Bolsonaro faz cirurgia mas permanece preso por decisão de Moraes

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, autorizou a realização de cirurgia em Jair Bolsonaro nesta semana. A decisão foi dada nesta sexta-feira (19), no entanto, o magistrado negou o pedido da defesa para que o ex-presidente cumpra pena em prisão domiciliar.

A princípio, a decisão foi tomada após perícia médica indicar que Bolsonaro tem hérnia inguinal bilateral e necessita de intervenção cirúrgica. Ainda assim, o laudo concluiu que o procedimento é eletivo, sem caracterização de urgência ou emergência imediata.

Laudo médico aponta cirurgia necessária, mas sem urgência

Segundo a perícia da Polícia Federal (PF), Bolsonaro apresenta hérnia nos dois lados da região inguinal. A condição ocorre quando tecidos do abdômen atravessam pontos frágeis da musculatura abdominal, causando abaulamentos. Embora o quadro não seja emergencial, os peritos recomendaram cirurgia “o mais breve possível”.

Por isso, Moraes autorizou o reparo cirúrgico em caráter eletivo, conforme o laudo oficial. O ministro determinou que a defesa informe a data e a programação do procedimento e, em seguida, os autos serão enviados à Procuradoria-Geral da República (PGR), que deverá se manifestar em 24 horas. Moraes também destacou que a Polícia Federal deve garantir acompanhamento médico contínuo. Além disso, o magistrado autorizou transporte imediato em caso de eventual necessidade emergencial.

STF nega domiciliar e cita descumprimento de medidas

Todavia, apesar da autorização médica, Moraes rejeitou o pedido de prisão domiciliar apresentado pela defesa. Segundo o ministro, há ausência total dos requisitos legais para concessão do benefício. Ainda na decisão, Moraes mencionou descumprimentos reiterados de medidas cautelares. Além disso, apontou atos concretos que indicariam tentativa de fuga por parte do ex-presidente.


Michelle Bolsonaro deixa a sede da Polícia Federal (Foto: reprodução/Ton Molina/AFP/Getty Images Embed)


Em novembro, Bolsonaro foi levado à Superintendência da Polícia Federal após violar a tornozeleira eletrônica. O próprio ex-presidente confessou ter tentado abrir o equipamento com um ferro de solda. Dias depois, Moraes determinou o início do cumprimento da pena em regime fechado. Jair Messias Bolsonaro foi condenado a mais de 27 anos por crimes contra o Estado Democrático de Direito.

O ministro ressaltou que o ex-presidente não tem direito à saída temporária. Isso ocorre porque o benefício exige cumprimento de pena em regime semiaberto. Além disso, a progressão de regime só poderá ocorrer após o cumprimento de 25% da pena. Na prática, isso representa cerca de seis anos de prisão antes de qualquer mudança.

Visitas, projetos de lei e contexto jurídico

Anteriormente, o ministro Moraes autorizou visitas dos filhos Flávio e Carlos Bolsonaro na unidade da Polícia Federal. Segundo a decisão, o ex-presidente recebe atendimento médico adequado no local. O ministro afirmou que Bolsonaro está custodiado próximo a hospital particular. Assim, não haveria prejuízo em caso de necessidade de atendimento emergencial.

Paralelamente, a Câmara aprovou o chamado PL da Dosimetria. O texto reduz penas quando crimes contra a democracia ocorrerem no mesmo contexto. A proposta ainda será analisada pelo Senado. Até lá, a situação penal de Bolsonaro permanece inalterada.

Perícia médica conclui que Jair Bolsonaro precisa ser operado

Uma perícia médica concluiu que o ex-presidente Jair Bolsonaro apresenta um quadro de hérnia e precisa passar por cirurgia. O laudo foi elaborado após avaliação clínica e exames que analisaram o estado de saúde do ex-chefe do Executivo, indicando a necessidade de tratamento cirúrgico para evitar possíveis complicações.

A conclusão da perícia foi divulgada em meio a questionamentos sobre as condições físicas de Bolsonaro. Segundo os médicos responsáveis, o procedimento é indicado como forma adequada de tratamento, já que a hérnia pode causar dores frequentes e comprometer a qualidade de vida do ex-presidente caso não seja tratada.

Resultado da perícia médica

De acordo com o resultado oficial, a junta médica responsável pela avaliação concluiu que Bolsonaro apresenta um quadro que exige intervenção cirúrgica. No documento, os peritos afirmam que “Diante do exposto, essa Junta Médica pericial conclui que o periciado Jair Messias Bolsonaro é portador de hérnia inguinal bilateral que necessita reparo cirúrgico em caráter eletivo”.

A perícia levou em consideração o histórico clínico do ex-presidente, além dos sintomas apresentados durante a avaliação. Os especialistas entenderam que a cirurgia é a alternativa mais segura para tratar o problema de forma adequada e evitar o agravamento do quadro ao longo do tempo.

O laudo também considerou episódios anteriores relacionados à saúde do ex-presidente. Desde o atentado sofrido durante a campanha eleitoral de 2018, teve de passar por diferentes procedimentos médicos e períodos de internação. Esse histórico foi analisado para garantir que a recomendação fosse feita com cautela e com base em critérios técnicos.

Segundo os médicos, a hérnia pode causar desconforto constante, dores e limitações nas atividades do dia a dia. Em alguns casos, a condição pode evoluir e provocar complicações mais sérias, o que reforça a indicação do procedimento cirúrgico como forma de tratamento.

Pessoas próximas afirmam que Bolsonaro vinha relatando incômodos frequentes, o que motivou a realização da perícia. A avaliação teve como objetivo esclarecer a real condição de saúde do ex-presidente e definir a melhor conduta médica a ser adotada. O laudo não informa uma data específica para a cirurgia, mas aponta a necessidade do procedimento.



Perícia médica em Bolsonaro conclui que ex-presidente tem hérnia e necessita de cirurgia (Vídeo: reprodução/YouTube/CNN Brasil)


Repercussão e próximos passos

A divulgação do resultado da perícia teve ampla repercussão no meio político. Aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro afirmaram que ele deve seguir todas as orientações médicas e realizar a cirurgia conforme a recomendação dos profissionais responsáveis pelo acompanhamento do caso. Integrantes da oposição também se manifestaram e destacaram que questões relacionadas à saúde devem ser tratadas com seriedade, responsabilidade e respeito, sem uso político do laudo. Para eles, o documento é técnico e deve ser analisado apenas sob o ponto de vista médico, levando em consideração o bem estar do ex presidente.

Especialistas ouvidos apontam que a cirurgia para correção de hérnia é considerada comum e apresenta bons resultados na maioria dos casos. O tempo de recuperação varia conforme o tipo de procedimento e as condições clínicas do paciente, mas o acompanhamento médico é essencial para garantir uma recuperação segura. A equipe responsável pela avaliação informou que continuará monitorando o quadro de Bolsonaro e que exames adicionais poderão ser solicitados para definir detalhes da cirurgia e preparar o ex-presidente para o procedimento, com o objetivo de reduzir riscos e assegurar a eficácia do tratamento.

A condição de saúde também pode impactar a agenda pública de Bolsonaro. Dependendo do período escolhido para a realização da cirurgia, ele poderá precisar se afastar temporariamente de compromissos e atividades públicas, seguindo as orientações médicas. Com a conclusão da perícia, a expectativa é que novas informações sejam divulgadas após a definição do cronograma do procedimento. O caso segue sendo acompanhado de perto, já que envolve a saúde de uma figura de grande relevância na política brasileira.

STF: Fachin quer regras de conduta para os ministros da Corte e prestação de contas

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Edson Fachin, afirmou que pretende abrir um diálogo sobre a criação de um código de conduta para os ministros da Corte. A proposta surge em um momento de grande atenção da sociedade sobre a atuação do Judiciário e busca reforçar a transparência e a responsabilidade institucional do tribunal.

Segundo Fachin, prestar contas à sociedade é um dever de quem ocupa cargos públicos. O ministro afirmou que “a transparência não é um atributo acessório, mas um elemento constitutivo do Estado Democrático de Direito”. Para ele, o Supremo deve agir com responsabilidade e manter uma relação clara com a população, sem comprometer sua independência.

Código de conduta e diálogo no Supremo

A proposta de um código de conduta tem como objetivo definir regras gerais para a atuação dos ministros do STF. De acordo com Fachin, a iniciativa ainda está em fase inicial e deve ser construída por meio do diálogo. “Não poderia, nessa direção, deixar de fazer referência à proposta, ainda em gestação, de debatermos um conjunto de diretrizes éticas para a magistratura”, afirmou o ministro.

Fachin destacou que o tema vem ganhando espaço no debate público, o que reforça a necessidade de uma discussão ampla e responsável. Segundo ele, o diálogo deve envolver os ministros da Corte e considerar também as expectativas da sociedade brasileira. Para o presidente do Supremo, ouvir diferentes pontos de vista é essencial para construir diretrizes que fortaleçam a instituição.

O ministro lembrou que o STF já segue práticas consolidadas ao longo de sua história, mas avalia que o contexto atual exige maior clareza sobre o comportamento esperado de seus integrantes. Um código de conduta funcionaria como uma referência para a atuação pública e institucional dos ministros, contribuindo para preservar a imagem do tribunal e a confiança da população.

Analistas avaliam que a iniciativa pode ajudar a reduzir críticas e questionamentos sobre a atuação individual de membros da Corte. Em um cenário de grande exposição pública e debates intensos, regras mais claras tendem a diminuir interpretações equivocadas e a reforçar a credibilidade do Judiciário.



Presidente Fachin diz que STF está elaborando código de ética para ministros (Vídeo: reprodução/YouTube/globonews)


Prestação de contas e relação com a sociedade

A prestação de contas também foi destacada por Fachin como um ponto central. O ministro afirmou que o Supremo não pode se afastar do olhar da sociedade, já que suas decisões têm impacto direto na vida dos cidadãos. Para ele, prestar contas significa explicar decisões, tornar os processos mais transparentes e demonstrar compromisso com os valores democráticos.

Segundo Fachin, a confiança no Judiciário está diretamente ligada à forma como o tribunal se comunica com a sociedade. Para o ministro, não basta que as decisões sejam corretas do ponto de vista jurídico, é fundamental que seus fundamentos sejam compreendidos pela população. Quando os cidadãos entendem os motivos que levam o Supremo a decidir determinados casos, a legitimidade das instituições democráticas é fortalecida e a percepção de justiça se torna mais clara.

O presidente do STF avalia que a comunicação deve ser feita de maneira acessível, utilizando uma linguagem que permita ao público acompanhar os temas em discussão, especialmente aqueles que têm impacto direto no cotidiano das pessoas. Ao mesmo tempo, ele destaca que essa aproximação não pode comprometer o rigor técnico que orienta o trabalho jurídico. Para Fachin, é possível tornar as informações mais claras sem simplificar excessivamente o conteúdo ou reduzir a complexidade das decisões.


Balanço de atividades do STF no ano (Foto: reprodução/Instagram/@supremotribunalfederal)


A discussão sobre comunicação e prestação de contas acompanha uma cobrança crescente por maior transparência em diferentes áreas do poder público. Fachin afirma que o Judiciário deve acompanhar esse movimento e assumir um papel exemplar, adotando práticas que reforcem a ética institucional e a responsabilidade diante da sociedade.

O ministro reconhece que é necessário cuidado para preservar a independência dos integrantes da Corte, mas acredita que é possível equilibrar autonomia com responsabilidade pública. Para ele, informar a sociedade não interfere no conteúdo das decisões, mas fortalece a relação de confiança entre o tribunal e os cidadãos.

Ao defender regras de conduta e maior prestação de contas, Fachin sinaliza uma postura voltada ao fortalecimento do Supremo Tribunal Federal. A proposta busca preparar a Corte para um cenário de maior cobrança social, mantendo o compromisso com a Constituição, a democracia e o interesse público.

Assinatura do acordo entre Mercosul e União Europeia é adiada

A assinatura do acordo comercial entre o Mercado Comum do Sul (Mercosul) e a União Europeia (UE) foi adiada e não ocorrerá neste sábado (19), de acordo com a informação confirmada por fontes diplomáticas europeias.

Ainda assim, segundo as agências AFP e Reuters, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, comunicou o adiamento a líderes do bloco. A previsão do acordo Mercosul-UE agora aponta para janeiro de 2026.

Pressões políticas mudam o calendário do acordo

Inicialmente, a Comissão Europeia planejava concluir o pacto nesta semana, criando a maior zona de livre comércio do mundo. No entanto, o cenário político mudou. Logo, a Itália passou a defender o adiamento após alinhar-se à França. Assim, ambos os países exigem garantias adicionais ao setor agrícola europeu.

Por isso, o anúncio ocorreu durante as reuniões do Conselho Europeu, em Bruxelas. O encontro reúne chefes de Estado até esta sexta-feira (18). De forma geral, o acordo prevê redução gradual de tarifas e, além disso, estabelece regras comuns para comércio, investimentos e padrões regulatórios.


Negociações com o Mercosul estavam paralisadas durante Cúpula da UE (Foto: reprodução/Thierry Monasse/Getty Images Embed)


França lidera resistência dentro da União Europeia

Em foco, a França mantém a principal oposição ao tratado no bloco europeu. O presidente Emmanuel Macron condicionou o apoio a novas salvaguardas agrícolas e afirmou que o texto atual não protege adequadamente os produtores franceses. Por isso, Paris rejeita qualquer tentativa de acelerar a assinatura.

Macron ainda afirmou que o acordo ameaça agricultores locais. Consequentemente, eles temem concorrência com produtos sul-americanos mais baratos. Além disso, produtores franceses criticam diferenças ambientais entre os blocos. Segundo eles, as regras não garantem competição equilibrada.

Alemanha e Espanha defendem avanço imediato

Em contrapartida, Alemanha e Espanha pressionam pela ratificação do acordo firmado politicamente no ano passado. Assim, ambos defendem decisões rápidas. O chanceler alemão afirmou que a União Europeia precisa preservar a credibilidade internacional. Para ele, atrasos prejudicam a política comercial.

Países nórdicos compartilham dessa visão. Eles avaliam que o acordo reduz a dependência da China e amplia o acesso a minerais estratégicos. Além disso, os governos veem o tratado como resposta às tarifas impostas pelos Estados Unidos a produtos europeus.

Itália sinaliza apoio condicionado

Em outro cenário, a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, adotou posição cautelosa ao afirmar que o país pode apoiar o acordo, contudo, mediante ajustes. Segundo Meloni, o governo aguarda respostas às preocupações dos agricultores italianos. As decisões dependem da Comissão Europeia.

O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, conversou com Meloni por telefone. Segundo ele, a premiê não rejeita o tratado. Lula afirmou que a resistência italiana é política. Ele acredita que o setor agrícola pode ser convencido nas próximas semanas.

Bruxelas registra protestos enquanto acordo enfrenta barreiras

Enquanto líderes negociavam, milhares de agricultores protestaram em Bruxelas contra o acordo com o Mercosul. A mobilização foi intensa e houve manifestantes que usaram tratores e bloquearam vias próximas ao Parlamento Europeu. Também houve confrontos com a polícia local. Além disso, durante o ato, pneus foram incendiados e objetos lançados. Autoridades confirmaram ao menos um ferido. O acordo precisa de autorização formal do Conselho Europeu. Para isso, são necessários 15 dos 27 países do bloco.


Protestos em Bruxelas contra o acordo de livre comércio Mercosul (Foto: reprodução/Dursun Aydemir/Anadolu/Getty Images Embed)


Esses países devem representar, juntos, 65% da população europeia. Esse requisito concentra o principal risco político. Apesar do foco no agronegócio, o tratado é amplo e inclui indústria, serviços, investimentos e propriedade intelectual. A expectativa era que von der Leyen viajasse ao Brasil para ratificação. Contudo, a agenda não deve avançar ainda este ano.

Polícia Federal apura se esquema no INSS chegou à Caixa

A Polícia Federal (PF) apura se investigados por desvios em aposentadorias e pensões do INSS tentaram articular um esquema semelhante na Caixa Econômica Federal, segundo decisão do ministro do STF André Mendonça que autorizou, nesta quinta-feira (18), uma nova fase da operação Sem Desconto. O despacho não afirma que as irregularidades tenham ocorrido nem explica como funcionariam, mas cita trocas de mensagens entre os suspeitos que mencionam um possível “negócio da Caixa”, o que levou ao aprofundamento da investigação.

De acordo com a decisão, o ministro ressalta que não há confirmação de que irregularidades tenham sido cometidas na instituição financeira nem detalhes sobre como o suposto esquema funcionaria. O documento, no entanto, menciona conversas entre investigados que fazem referência a um possível “negócio da Caixa”, o que levou os investigadores a aprofundar as apurações para verificar se houve tentativa de ampliar as fraudes já identificadas no INSS.

Detalhes da operação

Segundo a decisão, a possível tentativa de expansão do esquema teria envolvido Hélio Marcelino Loreno, apontado pela PF como beneficiário direto dos desvios no INSS e ligado a Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como Careca do INSS, e Heitor Souza Cunha, funcionário da Caixa Econômica Federal.


Repercussão da segunda fase da operação sem desconto (Vídeo: reprodução/YouTube/CNN Brasil)


Ambos foram alvos das medidas judiciais desta fase da operação, com imposição de uso de tornozeleira eletrônica e proibição de deixar o país, além do afastamento de Cunha de suas funções no banco. Para a Polícia Federal, os dois teriam participado da concepção de um modelo de fraude semelhante ao previdenciário, agora direcionado a clientes da Caixa, o que indicaria a tentativa de levar o esquema para além do INSS e atingir outra entidade da administração pública federal.

Relembre a fraude do INSS

A investigação sobre a fraude no INSS teve início após a constatação de que aposentados e pensionistas estavam sofrendo descontos em seus benefícios sem terem autorizado qualquer tipo de adesão a associações. As apurações indicam que dados de segurados eram utilizados para criar vínculos falsos com essas entidades, permitindo a cobrança automática de valores mensais. Em muitos casos, os beneficiários só tomaram conhecimento das irregularidades ao analisar os extratos de pagamento, quando parte do benefício já havia sido comprometida.

De acordo com a Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União, o esquema operava de forma organizada e explorava falhas nos sistemas de fiscalização. Os valores arrecadados com os descontos indevidos eram repassados a diferentes envolvidos, por meio de mecanismos que dificultavam a identificação do destino final do dinheiro. A apuração busca esclarecer a dimensão do prejuízo, o papel de cada investigado e se a estrutura criminosa tentou se expandir para outros órgãos além do INSS.

Lula promete rigor total em apuração de fraude no INSS

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que as investigações sobre as fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) não farão distinções. A declaração ocorreu nesta quinta-feira (18/12), durante um encontro com jornalistas, em Brasília.

Segundo o presidente, qualquer pessoa eventualmente envolvida no esquema será alvo de apuração, sem exceções por vínculos pessoais ou políticos. Lula afirmou que a responsabilidade deve alcançar todos os níveis. “Se tiver filho meu metido nisso, será investigado”, declarou, ao reforçar a necessidade de rigor institucional.

Investigações avançam e revelam novos elementos

No mesmo dia, a Polícia Federal deflagrou uma nova etapa da operação que investiga irregularidades em benefícios previdenciários. A princípio, a apuração identificou transações financeiras atribuídas ao empresário Antônio Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”. Ainda de acordo com os investigadores, os pagamentos teriam como destinatária Roberta Luchsinger, apontada como próxima de Fábio Luís da Silva, filho do presidente. Roberta é herdeira de um banqueiro e mantém relação histórica com quadros ligados ao Partido dos Trabalhadores.


Operação contra fraude já prendeu oito pessoas (Vídeo: reprodução/YouTube/Band Jornalismo)


Até o momento, contudo, as autoridades não indicaram participação direta do presidente ou de familiares no esquema investigado. A Polícia Federal segue analisando a origem dos recursos e a finalidade das transferências. Como o INSS integra a administração federal, os processos relacionados às suspeitas tramitam na Justiça Federal. As investigações concentram-se em possíveis descontos indevidos aplicados a aposentadorias e pensões, prática que teria afetado milhares de beneficiários em diferentes regiões do país.

Ressarcimento e ações recentes do INSS

Enquanto as apurações avançam, o governo federal iniciou, em agosto, o ressarcimento das vítimas dos descontos irregulares. Até agora, mais de R$ 1 bilhão foi devolvido aos beneficiários prejudicados. Dados oficiais indicam que cerca de 1,6 milhão de aposentados e pensionistas já receberam os valores integrais, com correção monetária. O Executivo afirma que os pagamentos continuarão até a conclusão de todos os casos identificados.

Além disso, em outubro, o INSS passou a alertar aproximadamente 4 milhões de beneficiários que ainda não realizaram a prova de vida. Os comunicados foram enviados por meio de extratos bancários impressos e digitais. O procedimento segue sendo obrigatório para garantir a regularidade dos pagamentos. Por fim, em novembro, o instituto anunciou a antecipação de benefícios para moradores de Rio Bonito do Iguaçu, no Paraná, atingidos por um tornado. A medida buscou garantir assistência imediata às famílias afetadas pela tragédia.

Lula critica Zezé Di Camargo após falas criticando a SBT

Nesta quinta-feira (18), o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, durante uma coletiva de imprensa no Palácio do Planalto, em Brasília, comentou sobre diversos assuntos, como as investigações no INSS. Temas políticos e econômicos, incluindo o acordo UE‑Mercosul, e também criticou Zezé Di Camargo, após o cantor ter criticado o SBT por receber alguns integrantes do governo no lançamento do SBT News na sexta-feira (12).  

O sertanejo criticou a emissora após a participação do presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, na festa de inauguração do SBT News. Em um vídeo com suas críticas, o cantor solicitou que seu especial de Natal fosse retirado da programação do SBT e insinuou que as filhas do apresentador Silvio Santos estariam se “prostituindo”.

Coletiva do Presidente do Brasil 

O presidente afirmou que Zezé Di Camargo não teria coragem de ofender as filhas de Silvio Santos se elas fossem homens. Lula chegou a chamar o cantor sertanejo de covarde por suas falas. O presidente aproveitou ainda para reforçar seu compromisso no combate ao feminicídio no Brasil, afirmando ser um líder de ações e não somente de palavras.  


Palavras do presidente Lula sobre as críticas de Zezé Di Camargo (Vídeo: reprodução/YouTube/UOL)


Após toda a repercussão das críticas de Zezé, o cantor se pronunciou pedindo desculpas à família Abravanel e afirmou que suas palavras foram mal interpretadas. Em meio a essa polêmica, ele acabou perdendo alguns shows que tinha programados para este fim de ano, e seu especial de Natal, que seria exibido no SBT, foi retirado da programação. A emissora decidiu transmitir o programa Chaves em seu lugar.  

Resposta do SBT e outras informações da coletiva de Lula 

O SBT se pronunciou por meio de uma carta aberta. Daniela Beyruti, além de ser presidente da emissora e representante da família Abravanel, afirmou que a proposta do evento SBT News era refletir pluralidade e respeito a todas as instituições, deixando claro que estiveram presentes representantes do Executivo, do Judiciário e do Legislativo.

A emissora lamentou a forma como o evento foi mal interpretado e, ainda, reafirmou que as filhas de Silvio Santos trabalham muito para preservar o legado de seu pai.


Carta aberta da SBT para o público (Foto: reprodução/Instagram/@danielabravanelbeyruti)


Para concluir, o presidente Lula afirmou que vai vetar o projeto de lei aprovado no Congresso, que reduz as penas de condenados por atos antidemocráticos. Ele também comentou que não vai pressionar o Banco Central para reduzir os juros e reafirmou sua confiança na condução técnica da autoridade monetária.

O presidente do Brasil disse ainda que conversou por telefone com a primeira‑ministra da Itália, Giorgia Meloni. Ela explicou a Lula que não é contra o acordo (Mercosul-UE), mas enfrenta pressão política interna dos agricultores italianos e pediu mais alguns dias — de uma semana a até um mês — para conseguir apoio e aprovar o tratado. O presidente tinha expectativa de que o acordo fosse assinado ainda neste ano de 2025.

Em entrevistas anteriores, Lula afirmou que, se o acordo não for assinado agora, enquanto ele estiver no cargo, não haverá outras chances no futuro.

IBGE: novo censo é autorizado, e vai contratar mais de 39 mil temporários

Na quarta-feira (17), foi publicado no Diário Oficial da União, o qual é o jornal oficial do governo federal do Brasil. É nele que o governo divulga atos oficiais com validade legal. Trata-se de uma portaria conjunta dos Ministérios da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, chefiado pela ministra Esther Dweck, e do Planejamento e Orçamento, comandado pela ministra Simone Tebet.

Nessa portaria, o governo federal autoriza a contratação temporária de 39,1 mil pessoas para atuar em dois grandes levantamentos conduzidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE): o Censo Agropecuário, Florestal e Aquícola de 2025 e o Censo da População em Situação de Rua.

No texto, é afirmado que as despesas com as contratações farão parte do orçamento do próprio IBGE, classificadas como Outras Despesas Correntes, e dependerão de declaração de adequação orçamentária e financeira. Ou seja, só poderão ser confirmadas se houver comprovação formal de que cabem no orçamento público e não violam as regras fiscais.  

Informações dessas contratações temporárias do IBGE

Para conquistar as vagas, será necessária aprovação prévia em processo seletivo simplificado, uma forma mais rápida e menos burocrática de seleção feita pela administração pública. Diferentemente do concurso público tradicional, o processo pode incluir análise de currículo, prova objetiva, entrevista ou a combinação desses critérios.

O IBGE tem prazo de até seis meses para publicar o edital de abertura das inscrições, e as remunerações serão definidas pelo próprio instituto, conforme a legislação vigente.


Post do IBGE sobre as contratações temporárias (Foto: reprodução/Instagram/@ibgeoficial)


Ao todo, são 39.108 vagas, divididas em diversas categorias. A função com o maior número de contratações é a de Recenseador, com 27.330 vagas, cuja atividade principal é a coleta de dados, ou seja, ir aos locais conversar com as pessoas. Outra função é a de Agente Censitário Supervisor, com previsão de 4.143 contratações. Esses profissionais atuarão na supervisão da coleta de dados, acompanhando e orientando o trabalho dos recenseadores.

Em seguida, o cargo de Agente Censitário de Informática conta com 1.446 vagas, voltadas ao suporte técnico de informática. Já o Agente Censitário Administrativo soma 1.432 vagas, atuando no apoio administrativo. Além desses, tem o Agente Operacional Regional com 1.286 vagas, apoiando o operacional e administrativo. 

Outras 1.286 vagas são destinadas ao cargo de Agente Censitário Regional, cuja função é a coordenação regional do Censo. O Agente Censitário de Qualidade possui 1.165 vagas e tem como atribuição garantir a qualidade e a confiabilidade dos dados coletados. Por fim, o cargo de Analista Censitário, com 1.020 vagas, envolve um trabalho técnico e analítico sobre os dados e os processos do Censo.

Outros concursos e vagas do IBGE

O último concurso do IBGE foi em 2023, quando o governo federal autorizou o instituto a realizar seleção para contratar 8.141 funcionários temporários voltados à elaboração de pesquisas e novos censos.

Além disso, no ano passado, o IBGE também ofertou mais 895 oportunidades no Concurso Público Nacional Unificado (CPNU). No entanto, em um país de proporções continentais como o Brasil, constatou-se a necessidade de mais funcionários para aprimorar a coleta de dados e o desenvolvimento de novos censos.


Funcionário do IBGE fazendo a coleta de dados na tribo Tuyuka (Foto: reprodução/Getty Images Embed/Michael Dantas)


Atualmente, já está em andamento um processo seletivo temporário do IBGE, oferecendo ao todo 9.580 vagas para os cargos de Agente de Pesquisas e Mapeamento e Supervisor de Coleta e Qualidade. Após o término desse processo, o novo processo seletivo, com mais 39.108 vagas, deverá ser publicado, iniciando o processo de contratações para o Censo Agropecuário, Florestal e Aquícola de 2025 e para o Censo da População em Situação de Rua.

Stalker de Isis Valverde é preso

A Delegacia Antissequestro (DAS) do Rio de Janeiro prendeu na noite de terça-feira (16), Cristiano Rodrigues Kellermann, de 43 anos, que perseguia a atriz Isis Valverde. O stalker confessou que persegue a atriz há mais de vinte anos, e que tentou contato diversas vezes.

O caso

Isis Valverde é uma atriz mineira, atualmente com 38 anos que se mudou para o Rio de Janeiro com 18 anos e começou a estudar artes cênicas. A atriz começou na televisão brasileira com a personagem Ana do Véu, no remake de Sinhá Moça, em 2006 com apenas 19 anos. Hoje a atriz conta com mais de 12 participações em novelas e séries brasileiras e 10 participações no cinema.


Isis Valverde posa usando Gucci para CCXP (Foto: reprodução/Instagram/@isisvalverde)


Kellermann já tentou se aproximar da atriz em diversas ocasiões, muitas vezes era visto e percebido, mas fugia antes da polícia aparecer no local. A polícia diz que Cristiano também contratou um detetive particular para obter dados pessoais de Isis, como o telefone e endereço.

Em depoimento, o stalker diz estar “apaixonado” pela atriz e que tentou aproximação de diversas maneiras, como se locomover para diferentes cidades e estados para tentar contato.

O stalker foi preso no condomínio da atriz em Joá, Zona Oeste do Rio de Janeiro. Esta foi a terceira vez neste ano em que os policiais foram acionados por conta de Kellermann. A polícia foi acionada e levou o suspeito à delegacia, no Leblon, na Zona Sul.

Stalking

Em 2021 foi sancionada a lei nº 1.369/19 presente no Código Penal como “stalking”, o crime de perseguição.

O crime se dá quando um indivíduo persegue de maneiras diversas uma outra pessoa. O crime pode ser digital ou presencial, como o stalker seguindo, aproximando silenciosamente,
perturbando e atacando a vítima.

O criminoso pode telefonar, mandar mensagem e perseguir pessoalmente a vítima, passando a perseguição além de física, psicológica.

A pena por crime de stalking “simples” é de 6 meses a 2 anos, porém existe a possibilidade de prisão por até 3 anos.

 

Flordelis vençe na Justiça por danos morais

A ex-deputada Flordelis, condenada a mais de 50 anos de prisão por mandar matar o marido, pastor Anderson de Carmo, venceu na justiça e recebeu uma indenização de R$ 10 mil por danos morais contra Regiane Ramos Cupti Rabello, comerciante e ex-patroa de Lucas Cézar dos Santos Silva, filho adotivo de Flordelis, e condenado por 9 anos por fazer parte do assasinato de Anderson.

Acusações

Regiane empregou Lucas em uma oficina mecânica e assim, afirmou que criou um vínculo com o rapaz onde passou a ouvir relatos sobre a situação familiar. 

A comerciante afirmou em entrevistas, vídeos na internet e redes sociais que Flordelis tinha distinção com seus filhos, alguns eram “privilegiados” e outros “escravos”, que Flordelis mantinha um taco de beisebol em casa para ameaçar seus filhos, que os filhos passavam fome, eram maltratados e coagidos. 


Flordelis no Ministério Atos Treze, RJ (Foto: reprodução/Instagram/@flordeliscantora)


Afirmou também que a ex-deputada desviava dinheiro da igreja, agia de má fé como líder religiosa e usava o dízimo como dinheiro pessoal. Regiane declarou que Flordelis participava de orgias e de rituais em um cômodo da casa, chamado de quarto da oração.

Vitória na justiça

Segundo a coluna de Ullisses Campbell, do jornal O Globo, a decisão foi emitida no dia 11 de setembro e a decisão não cabe mais recurso, pois os advogados de Regiane não foram localizados.  

O juiz entendeu a defesa da ex-deputada quando afirmou que Regiane imputou crimes sem provas, e atacou a honra pública de Flordelis, a indenização então foi de R$ 10 mil.

Renato Loureiro, advogado de Flordelis declarou que o valor da indenização será usado para quitação de dívidas, comprar medicamentos e ajudar os filhos que permanecem ao lado da ex-deputada, visto que estão passando por dificuldades.

Flordelis apesar de ganhar esse caso e comprovar que não possuía nenhum celular após acusação de manter um dentro de cela, ainda paga sua pena de 50 anos e 28 dias por homicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio duplamente qualificado, uso de documento falso e associação criminosa armada.