Empresa de tecnologia foi criada no Amapá sem acesso a Internet

Matheus Martins Por Matheus Martins
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Imagine você fundar uma empresa voltada para tecnologia, mas fora do eixo Rio-São Paulo, sem muito dinheiro no bolso e sem Internet. Parece uma tarefa difícil, quase impossível. Não para o empresário Antônio Fascio, de 46 anos, morador do Amapá, isso em 2015. 

Antonio perdeu seu pai, formado em engenharia, quando tinha apenas 16 anos e isso foi uma grande virada de chave não só para ele, que começou a se dedicar mais nos estudos, como para a família que sofreu um baque financeiro muito forte por depender financeiramente do salário do pai. Pouco tempo depois já estava empregado em uma empresa de tecnologia. Nessa época não existia internet por lá e muitos diziam a ele que era doido, e com os avanços tecnológicos cada vez mais distantes de onde trabalhava, ele decidiu fundar sua própria empresa, a OrçaFascio.


Logo da OrçaFascio. (Foto: reprodução/OrçaFascio.com)


Sua ideia era homenagear o pai, unindo a paixão de seu progenitor pela engenharia com a sua por tecnologia, foi daí que veio a ideia de criar um software para desenvolver orçamentos de obras. Mas para isso precisaria de um programador para sua ideia sair do papel. Sua ideia foi chamar um amigo da faculdade que em troca do serviço, ficaria com 50% da empresa. Sendo assim saiu em 2011 o produto que, sem a estrutura de uma empresa, não passava de uma ferramenta. 

Foi necessário viajar para Belém, no Pará, e procurar uma lan house para subir a primeira versão do software, pois precisariam de uma conexão mais rápida com a internet e mesmo assim demorou uma semana para o processo ter sucesso 

A empresa, no entanto, só nasceu mesmo em 2015 após Fascio conseguir uma oportunidade com a aceleradora Aceleratech, hoje conhecida como ACE, em 2014, que fez com que o modelo de negócios da empresa fosse alterado, mostrando ter sido a decisão correta. Tendo um enorme crescimento a partir de 2016 onde o faturamento chegou a 30 mil após o segundo mês, contratando seu primeiro funcionário no segundo semestre daquele ano. 

Na pandemia foram obrigados a se mudarem para São Paulo devido ao apagão que o Estado sofreu. A partir daí o Grupo OrçaFascio registra uma média de crescimento de 70% anual. 

Foto destaque: Antonio Fascio, fundador e CEO da Orça Fascio. Foto : reprodução/ Forbes

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