‘Bet da Caixa’ desagrada Lula, que avalia cancelar lançamento

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva convocou o CEO da Caixa Econômica Federal, Carlos Vieira, para uma reunião após Vieira anunciar, na segunda-feira (20) que o banco público lançará seu próprio sistema de apostas esportivas. Embora aprovada pela Secretaria de Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda, a medida indignou Lula, que considera incoerente uma instituição governamental lucrar em cima do vício e endividamento da própria população.

Presidente adota postura crítica frente ao setor

De fato, o anúncio de Carlos Vieira vai na contramão das políticas públicas que o governo tenta implementar. Desde 2023, Lula deixa claro suas críticas contra as apostas esportivas.


O presidente da Caixa Econômica Federal, Carlos Vieira (Foto: reprodução/EVARISTO SA/Getty Images Embed)

Espera-se, por exemplo, que, nos próximos dias, o líder do Executivo envie ao Legislativo uma proposta de aumento da taxação das bets (e também de outros segmentos, como fintechs e investimentos financeiros), numa reedição quase direta da MP 1303, cuja votação caducou no Congresso ainda no começo deste mês.

O novo texto difere do original por ser ainda mais ousado na taxação das casas de apostas. Se, hoje, o imposto sobre esse setor é de 12%, Lula objetiva aumentar para 24%. Na proposta original, a imposição seria de 18%.

Aversão a apostas marca terceiro governo

Além da MP 1303, levada ao Congresso em junho, Lula mostrou sua rejeição ao tema em outros momentos.

Em 2023, primeiro ano de seu terceiro governo, o presidente fixou uma taxa inédita ao setor, de 12%. Já em dezembro de 2024, o ex-metalúrgico implementou uma rigorosa inspeção das bets, impedindo a atuação de mais de 2.000 empresas que não seguiam as exigências governamentais.

“Tem muita gente se endividando, tem muita gente gastando o que não tem. E nós achamos que isso tem que ser tratado como uma questão de dependência. Ou seja, as pessoas são dependentes, as pessoas estão viciadas”, declarou Lula, um dia depois do banimento.

Conselho de Ética da Câmara afasta cassação de Eduardo Bolsonaro; PT recorre

O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados optou na quarta-feira (22), por 11 votos a 7, por arquivar um dos quatro processos existentes contra o parlamentar Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Movida pelo Partido dos Trabalhadores (PT), a ação pedia a perda do mandato do deputado federal por quebra de decoro, devido a ataques verbais a instituições democráticas e tentativa de influenciar autoridades estrangeiras a impor sanções contra o Brasil.

O presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), analisará em breve se as três demais representações contra Eduardo Bolsonaro no Conselho de Ética deverão tramitar em conjunto ou ser avaliadas separadamente.

PT entra com recurso contra arquivamento do processo

A decisão do Conselho foi mal-recebida pela esquerda no Congresso. O deputado Chico Alencar (PSOL-RJ), por exemplo, considerou-a um “desmerecimento ao Parlamento, à democracia e ao Conselho de Ética”.

Após manifestar duras críticas à avaliação do órgão, o líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), reuniu ontem (23) mais de 80 assinaturas de deputados (ultrapassando o mínimo necessário de 10%) para que, com a aprovação de Hugo Motta, o plenário da Câmara possa apreciar a manutenção ou reversão do arquivamento. Caso o arquivamento seja negado pela maioria desses congressistas, o Conselho de Ética terá de reavaliar o caso.


O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (Foto: Reprodução/Gustavo Minas/Getty Images Embed)

Essa não é a primeira vez que o PT tece críticas ao andamento da representação, já que, em setembro, o partido denunciou uma suposta relação íntima do relator do caso, Delegado Marcelo Freitas (União-MG), com a família Bolsonaro, que poderia gerar imparcialidade na condução do processo. Para embasar a alegação, Lindbergh Farias argumentou que Freitas já chamou publicamente Eduardo Bolsonaro de “amigo” e jurou fidelidade ao ex-presidente. Além disso, Farias se ancorou no fato de que o relator defendeu o impeachment de ministros do STF e anistia aos condenados pelo 8 janeiro.

Eduardo Bolsonaro pode perder o mandato por faltas

Na decisão desta semana, a maioria dos integrantes do Conselho de Ética acompanhou o entendimento do relator Delegado Marcelo Freitas, que manifestou, no documento, a falta de consistência para a cassação do mandato de Eduardo Bolsonaro.

A Representação parte de uma premissa equivocada: a de que o REPRESENTADO seria, de alguma forma, responsável por eventual adoção de medidas coercitivas ou sanções por parte dos Estados Unidos contra o Brasil. Tal raciocínio, contudo, é factualmente insustentável e juridicamente improcedente, pois confunde atos de Estado soberano com manifestações individuais de natureza política”, expôs Freitas no relatório.

O filho de Jair Bolsonaro, no entanto, corre outros riscos de ser afastado do cargo. No final de setembro, a Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou Eduardo e o influenciador Paulo Renato Figueiredo por coação. O crime consiste na tentativa de intimidação e consequente interferência judicial e refere-se à vinculação pública da cessão de sanções dos Estados Unidos ao Brasil e a autoridades brasileiras à interrupção do julgamento e anistia para seu pai, condenado por tentativa de golpe de Estado.


Eduardo Bolsonaro em uma conferência conservadora dos Estados Unidos, em junho de 2025 (Foto: Reprodução/Alexander Tamargo/Getty Images Embed)

Talvez a mais séria ameaça à continuidade de Eduardo Bolsonaro no poder, no entanto, venha não de condenações por terceiros, mas de seu próprio comportamento. É que o deputado, que se encontra nos Estados Unidos desde março deste ano, sob alegação de “perseguição política” no Brasil, está próximo de atingir mais de ⅓ do ano legislativo sem comparecer ao plenário, o que qualificaria perda de mandato.

As estratégias de seus aliados para que ele permaneça no exterior foram várias: tentativas de içá-lo a líder da minoria no Congresso, o que permitiria missões no exterior, e suspensão pelo Conselho de Ética devido às denúncias de quebra de decoro, o que lhe afastaria temporariamente do cargo, sem contagem de presença.

Elas, no entanto, não se mostraram bem-sucedidas, o que sugere que, mesmo que o recurso impetrado pelo PT ontem não obtenha o efeito desejado, Eduardo Bolsonaro pode estar mais perto da perda do mandato.

Trump sanciona duas maiores petroleiras da Rússia em pressão para cessar-fogo na Ucrânia

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, impôs ontem (22) restrições às duas maiores empresas do setor petrolífero da Rússia, a Lukoil e a Rosneft, na tentativa de coagir o líder local, Vladimir Putin, a aderir às negociações de armistício na Guerra da Ucrânia. A medida bloqueia bens e transações das duas companhias e mais de 30 subsidiárias em território estadunidense e configura como a primeira grande sanção do governo Trump à Rússia devido à invasão da Ucrânia, ocorrida em 24 de fevereiro de 2022.

Trump reforça resposta do Ocidente à Moscou

Antes de implementar as sanções, Trump disse à imprensa, na Casa Branca, que desmarcou um encontro com Putin na Hungria, anunciado na semana passada, para debater o conflito. A declaração ocorreu horas depois da Rússia realizar um ataque aéreo massivo à Ucrânia, incluindo a sua capital, Kiev.

Com a ação restritiva, os EUA abandonam a pretensa neutralidade, juntando-se, finalmente, aos sistemáticos esforços europeus para punição do gigante euro-asiático. Na semana passada, especificamente, o Reino Unido dificultou a operação das mesmas empresas. Já ontem, a União Europeia avançou em seu 19º pacote de sanções contra Moscou, proibindo importações de gás natural liquefeito russo.

O presidente Putin não veio à mesa de uma maneira honesta e decidida como esperávamos. Houve conversas em Alaska; o presidente Trump recuou quando percebeu que as coisas não estavam avançando. Discussões por baixo do pano têm ocorrido, mas acredito que Trump está desapontado com onde estamos nessas discussões”, disse o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, à Fox Business na quarta-feira.


 Trump e Putin se reuniram em agosto no Alaska para discutir futuro da guerra (Foto: reprodução/Andrew Harnik/Getty Images Embed)

Essas são sanções, não tarifas secundárias. Elas serão substanciais e poderosas. Pedimos aos nossos aliados europeus e do G7, além de Canadá e Austrália, que venham conosco”, complementou Bessent.

Ucrânia celebra, mas analistas são ponderados

O posicionamento de Trump foi recebido por Kiev como uma vitória pontual, tal como indica a embaixadora da Ucrânia nos Estados Unidos, Olga Stefanishyna:

A decisão está inteiramente alinhada com a reiterada posição ucraniana: paz só é possível através de força e pressão ao agressor usando todas as ferramentas internacionais disponíveis”, disse ela.

Os especialistas americanos Edward Fishman e Jeremy Paner, no entanto, possuem ressalvas.

Até agora o que foi anunciado fois essas sanções iniciais à Rosneft e Lukoil, mas o decisivo para o futuro é se haverá a existência ameaçadora de sanções secundárias a bancos, refinadoras de petróleo e negociadores em países terceiros que mantém relações com ambas as companhias”, explicou Fishman, pesquisador sênior do think tank Atlantic Council.

Paner, da mesma forma, acredita que a falta de alcance das medidas para países compradores de petróleo russo, como Índia e China, fará com que essas não chamem a atenção de Putin.

Em última ação no STF, Barroso vota por descriminalizar aborto para gestações de até 12 semanas

O ministro do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, decidiu retomar ontem (17), em seu último dia antes de deixar na Casa, a votação acerca da descriminalização do aborto, iniciada em 2023 pela ministra Rosa Weber também logo antes de sua aposentadoria. Assim como Weber, Barroso votou para que a prática não seja mais considerada criminosa em casos de gestações de até 12 semanas.

Na ocasião, Barroso cancelou o pedido de destaque que fizera em 2023 (quando era presidente do STF), transferindo, na época, o julgamento do processo do plenário virtual para o plenário físico. Logo após a manifestação do seu voto, virtualmente, o ministro Gilmar Mendes retransferiu a votação para o meio presencial, sem prazo para que seja efetuada.

A atitude de Barroso coincide com a tentativa, no Senado, de proibir a interrupção voluntária de gravidezes de mais de 22 semanas, mesmo em casos já previstos em lei (risco à vida da gestante ou gravidez resultante de estupro, por exemplo).

O ministro, que presidiu a Corte Constitucional brasileira por 2 anos, até setembro de 2025, anunciou na quinta-feira passada (9) seu pedido de aposentadoria, formalizado na segunda (13). Ontem, sexta (17), foi seu último dia como membro do STF. 

Durante o anúncio, Barroso esclareceu que já informara o presidente acerca de sua decisão há dois anos e que, portanto, não há relação direta com os fatos do momento, em referência às restrições impostas pela administração Trump aos integrantes da Casa devido ao julgamento e posterior condenação do ex-presidente, Jair Bolsonaro, pela trama golpista. 

‘Se homens engravidassem, aborto não seria crime

Em seu voto, o jurista afirmou que a questão deve ser vista como de saúde pública, não de direito penal.

“Ninguém é a favor do aborto em si. O papel do Estado e da sociedade é o de evitar que ele aconteça, dando educação sexual, distribuindo contraceptivos e amparando a mulher que deseje ter o filho e esteja em circunstâncias adversas. Deixo isso bem claro para quem queira, em boa-fé, entender do que se trata verdadeiramente. A discussão real não está em ser contra ou a favor do aborto. É definir se a mulher que passa por esse infortúnio deve ser presa”, acrescentou.


Professor de Direito Constitucional da UERJ, Barroso atende um congresso acadêmico em 2024 (Foto: reprodução/Bruno Escolastico Sousa Silva/Getty Images Embed)

Para ele, as grandes penalizadas pela atual conjuntura são meninas e mulheres pobres, já que a classe média e alta pode se deslocar para outros países ou obter outros meios de realizar o procedimento. Ele ainda colocou a interrupção como um direito feminino.

“As mulheres são seres livres e iguais, dotadas de autonomia, com autodeterminação para fazerem suas escolhas existenciais. Em suma: têm o direito fundamental à sua liberdade sexual e reprodutiva. Direitos fundamentais não podem depender da vontade das maiorias políticas. Ninguém duvide: se os homens engravidassem, aborto já não seria tratado como crime há muito tempo”, concluiu.

Votação foi iniciada em 2023 por Rosa Weber, a pedido do PSOL

Com essa atitude, o magistrado reproduz o comportamento da ex-ministra Rosa Weber, que, em 2023, às vésperas de sua aposentadoria, decidiu colocar em discussão a descriminalização do aborto. O STF mantém o voto de ex-membros desde que esse seja realizado enquanto o ministro estiver formalmente na Corte.

O tema foi levantado pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) em 2017, que, baseando-se nos preceitos fundamentais da dignidade da pessoa humana, cidadania, não discriminação, inviolabilidade da vida, liberdade, igualdade, proibição de tortura ou tratamento desumano ou degradante, saúde, entre outros, todos presentes na Magna Carta brasileira, apontou a proibição do procedimento como inconstitucional.

Em 2023, foi o próprio Barroso que deslocou a votação do plenário virtual para o físico, suspendendo, na prática, a continuidade dos votos. Com seu recente posicionamento, contudo, já são 2 votos, de ao menos 6, para que o aborto seja, em tese, descriminalizado no Brasil, embora a pauta enfrente forte rejeição no Legislativo. 

Trump ameaça Hamas após retomada violenta de Gaza

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse hoje, através da rede social Truth Social, que, caso o Hamas continue a matar pessoas em Gaza, a Casa Branca permitirá que Israel reocupe a região e aniquile os membros do grupo. Um dos negociadores da paz temporária no Oriente Médio, Trump advertiu os terroristas acerca do estrito cumprimento do acordo, na busca pela manutenção da trégua.

Hamas mata 33 pessoas em Gaza

À medida que libertava os últimos reféns vivos, na segunda-feira (13), o Hamas retomou de forma violenta o controle sobre a Faixa de Gaza. Supostos colaboradores das forças israelenses foram assassinados nas ruas.

Uma fonte anônima disse à CNN que, desde a interrupção do conflito, 32 membros de “uma gangue ligada a uma família na Cidade de Gaza” foram mortos, assim como seis integrantes dessa mesma família. Mais tarde, vídeos de execuções públicas no que parece ser a localidade puderam ser vistas nas redes sociais, embora não se saiba a data e local exatos da produção do conteúdo.


Guerra em Gaza deixou brutal destruição (Foto: Reprodução/Getty Images Embed/Abdolrahman Rashad/)


A situação não é nova. Historicamente, os vários recuos de tropas israelenses em Gaza, após brutal destruição promovida pelo Estado vizinho, foram acompanhados de repressão àqueles que facilitaram ou lucraram com sua ocupação, o que configura uma afronta aos termos da negociação de paz.

Tropas israelenses também foram acusadas, pela Organização das Nações Unidas, nos últimos dias, de desrespeitar o acordo, ao atirar contra civis palestinos que se aproximaram quando elas se retiravam da região. 

Cessar-fogo é anunciado

A partir da liderança dos Estados Unidos, Egito, Catar e Turquia, foi divulgado na segunda-feira (13) um acordo de cessar-fogo entre Israel e Hamas, após 2 anos de conflito. 

Em 7 de outubro de 2023, o Hamas atacou uma festa isarelense na fronteira com Gaza, deixando 1.200 mortos e 251 sequestrados. Israel revidou com brutalidade, fazendo cerca de 67 vítimas palestinas fatais e desencadeando uma crise humanitária na região, que sofre com o precário abastecimento de comida e água.

As recentes negociações possibilitaram o imediato retorno dos reféns mantidos pelo grupo terrorista a suas famílias. Contaram ainda com planos de desarmamento do Hamas e de um futuro sem que esse comande a região, no que poderia culminar com o feito inédito da criação do Estado da Palestina, uma reivindicação histórica da ONU e do mundo árabe.

É ela, a história, no entanto que provê argumentos contrários à esperança de novos tempos: entre diversos cessar-fogo, o conflito já dura quase 80 anos, contando com inúmeros conflitos e tréguas nesse meio tempo.

Trump autoriza ‘operações letais’ da CIA na Venezuela, diz NYT

O jornal estadunidense The New York Times publicou ontem (15) uma reportagem que revelou a autorização do governo Trump para que a Agência Central de Inteligência (CIA) conduza operações secretas na Venezuela. A medida governamental, que ocorre em um momento de crescente tensão entre Washington e Caros dois países, permitiria ações letais.

EUA bombardeiam civis venezuelanos no Sul do Caribe

Desde setembro, os Estados Unidos vêm deslocando frotas navais para o sul do Caribe, nas proximidades com a Venezuela, a fim de, argumentam eles, sufocar o tráfico de drogas na região. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, alega que o líder venezualeno, Nicolás Maduro, lidera a facção criminosa Cartel de los Soles, considerada pelos EUA como terrorista, mas cuja própria existência é questionada por especialistas.

Sob anonimato, oficiais ouvidos pelo The New York Times apontaram que o motivo por trás da escalada militar com a Venezuela é a deposição do ditador Nicolás Maduro. Maduro, por sua vez, defende-se dizendo que o que está em jogo é o controle sobre as ricas reservas petrolíferas do Estado latino-americano.

Os navios militares americanos atuam atacando embarcações civis acusadas, por eles, de levar entorpecentes à América do Norte. Até agora, 27 pessoas morreram nos ataques.


Navio militar americanao é visto no Caribe dias após Trump anunciar um terceiro bombardeio a embarcações venezuelanas (Foto: Reprodução/Enea Lebrun/Getty Images Embed)

“Estamos mirando a terra agora, já que temos o mar sob bastante controle”, disse Trump à imprensa horas depois que o NYT divulgou informações sobre a autorização à CIA.

Ações sofrem críticas da comunidade internacional

As execuções extrajudiciais foram apontadas pela Human Rights Watch como violadoras do direito internacional. O tema chegou, na última sexta-feira (10), ao Conselho de Segurança da ONU, órgão máximo da organização intergovernamental, que se mostrou preocupado com o assassinato de civis sem julgamento e a escalada militar na região.

Estima-se, hoje, que os Estados Unidos possuam 10 mil militares no Caribe, a maioria baseada em Porto Rico, além de oito navios e um submarino na região. A Venezuela, por sua vez, mobiliza militares, milicianos e até mesmo civis, na iminência de um ataque do Norte.

‘Em Família com Eliana’: Globo anuncia novo programa dominical

A apresentadora Eliana estreará em março de 2026 um programa próprio na TV Globo. As informações são da própria emissora e foram divulgadas ontem (13) no evento Upfront 2026, que, diretamente de São Paulo, transmitiu aos anunciantes as principais novidades da rede para o próximo ano.

Uma das maiores personalidades da televisão brasileira, Eliana começou como cantora e apresentadora infantil (com hits que marcaram uma geração e são lembrados até hoje). Já trabalhou na Record, mas a maior parte de sua bem-sucedida carreira se deu no SBT, onde, entre idas e vindas, passou mais de 20 anos. Em 2024, foi contratada pela Globo, onde apresentou, entre outros, o Saia Justa e o The Masked Singer Brasil.

Atração será familiar e musical

No anúncio durante o evento paulistano, Eliana adiantou o tom de seu novo programa.

“Vai ter um auditório animadíssimo, um júri divertido, muita música, matérias nas casas de anônimos e famosos. A gente vai mostrar todos os cantos do Brasil através de histórias emocionantes dessas famílias musicais”, disse ela.


Apresentadora compareceu ao Upfront 2026 com um belo vestido vermelho e muitas joias (Foto: reprodução/Instagram/@eliana)

Segundo veículos como o Notícias da TV e o portal Terra, o televisivo contará com diversos quadros, totalizando uma hora de duração. Em “Sofá do Canto”, Eliana receberá famílias famosas e anônimas para compartilhar suas vidas. Já “Histórias da Plateia”, o foco é o relato do público no palco e em reportagens especiais. O programa ainda terá um spin-off: o reality musical “Minha Família Dá Show”, em que parentes de todo o Brasil disputarão para ver qual é o núcleo mais talentoso. 

“Em Família com Eliana” terá 36 episódios; “Minha Família Dá Show”, 12. O programa principal se desenrolará ao longo de 9 meses, sempre aos domingos logo depois do almoço e antes do futebol.

Globo anuncia mais novidades

Ainda na segunda-feira, durante o Upfront, além de “Em Família com Eliana”, a maior emissora do país expôs outras adições à sua grade.

Em termos de dramaturgia, a Globo revelou detalhes da nova novela das seis, Nobreza do Amor, de Duca Rachid, Júlio Fischer e Elisio Lopes Júnior, que vai explorar a ancestralidade africana com pitadas de realismo e fantasia, e a das sete, Coração Acelerado, com Leandra Leal e Isabelle Drummond na pele de uma mãe e filha vilanescas.

Um dos grandes destaques do evento foi a divulgação de pormenores dos microdramas, conteúdo vertical e rápido voltado às redes sociais. Sob tal viés, Jade Picon interpreta a vilã de “Tudo Por Uma Segunda Chance”, ao passo que Gustavo Mioto estreia como protagonista de “Cinderela e o Pobre Milionário”.

Nas variedades, Ana Maria Braga e Sabrina Sato apresentam, respectivamente, a segunda temporada de Chef de Alto Nível e o reality de relacionamento Minha Mãe Com Seu Pai, juntando-se à Eliana como apostas da casa para a próxima temporada televisiva. 

Continuação de ‘O Batman’ de 2022 será ainda mais sombria, diz Colin Farrell

O ator Colin Farrell disse no último domingo (28), durante uma homenagem que recebeu no Festival de Cinema de Zurique, na Suíça, que, com base na leitura do roteiro de Batman: Parte 2, filme do qual fará parte, ele considera o filme mais assustador e profundo que o primeiro. Somada a recentes anúncios, a fala mostra que, após anos de espera, a obra pode finalmente sair do papel.

Nascido na Irlanda, Farrell é um prolífico ator conhecido por seus papéis em Tigerland (2000), Minority Report (2002), Em Bruges (2008), A Lagosta (2015) e The Banshees of Inisherin (2022). Ele também participou do longa-metragem O Batman (2022), protagonizado por Robert Pattison, e da série spin-off Pinguim (2024), ambas situadas no universo a ser retomado em Batman: Parte 2.

Após anos de espera, filme chega aos cinemas em 2027

Apesar de sucessivas novidades terem sido anunciadas nos últimos meses, fãs aguardam ansiosamente pela estreia da continuação desde abril de 2022, quando, um mês após o lançamento da primeira parte, a Warner Bros anunciou que um novo capítulo da saga estava em desenvolvimento. Desde então, o filme já mudou seu calendário de estreia 2 vezes.


“O Batman” chegou às telas em 2022 (Vídeo: reprodução/YouTube/Warner Bros. Pictures Brasil)

Em janeiro de 2023, a DC Studios divulgou seu plano cinematográfico para os próximos 10 anos, garantindo a estreia de Batman: Parte 2 para 3 de outubro de 2025. Dois meses depois, foi revelado que a filmagem começaria em novembro de 2023, mas, devido à Greve dos Roteiristas, o início da produção foi postergado para março de 2024.

Com a chegada de 2024 e a continuidade das greves de roteiristas e atores de Hollywood, no entanto, o roteiro estava longe de pronto, de modo que o lançamento do filme foi remarcado para 2 de outubro de 2026. Em dezembro do mesmo ano, a revista especializada Variety informou que a data de estreia foi novamente alterada, dessa vez para 1 de outubro de 2027, cronograma que se mantém até o atual momento.

Recentes anúncios, no entanto, indicam que atrasos e postergações podem não ser mais uma realidade para a trama. Em junho deste ano, os roteiristas Matt Reeves and Mattson Tomlin informaram nas redes sociais que o script estava oficialmente completo. Em agosto, foi divulgado que o filme passou para a pré-produção, com filmagens esperadas para começar em abril de 2026. 

Narrativa não fará parte do DCU

Batman: Parte 2 não deve fazer parte da linha do tempo oficial do universo cinematográfico da DC idealizado pelo CEO do estúdio, James Gunn. 

Gunn ganhou notoriedade ao dirigir a saga Guardiões da Galáxia, da Marvel, nos cinemas e, depois, foi contratado pela DC para comandar a transmutação do grupo Esquadrão Suicida para as telonas. 

Em 2022, Gunn e seu parceiro de longa data, o produtor Peter Safran, foram escolhidos para liderar a produção dos próximos filmes do Universo Cinematográfico da DC (DCU) e, no ano seguinte, ambos divulgaram um plano de construção narrativa da franquia de herois para os próximos 10 anos, intitulado “Capítulo 1 – Deuses e Monstros”. O cronograma, que está em implementação, inclui obras sobre o Super-Homem, Supergirl, Mulher-Maravilha e outros.


O cineasta James Gunn é responsável por coordenar o DCU (Foto: reprodução/Matt Winkelmeyer/Getty Images Embed)


Na época, no entanto, já ficou claro que Batman: Parte 2 não estaria incluído no planejamento narrativo de Gunn. Em oposição, a obra faz parte de uma linha do tempo paralela e alternativa, denominada “DC Elseworlds”, em que seus acontecimentos não afetam a continuidade do DCU.

Um outro filme do Batman (“The Brave and the Bold”), para 2028, integrará o plano narrativo de “Deuses e Monstros”, focando na parceria do mocinho bilionário com seu filho Damian Wayne, o Robin.  Batman: Parte 2, portanto, chega antes aos cinemas, potencializando o estilo narrativo de seu antecessor.

Doja Cat lança novo single ‘Stranger’

A cantora Doja Cat divulgou na noite de ontem (29) o clipe da faixa “Stranger”. A canção se junta a “Jealous Type” e “Gorgeous” como música de trabalho do novo álbum da artista, “Vie”, lançado neste mês. O vídeo, inspirado na estética dos westerns americanos, foi dirigido por Dave Meyers, que, ao longo de mais de 20 anos e 200 clipes, já trabalhou com Jay-Z, Rihanna e Travis Scott.

Ele começa com Doja vestida de noiva pulando de um avião em movimento. Seu paraquedas, que abre pouco antes do choque contra o solo, fica preso em uma árvore até que as cordas que a sustentam se rompam e ela caia no solo, em referência a uma das capas do álbum.

Mais tarde, Doja Cat, fugindo, seminua, de um aeroplano que a persegue, pega carona com um motoqueiro e acaba arrastada pelo chão de terra batida. 

O clipe acaba fora de uma pequena igreja, com a artista sendo atingida por uma flecha. Um cowboy se aproxima, a diva dá um sorriso malicioso e, de repente… TO BE CONTINUED (a ser continuado, em tradução livre do inglês) toma a tela. 

“Vie” foi lançado há poucos dias

Com influências sonoras dos anos 70 e 80, o álbum “Vie”, o quinto da carreira de Doja Cat, veio à público na última sexta (26), junto com um clipe para a faixa “Gorgeous”. O lead single “Jealous Type” já estava disponível desde agosto.


O clipe de “Stranger” foi divulgado na segunda-feira (Vídeo: reprodução/Youtube/Doja Cat)

O disco recebeu críticas geralmente favoráveis. Shaad D’Souza, do periódico britânico The Guardian, classificou a obra com 4 de 5 estrelas e pontuou: “Em seu quinto álbum, a californiana suaviza a intensidade de “Scarlet”, de 2023, com sons brilhantes e apaixonados, mas nunca perde seu instinto para a travessura”.

Steven J. Horowitz, da Variety, disse que, com ”Vie”, Doja “conquistou seu lugar no topo da hierarquia do pop-rap, alcançando um equilíbrio delicado que exige escopo e precisão”. Já Shanté Collier-McDermott, da Clash Music, descreveu o trabalho como uma “ode noventista de Doja Cat à música dos anos 80. Ela se inspira em R&B, pop, funk, New Jack Swing, hip-hop e a lista continua. Acrescentando elementos que dão a cada parte seu próprio sabor”. 

Em termos comerciais, “Vie” foi o álbum mais rápido de 2025 a atingir o topo da parada do ITunes nos Estados Unidos.

Nova turnê passará pelo Brasil

Ontem mais cedo, Doja Cat anunciou uma série de concertos ao redor do mundo pela “Tour Ma Vie”. A turnê contará com mais de 60 shows e passará pela Ásia, Oceania, Américas e Europa. 

O Brasil foi contemplado com uma apresentação única em São Paulo, no dia 5 de fevereiro de 2026. A venda dos ingressos começa no dia 3 de outubro, através do site Ticketmaster. De 430 a 980 reais é o preço a ser pago para conferir “Stranger”, “Gorgeous”, “Jealous Type” e demais hits da diva.

Bad Bunny é confirmado como atração do Super Bowl 2026

A National Football League (NFL), liga organizadora do torneio de futebol americano dos Estados Unidos, divulgou no domingo (28) que o cantor porto-riquenho Bad Bunny será a atração da final do campeonato, a ser realizada no dia 8 de fevereiro em Santa Clara, na Califórnia. O anúncio é um marco, já que esta será a primeira performance totalmente em espanhol na história do Super Bowl.

Bad Bunny já havia se apresentado na final da competição em 2020, quando participou da performance de Shakira e Jennifer Lopez, mas jamais fora o principal destaque do evento. 

Cantor não passaria pelos EUA

Atualmente, Bad Bunny está em turnê com a série de concertos “DeBÍ TIRAR MáS FOToS” para promover seu último disco, de mesmo nome, lançado em janeiro de 2025.

Sexto trabalho inédito do rapper e reggaetonero, o álbum ”DeBÍ TiRAR MáS FOToS” é apontado pela crítica como o mais politizado de sua carreira, com críticas à política de imigração de Donald Trump e reflexões sobre o status político de seu território natal. Em termos sonoros, o projeto explora ritmos locais como plena, jíbaro e salsa.


Bad Bunny lançou o curta-metragem “DeBÍ TIRAR MáS FOToS” em janeiro de 2025, junto com o álbum homônimo (Vídeo: reprodução/YouTube/Bad Bunny)


Como parte da divulgação de sua nova era, Benito realizou uma residência de 31 shows em San Juan, capital do Porto Rico, de julho a setembro deste ano, movimentando o turismo local. Depois, anunciou a turnê passando por América Latina, Europa e Japão, excluindo os Estados Unidos, continental em um movimento raro no showbiz mundial.

A confirmação da participação no Super Bowl, no entanto, muda ligeiramente a rota da estrela e proporciona uma palhinha de seu som ao público estadunidense.

Personalidade despontou em 2018

Cria do município de Vega Baja, Porto Rico, Bunny iniciou sua carreira de forma independente, postando conteúdo na plataforma SoundCloud, antes de ser descoberto por uma gravadora.

Depois do single “Soy Peor”, de 2016, o artista colaborou com J. Balvin e Cardi B. no hit “I Like It” em 2018, alcançando o topo das paradas mundiais. Seu álbum de estreia, X 100pre, do mesmo ano, contou com a faixa viral “Mía”, em parceria com Drake.

Desde então, Benito lançou mais 5 discos que lhe renderam diversos recordes comerciais, aclamação crítica e três Grammys e onze Latin Grammys. Em 2023, tornou-se o primeiro artista latino-americano a ser atração principal de um dos mais importantes festivais de música da Califórnia, o Coachella.

Hoje, Bad Bunny é um ícone da música latina, levando o nome de toda a região e abrindo caminho para que as sonoridades do Sul Global atinjam novos ouvintes e patamares. Sob tal viés, o lugar de destaque como performer do Super Bowl configura como apenas um desses feitos.