Empresas projetam mais de US$ 35 bilhões em custos com tarifas dos EUA

As corporações internacionais contabilizaram um impacto significativo devido às tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos, com a projeção ultrapassando a casa dos US$ 35 bilhões. Entretanto, apesar da expectativa do mercado internacional, os acordos feitos entre os EUA e demais países têm dado uma visão mais ampla de possível estabilidade. 

De acordo com levantamento feito pela Reuters a partir de declarações corporativas, registros regulatórios e teleconferências, as empresas esperavam que o impacto financeiro fosse entre US$ 21 bilhões a US$ 22 bilhões, ainda neste ano. Apesar das tensões comerciais entre o país norte-americano e outros países – o que levou os Estados Unidos a atingirem os níveis mais altos de tarifas desde 1930 -, o mercado vem mostrando sinais de estabilização, à medida que novos acordos são feitos. 

Impacto Financeiro

As empresas multinacionais vêem o reflexo das tarifas norte-americanas de forma concreta em seus resultados financeiros. O valor de US$ 35 milhões supera a expectativa inicial registrada em maio de US$ 34 bilhões. Para 2025 a expectativa do efeito financeiro era de até US$ 22 bilhões; já para 2026, o teto beira os US$ 15 bilhões. Esses valores são baseados nas análises de maio, que foram feitas após as tarifas impostas em abril pelo governo dos EUA, com o dia sendo apelidado de “Dia da Libertação”.

Os custos elevam as pressões sobre o mercado internacional. A Stellantis, por exemplo, declarou um prejuízo de 1,5 bilhões de euros em julho, causado pelas tarifas dos EUA. Outros setores, contudo, foram beneficiados, como o setor de bebidas. A Remy Cointreau e a Pernod Ricard, ambas fabricantes de bebidas da França, diminuíram suas expectativas de impacto após o acordo entre a UE (União Europeia) e os EUA. 

Mas o cenário que fez com que as expectativas das companhias globais mudassem foi o acordo por taxas menores entre os EUA e o Japão, com as tarifas sendo de 15%. A Toyota, empresa japonesa do setor automobilístico, realizou uma projeção de US$ 9,5 bilhões, mostrando um impacto claro da desigualdade nos efeitos causados em diferentes empresas. 


Acordo entre EUA e Japão abaixou as tarifas comerciais (Vídeo: reprodução/YouTube/@CNNbrasil)

Expectativas de estabilidade

Apesar dos valores elevados, existem sinais de que o mercado possa entrar em uma fase de maior previsibilidade, graças aos acordos feitos pelos EUA com a UE e o Japão, que levaram as muitas empresas a reduzirem suas estimativas iniciais para um pior cenário no mercado.

Em entrevista à Reuters, Antonio Filosa, presidente-executivo da Stellantis, afirmou que “as tarifas estão ficando cada vez mais claras”, indicando que os acordos estão possibilitando uma visão mais ampla do cenário e não o restringindo a resultados negativos. De acordo com ele, as tarifas serão consideradas variáveis a serem gerenciadas pelos negócios. Isso não significa que a incerteza do mercado desapareceu, devido à possibilidade de novas taxas impostas por Trump a qualquer momento, mas que talvez a fase atual seja de maior estabilidade do que o previsto. 

Moraes determina que DPU apresente defesa de Eduardo Bolsonaro por coação

Após Eduardo Bolsonaro não apresentar um advogado no processo em que é acusado de coação, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que a Defensoria Pública da União (DPU) apresente, no prazo de 15 dias, a defesa prévia do deputado. 

O prazo para que Eduardo se manifestasse e apresentasse um advogado para o processo era até a noite desta quarta-feira (15), mas o STF não obteve resposta por parte dele. Moraes poderia dar continuidade à análise do processo, ou até mesmo determinar a prisão preventiva de Eduardo, mas o ministro optou pela nomeação de um defensor público. O deputado está nos Estados Unidos desde março deste ano, o que dificultou que o oficial de Justiça o localizasse.

Decisão de Moraes

O prazo de 15 dias para que o deputado apresentasse um advogado foi determinado por Moraes na decisão judicial, entretanto, Eduardo Bolsonaro não se manifestou durante o prazo legal e sequer inscreveu um advogado no processo. Isso abriu a possibilidade para que o ministro optasse então por pela escolha de um advogado público, dando mais 15 dias para que a DPU apresentasse um advogado então.

Para especialistas, essa medida é necessária para que o réu exerça seu direito de defesa. Sem advogado, Eduardo estaria indefeso no processo, o que é proibido pelo Código de Processo Penal. 


Eduardo Bolsonaro em evento político nos EUA (Foto: reprodução/Getty Images Embed/Bloomberg)

Acusação por coação

No dia 22 de setembro, a Procuradoria-Geral da República (PG), abriu um inquérito oficial contra o deputado Eduardo Bolsonaro e o blogueiro Paulo Renato Figueiredo, por coação, devido às ações dos dois nos Estados Unidos. De acordo com a denúncia, os dois denunciados articularam movimentos voltados à intervenção de processos judiciais em pró do ex-presidente Jair Bolsonaro, pai de Eduardo, e do próprio Paulo Figueiredo.

Paulo Gonet, procurador-geral da República, ainda disse na denúncia que as ameaças feitas a juízes os pressionando a não concluir o processo criminal – como as ameaças feitas por Eduardo a Moraes, por meio de sanções dos Estados Unidos ao ministro e sua família -, também afetaram a sociedade brasileira e a economia do país. A PGR acusa Eduardo de atuar diretamente como agente intermediário nessas situações. 

Como Eduardo permanece no exterior, isso impossibilitou que a Justiça o encontrasse, então Moraes estabeleceu que a notificação a ele fosse realizada por edital. Depois da apresentação da DPU acerca da defesa, caberá ao STF marcar o julgamento para decidir se a denúncia contra os dois será acatada e se o deputado será transformado oficialmente em réu no processo. 

Papa Leão denuncia “descarrilamento ético” diante da fome global

Durante discurso nesta quinta-feira (16) na sede da FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação), em Roma, o papa Leão XIV fez um apelo enfático aos líderes mundiais para que acabem combatam a fome global, chamando a situação de “um descarrilamento ético”.

O pontífice católico apontou que permitir que milhões de pessoas passem fome todos os dias é um “sinal claro de uma insensibilidade predominante”, acusando o sistema de ser injusto na distribuição de recursos, além de citar a economia mundial, a chamando de “sem alma”. Durante o encontro, ele ressaltou que 673 milhões de pessoas não comem o suficiente todos os dias, um dado que a própria ONU divulgou.

Responsabilidade global

Em seu discurso no fórum para 125 delegações, o papa Leão XIV reforçou que apesar de vivermos em um momento em que a expectativa de vida é mais alta, graças à ciência, ainda milhões de pessoas passam fome – e morrem devido isso – ao redor do mundo. Ele chamou a situação de “fracasso coletivo”, chamando a atenção global do mundo acerca do problema.

Ainda, sem mencionar países ou conflitos específicos, o líder católico mencionou o uso da fome como arma de guerra. De acordo com ele, os conflitos atuais trouxeram de volta esse mecanismo, mas o direito humanitário proíbe ataques a civis e a bens essenciais para a sobrevivência de pessoas. O papa completou, dizendo que o mundo parece ter se esquecido disso, já que “testemunhamos o uso contínuo dessa estratégia cruel”, e que isso deve levar o destino da humanidade à ruína.


Papa Leão XIV em discurso (Vídeo: reprodução/X/@vaticannews_pt)

Combate à pobreza

Grande parte da trajetória pastoral do papa Leão XIV foi atuando como missionário no Peru, onde ele combateu a pobreza como principal foco de seu trabalho. Primeiro papa dos EUA, desde o começo de sua liderança do Vaticano, ele trata o cuidado com os necessitados como um dos temas centrais de suas declarações, chamando a atenção para os conflitos atuais ao redor do mundo e pedindo por paz.

Em seu discurso, o pontífice criticou indiretamente a atual economia, a denominando “sem alma”, e sugeriu que o problema da fome e da pobreza não se encontra apenas como resultados externos, mas também como produto da desigualdade entre as pessoas. Segundo dados divulgados pela ONU este ano, 8,2% da população mundial sofreu com a fome em 2024, um número menor do que 2023 (8,5%), mas ainda alarmante. Apesar de uma melhora entre os anos, os conflitos e outros fatores, como na África e no Oriente Médio, podem invalidar esse avanço.

Oakley estreia no mercado tech com óculos inteligentes em parceria com a Meta

A Oakley e a Meta iniciam um novo passo crucial no Brasil, com o lançamento do Oakley Meta HSNT, um óculos inteligente, resultado da nova parceria entre as duas marcas. Os óculos unem o design esportivo da Oakley com a inteligência artificial da Meta, marcando a entrada da marca esportiva no mercado de tecnologia.

A novidade busca entregar qualidade tanto para atletas, quanto para fãs da marca, misturando a funcionalidade da IA com o mercado esportivo e também expandindo o sucesso da Meta. A gigante de tecnologia já tinha uma parceria com a EssilorLuxottica, responsável pelos óculos inteligentes Ray-Ban Meta, considerado um dos mais vendidos no setor.

Características dos óculos

O Oakley Meta HSNT é equipado com uma câmera de alta resolução (3K), além da integração com um assistente de voz da Meta AI, que permite que o usuário registre vídeos e fotos através de comandos de voz. Ainda na área de inteligência artificial, os usuários também podem acessar informações sobre o clima e desempenho esportivo, sem ter que usar as mãos, o que facilita o trabalho dos atletas.

Outras características inovadoras do óculos são os alto-falantes open ear, que vem embutidos nas hastes do acessório, e a resistência à água, além de uma bateria que promete duração de até oito horas de uso contínuo, facilitando o uso aos atletas de esportes de longa duração e/ou aquáticos.

O preço de lançamento no Brasil do novo acessório é de R$3.459, estando disponível nas lojas Oakley e no Itaú Shop. Além disso, ele está disponível em diversas armações e lentes, possibilitando a customização de acordo com o gosto do usuário. A campanha reúne nomes como Gabriel Medina, J.R Smith, Ishod Wair, Boo Johnson e Bicho Carrera. 


Campanha do Oakley Meta HSTN com Gabriel Medina (Mídia: reprodução/Instagram/@oakleybr/@gabrielmedina)

Entrada da Oakley no mercado tech

Com o lançamento do Meta HSNT, a Oakley entra em um novo patamar do mercado. Agora oficialmente inserida no mercado tech, a marca esportiva se alinha ao movimento de unificação do esporte com a tecnologia, consolidando a sua posição agora em dois diferentes setores. 

A inovação faz parte da expansão também da Meta, que já vinha obtendo sucesso com os óculos Ray-Ban Meta. A aposta das duas marcas em unir tecnologia, performance e branding busca conquistar novos públicos, as consolidando como marcas de peso no universo tecnológico. Essa transição de ambas reforça a visão de que um setor não anda sozinho no mundo globalizado, em especial o de tecnologia, tornando possível que empresas ampliem seus negócios para além da sua área. 

SpaceX realiza 11º teste de voo do foguete Starship

Durante a noite desta segunda-feira (13), por volta das 20h20, a SpaceX conseguiu realizar com sucesso o 11º voo-teste da aeronave Starship, após falhas em testes anteriores. A nave permaneceu cerca de sete minutos no espaço e retornou a Terra, caindo no Golfo do México.

Uma das partes da nave continua no espaço, transmitindo imagens ao vivo para a empresa. O resultado positivo do novo teste marca um avanço significativo nas apostas da Nasa e de Elon Musk (CEO da SpaceX) para a exploração espacial, incluindo viagens tripuladas para outros planetas e para a Lua. 

11º voo-teste 

Para o 11º teste da nave Starship, foram realizados experimentos e modificações no sistema operacional, visando restaurar capacidades que não tiveram resultados positivos nos testes anteriores. Após sete minutos no ar, a nave executou uma aterrissagem bem sucedida no Golfo do México. A aterrissagem foi um dos problemas nos outros voos que dificultaram o avanço da missão. O fato de uma das partes da aeronave ter ficado no espaço e estar transmitindo imagens ao vivo também é significativo, podendo ajudar na tecnologia desenvolvida pela SpaceX.

Até o momento, o desenvolvimento da Starship estava apresentando dificuldades desde novembro de 2024, como o cancelamento do 10º teste no dia 25 de agosto. Faltavam apenas dez segundos para que a aeronave fosse lançada, quando a SpaceX interrompeu o teste, alegando problemas climáticos. Entretanto, o teste ocorreu no dia seguinte (26), conseguindo liberar oito protótipos de satélites da Starlink no espaço, e em seguida pousando no Oceano Índico. 


Momento do lançamento da aeronave Starship (Vídeo: reprodução/YouTube/VideoFromSpace)

Planos para a Starship

Elon Musk mantém uma visão ambiciosa quanto a Starship, alegando que a nave será o veículo que levará os primeiros humanos para Marte. Musk apresenta esse objetivo desde os primeiros estágios do projeto, considerando a nave como uma peça principal na exploração do nosso planeta vizinho. 

Além de estar na visão de Musk, a Starship também está na mira da Nasa, mas na exploração lunar. O plano da agência dos EUA é utilizar a aeronave na missão Apollo, que busca levar astronautas à Lua novamente, ainda nessa década. Contudo, o projeto ainda está nos primeiros passos da fase de desenvolvimento, com a nave precisando demonstrar mais resultados positivos, já que entre os dez testes anteriores, seis falharam, incluindo até mesmo a explosão de um protótipo durante teste em solo ainda.

Grupo de brasileiros detidos em flotilha por Israel chega ao Brasil nesta quinta

Os treze brasileiros detidos pela Marinha de Israel durante a flotilha Global Sumud devem retornar ao Brasil nesta quinta-feira (9), com desembarque no Aeroporto de Guarulhos–SP. Eles haviam sido presos na prisão de Ktzi’ot e em seguida transferidos via terrestre até a fronteira com a Jordânia, após terem sido deportados, de acordo com a organização responsável pela flotilha.

A previsão é de que o voo procedente de Doha chegue ao Brasil por volta das 10h40, desembarcando em São Paulo. No aeroporto, as famílias e os amigos dos brasileiros devem aguardar junto à coletiva de imprensa. 

Deportação do grupo

Após deixarem a prisão de Ktzi’ot, eles foram levados a pé para a Jordânia, atravessando a ponte Allenby/Rei Hussein. De acordo com a organização da flotilha, as autoridades israelenses não permitiram acesso direto aos brasileiros, negando também uma possível comunicação e interação com eles, enquanto estivessem sob custódia da prisão. 

Entre os brasileiros deportados estão Thiago Ávila, ativista, e Luizianne Lins, deputada federal do Ceará. Na segunda-feira (6), o primeiro deportado do grupo desembarcou no Rio de Janeiro, sendo também o primeiro brasileiro a retornar ao Brasil. Nicolas Calabrese é cidadão argentino e italiano, e vive no Brasil há mais de dez anos, atuando como professor de educação física. 


Thiago Ávila, ativista brasileiro (Foto: reprodução/Getty Images Embed/Europa Press News)

Interceptação da flotilha

O grupo de brasileiros foi interceptado por Israel na semana passada, durante os dias 1 e 2 de outubro, entre a noite e a madrugada. O objetivo da flotilha era levar ajuda humanitária para Gaza, através de uma frota de 44 navios, que levavam mais de 460 pessoas. 

Além dos treze brasileiros, os barcos ainda levavam cidadãos de outros 40 países, como Argentina, Colômbia, África do Sul e Nova Zelândia, que também foram presos e deveriam deixar a prisão junto aos brasileiros. 

A organização da flotilha classificou a intercepção como “um ataque ilegal a agentes humanitários” e confirmou que as autoridades consulares do Brasil prestaram assistência durante a transição entre os países. Já Israel afirmou que os ativistas estavam apenas provocando o país, sem estarem realmente interessados em ajudar Gaza. Não foi a primeira vez que ativistas tentaram chegar a Gaza para oferecer ajuda humanitária, mas também foram interceptados por Israel ou sofreram algum ataque. 

Perícia confirma que metanol foi adicionado em bebidas apreendidas em SP

Análise realizada pelo Instituto de Criminalística da Polícia Científica de São Paulo aponta que o metanol encontrado em bebidas alcoólicas destiladas foi adicionado, confirmando que a substância não é resultado de uma destilação natural. A perícia foi realizada em dois grupos de garrafas, mas não foi divulgado pelo instituto a quantidade ou os tipos.

Desde que os casos de intoxicação por metanol começaram a surgir em São Paulo, autoridades estaduais intensificaram as investigações. Na última sexta-feira (3), o IC (Instituto de Criminalística) articulou uma força-tarefa para analisar garrafas apreendidas em fiscalizações, buscando investigar a adulteração das bebidas com metanol. Até quinta-feira passada (2), mais de mil garrafas já haviam sido confiscadas e entre elas, 250 haviam sido encaminhadas para análise no instituto.

Análise pericial

Segundo o Instituto de Criminalística, de fato o metanol encontrado nas garrafas surgiu de uma adulteração, e não como resultado de destilação natural. Entretanto, não foi confirmado pelo órgão a quantidade e os tipos de bebidas do grupo que confirmaram isso. 

Por meio de nota oficial nesta terça-feira (7), a instituição afirmou que atua 24 horas na realização de perícias de constatação e concentração das amostras levadas pela Polícia Civil. Além disso, o órgão complementou informando que também é realizada a análise documentoscopia de rótulos e lacres das garrafas. 


Aumento dos casos de intoxicação por metanol preocupam autoridades (Vídeo: reprodução/YouTube/g1)

Em primeiro momento, o processo de análise se inicia com a checagem das embalagens, em busca de rompimentos ou sinais de reutilização da bebida. Em seguida, a bebida vai para um processamento que separa os componentes do líquido, assim verificando as substâncias presentes na mesma. Somente após o laudo final é que se sabe se há presença do metanol e a quantidade da substância presente.

De acordo com o governo de SP, 16 mil garrafas foram recolhidas desde 29 de setembro. Para enfrentar esse cenário, o Instituto de Criminalística montou uma força-tarefa com a Polícia Civil e a Vigilância Sanitária para apurar os casos e analisar garrafas apreendidas, além de realizar fiscalizações em bares e distribuidoras.

Investigações em São Paulo

Até esta terça, haviam sido confirmados 18 casos de intoxicação por metanol, de acordo com o governo de São Paulo. No momento, há 158 casos sendo investigados e 38 foram descartados como intoxicação pela substância. Entre os casos, três mortes foram confirmadas e sete seguem em investigação.

Nas investigações em andamento, as autoridades trabalham com duas hipóteses de como o metanol foi parar nessas bebidas. A primeira é de que o metanol pode ter sido usado para higienizar garrafas reutilizadas, de acordo com o governador de SP, Tarcísio Freitas. A segunda hipótese é de que o metanol foi usado para aumentar a quantidade de bebidas falsificadas durante a produção. A Polícia Federal não descarta nenhuma hipótese até o momento, até mesmo de que a adulteração tenha sido uma manobra realizada após uma operação contra o crime organizado no fim de agosto.

Google Cloud amplia presença no Brasil com chips de inteligência artificial

Na era da tecnologia, o que mais tem sido investido pelas empresas é definitivamente a inteligência artificial. Apenas em 2025, mais da metade das empresas brasileiras relataram aumentos financeiros com a adoção da IA. Com esse cenário em avanço, o Google Cloud tomou um passo à frente, apostando no fortalecimento de sua presença no Brasil.

A companhia busca trazer seus chips de inteligência artificial para os data centers do país, reforçando assim sua estratégia de mercado e fortalecendo sua presença, através de infraestrutura local. De acordo com Oliver Parker, vice-presidente da inteligência artificial do Google Cloud, os clientes brasileiros devem contar com um maior desempenho, além de estruturas com melhores custos e o uso do Gemini em alta escala. 

Chips locais do Google 

O principal movimento da companhia é a implementação de TPUs no Brasil. Os chips desenvolvidos pelo Google têm como função acelerar aplicações da inteligência artificial. Com sua presença nacional, a ferramenta não somente vai apresentar uma melhoria de performance, como também reduzirá os custos para os usuários locais. 

Além do melhor desempenho e custo enfatizados por Oliver Parker, o vice-presidente também ressaltou que o Google é “o único provedor que permite que os usuários executem o Gemini em sua própria infraestrutura”, trazendo uma alternativa para empresas de terceiros que buscam uma soberania e segurança digital. 



Oliver Parker, vice-presidente da inteligência artificial do Google Cloud (Foto: Divulgação)

Diferenciais na estratégia

A estratégia do Google não se limita somente às grandes corporações, o que os posicionam de forma diferente no mercado brasileiro de tecnologia. Em entrevista para a Forbes Brasil, Marcel Silva, head de vendas do Google Cloud na América Latina, destaca que a gigante adota políticas comerciais flexíveis, além de existirem estratégias específicas para empresas de pequeno e médio porte. De acordo com Marcel, as políticas funcionam como “soluções adaptadas a necessidades”, fazendo com que o pagamento do cliente seja proporcional ao quanto ele estiver utilizando da nuvem geral e na IA.

O Google Cloud já realizou trabalhos com a Dasa – utilizando IA para aprimoração de imagens e modelos de treinamento nos diagnósticos -, e também com a Receita Federal, que usa o Gemini na função de processamento de imagens, possibilitando assim que seja detectado se há itens proibidos ou suspeitos em pacotes. Com o reforço da infraestrutura local e aplicação da IA nos serviços brasileiros, o Google Cloud vem se posicionando cada vez mais fortemente no mercado, oferecendo alternativas de escolhas para as empresas em meio a corrida mundial da tecnologia.

Axsome aposta em novo medicamento para tratamento de Alzheimer

A Axsome Therapeutics, uma empresa de produção de medicamentos, agora traça um caminho importante para a evolução da medicina. A companhia, que já domina o mercado com o antidepressivo Auvelity, aposta no momento em um novo medicamento para o tratamento da agitação do Alzheimer, um dos sintomas que acompanham a doença.

Desde seus primeiros dias em uma sala simples e pequena no Rockefeller Center, em Nova York, até se tornar uma das maiores referências no setor de biotecnologia, a Axsome assume uma postura que a diferença das demais empresas da área. Combinando a ciência com a estratégia de mercado, Herriot Tabuteau, CEO da Axsome, uniu décadas de sua experiência em investimentos de startups de biotecnologia com sua carreira na medicina. Outro diferencial que Tabuteau assumiu ao abrir sua companhia foi de não a financiar com capital de risco, somente com os seus próprios recursos e ajudas de parentes e amigos próximos.

Portfólio da gigante

Em termos de produtos, o grande lucro da Axsome é o Auvelity, um medicamento para tratamento do transtorno depressivo. Ele combina dois medicamentos já existentes e promete efeito em apenas uma semana de uso, o que o posiciona de forma diferente no mercado, já que a maioria dos antidepressivos demora entre seis a oito semanas para terem efeitos. Aprovado em agosto de 2022, as ações da empresa subiram 65% em apenas uma semana, o que a fez ser avaliada em US$ 3 bilhões. 

Outro movimento estratégico do CEO foi a compra do medicamento Sunosi, usado no tratamento da sonolência excessiva em pacientes com narcolepsia ou apneia do sono. A compra teve valor de US$ 53 milhões mais royalties de um dígito. A Axsome garantiu em apenas um ano US$ 66 milhões, através da venda de direitos do medicamento para a Europa, Oriente Médio e Norte da África.

Além desses dois grandes triunfos, agora a empresa de biotecnologia aposta no tratamento contra o Alzheimer. Um dos sintomas que a doença causa em pacientes é a agitação e o novo medicamento promete tratar esse efeito, além de evitar efeitos colaterais sérios que outros antipsicóticos causam, como a morte. Contudo, os resultados dos testes da medicação foram mistos e a FDA (Food and Drug Administration, agência dos Estados Unidos equivalente à Anvisa) ainda deve aprovar o remédio. 


Medicamento deve ajudar cerca de 150 milhões de americanos com Alzheimer (Foto: reprodução/Getty Images Embed/Brian B. Bettencourt)

Referência no mercado 

Nomeada a partir dos termos “axônio” e “soma”, a Axsome foi iniciada em 2012 e passou por diferentes fases, que moldaram o que hoje é uma das maiores empresas de biotecnologia do mundo, com três medicamentos no mercado e mais cinco em desenvolvimento. 

Nos 12 meses anteriores a junho, a Axsome registrou uma receita de US$ 495 milhões, representando um avanço de 70% em relação ao mesmo período de 2024. Entretanto, mesmo com o crescimento de capital, a empresa ainda se encontra no vermelho, com um prejuízo de US$ 247 milhões. 

Já na Nasdaq, onde a empresa é negociada, ela está avaliada em US$ 6,1 bilhões, com Tabuteau exercendo uma participação de 15%, o que o posiciona como bilionário. O fundador da gigante avalia que ela pode chegar a US$ 16,5 bilhões em vendas dos seus medicamentos atuais, a posicionando como uma das principais e maiores empresas do setor farmacêutico do mundo. 

Paralisação nos EUA expõe polarização e pode impactar no Brasil

A paralisação do governo dos Estados Unidos, chamada de shutdown, entrou em vigor na madrugada de 1º de outubro após o Congresso não conseguir chegar a um acordo de financiamento. Embora historicamente essas paralisações tenham poucos efeitos, esse episódio reacende problemas sobre os ajustes fiscais dos EUA, podendo refletir nos mercados de países emergentes.

No cenário atual, o impacto real cai sobre os serviços federais, que foram interrompidos, e nos serviços públicos, onde milhares de funcionários foram dispensados. No transporte e no turismo o prejuízo deve chegar por volta de US$ 1 bilhão (R$ 5,32 bilhões). Entretanto, no Brasil, os impactos não são de imediato e significativos.

Mercado brasileiro

De acordo com analistas brasileiros, o principal impacto pode ocorrer no atraso dos dados econômicos dos EUA, como, por exemplo, o payroll. As consequências desse atraso seriam a falta de informações das decisões do Fed, que é o banco central americano, sobre taxas de juros. 

Já no mercado doméstico, não se espera grande impacto, principalmente pela duração de shutdowns americanos anteriores, que não duraram muito. Caso o impasse no Congresso continue por mais tempo do que o esperado, é possível que os acionistas estrangeiros decidam retirar seus investimentos de mercados emergentes, por conta da falta de dados para medir os riscos. 


Governo dos EUA entrou em shutdown nesta quarta-feira (1) (Foto: reprodução/X/@Metropoles)

Polarização nos EUA

O que preocupa os economistas no cenário, na verdade, é a polarização presente no Congresso americano, entre republicanos e democratas. Historicamente, as paralisações duraram em média 8 dias, acabando através de negociações. Contudo, negociações não estão ocorrendo positivamente atualmente. 

Por mais que de baixo custo e impacto nos mercados ao redor do mundo, a falta de negociação positiva e a polarização entre os partidos representam um problema fiscal na estrutura governamental dos Estados Unidos. Caso as diferenças continuem na política norte-americana, episódios como esse de paralisação podem se tornar recorrentes nos anos seguintes, se tornando um risco e uma preocupação.