Dentre muitos, um dos principais desafios do novo governo, do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, estão de recuperar o orçamento e estabelecer medidas de resgate da autoridade sanitária e da capacidade técnica do Ministério da Saúde para a coordenação do SUS.
Estas estratégias são consideradas pela equipe de transição como prioritárias para a retomada das demais demandas, incluindo a melhora nos índices das coberturas vacinais e redução das filas na atenção especializada, no ano de 2023 o ministério da saúde será comandado pela atual presidente da Fundação Oswaldo Cruz, Nísia Andrade.
Lula indica Nísia Trindade para o Ministério da Saúde (Reprodução Site:leiaja- Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
De acordo com o detalhamento da equipe de transição o país vive uma aguda crise sanitária, além das quase 700 mil vida perdidas em decorrência do vírus da Covid-19, o documento revela que houve um aumento generalizado dos indicadores, ainda com o risco de retorno de doenças, como a poliomielite erradicada no país desde 1994 e o regresso das internações por desnutrição infantil provocado pela forme. De acordo com os dados do IBGE entre 2020 e 2021 o país teve um salto no número de pessoas que vivem em extrema pobreza, totalizando 62,5 milhões de pessoas.
O relatório da equipe de transição, aponta como causa do agravamento do quadro sanitário um conjunto de retrocessos institucionais, orçamentários e normativos, que culminaram com o desmonte do SUS e afetaram os atendimentos “A degradação da autoridade sanitária nacional e do papel de coordenação e articulação do Ministério da Saúde foram fatores chave na desestruturação de políticas e programas até então bem-sucedidos, como o Programa Nacional de Imunizações (PNI), Mais Médicos, Farmácia Popular, IST-Aids e Política Nacional de Saúde Integral da População Negra.” atesta o documento.
Fila para atendimento em hospital público (Reprodução/Site: oglobo- Foto: Luiz Morier)
A publicação coloca em evidência a necessidade de análise das condições de suporte, insumos e contratos em geral, caracterizadas como “seriamente comprometidas” e como medidas essenciais para o resgate de um sistema de saúde público, universal, integral e gratuito. O documento ainda salienta áreas que carecem de atenção e recuperação condicionadas como prioridades, que são: Saúde mental, Saúde da muher, da criança e do adolescente e da população indígena, programas estes bem-sucedidos, entretanto, desmantelado nos últimos anos, bem como o Farmácia Popular.
Foto destaque: Momento da vacinação. Reprodução: agenciabrasil- Foto Tânia Rêgo/Arquivo Agência Brasil