branca cheguem a um acordo sobre o orçamento.

Lula promete nova ligação a Trump se negociações comerciais não avançarem até o fim da COP30

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta terça-feira (4) que pretende entrar novamente em contato com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, caso as negociações comerciais entre os dois países não avancem até o encerramento da COP30, conferência climática da ONU que está sendo realizada em Belém (PA). A declaração reforça o tom diplomático adotado por Lula diante do recente aumento das tarifas impostas por Washington sobre produtos brasileiros.

Lula lembrou do encontro com Trump

O petista relembrou o encontro que teve com Trump em outubro, na Malásia, quando ambos tentaram amenizar as tensões bilaterais criadas após o governo norte-americano elevar de 10% para 50% as tarifas de importação da maioria dos produtos vindos do Brasil. Segundo Lula, a conversa foi positiva, e houve um compromisso mútuo de buscar um entendimento comercial. Em entrevista, o presidente declarou ter saído do encontro com o presidente Trump com a convicção de que um acordo será firmado. Ele também ressaltou a urgência de iniciar imediatamente as conversas entre os negociadores.

A nova ofensiva diplomática de Lula também reflete uma tentativa de recolocar o Brasil em posição de destaque nas relações internacionais, após anos de distanciamento com os Estados Unidos em temas comerciais e ambientais. O presidente tem buscado reforçar o papel do país como protagonista na transição para uma economia sustentável, tema central da COP30, e aposta que um acordo equilibrado com Washington poderia abrir portas para novos investimentos estrangeiros e parcerias tecnológicas. Assessores do Planalto acreditam que o diálogo direto entre Lula e Trump, mesmo com eventuais divergências políticas, é fundamental para garantir estabilidade nas trocas comerciais e fortalecer a imagem do Brasil como um ator global disposto a negociar com diferentes blocos de poder.

O governo está confiante para um acordo

O governo brasileiro acredita que um novo acordo pode restabelecer o fluxo comercial afetado pelas medidas unilaterais de Trump, especialmente nos setores agrícola, siderúrgico e de manufaturados. Lula destacou ainda que o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, estão preparados para retomar as discussões e, se necessário, viajar aos Estados Unidos nas próximas semanas. Ele afirmou que, se a reunião entre as equipes de negociação não estiver agendada até o final da COP, ele ligará novamente para Trump para resolver a situação.


Lula atual Presidente do Brasil (Foto: Reprodução/PABLO PORCIUNCULA/AFP/Getty Images Embed)


Fontes próximas ao Planalto avaliam que Lula busca equilibrar firmeza e diálogo para evitar um agravamento nas relações com os EUA, país que figura entre os principais parceiros comerciais do Brasil. A expectativa é de que as negociações avancem ainda neste mês, aproveitando o ambiente diplomático da COP30 e o protagonismo brasileiro nas discussões sobre sustentabilidade e economia verde. Para o governo, um eventual acordo pode fortalecer a imagem do Brasil como mediador global e ampliar as oportunidades de exportação em meio ao cenário de incerteza econômica internacional.

Castro articula com governo Trump para classificar o Comando Vermelho como organização narcoterrorista

O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), iniciou uma articulação direta com integrantes do governo norte-americano para que o Comando Vermelho (CV), principal facção criminosa do estado, seja reconhecido pelos Estados Unidos como uma organização narcoterrorista.

A informação foi publicada pela colunista Malu Gaspar, do O Globo, e confirma o envio de documentos à equipe de Donald Trump com a justificativa de que o grupo cumpre critérios usados internacionalmente para a designação.

Segundo os relatórios encaminhados, o governo fluminense argumenta que o Comando Vermelho possui uma estrutura hierárquica consolidada, movimenta grandes volumes financeiros oriundos do tráfico internacional de drogas e mantém relações transnacionais com outras redes criminosas. 

O pedido ressalta que a classificação poderia abrir espaço para cooperação bilateral entre autoridades brasileiras e agências americanas, como a DEA (Drug Enforcement Administration) e o FBI, no combate ao narcotráfico.

Governo federal não foi consultado sobre a iniciativa

De acordo com fontes ouvidas pela imprensa, a ação foi conduzida sem a participação formal do governo federal, o que gerou desconforto em setores do Planalto e do Ministério das Relações Exteriores. Autoridades federais avaliam que uma designação desse tipo, feita de forma unilateral por um estado, poderia ter implicações diplomáticas e econômicas para o Brasil, já que grupos listados como terroristas sofrem sanções internacionais e bloqueio de ativos.

Em nota, interlocutores do governo federal classificaram o movimento como “inoportuno” e destacaram que a definição de organizações terroristas é prerrogativa da União, conforme determina a legislação brasileira. 


Após o envio dos relatórios aos EUA, deputado pede investigação contra Claudio castro (Foto: reprodução/X/@ICLNoticias)


A ausência de coordenação entre esferas de governo também levanta preocupações sobre possíveis efeitos colaterais, como restrições a empresas, bancos ou pessoas associadas, ainda que indiretamente, ao território onde o grupo atua.

Enquanto isso, o governo do Rio defende que o objetivo é reforçar o combate à criminalidade organizada e garantir apoio internacional em investigações de lavagem de dinheiro e tráfico de armas. A Secretaria de Estado da Casa Civil informou que o material enviado aos Estados Unidos “segue parâmetros técnicos e jurídicos internacionais”, e que não há intenção de interferir em competências federais. 

Especialistas analisam possíveis desdobramentos

Analistas em segurança pública avaliam que a eventual classificação do Comando Vermelho como organização narcoterrorista teria um impacto simbólico e operacional significativo, podendo facilitar acordos de cooperação, extradição de criminosos e rastreamento de recursos ilícitos no exterior. 

Por outro lado, especialistas em direito internacional alertam que a medida pode abrir precedentes delicados para a soberania brasileira, ao permitir que potências estrangeiras adotem ações diretas contra alvos dentro do país. Até o momento, não houve manifestação oficial do governo norte-americano sobre o pedido. O Palácio Guanabara também não confirmou se a solicitação foi feita por meio de canais diplomáticos formais ou via representação estadual.

Confronto entre poderes: Trump quer ampliar deportações e critica juízes liberais

Em uma declaração contundente que reacende o debate sobre as táticas de fiscalização de fronteiras e imigração nos Estados Unidos, o presidente Donald Trump defendeu veementemente as ações do Serviço de Imigração e Alfândega (ICE), alegando que os esforços de deportação e aplicação da lei “não foram longe o suficiente”. A manifestação ocorreu durante uma entrevista à rede de televisão americana CBS, divulgada no domingo (2), onde o líder norte-americano não apenas apoiou as operações, mas também atribuiu a alegada insuficiência destas ações à interferência do judiciário.

A crítica presidencial concentrou-se nos juízes, a quem ele se referiu como “juízes liberais que foram nomeados por Joe Biden e Barack Obama”, insinuando que nomeações feitas por seus antecessores democráticos estariam ativamente prejudicando as políticas de imigração de sua administração. Essa afirmação coloca o Executivo em rota de colisão direta com o Judiciário e a oposição, ao sugerir um viés político na aplicação da lei.

Endosso a ‘Táticas Duras’ e Rotulação de Imigrantes

Questionado diretamente sobre se se sentia à vontade com as “táticas duras” empregadas nas operações do ICE, o presidente Trump respondeu afirmativamente, sustentando uma linha discursiva que frequentemente associa imigrantes indocumentados à criminalidade. Segundo ele, muitos dos imigrantes-alvo são “assassinos e criminosos” que foram “expulsos de seus países”.

No entanto, quando confrontado pelo entrevistador com a realidade de que muitos deportados são trabalhadores comuns, como jardineiros e operários da construção civil, e não criminosos violentos, Trump interrompeu a conversa com uma réplica incisiva: “jardineiros que são criminosos”. Tal postura reforça a política de tolerância zero e a ampliação do escopo das deportações, que priorizam a remoção de qualquer imigrante em situação irregular, independentemente de seu histórico criminal.


Discurso de Trump sobre a imigração ilegal na 80ª assembleia-geral das nações unidas (Vídeo: reprodução/YouTube/CNN Brasil)


 

Trump acusa Nigéria de perseguição religiosa e promete agir

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acusou nesta sexta-feira (31) a Nigéria de cometer graves violações da liberdade religiosa em uma publicação feita no seu perfil no Truth Social. Segundo ele, o cristianismo no país enfrenta “uma grande ameaça existencial”.

A declaração, que aconteceu poucos dias depois do encontro de Trump com Lula na Malásia, provocou reações imediatas tanto em Washington, capital dos EUA, quanto em Abuja, capital nigeriana. O governo da Nigéria negou as acusações, classificando-as como “infundadas e baseadas em desinformação disseminada por grupos com motivações políticas”.

A declaração de Trump

No post, o presidente afirmou que centenas de cristãos estariam sendo assassinados por islamitas radicais e que os Estados Unidos devem agir para impedir o avanço da violência. “Os Estados Unidos não podem ficar parados enquanto essas atrocidades acontecem na Nigéria e no mundo”, escreveu Trump. “Estamos prontos, dispostos e aptos para salvar nossa grande população cristã”.

De acordo com o republicano, sua administração teria colocado a Nigéria na lista de Países de Preocupação Especial, prevista na Lei Internacional da Liberdade Religiosa. Essa designação é usada quando o governo americano entende que uma nação está envolvida em violações sistemáticas, contínuas e flagrantes na questão da expressão religiosa.

No começo desse mês, o senador Ted Cruz já havia acusado publicamente a Nigéria de estar cometendo um genocídio contra cristãos, e pedia para que o caso fosse investigado e que os Estados Unidos sancionasse o país, como anda fazendo com vários outros.


Senador Ted Cruz em encontro com Trump (Foto: reprodução/Instagram/@sentedcruz)


As alegações de massacre de cristãos, contudo, não são comprovadas por dados oficiais e foram rejeitadas pelas autoridades nigerianas.

Conflito na Nigéria tem diversas causas

A violência no país africano é impulsionada por múltiplos fatores, que vão além das questões religiosas. Parte dos incidentes é motivada por disputas entre agricultores e pastores por recursos naturais escassos, além de tensões étnicas e comunitárias. Embora cristãos também sejam vítimas, relatos locais indicam que a maioria dos ataques recentes atinge comunidades muçulmanas do norte da Nigéria.

De acordo com o International Crisis Group, essas disputas têm se agravado com o avanço das mudanças climáticas e a instabilidade política da região. Especialistas alertam que, embora o governo americano possa impor sanções à Nigéria caso o diálogo diplomático não avance, a retórica de Trump pode acirrar tensões religiosas internas em um país que já enfrenta uma das crises humanitárias mais complexas do continente africano.

 

Depois das ameaças de Trump, Maduro recorre a Rússia e China para reforçar defesa

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, enviou cartas aos governos da Rússia e da China, além de buscar apoio junto ao Irã, para reforçar sua defesa militar diante de uma presença crescente das forças dos Estados Unidos no Caribe. Segundo documentos internos norte-americanos obtidos pelo jornal “The Washington Post”, Maduro requisitou equipamentos como radares, reparos de aviões e até mísseis.

A iniciativa ocorre em um momento de forte tensão entre Caracas e Washington, com o governo dos Estados Unidos justificando sua operação na região como combate ao narcotráfico. Já o governo venezuelano entende a manobra como uma ameaça direta à sua soberania.

Pressão dos Estados Unidos e resposta venezuelana

Nos últimos meses, os Estados Unidos aumentaram a presença de navios de guerra e aviões militares perto da costa da Venezuela, no mar do Caribe. O governo do presidente Nicolás Maduro acredita que essa movimentação não é apenas uma operação comum, mas uma forma de pressão para tentar enfraquecer ou derrubar seu governo. Por isso, Caracas vê essa ação como uma ameaça direta e um risco para a segurança do país.

Diante dessa situação, Maduro decidiu reagir. Ele ordenou exercícios militares na região e afirmou publicamente que a Venezuela não aceitará ser atacada ou intimidada. Mesmo enfrentando dificuldades econômicas e com seu exército precisando de mais estrutura, Maduro diz que o país está se defendendo de um “cerco” internacional e, por isso, busca apoio de aliados para tentar se proteger.

Além das medidas internas, o governo venezuelano também tem usado discursos e transmissões oficiais para reforçar a narrativa de que o país está sendo ameaçado. Maduro afirma que sua intenção é garantir a segurança da população e evitar conflitos, mas também acusa os Estados Unidos de tentar interferir em assuntos internos da Venezuela. Esse posicionamento busca fortalecer o apoio interno e legitimar a cooperação com outros países, mostrando que o governo está preparado para reagir a qualquer tentativa de pressão externa.


O presidente venezuelano Nicolás Maduro (Foto: reprodução/Getty Images Embed/Frederico Parra)


Aliança estratégica com Rússia, China e Irã

A Venezuela mantém uma parceria antiga com Rússia e China em áreas como comércio, energia e defesa. Agora, com a tensão crescente com os Estados Unidos, Maduro pediu apoio militar direto a esses países, incluindo equipamentos e suporte técnico. “Os pedidos a Moscou foram feitos por meio de uma carta destinada ao presidente russo Vladimir Putin e que deveria ser entregue durante uma visita de um assessor sênior à capital russa neste mês”, diz o “The Washington Post”. Essa movimentação reforça a tentativa do governo venezuelano de mostrar que não está isolado internacionalmente.

Apesar dessa aproximação, especialistas afirmam que ainda não se sabe se Rússia e China vão fornecer todo o apoio solicitado, já que ambos também enfrentam desafios e prioridades em outras regiões. Mesmo assim, o pedido de Maduro mostra que ele aposta nessas alianças para tentar proteger a Venezuela e evitar um conflito maior na América do Sul. O movimento também serve como sinal para outros países da região de que a Venezuela pretende resistir a pressões externas e buscar respaldo diplomático, mostrando que possui parceiros capazes de equilibrar a influência dos Estados Unidos na América Latina.

A situação deixa claro que a Venezuela está tentando se posicionar como um país que não será pressionado, reforçando suas defesas e suas alianças estratégicas. Ao mesmo tempo, o cenário evidencia como a tensão entre os Estados Unidos e aliados da Venezuela pode impactar a estabilidade política e a segurança em toda a América do Sul nos próximos meses. O desfecho dessa negociação ainda é incerto, mas demonstra que Caracas está determinada a buscar apoio internacional para se proteger e fortalecer sua posição no continente.