Estudo revela que vírus Epstein-Barr pode ser uma das causas da Esclerose Múltipla, depois de anos de investigação, um estudo vem chamando a atenção para a íntima relação entre o vírus Epstein-Barr e a esclerose múltipla, doença neurodegenerativa capaz de gerar fadiga crônica e prejuízos.
Embora a relação entre o vírus Epstein-Barr e a Esclerose Múltipla não seja nova (estudada desde a década de 70), pesquisadores de Harvard apresentaram os resultados mais robustos até hoje publicados.
O que sabemos no entanto, é que o vírus é muito comum na população em geral, cerca de 95% das pessoas já tiveram a infecção em algum momento da vida, sendo que o EBV também é relacionado a outras doenças autoimunes.
Como funciona a infecção por Epstein-Barr?
O vírus Epstein-Barr é um tipo de vírus do herpes que se espalha principalmente pela saliva. Ao “pegar” o vírus, a pessoa pode apresentar uma infecção leve, com mal-estar e outros sintomas inespecíficos, podendo ficar também assintomático.
O vírus Epstein-Barr parece ter íntima relação com a esclerose múltipla. Ilustração: Jonatan Sarmento/SAÚDE é Vital
O que ele causa?
Provoca a doença do beijo, ou mononucleose, que atinge mais jovens e dá dor de garganta, inchaço nos gânglios, tosse e perda de apetite.
Como é transmitido?
Pela saliva, e é bem difícil não pegar. Estima-se que 95% das pessoas tenham tido contato com ele alguma vez na vida.
Sempre dá sintomas?
Não, mas o novo estudo revela que o risco de esclerose múltipla (EM)é maior entre quem chegou a desenvolver manifestações da infecção.
Ele provoca EM?
Aqui cabe uma ponderação: a doença é multifatorial. O vírus atuaria como um gatilho em pessoas geneticamente suscetíveis a ela.
A expectativa é que, no futuro, vacinas possam deter o agente e reduzir o risco da esclerose múltipla.
O que muda na vida de quem tem EM hoje?
Não muda a vida de quem tem EM hoje, mas talvez possa mudar o rumo de pesquisas futuras. “O artigo dá forças para ampliarem as pesquisas relacionadas ao vírus EBV e também nos tratamentos e na prevenção. Hoje em dia a maior parte das terapias de mais alta eficácia para a EM já atuam nas células B, que são células importantes para a orquestração da resposta imune, e também abrigam o EBV, ainda que ele não esteja ativo no nosso corpo ”.
Sempre é bom lembrar: a EM não é contagiosa!
Apesar de estar relacionada ao vírus Epstein-Barr, a Esclerose Múltipla não é um vírus e não é contagiosa, ou seja, não se “pega”. “É muito importante frisar e deixar claro que o fato de uma infecção viral estar relacionada ao desenvolvimento da EM, não quer dizer que você pega a EM de alguém”, Explica Raquel.
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