Mísseis podem chegar à Ucrânia com aval dos EUA

Os Estados Unidos estão considerando atender ao pedido da Ucrânia para enviar mísseis Tomahawk de longo alcance, segundo afirmou o vice-presidente americano, J. D. Vance, em entrevista ao programa Fox News Sunday. A medida, ainda em avaliação, busca dar ao país ucraniano capacidade adicional de responder aos frequentes bombardeios e ataques russos com drones e mísseis.

Diplomacia entre EUA, Ucrânia e países europeus

Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia, solicitou que os EUA vendessem Tomahawks para países europeus, os quais poderiam, por sua vez, remetê-los à Ucrânia. Vance disse que o presidente Donald Trump teria a palavra final sobre autorizar ou não essa operação. Ele afirmou que os Estados Unidos estão avaliando uma série de pedidos do continente europeu relacionados ao armamento.



Essa estratégia diplomática envolve vários atores e etapas. Os EUA não pretendem apenas fazer o envio direto: em muitos casos, os países europeus seriam intermediários. O uso desses mísseis pelos ucranianos representaria uma escalada significativa no conflito, já que o alcance de cerca de 2.500 km permitiria atacar posições russas distantes além da linha de frente.

Impactos militares e riscos de escalada

Os mísseis Tomahawk, com alcance estimado em 2.500 km, seriam um recurso poderoso no arsenal ucraniano diante de bombardeios regulares de mísseis e drones feitos pela Rússia. Se implementada, essa entrega pode ser percebida pela Rússia como uma escalada bélica e gerar respostas mais agressivas.

Historicamente, o governo Trump já recusou em outras ocasiões pedidos semelhantes feitos pela Ucrânia. Ele expressou frustração com a recusa russa em avançar negociações de paz. Vance comentou que a invasão russa se encontra estagnada, com poucos ganhos territoriais recentemente, enquanto lamenta o número de vidas perdidas.

Se os Estados Unidos decidirem avançar com a liberação desses mísseis, o equilíbrio estratégico da guerra poderá mudar. Será uma aposta de risco: fornecer poder ofensivo de longo alcance a um aliado em meio a um confronto intenso pode reconfigurar alianças, estratégias militares e aumentar a tensão entre blocos.

Putin e Trump se reúnem no Alasca para negociar “equilíbrio de segurança na Europa” e “grande progresso”

A reunião entre os presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e da Rússia, Vladimir Putin, que ocorreu no Alasca, teve a duração de três horas. Foram três horas de negociação, porém não um houve um acordo entre as duas nações para um cessar- fogo entre Rússia e Ucrânia, que seguem em guerra. O principal objetivo da reunião, era o de se chegar a um acordo.

O encontro entre os dois líderes teve início às 16h30. Trump e Putin protagonizaram um cumprimento caloroso após chegarem ao Alasca. A reunião chegou ao fim às 19h15, no horário de Brasília.

Após o encontro, não ficou claro, os termos negociados vieram de forma evasiva, sem que os dois presidentes fizessem afirmações concretas.

Discurso de Putin e primeiras impressões de Trump

Vladimir Putin afirmou em seu discurso, que a guerra na Ucrânia não teria tido início em 2022, caso Donald Trump fosse o presidente ao invés do democrata Joe Biden. Tal afirmação foi comentada à exaustão pelo republicano na ocasião de sua campanha eleitoral, em 2024.

Putin disse querer a paz na Ucrânia, contudo não abre mão do que ele julga ser “preocupações legítimas da Rússia” no que diz respeito à segurança nacional – se referindo de maneira indireta à adesão de seus vizinhos da Europa à Otan.


Donald Trump viajou ao Alasca para tratar de um cessar-fogo entre Rússia e Ucrânia (Foto: reprodução/Instagram/@realdonaldtrump)


De acordo com Donald Trump, o encontro foi de “um grande progresso”, mas disse que “há apenas alguns poucos (pontos) que restam”, em aberto de forma a haver um acordo de cessar-fogo. O presidente americano informou que vai comunicar a União Europeia, a Otan e o presidente Volodymir Zelensky, o que foi falado na reunião.

Vladimir Putin afirmou considerar a nação ucraniana, e que já fez esse comentários vezes, que considera a Ucrânia uma nação irmã. Disse também que apesar das circunstâncias, entende que a Rússia e a Ucrânia possuem as mesmas raízes, e que para a Rússia, tudo o que está acontecendo é uma tragédia e ferida horrível. Encerrou dizendo que o país tem um interesse sincero em pôr fim a isso.

Ao mesmo tempo, estamos convencidos de que, para que o acordo seja duradouro, precisamos eliminar todas as causas primárias desse conflito – e já dissemos isso várias vezes -, considerar todas as preocupações legítimas da Rússia e restabelecer um equilíbrio justo de segurança na Europa e no mundo como um todo. Concordo com o presidente Trump, como ele disse hoje, que a segurança da Ucrânia também deve ser garantida.”

O presidente russo comentou que em 2022, teve um último contato com a administração anterior e que tentou convencer o seu então colega americano de que a situação não deveria chegar ao ponto sem retorno, ao ponto das hostilidades e que falou isso de forma bem direta na ocasião. Vladimir Putin disse ainda que se Donald Trump fosse o presidente, que para ele (Putin) não haveria guerra.

A visão de Donald Trump sobre o assunto

Estamos ansiosos para negociar, vamos resolver isso. Realmente fizemos um grande progresso hoje. Sempre tive um relacionamento fantástico com o presidente Putin e com Vladimir. Tivemos muitas, muitas reuniões difíceis, e também boas reuniões.”


O presidente da Ucrânia não participou do encontro entre Putin e Trump no Alasca (Foto: reprodução/zelenkyy_official)


Donald Trump acredita na possibilidade de se chegar a um acordo, e que são boas as chances para que isso ocorra. O presidente americano agradeceu a presença do presidente Vladimir Putin e a toda sua equipe.

O clima era de cordialidade entre os dois presidentes: ambos se cumprimentaram com sorrisos no rosto, e enquanto Putin ia ao encontro de Trump, o presidente americano batia palmas para o presidente russo.

A guerra entre Rússia e Ucrânia, que começou em fevereiro de 2022, registra pela primeira vez o encontro apenas entre os dois líderes desde 2018.

Trump e Putin se reúnem no Alasca em nova tentativa de cessar-fogo na Ucrânia

Numa tentativa direta de pôr fim à guerra na Ucrânia, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, proferiu declarações a bordo do Air Force One antes de se reunir com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, em Anchorage, Alasca, nesta sexta-feira (15). Ele afirmou que “não ficaria feliz se Putin não aceitasse o cessar-fogo” e expressou o desejo de que “a matança parasse”, evidenciando sua postura de pressionar por uma solução imediata para o conflito.

Um encontro crucial

O encontro entre Trump e Putin ocorreu na Base Conjunta Elmendorf-Richardson, em Anchorage, com o presidente russo recebido com tapete vermelho e ao som de aplausos. O objetivo claro da reunião entre os presidentes foi abrir caminho para um cessar-fogo, ainda que modelado como uma “sessão de escuta” com fortes sensibilidades diplomáticas. O presidente americano também sinalizou interesse em se reunir com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, reforçando seu papel como mediador no conflito que já dura três anos.


Trump e Putin em reunião no Alasca sobre guerra na Ucrânia (Foto: reprodução/Andrew Harnik/Getty Images Embed)


Contexto e tentativas anteriores de negociação

Esta não foi a primeira iniciativa de Trump para mediar o conflito: em fevereiro de 2025, ele manteve uma chamada considerada “profunda e produtiva” com Putin, acordando que suas equipes começariam negociações imediatamente, embora preocupações sobre excluir Kiev tenham sido levantadas por líderes europeus e pelo próprio presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy. Em março, avançou-se na proposta norte-americana de cessar-fogo de 30 dias, permitindo a retomada de ajuda e inteligência dos EUA a Kiev, mas Putin impôs condições duras, dificultando um acordo efetivo.

Situação atual da guerra

Enquanto isso, no campo de batalha, as forças russas continuavam ganhando terreno, especialmente no leste da Ucrânia, com avanços em locais como Dobropillia, embora os ucranianos conseguissem estabilizar certas frentes e realizar trocas de prisioneiros. Zelenskyy insiste que Kiev não pode ser excluída das negociações e alerta que soluções que desconsiderem a Ucrânia são “mortas”.

Embora o encontro em solo americano represente um passo significativo — e talvez necessário — na diplomacia para encerrar a guerra, os sinais permanecem mistos. Sem a inclusão efetiva de Kiev e com continuados avanços russos, o futuro das negociações ainda é incerto. A declaração de Trump no Air Force One deixa claro que os olhos do mundo estão voltados para esse esforço de paz, mas a estabilidade desse processo dependerá de esforços concretos e participação plena da Ucrânia.

Trump e Putin realizam primeiro encontro bilateral desde início da guerra na Ucrânia

Está marcada para hoje a primeira cúpula entre Estados Unidos e Rússia desde o início da guerra na Ucrânia, em fevereiro de 2022. Os governantes Donald Trump e Vladimir Putin devem se encontrar no Alasca, território estadunidense que já fez parte da Rússia, na base militar de Elmendorf-Richardson, às 16h30 do horário de Brasília (11h30 no horário local), para discutir o futuro do conflito.

A reunião, proposta por Moscou, sem a participação do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, gerou o temor do Ocidente de que seja negociado um cessar-fogo com vastas perdas territoriais para Kiev.

Encontro preocupa Ocidente

A cúpula russo-estadunidense foi anunciada na última sexta-feira (8) pelo presidente dos EUA, Donald Trump, no último dia do prazo dado por Trump a Putin para acabar com a guerra no Leste Europeu.

Já na segunda (11), Trump declarou que “tentaria recuperar parte daquele território [ocupado pela Rússia] para a Ucrânia”, mas que qualquer acordo de paz envolveria “alguma troca de territórios para o bem de ambos” os beligerantes.


Lourival Sant’Anna, Américo Martins e Priscila Yazbek, da CNN Brasil, analisam o encontro de Trump e Putin desta sexta-feira (Vídeo: reprodução/Youtube/CNN Brasil)


A fala motivou uma reunião de emergência entre os líderes da Ucrânia, União Europeia e Estados Unidos, realizada na quarta-feira via vídeo-chamada, na qual Donald Trump comprometeu-se a que nenhum acordo de cessar-fogo fosse assinado sem o consentimento de Kiev.

Evento diplomático gera tensão e incerteza

A relação de Washington e Moscou, sob a administração Trump, é repleta de idas e vindas.

No início do ano, ao tentar se aproximar de Vladimir Putin, Donald Trump disse que a única solução para o fim da guerra seria a desistência ucraniana da ambição de manter sua integridade territorial, mas depois voltou atrás, garantindo a Zelensky e à comunidade internacional que negociaria com o Kremlin a devolução das regiões ucranianas ocupadas pelo exército de Putin.

Às vésperas do novo encontro, Trump e Putin trocaram elogios. Putin disse que há “esforços sinceros” de Washington para solucionar a guerra, em um movimento que pode selar a “paz mundial”. Já Trump, mais comedido, disse achar “que ele (Putin) fará um acordo”, embora tenha também admitido que não há garantias. “Será como uma partida de xadrez”, disse o todo poderoso morador da Casa Branca.

Zelensky rejeita cessão de territórios antes de cessar-fogo

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou nesta quarta-feira (13) que só aceitará discutir uma possível cessão de territórios à Rússia após um cessar-fogo formal. A declaração foi feita durante uma videoconferência com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e líderes da União Europeia, em um esforço conjunto para buscar alternativas de paz antes da cúpula entre Trump e Vladimir Putin, marcada para sexta-feira (15), no Alasca.

A reunião virtual ocorreu em meio à crescente preocupação entre aliados ocidentais de que os Estados Unidos estejam dispostos a apoiar uma proposta de paz que exija mais concessões da Ucrânia do que da Rússia. Para Zelensky, isso comprometeria a soberania nacional e abriria precedentes perigosos. “Não aceitaremos acordos que sejam discutidos sobre nós, sem nós”, declarou o presidente ucraniano.

Temor de concessões desequilibradas

Os líderes europeus também demonstraram receio de que Trump ceda demais à Rússia em busca de um cessar-fogo rápido. A proposta ventilada pela Casa Branca prevê uma “troca territorial estratégica”, na qual Kiev abriria mão de regiões como Donetsk e Luhansk para garantir o fim da guerra, em troca de garantias de segurança, ideia que Zelensky considera inaceitável.


Representante da Ucrânica Volodymyr Zelensky (Foto: Reprodução/Bloomberg/Getty Images Embed)


Trump, por sua vez, insiste que sua prioridade é encerrar o conflito. Em nota, a secretária de imprensa Karoline Leavitt afirmou que a cúpula no Alasca visa “obter um entendimento mais firme de como alcançar a paz”, mas sinalizou que um encontro trilateral com Zelensky pode ocorrer no futuro, dependendo do avanço das conversas com Putin.

Condições da paz seguem distantes

A guerra, que já dura mais de três anos, continua sem sinais concretos de resolução. Moscou exige que a Ucrânia reconheça a anexação da Crimeia e ceda controle total de quatro regiões ocupadas, além de abandonar o objetivo de entrar na OTAN e parar de receber armamentos do Ocidente.

Zelensky, por outro lado, reafirma que só aceitará um acordo que preserve a integridade territorial ucraniana e garanta segurança com apoio internacional. “Enquanto houver tropas russas no nosso território, não há diálogo real possível”, reforçou. A expectativa é que a cúpula entre Trump e Putin defina os rumos da próxima etapa da diplomacia internacional, com a Ucrânia atenta para não ser colocada em segundo plano.

Líderes europeus reforçam que Ucrânia deve participar das negociações entre EUA e Rússia

No domingo, 10, líderes europeus destacaram a importância da presença da Ucrânia nas negociações entre Washington e Moscou agendadas para esta semana. De acordo com um diplomata americano, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky poderá participar dessas reuniões. No sábado, dia 9, os líderes europeus afirmaram que a paz na Ucrânia não pode ser decidida sem a presença do país.

Reuniões e negociações envolvem líderes e ministros europeus

Os presidentes dos Estados Unidos e da Rússia estão programados para se encontrar na sexta-feira, 15, no Alasca, com o objetivo de buscar uma solução para o conflito que começou em fevereiro de 2022, quando a Rússia invadiu a Ucrânia. No entanto, os líderes da União Europeia ressaltaram que qualquer acordo para pôr fim à guerra de três anos deve necessariamente envolver a Ucrânia.

Na segunda-feira, dia 11, os ministros das Relações Exteriores da União Europeia vão realizar uma videoconferência para discutir a cúpula entre EUA e Rússia, com a participação do ministro ucraniano. O embaixador americano na Otan, Matthew Whitaker, afirmou neste domingo que Zelensky pode estar presente na reunião no Alasca e destacou que nenhum acordo deve ser fechado sem o consentimento de todas as partes envolvidas.


Declaração do Presidente da Ucrânia, Zelensky, sobre ter um acordo de paz (Vídeo: reprodução/X/@hoje_no)

Preocupações sobre exclusão da Ucrânia na cúpula do Alasca

A possibilidade de a Ucrânia ficar de fora da cúpula gerou preocupação, já que há o receio de que isso resulte em um acordo que obrigue Kiev a ceder territórios à Rússia, o que a União Europeia rejeita.

Ao anunciar a cúpula, o presidente Trump mencionou a possibilidade de troca de territórios entre Rússia e Ucrânia, sem entrar em detalhes. Zelensky declarou que qualquer decisão feita sem a participação da Ucrânia vai contra a paz e assegurou que os ucranianos não vão abrir mão de seus territórios.

Neste domingo, líderes europeus importantes assinaram uma declaração afirmando que somente a combinação de diplomacia ativa, apoio à Ucrânia e pressão sobre a Rússia pode acabar com a guerra. Eles também elogiaram o esforço diplomático de Trump e prometeram manter o apoio militar e financeiro à Ucrânia, além de continuar as sanções contra a Rússia.

Entre os signatários estão Emmanuel Macron, da França; Giorgia Meloni, da Itália; Friedrich Merz, da Alemanha; Donald Tusk, da Polônia; Keir Starmer, do Reino Unido; e Ursula von der Leyen, da Comissão Europeia.


Chanceler alemão pedirá para Trump que Ucrânia participe das negociações entre Rússia e Estados Unidos (Vídeo: reprodução/X/@hoje_no)

A primeira-ministra da Estônia, Kaja Kallas, reforçou que qualquer acordo entre Estados Unidos e Rússia precisa incluir a Ucrânia e a União Europeia, pois a segurança da Ucrânia e da Europa está em jogo. Ela destacou que, segundo o direito internacional, todos os territórios ocupados são propriedade da Ucrânia.

Até o momento, as negociações entre Rússia e Ucrânia neste ano tiveram poucos avanços e ainda não está claro se a cúpula ajudará a aproximar as partes para a paz.

Diferenças entre Rússia e Ucrânia dificultam acordo de paz

A invasão da Rússia à Ucrânia teve início em fevereiro de 2022 e já resultou em milhares de mortes, milhões de pessoas deslocadas e grande destruição. O presidente Vladimir Putin tem ignorado os apelos dos Estados Unidos, Europa e Ucrânia para anunciar um cessar-fogo.

A reunião no Alasca será a primeira entre os presidentes dos Estados Unidos e da Rússia desde que Joe Biden se encontrou com Putin em Genebra, em junho de 2021. Trump e Putin se encontraram pela última vez em 2019, na cúpula do G20 no Japão, e desde então têm mantido contato por telefone. Após mais de três anos de conflito, as posições da Ucrânia e da Rússia ainda estão muito distantes.

Moscou exige que a Ucrânia entregue quatro regiões parcialmente ocupadas: Donetsk, Luhansk, Zaporizhzhia e Kherson além da Crimeia, anexada em 2014. Também quer que a Ucrânia pare de receber armas do Ocidente e desista da adesão à Otan.

A Ucrânia rejeita essas condições e exige a saída das tropas russas, além de garantias de segurança vindas do Ocidente, como o envio de mais armas e tropas europeias, pedido que a Rússia não aceita.

Lula discute guerra na Ucrânia e economia global por ligação com Putin

Neste sábado (9), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu uma ligação do presidente da Rússia, Vladimir Putin. A conversa, que durou em torno de 40 minutos, girou em torno de assuntos internacionais, incluindo a guerra na Ucrânia, a situação econômica global e o trabalho conjunto no Brics.

Segundo informações do Palácio do Planalto, a ligação partiu de Putin. Durante o diálogo, Lula reforçou que o Brasil mantém a posição de buscar uma saída pacífica para o conflito, apostando no entendimento entre as partes envolvidas. Ele também lembrou que o país está disposto a ajudar, inclusive por meio do Grupo de Amigos da Paz, criado em parceria com a China para apoiar iniciativas de negociação.

Conflito na Ucrânia e novas tentativas de acordo

A guerra entre Rússia e Ucrânia, que já ultrapassa três anos, continua sendo um dos principais temas da diplomacia mundial. Lula e Putin já haviam tratado do assunto pessoalmente em maio, quando o presidente brasileiro esteve em Moscou.

Durante a ligação, Putin falou sobre os movimentos mais recentes nas tentativas de encerrar o conflito, mencionando que deve se reunir com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na próxima semana, no Alasca. A expectativa é que discutam uma proposta russa envolvendo mudanças territoriais no leste da Ucrânia em troca do fim das hostilidades.


Lula e Putin em registro de 2010, anos antes das atuais discussões sobre guerra e economia (Foto: Reprodução/AFP/Getty Images Embed)


Lula, por sua vez, defende que o diálogo seja conduzido com apoio de outros países e organismos internacionais, como a ONU, para chegar a um cessar-fogo viável para todos os lados.

Brics e cooperação bilateral

Além da guerra, os dois presidentes falaram sobre a atuação conjunta no Brics, que reúne economias emergentes como Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Putin elogiou o Brasil pela organização da última cúpula do grupo, realizada em julho no Rio de Janeiro.

Também ficou acertado que a próxima reunião da Comissão de Alto Nível de Cooperação Brasil-Rússia deve ocorrer ainda este ano. A conversa ocorreu em meio a mudanças recentes na política comercial dos Estados Unidos, que aumentaram tarifas para produtos brasileiros, e a críticas de Trump ao papel do Brics no cenário econômico internacional.

Trump reposiciona submarinos após ameaça de Medvedev

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta sexta-feira (1), que ordenou o reposicionamento de dois submarinos nucleares em “regiões apropriadas”, em resposta a declarações do ex‑presidente russo Dmitry Medvedev, hoje vice‑presidente do Conselho de Segurança da Rússia. Medvedev havia criticado duramente ultimatos de Trump e alertado que a postura norte-americana poderia aproximar os países de uma guerra nuclear.

Troca de farpas entre Trump e Medvedev

Na quinta-feira (31), Medvedev declarou que Trump estaria brincando com um “jogo de ultimatos”, referindo‑se à redução de prazo para um acordo de paz entre Rússia e Ucrânia de 50 para 10 dias, classificando isso como provocador. O ex-presidente russo também mencionou o sistema nuclear “Dead Hand”, símbolo da dissuasão soviética. Em reação, Trump postou em sua rede social: “Ordenei o posicionamento de dois submarinos nucleares … caso essas declarações tolas e inflamatórias sejam mais que apenas isso” e afirmou que “palavras são muito importantes e podem levar a consequências indesejadas”.

Fontes oficiais confirmaram que a ação representa um gesto de força diplomática, mesmo sem revelar localização ou tipo exato de submarino. A movimentação ocorre em meio à crescente tensão entre Washington e Moscou.

Panorama das negociações de paz entre Rússia e Ucrânia

Enquanto esse atrito verbal se intensifica, as negociações de paz continuam estagnadas. Desde maio, delegações russas e ucranianas realizaram três rodadas de conversas em Istambul, mas não avançaram em temas críticos como cessar-fogo ou cessão territorial. A Rússia exige que a Ucrânia se retire de quatro regiões parcialmente ocupadas e aceite outras condições consideradas inaceitáveis por Kiev. O presidente russo Vladimir Putin afirmou desejar uma “paz estável e duradoura”, mas sem indicar disposição para concessões.

Donald Trump, por sua vez, estabeleceu um prazo até 8 de agosto para que um acordo seja firmado, sob ameaça de novas sanções e tarifas severas aos países que mantiverem apoio econômico à Rússia.

Intensificação do conflito e ameaças de retaliação

Sem avanços diplomáticos, a guerra segue intensa. Ataques aéreos e com drones russos têm atingido áreas civis, inclusive Kyiv, causando dezenas de mortes em bombardeios recentes. O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky reafirmou o apoio à mediação internacional e se mostrou aberto a negociações diretas com Putin, em linha com a proposta de Trump.


Equipes de resgate buscam vítimas após ataque com drones e mísseis russos a Kyiv, que deixou ao menos seis mortos e dezenas de feridos (Foto: reprodução/Yevhenii Zavhorodnii/Getty Images embed)


Enquanto isso, o governo norte-americano anunciou o envio do enviado especial Steve Witkoff para tentar destravar as conversas de paz. Paralelamente, Trump ameaçou impor tarifas de até 100% a países que continuem comprando energia russa, endurecendo ainda mais sua postura diante da estagnação nas negociações.

Clima de Tensão

A escalada verbal entre Trump e Medvedev, incluindo a sinalização nuclear através do reposicionamento de submarinos, reflete um momento tenso nas relações entre Estados Unidos e Rússia. Ao mesmo tempo, as negociações de paz entre Rússia e Ucrânia permanecem emperradas, com exigências consideradas inaceitáveis e ofensivas militares em curso. A combinação de diplomacia tensa, ameaças econômicas e movimento estratégico militar aponta para um impasse perigoso — cujas consequências podem ser graves se não houver avanços concretos nos próximos dias.

Trump ameaça Putin e exige que guerra na Ucrânia acabe em 10 dias

Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, deu um ultimato para que Putin, presidente da Rússia, acabe com a guerra contra a Ucrânia em até 10 dias. Caso ele não o faça, Trump aplicará uma tarifa de 100% para a Rússia, além das tarifas já existentes.

O pronunciamento ocorreu durante uma visita à Escócia, onde informou que o próximo passo será impor tarifas contra o país, que terá até 8 de agosto para encerrar a guerra que persiste desde 2022.

Ameaça de Trump para Putin

A ameaça da tarifa de 100% não é nova, visto que Trump informou que poderia colocar essa tarifa para o maior país do mundo, bem como para parceiros comerciais, caso não houvesse um cessar-fogo em até 50 dias. Para um assessor de Putin, a declaração é um “ultimato teatral”, enquanto a Ucrânia elogiou a decisão.

Antes de uma reunião na Escócia nesta segunda-feira (28), o presidente dos EUA estava ao lado de Keir Starmer, primeiro-ministro britânico, e disse que estava decepcionado com Putin, portanto, diminuiria o prazo de 50 dias, pois já saberia a resposta do prazo menor.

Além de diminuir o prazo para resolução da guerra, Trump declarou não estar mais interessado em conversar com o presidente da Rússia, visto que ele parece somente fingir negociar um cessar-fogo.


Trump anuncia tarifas como ameaça caso Rússia não acabe com a guerra (Vídeo: reprodução/X/@clashreport)

Impacto no mercado

Questionado sobre o risco para o mercado global de petróleo, uma preocupação de analistas internacionais quanto à tarifa de 100%, dado que a Rússia possui uma das maiores indústrias globais, o presidente dos Estados Unidos comentou não estar preocupado.

O Kremlin, residência oficial do Presidente da Federação Russa, confirmou que uma reunião entre Trump e Putin pode ocorrer na China, em setembro, durante a comemoração dos 80 anos do fim da Segunda Guerra Mundial, mesmo com os comentários negativos de Trump, e sem sua presença confirmada no evento.

Elon Musk desliga internet durante ação da Ucrânia contra a Rússia

Durante setembro de 2022, Elon Musk impossibilitou que a Ucrânia avançasse de forma contraofensiva contra a Rússia, após ordenar que a Starlink deixasse de fornecer internet para o país. A ação fez com que o país perdesse a confiança na empresa.

A ordem de Elon Musk

Três pessoas que conhecem o comando de Musk informaram que a ordem foi dada a Michael Nicolls, engenheiro sênior nos escritórios na Califórnia da SpaceX — empresa que controla a Starlink —, para que a cobertura do sinal fosse interrompido em regiões estratégicas como Kherson, localizada ao norte do Mar Negro, e que a Ucrânia tentava retomar.

Uma das fontes contou que Nicolls disse que precisavam fazer aquilo, e então os funcionários desligaram cerca de uma centena de terminais da Starlink. A decisão afetou outras áreas ucranianas que a Rússia apossou, como parte da província de Donetsk, mais a leste.


Decisão de Elon Musk de desligar a Starlink impactou a guerra entre Ucrânia e Rússia (Foto: reprodução/X/@stripathi56)

Consequências para a ação da Ucrânia

Segundo um assessor das Forças Armadas, um oficial militar ucraniano e dois outros que viram a falha da Starlink da linha de frente, as tropas ucranianas tiveram um apagão repentino em suas comunicações.

Com a falta de comunicação, os soldados entraram em pânico, a vigilância das forças russas que era realizada por drones ficaram às escuras, e até mesmo a artilharia de longe alcance teve problemas, pois precisava da Starlink para apontar seus tiros e atingir os alvos.

Em meio à confusão, as autoridades ucranianas questionaram seus homólogos do Pentágono o que aconteceu e poderia ter causado a interrupção, e obtiveram poucas informações como respostas.

Fora todo o problema enfrentado, o desligamento impediu que a posição russa na cidade de Beryslav, a leste de Kherson, fosse cercada. A informação foi confirmada por um oficial militar durante uma entrevista, que disse que o cerco foi completamente interrompido e fracassou.

Manipulação de resultado de guerra

Algumas regiões tomadas pela Rússia foram recuperadas pela Ucrânia, como a cidade de Beryslav em Kherson e outros territórios adicionais.

Entretanto, a ordem de Elon Musk não havia sido comunicada, e é o primeiro exemplo claro e conhecido de um bilionário e dono de uma empresa de internet desligando ativamente a cobertura do sinal sobre um campo de batalha durante um conflito.

Saber o que aconteceu em 2022 chocou alguns funcionários da Starlink e mudou a linha de frente dos combates, visto que a decisão fez com que o bilionário e CEO da Starlink tomasse o resultado da guerra.