Violência digital atinge milhões de brasileiras

As estatísticas oficiais brasileiras passaram a incluir a violência digital. Pela primeira vez, a Pesquisa Nacional de Violência Contra a Mulher considerou agressões que acontecem em ambientes virtuais, e os dados apresentados são alarmantes: aproximadamente 8,8 milhões de mulheres, ou seja, uma em cada dez brasileiras com 16 anos ou mais, relataram ter sido vítimas de algum tipo de abuso digital no último ano. As informações destacam que a conexão entre violência de gênero e ambiente online está se tornando cada vez mais intensa, não podendo mais ser considerada um problema secundário.

O avanço dos crimes virtuais contra mulheres

A inclusão da violência digital na pesquisa reflete a transformação das relações sociais. O ambiente virtual deixou de ser apenas um espaço de compartilhamento de conteúdo para se tornar uma extensão direta da vida pública e privada das mulheres. É nesse cenário que aparecem agressões como ataques em redes sociais, mensagens intimidadoras, perseguição online, divulgação de conteúdos sem consentimento e até invasões de contas pessoais.

Para especialistas, a violência digital funciona muitas vezes como continuação — ou até como início — de ciclos de violência emocional, psicológica e até física. Ela atravessa fronteiras, invade rotinas e pode ocorrer a qualquer horário. Isso a torna difícil de prever e também de interromper, o que aumenta o impacto emocional sobre as vítimas.

A pesquisa e o marco histórico dos dados

O levantamento foi realizado pelo DataSenado e pelo Observatório da Mulher contra a Violência, entrevistando mais de 21 mil mulheres em todas as unidades da federação. Esta edição marca 20 anos da série histórica e inaugura a medição de formas contemporâneas de violência que antes ficavam invisíveis. Ao incorporar as agressões digitais, o estudo traz uma leitura mais completa da vida das mulheres — um passo fundamental para elaborar políticas públicas mais eficazes.

O dado central, de que 10% das mulheres brasileiras sofreram algum tipo de violência digital no último ano, mostra que o problema está longe de ser restrito a casos isolados. Assim como outras formas de violência de gênero, a agressão online também apresenta altos índices de subnotificação. Muitos episódios são naturalizados, tratados como “brincadeira”, bloqueados rapidamente ou esquecidos, o que faz com que o número real possivelmente seja ainda maior.

O impacto real de uma violência que parece invisível

Apesar de ocorrer no ambiente virtual, a violência digital provoca efeitos diretos na vida real. A vítima que recebe ameaças em mensagens privadas, por exemplo, pode desenvolver ansiedade, medo constante e sensação de vigilância. Já aquela que tem fotos íntimas divulgadas sem consentimento, sofre danos que vão desde prejuízos emocionais profundos até dificuldades no trabalho, na vida social e na construção de relacionamentos.

Para muitas mulheres, os ataques digitais são acompanhados de um sentimento de desamparo — especialmente quando o agressor utiliza perfis falsos, manipula informações ou se aproveita da impunidade no ambiente online. O impacto da violência não é apenas individual: ele afeta a sensação coletiva de segurança e participação das mulheres nos espaços digitais.

Os desafios para denunciar e enfrentar o problema

A pesquisa também evidencia um obstáculo central: a dificuldade de denunciar. Nem todas as mulheres sabem que determinados comportamentos configuram crime. Outras têm medo de retaliação, vergonha da exposição ou receio de não serem levadas a sério pelas autoridades. Em muitos casos, a prova da agressão desaparece com a exclusão de mensagens ou perfis, o que torna o processo ainda mais delicado.

O avanço da discussão pública sobre violência digital é essencial para que mais vítimas reconheçam seus direitos e busquem ajuda. Delegacias especializadas, canais de denúncia como o Ligue 180 e plataformas digitais comprometidas com moderação eficiente são pilares fundamentais para reduzir a impunidade. Além disso, a criação de programas educativos voltados à segurança digital tem se mostrado indispensável em diversos países — e o Brasil não pode ficar para trás.


Violência digital contra mulheres (Vídeo: reprodução/YouTube/Defensoria Pública do Estado de Santa Catarina)


A urgência de políticas públicas que acompanhem a era digital

Os dados divulgados acendem um alerta para governos, empresas de tecnologia e sociedade. Se a violência digital cresce na mesma velocidade que o uso das redes, as respostas precisam acompanhar essa mudança. Isso inclui aprimorar leis que tratam de crimes digitais de gênero, capacitar profissionais para lidar com esse tipo de denúncia, criar mecanismos de acolhimento psicológico e jurídico e pressionar plataformas a adotarem sistemas eficazes de proteção.

A violência contra a mulher continua sendo um problema estrutural no Brasil, e agora se manifesta também em telas, aplicativos e redes. Enfrentar a violência digital é enfrentar esse problema de forma completa — e garantir que mulheres possam existir plenamente nos espaços, sejam eles físicos ou virtuais.

Em entrevista a Cabrini, Dado Dolabella confessa agressão a Luana Piovani

O ator Dado Dolabella relembrou o episódio de agressão à atriz Luana Piovani em 2008 com detalhes reveladores sobre o caso em entrevista concedida ao neste domingo (2) ao jornalista Roberto Cabrini, na TV Record. Durante a conversa, o ator não negou que agrediu a ex-noiva.

O caso

Dado Dolabella e Luana Piovani viveram um relacionamento de cerca de três anos. O casal chegou a ficar noivo e se preparava para dar um passo importante na relação, mas o noivado terminou após um episódio de agressão em um hotel Luana terminou a relação e procorou a justiça para denunciar a agressão .

Durante entrevista a Roberto Cabrini, Dado relatou como o conflito aconteceu. A agressão ocorreu durante a saída do ator do hotel. Ao sair, colocou a comanda do hotel na bolsa da atriz que o agarrou pelo braço. De acordo com o ator, a unha de Luana o machucou. Em uma tentativa de se soltar, a mão dele pegou nela e, com a força da batida, ela caiu no chão.

O ator admitiu que sua reação foi inadequada e violenta. Segundo ele, sua atitude foi de covardia, e confessou que houve agressão por parte dele, pois a atriz tinha menos força naquele momento e não conseguiu se defender do ocorrido.


Dado Dolabella e Roberto Cabrini (Video: reprodução/Instagram/@domingoespetacular)


Nova polêmica

Recentemente, o nome de Dado voltou a ser associado a um novo caso de agressão, desta vez envolvendo sua atual namorada, Marcela Tomaszewski. Segundo relatos, uma briga entre o casal teria resultado em marcas de violência. Marcela chegou a mostrar os ferimentos à família e afirmou sentir medo do ator.

Após a repercussão, Marcela se reaproximou de Dado e não registrou queixa formal contra ele. Durante a entrevista a Cabrini, ela afirmou que o episódio foi uma briga de casal e disse que no momento estão em paz e felizes. Quando questionada sobre, Marcela negou a agressão e disse que “nunca protegeria um agressor”

Lula assina projeto de lei antifacção

O governo federal apresentou ao Congresso o projeto de lei conhecido como “antifacção”, que endurece o combate ao crime organizado no país. A proposta cria a figura da “organização criminosa qualificada”, que amplia as punições para grupos que dominam territórios, aliciam menores ou utilizam armas de grosso calibre. Nessas situações, as penas passam a ser mais severas, podendo chegar a 30 anos de prisão em casos de homicídio cometido em benefício da facção.

O que muda na lei com o projeto

A iniciativa surge após a recente onda de violência no Rio de Janeiro, que expôs falhas no enfrentamento a esses grupos. Entre as medidas previstas, estão a apreensão antecipada de bens e valores durante as investigações, a intervenção judicial em empresas ligadas a organizações criminosas e a criação de um banco de dados nacional sobre facções, para mapear integrantes e atividades.

O texto também reforça os mecanismos de investigação e inteligência, autorizando a infiltração de agentes, o monitoramento de presos, o bloqueio de operações financeiras e a cooperação entre estados e União. A proposta marca uma tentativa de resposta mais incisiva do Estado diante do avanço do crime organizado e da influência das facções em diversas regiões do país.


Presidente Lula visa ações legais para combater a violência (Foto: reprodução/Ricardo Stuckert/PR)


Proposta visa aumentar segurança para população

O momento político e social foi determinante para acelerar a proposta. O aumento da sensação de insegurança, as operações policiais intensas em grandes centros urbanos e o fato de a segurança pública voltar a ocupar o topo das preocupações da população levaram o governo a buscar respostas mais concretas.

Se aprovado, o projeto pode representar uma nova etapa no enfrentamento ao crime organizado. A expectativa é que as facções enfrentem maior risco jurídico, menos espaço para atuação econômica e territorial e maior capacidade de investigação coordenada entre os órgãos de segurança. Especialistas, porém, alertam para possíveis efeitos colaterais. Críticos apontam o risco de centralização excessiva de poder, fragilização de garantias processuais e dependência de uma estrutura policial ainda limitada em várias regiões do país.

Apesar das incertezas, o texto é visto como uma tentativa do governo de colocar a segurança pública no centro da agenda nacional e de construir um marco mais duradouro no combate às facções criminosas. O desafio agora será viabilizar a aprovação no Congresso e garantir condições práticas de implementação.

A Fazenda 17: Gaby Spanic quebra silêncio após saída polêmica

No domingo, 19 de outubro de 2025, Gaby Spanic protagonizou um dos momentos mais comentados da temporada de “A Fazenda 17”: durante uma dinâmica de escolha de “planta”, ela chamou Tamires Assis, fez um discurso em que falou sobre ter sido vítima de bullying e, em seguida, aplicou um tapa no rosto da colega. Logo depois, afirmou: “Eu me despeço, pois não posso mais ficar aqui. Desisto! Adeus!”.  A produção do programa comunicou, por meio de seu diretor Rodrigo Carelli, que a participante havia infringido regras internas e, por isso, foi expulsa do programa.

Mas o episódio não se resume à agressão: Gaby usou o momento para fazer um protesto — ela havia pedido que Tamires vestisse roupas de cor clara como símbolo de algo, e declarou que se sentia pressionada por atitudes que considerava violentas dentro da casa. Em sua fala pública pela primeira vez, a atriz destaca que o ato foi “um alerta” e que decidiu sair por não poder mais “aceitar o que se passava” ali.

Entre a desistência e a expulsão

Apesar do anúncio oficial da expulsão, há nuances que trazem questionamentos sobre se a saída foi uma desistência voluntária ou uma medida disciplinar da produção. Segundo reportagens, Gaby havia manifestado desejo de sair antes do tapa, mas o regulamento exige ato formal (como acionar o sino) para que seja considerada desistência. O diretor Rodrigo Carelli comunicou oficialmente: “Devido ao ocorrido na atividade agora há pouco, tivemos que expulsar a Gaby Spanic do jogo”.


Confira o Tweet sobre a eliminação (Foto: reprodução/X/@RodrigoMCarelli)

Dessa forma, a emissora tomou a decisão de desligamento por violação das regras de convivência — a agressão física — mas o gesto da própria participante também indicava que ela não queria mais permanecer no confinamento.

Além disso, a saída gerou impactos contratuais: Gaby corria o risco de perder cachê e premiações acumuladas, mas fontes indicam que houve negociação com a emissora para mantê-la em outros projetos. Essa ambiguidade — expulsão ou desistência — se tornou parte da narrativa e amplia o debate não só sobre o programa, mas sobre os limites do que é tolerado em reality shows.

Violência, denúncia e reação do público

Mais do que uma treta de programa, o episódio gerou repercussão sobre a cultura do entretenimento e dos realities. Gaby, em seu discurso, criticou comportamentos que considerava violentos na sede e reclamou de falta de ação da produção. A reação do público foi dividida: de um lado, muitos apoiaram a atriz e elogiaram sua postura, dizendo que ela “saiu de cabeça erguida”.

Por outro lado, houve quem criticou o ato de agressão, mesmo que simbólico, e a forma como se desencadeou o episódio. Para a equipe de Tamires Assis, o tapa foi “em forma de protesto à todas as situações que a Cunhã vem sofrendo injustamente na casa”.

No campo dos realities, a saída de Gaby reacendeu a discussão: até que ponto o jogo permite agressões encenadas ou simbólicas? Em “A Fazenda”, a regra é clara: agressão física implica expulsão. A produção também tem seu protagonismo nessa história — e a comunicação oficial deixou claro que não foi aceito o comportamento. Este episódio pode marcar um ponto de inflexão no programa: uma participante internacional com histórico de realities provocando a reflexão sobre limites, identidade, xenofobia e postura dentro da casa.

 

Clipe de Beyoncé e Alicia Keys não foi lançado após problemas com traficantes no Rio de Janeiro, diz pai da cantora

Beyoncé e Alicia Keys subiram o Morro Santa Marta, na zona sul do Rio de Janeiro, em 2011, para gravar o videoclipe de “Put It in a Love Song”. Os fãs estavam na expectativa de ver o Brasil encantar o mundo mais uma vez com suas belas paisagens  como já aconteceu com Michael Jackson no Pelourinho e no próprio Santa Marta , mas o público acabou ficando apenas na espera.

Segundo o pai de Beyoncé, o videoclipe não pôde ser lançado devido à ação de traficantes. O que era para ser apenas uma gravação se transformou em momentos de pânico.

Retrospectiva

De acordo com Mathew Knowles, pai de Beyoncé, a gravadora realizou as filmagens sem antes entrar em contato com a comunidade. Por motivos de segurança, as cantoras precisaram deixar o local rapidamente. Knowles declarou que a Sony não efetuou o pagamento exigido por criminosos, o que forçou as duas a escaparem do local de helicóptero. Naquele período, Mathew, além de pai, atuava como empresário da artista.

Ainda segundo ele, muitos fãs se perguntavam por que o clipe nunca havia sido lançado. O silêncio durou anos, até que ele decidiu revelar, em entrevista ao apresentador Carlos King publicada nesta terça-feira (7) , que o motivo foi puramente a segurança das artistas.

Knowles afirmou que a verdade sobre o que aconteceu não é de conhecimento público, e que o silêncio geral se deve a esse motivo oculto. Nem a Sony nem as cantoras se manifestaram sobre a declaração.


Beyonce durante o clipe gravado no Rio de Janeiro (Foto: reprodução/Instagram/@estadao)


Expectativa

A expectativa do público brasileiro é pelo retorno de Beyoncé aos palcos nacionais. A última aparição da artista no país ocorreu em 2023, durante o lançamento do filme “Renaissance: A Film by Beyoncé”, em Salvador (Bahia), no evento Club Renaissance. A presença surpresa levou o público à loucura e aumentou ainda mais o desejo por novos shows.

Na atual turnê, “Cowboy Carter Tour” (2025), Beyoncé não passará pelo Brasil. No entanto, a Prefeitura do Rio de Janeiro já manifestou o desejo de realizar um show gratuito da artista nas areias de Copacabana, durante o evento “Todo Mundo no Rio”, previsto para 2026. Por enquanto, a proposta ainda é apenas uma aposta e os fãs aguardam ansiosos por uma confirmação, seja no Rio de Janeiro ou em outro estado brasileiro.

 

O que fazer em caso de violência dentro do condomínio? Síndica Juliana Moreira explica

Você presenciou um vizinho agredindo a esposa? Ou, como síndico, testemunhou uma cena de violência nas áreas comuns do prédio? Situações assim exigem reação imediata e responsável, e a dúvida de muitos moradores é sobre qual é a atitude correta a ser tomada. Para a síndica Juliana Moreira, a resposta é simples: não se pode ficar em silêncio.

O alerta se reforça diante de casos como o ocorrido em Natal (RN), quando o ex-jogador Igor Eduardo Pereira Cabral espancou sua então namorada, Juliana Garcia dos Santos, dentro do elevador de um condomínio. As imagens das câmeras de segurança mostraram o momento em que a vítima recebeu mais de 60 socos, ficando gravemente ferida e precisando passar por cirurgia de reconstrução facial. O episódio, que ganhou repercussão nacional e resultou na prisão preventiva do agressor, é um retrato cruel da violência que pode acontecer em espaços coletivos.

Para Juliana Moreira, a prioridade em momentos como esse é garantir a proteção da vítima e acionar a polícia sem demora. Ela explica que não cabe ao condomínio tentar resolver a situação internamente, mas sim agir de forma rápida e firme, preservando as imagens de segurança, apoiando a vítima de maneira sigilosa e oferecendo informações sobre canais de denúncia como o 180, da Central de Atendimento à Mulher. “O que não pode acontecer é o silêncio. Violência doméstica é crime e a omissão só fortalece o agressor”, afirma.

A síndica destaca ainda que o acolhimento é essencial. Além de acionar as autoridades, o condomínio pode se tornar um espaço de apoio, onde a vítima sinta que não está sozinha e que pode contar com solidariedade. Também defende que medidas preventivas sejam implementadas, como treinamentos para funcionários identificarem situações suspeitas, campanhas de conscientização entre moradores e a criação de uma cultura de não tolerância à violência.

“O caso da mulher espancada dentro de um elevador chocou o Brasil, mas precisa servir de aprendizado. Nosso papel, seja como síndicos, vizinhos ou cidadãos, é agir com empatia e rapidez. Se houver violência, não hesite: denuncie. Só assim conseguimos transformar indignação em proteção real”, conclui Juliana Moreira.

Violência contra mulheres e jovens cresce mesmo com queda nos homicídios

Enquanto o Brasil aponta uma nova queda nos índices gerais de violência letal, o cenário paralelo revela um crescimento alarmante em dois grupos vulneráveis: mulheres e menores de idade. O Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2024, divulgado nesta quinta-feira (24), mostrou que o número de feminicídios e mortes violentas de crianças e adolescentes cresceu, mesmo diante da redução de 5,4% nas mortes intencionais, em geral.

Feminicídios batem recorde

O país registrou 1.492 feminicídios em 2024, o maior número desde que a tipificação entrou na legislação brasileira, em 2015. O crescimento é de 1% em relação a 2023. A maioria das vítimas era mulheres negras (64%), tinha entre 18 e 44 anos (70%), foi morta dentro de casa (64%), por homens (97%) que eram companheiros ou ex-companheiros (80%), geralmente por arma branca (48%).

Um dado preocupante é o descumprimento das medidas protetivas: ao menos 121 mulheres assassinadas nos últimos dois anos estavam sob proteção judicial. Em 2024, cerca de 100 mil ordens foram ignoradas pelos agressores. A pesquisadora Isabella Matosinhos afirma que, apesar de fundamentais, essas medidas “isoladamente, têm se mostrado insuficientes”.

Violência contra crianças e adolescentes volta a subir

As mortes violentas de crianças e adolescentes de até 17 anos aumentaram 4% em 2024, alcançando 2.356 vítimas. O dado quebra a tendência de queda desde 2020. Segundo o relatório, decorrentes de intervenções policiais, essas mortes representaram 19% dos homicídios de adolescentes, contra 17% no ano anterior.

Redução nas mortes em operações não acompanha queda geral da violência

As mortes causadas por policiais, tanto em serviço quanto de folga, somaram 6.243 vítimas, uma queda de 3,1%. No entanto, como o recuo foi inferior ao das mortes em geral, a participação dos agentes nesses casos subiu de 13,8% para 14,1%.

Mesmo estados com índices historicamente mais baixos de letalidade policial, como Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Ceará, registraram alta nas mortes por ações policiais. Já entre os estados com polícias mais letais, São Paulo lidera o aumento com 61%, seguido do Pará (13%).

Desaparecimentos crescem e podem esconder assassinatos

O número de desaparecimentos subiu 5% em um ano, com 81.873 casos registrados em 2024. Estados como Bahia, Amapá e Sergipe viram queda nos homicídios, mas alta significativa nos desaparecimentos, levantando suspeitas de que parte da violência esteja sendo “ocultada”.

O Fórum aponta que esses estados vivem sob o domínio de facções criminosas, em disputa pelo controle territorial. “Há indícios de que parte dos assassinatos esteja sendo mascarada como desaparecimento, especialmente em áreas de conflito”, aponta o estudo.


Recorde no número de feminicídios no Brasil em 2024, segundo levantamento divulgado pela CNN Brasil (reprodução/CNN Brasil/YouTube)

Estupros crescem e atingem majoritariamente crianças

Em 2024, o país registrou 87.545 casos de estupro ou estupro de vulnerável, o equivalente a uma vítima a cada 6 minutos. Desse total, 76,8% das vítimas tinham até 14 anos, consolidando o crime de vulnerabilidade sexual como o mais predominante.

Além disso, houve alta em outros crimes sexuais: assédio (7%), importunação (5%) e pornografia infantil (13%). Segundo pesquisadores, o avanço nos números pode indicar que mais vítimas estão rompendo o silêncio e formalizando as denúncias.

Apesar da queda, algumas regiões seguem mais violentas

Apesar dos alertas, o número total de mortes violentas intencionais caiu para 44.125 em 2024, consolidando um ciclo de queda iniciado em 2018. A redução é atribuída à implementação de políticas públicas baseadas em dados, transformações demográficas e até tréguas entre facções criminosas.

Ainda assim, as 10 cidades mais violentas do país continuam concentradas no Nordeste, sendo a Bahia o estado com maior número de municípios no ranking. Enquanto algumas regiões enfrentam índices alarmantes, estados como São Paulo, Santa Catarina e o Distrito Federal se destacam por apresentarem as menores taxas de homicídio do país.

Defesa de Diddy admite histórico de violência doméstica e reconhece ações como “indefensáveis”

A defesa do influente rapper e produtor musical Sean Combs, mundialmente conhecido como Diddy, emitiu um comunicado público no qual assume o histórico de violência doméstica do artista, classificando suas ações como “indefensáveis”. A declaração ocorre após a divulgação de um vídeo chocante, obtido exclusivamente pela CNN, que mostra o magnata da música agredindo fisicamente sua ex-namorada, a cantora e modelo Cassie Ventura, em um corredor de hotel em 2016.


Vídeo flagra Diddy agredindo mulher (Vídeo: reprodução/YouTube/CNN Brasil)

As imagens, que corroboram as denúncias feitas por Cassie em um processo judicial movido em novembro de 2023 – posteriormente encerrado em um acordo confidencial –, mostram Diddy perseguindo a artista, agarrando-a pelo cabelo, jogando-a ao chão e chutando-a enquanto ela tenta se proteger.

Teny Geragos, advogada de defesa de Sean “Diddy” Combs, admitiu publicamente parte das alegações contra o magnata da música durante os procedimentos legais. Geragos confirmou que seu cliente possui um temperamento explosivo, apresenta comportamento violento sob influência de álcool e drogas, e de fato cometeu atos de violência doméstica no passado. Em menção ao vídeo divulgado, em que mostra Diddy agredindo sua ex-namorada Cassandra Ventura, Teny disse que a violência divulgada era “desumanizadora”, “horrível” e “indefensável”.

No entanto, a defesa argumenta veementemente que essas admissões não significam que Combs seja culpado das acusações mais graves que enfrenta atualmente. “Ele será responsável, ele será responsabilizado pelas coisas que fez, mas lutaremos por sua liberdade pelas coisas que ele não fez”, acrescentou ela.

Relacionamento Cassie Ventura e Sean Combs

Cassie (Cassandra Ventura) conheceu Diddy em 2006, quando tinha apenas 19 anos e iniciava sua carreira como modelo e cantora. Ele, já uma lenda da música hip-hop com 36 anos, a contratou para sua gravadora Bad Boy Records. O relacionamento romântico começou um ano depois e se estendeu, de forma intermitente, até 2018, período em que, segundo as autoridades, Combs exerceu controle físico, emocional e profissional sobre ela.


Cassie Ventura e Puffy Diddy (Foto: reprodução/X/@ListinDiario)

Entenda o caso

O caso ganhou proporções ainda maiores por envolver uma personalidade de enorme influência na cultura pop, dono de uma fortuna estimada em centenas de milhões de dólares e com vasta rede de conexões no entretenimento.

De acordo com a promotora federal Alicia Johnson, o magnata da música Sean “Diddy” Combs teria submetido múltiplas mulheres a situações degradantes, incluindo a participação forçada em encontros sexuais conhecidos como “Freak Offs” – eventos que duravam dias e ocorriam em diferentes cidades dos EUA.

Testemunhas e documentos apresentados pelo Ministério Público afirmam que a equipe de Combs organizava logística, incluindo voos privados e hospedagens, enquanto empresas ligadas ao artista bancavam todas as despesas. Os promotores classificam essa estrutura como parte de uma “organização criminosa” voltada à exploração sexual.

Ainda segundo os promotores, Combs agredia Cassie com frequência. Em 2009, ele a derrubou dentro de um SUV e “pisou várias vezes em seu rosto”, relatou Johnson. Noutra ocasião, ao descobrir que Ventura se relacionava com outro homem, ele a teria espancado, “dando chutes violentos em suas costas e arremessando seu corpo como um objeto“, conforme descrição da promotora.

As agressões ocorriam até por motivos banais – como não atender ligações rapidamente ou demorar no banheiro. O caso mais extremo envolveu um suposto episódio de humilhação sexual: Johnson afirmou que Combs obrigou Cassie a receber urina de um profissional do sexo em sua boca, deixando-a com sensação de asfixia.

Os promotores afirmam que Sean usou de seu poder e controle para “fazer sua vontade naqueles quartos de hotel escuro“. As demais vítimas envolvidas no caso, incluindo Cassie Ventura, não se manifestaram publicamente sobre as últimas declarações da defesa.

Desocupação de terras no Brasil alcança recorde de violência, aponta estudo

A Conferência Nacional dos Bispos (CNBB) apresentou o relatório referente aos conflitos no campo, tendo como base o ano de 2024. A divulgação foi feita ontem, quarta-feira (23), em Brasília e contou com a presença de diversos jornalistas e profissionais ligados à entidade e em defesa da reforma habitacional.

O relatório elaborado pela Comissão Pastoral da Terra (CPT), aponta um aumento da violência em conflitos envolvendo assentados e desocupantes. Tanto por parte dos proprietários do local, quanto pelas autoridades envolvidas nas desocupações.

Dados apresentados

Conforme o relatório, houve diminuição no número de conflitos e nas resistências por parte dos camponeses, em relação ao ano de 2023. No entanto, a violência empregada para a retomada da “terra” contabilizou 1.680 registros no ano de 2024. E, segundo o estudo, foi o maior patamar registrado na última década. 

Os conflitos envolveram 904 mil pessoas em 2024, contra 792 mil pessoas em 2023. O relatório, ainda, aponta que 78% dos conflitos no campo, estão relacionados à disputa por terras. Além de contaminação por agrotóxicos, ameaças, desmatamentos ilegais, incêndios e disputa por água.


Publicação Comissão Pastoral da Terra sobre conflitos no campo (Foto: reprodução/Instagram/@cptnacional)


Os estados em que ocorreram mais conflitos encontram-se no norte e nordeste do país, além do centro-sul do Brasil. Outros dados apontados pelo estudo, informam que os agentes responsáveis pela violência foram fazendeiros, empresários e governo federal.

Disputa por terra e agronegócio 

No Brasil, a disputa por terra e por moradia vem atingindo números recordes ao longo dos anos. Especialistas apontam que, ao mesmo tempo em que o agronegócio cresce em relação aos anos anteriores, o desmatamento tem alcançado números preocupantes e com ele, à violência. 

Para a Comissão Pastoral da Terra, as áreas mais atingidas pelos conflitos, são locais onde o “agro” está em expansão. Estados como Maranhão, Tocantins e Bahia possuem altos índices de conflitos entre camponeses e proprietários de terra. 

Diante desses dados, a coordenadora nacional da CPT, Cecília Gomes, declara que “o campo ainda não é um lugar seguro pra se viver” e que o momento não é só de ataque contra pessoas, mas também, contra recursos naturais e contra o meio ambiente. 

O “Conflitos no Campo” ainda destaca a crescente quantidade de agrotóxicos utilizados pelo setor do agronegócio e a crise climática devido ao desmatamento causador de enchentes, secas e incêndios em diversas regiões do país. 

Davi Brito vira réu por violência psicológica

O ex-BBB Davi Brito se tornou réu após a denúncia de violência feita por sua ex-companheira, Tamires Assis, ser aceita pelo Ministério Público do Amazonas (MPAM). A modelo relatou em suas redes sociais que sentiu medo de denunciar e afirmou ter sofrido violência psicológica após ser ameaçada.

O vencedor do BBB 2024 conheceu Tamires no Festival de Parintins, realizado em junho do mesmo ano. O relacionamento foi breve e conturbado. Em julho de 2024, Tamires denunciou Davi por violência psicológica, após ele tê-la supostamente ameaçado com uma arma de fogo durante uma videochamada. No mês seguinte, em agosto, a Justiça concedeu uma medida protetiva à jovem.


Davi Brito segurando uma arma durante videochamada com Tamires Assis (Foto: reprodução/x/@siteptbr)

Declaração de Tamires

Na noite da quinta-feira, 17 de abril, a modelo falou publicamente sobre o caso pela primeira vez. “Eu tive muito medo de fazer essa denúncia, mas não importa quem esteja do outro lado, nós somos mulheres. Toda mulher que sofre violência, seja ela psicológica, física, qualquer tipo de violência, tenha coragem de lutar pela vida de vocês”, declarou Tamires.

Ela também comentou sobre como o caso afeta seu emocional, mas ressaltou a importância de denunciar a violência sofrida. Após as declarações de sua ex-companheira, Davi Brito optou por não se pronunciar sobre o caso.

Mais sobre a videochamada

Segundo Tamires, durante a videochamada, Davi questionou onde ela estava e, em meio a um comportamento agressivo, a ameaçou e mostrou uma arma. No dia seguinte, ele tentou amenizar a situação e disse que explicaria os motivos de sua atitude. A modelo planejava encontrá-lo em Salvador, mas, após o episódio, desistiu e registrou o caso na Delegacia da Mulher, em Manaus, no dia 23 de julho de 2024.

Davi Brito também se envolveu em outras polêmicas recentes, como o término de seu namoro com Adriana Paula e a perda do bebê que ela esperava. Além disso, foi detido após se recusar a realizar o teste do bafômetro durante uma blitz.