Profissionais da saúde são treinados para identificar poliomielite em São Paulo

Sergio Gelio Por Sergio Gelio
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O Governo de São Paulo realizou, de segunda (7) até quarta (9), a capacitação de mais de 200 profissionais do estado para identificação da poliomielite. Representantes de Minas Gerais, Santa Catarina, Amazonas, Rio Grande do Norte e do Distrito Federal também estiveram presentes. Os participantes atuam em áreas como a imunização, vigilância epidemiológica e coordenação da atenção básica. O treinamento ocorreu na Faculdade Pública da Universidade de São Paulo (USP).

O objetivo é promover o “Plano Estadual de Resposta a um Evento de Detecção de Poliovírus e um Surto de Poliomielite” e ajudar os municípios a prepararem seus planos. Os profissionais assistiram a palestras que apresentaram dados e toda a teoria necessária para no fim realizar simulados práticos de identificação de casos da doença.


Foto: Volta da paralisia infantil preocupa. Reprodução/Pexels


Diretora da divisão de doenças de transmissão hídrica e alimentar de São Paulo, Alessandra Lucchesi afirma que o cenário em relação à poliomielite é perigoso não só no Brasil, mas em todo o mundo. O momento atual é extremamente propício. O cenário internacional contra a poliomielite tem se agravado. Além do Paquistão e do Afeganistão que já sofrem com a circulação do vírus há anos, existem outros países que há muito tempo não registravam casos e passaram a registrar. Alguns exemplos são Moçambique e Estados Unidos. A gente tem essa preocupação até pelo fluxo internacional em São Paulo. Temos o maior aeroporto e porto da América Latina.”, disse em entrevista à Rede Globo.

A meta de imunização da população é de 95%. O estado de São Paulo chegou a apenas 70%, enquanto a capital a 80%. Esses são números considerados baixos, portanto o risco de contração de poliomielite é considerado alto, explica a coordenadora da Coordenadoria de Controle de Doenças (CCD), Regiane de Paula. “Devido à baixa cobertura vacinal e a necessidade de maior sensibilização da rede de vigilância, verificamos um risco significativo a reintrodução da poliomielite no Brasil. São Paulo saiu na frente na capacitação dos profissionais do seu território para estarem preparados para evitar o vírus e, caso ocorra algum caso, saibam o que tem que ser feito”

A vacina contra a poliomielite está disponível nos postos durante todo o ano. O esquema vacinal é composto por três doses, administradas aos dois, quatro e seis meses de idade. São necessários dois reforços, aos 15 meses e aos quatro anos de idade. O último caso da doença registrado em São Paulo é de 1988, no município de Teodoro Sampaio.

 

Foto destaque: Vacinação contra a poliomielite. Reprodução/Fernando Frazão/Agência Brasil

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