EUA suspende restrição de softwares para China, alívio para as indústrias

Donald Trump suspendeu as restrições impostas à China para exportação de software de design de chips e produtos de etano. A decisão foi tomada durante reunião em Londres, na semana passada. Pequim também analisará concessões sobre terras raras. O entendimento entre os dois países representa um alívio para o mercado global.

Acordo reflete positivamente nas empesas

As empresas Synopsys, Cadence Design Systems e Siemens, que são três das maiores desenvolvedoras de software de automação de design eletrônico (EDA) do mundo, informaram nesta quarta-feira (2) a restauração do acesso aos seus softwares e tecnologias para os seus clientes na China.

Siemens uma das empresas atingidas pela restrição (foto: reprodução/Instagram/@siemens_usa)

O presidente americano está enviando cartas aos produtores de etano visando rescindir a exigência de licenciamento restritivo imposta às exportações para a China entre maio e junho.

Os Estados Unidos haviam adotado medidas de restrição aos desenvolvedores de software EDA e aos produtores de etano, como retaliação à suspensão das exportações de terras raras e ímãs imposta pela China no mês de abril.

A queda de braço entre EUA e CHINA

As retaliações impostas por ambos os lados causaram grande tensão entre as indústrias e no mercado global. Pequim retaliou suspendendo as exportações de terras raras (elementos químicos essenciais para a produção de tecnologia moderna), em resposta às restrições dos EUA. Essa atitude da China afetou as cadeias de suprimento de montadoras de automóveis, fabricantes aeroespaciais, empresas de semicondutores e empreiteiras militares. A questão quase colocou em xeque o acordo comercial bilateral.


O Ministério do Comércio da China afirmou nesta sexta-feira (27) que, após diálogo com os Estados Unidos, ambos confirmaram um acordo. A China analisará os pedidos de exportação de itens controlados pelo país, enquanto os EUA se comprometeram a cancelar as medidas restritivas.

“Os EUA intensificaram para depois aliviar. Eles impuseram restrições a muitos outros itens para fazer com que os chineses recuassem em relação às terras raras”, de acordo com uma fonte familiarizada com as discussões dentro do governo dos EUA.

A tensão global entre os EUA e a China tem dado sinais de diminuição. À medida que os acordos avançam, o cenário comercial pode retornar ao patamar observado entre fevereiro e março, segundo a mesma fonte.

A mobilidade urbana está mudando com o impacto da inteligência artificial nos transportes coletivos

Nos últimos anos, a inteligência artificial se tornou cada vez mais presente na vida das pessoas. Seja por meio da qualificação de produtos, ou também através da automação de serviços, a IA é responsável por trazer diversas melhorias para a nossa rotina. No setor automotivo, especialmente no transporte público, também é possível ter acesso a diversas novidades tecnológicas com IA, de modo a facilitar na identificação e localização de rotas de acordo com o caminho que o usuário pretende utilizar.

As tecnologias de inteligência artificial também podem ser vistas nos ônibus elétricos, que estão sendo cada vez mais vistos nas grandes cidades mundo afora. Estes veículos são movidos à energia elétrica limpa, sem o uso do diesel – combustível fóssil altamente poluente. Abaixo, neste texto, você terá acesso a diversas novidades tecnológicas que, por meio da IA, estão revolucionando o transporte público.

História dos ônibus elétricos

Embora atualmente os veículos 100% elétricos estejam mais presentes no dia a dia, sua história é bem mais antiga. O primeiro ônibus elétrico da história surgiu na Alemanha, em 1882. O veículo contava com motores elétricos e cabos conectados à rede de eletricidade, em modelo semelhante aos chamados trólebus, ainda existentes no transporte público em algumas cidades.

No Brasil, a chegada dos ônibus elétricos foi com os trólebus, em 1949, na cidade de São Paulo, adquirido pela Companhia Municipal de Transportes Coletivos (CMTC). O modelo se popularizou por diversas outras cidades brasileiras. Somente a partir dos anos 2000 que o Brasil recebeu os primeiros ônibus elétricos sem a necessidade de conexão com cabos. Além disso, hoje o país conta com diversas fábricas que realizam a produção de novos veículos.

Atualmente, mais cidades brasileiras já têm feito estudos para adquirir os seus primeiros ônibus elétricos, como em Natal, no Rio Grande do Norte, que está testando veículos movidos com 100% de energia elétrica.

Tecnologias de sucesso nos ônibus elétricos

Um exemplo de tecnologia de inteligência artificial que pode ser usada com ônibus elétricos são os sistemas que conseguem identificar veículo pela placa. Seu funcionamento é voltado para o reconhecimento automático das placas dos veículos em estacionamentos ou terminais com grande circulação de passageiros. Além disso, é possível localizar diferentes veículos por outras especificações, como cor e modelo do ônibus, assim como funcionar como um rastreador para atividades suspeitas, e emissão de sinais de alerta em situações de potencial perigo.

Um caso de sucesso através da inteligência artificial nos ônibus elétricos vem da cidade de Santiago, capital do Chile. Nos últimos anos, o transporte público local está sendo gerido por um software que faz a programação e o planejamento de 245 ônibus circulares. Este sistema é responsável por fazer o monitoramento real de todos os ônibus que estão à serviço, detectando potenciais riscos, e evitando que os veículos fiquem sem bateria. O software também é responsável por garantir que todo o transporte coletivo funcione com inúmeras variáveis, como o clima, trânsito ou obras pelo caminho.

O exemplo da capital chinesa

Na cidade de Pequim, na China, há um modelo ousado de ônibus elétricos, que compõem a grande rede de transporte público, para atender milhões de pessoas diariamente. São modelos híbridos de veículos, que podem funcionar tanto no modo trólebus, quanto pelo modo de baterias elétricas.

A rede elétrica responsável pela circulação de mais de 1.250 veículos não cobre toda a cidade, para que o seu uso seja no formato de trólebus. Porém, o diferencial é que, quando o ônibus circula fora desta área, ele é movido à bateria elétrica em pleno funcionamento. Ao chegar na fiação, o veículo passa a andar por dentro deste traçado, sendo recarregada a bateria. Toda essa transição ocorre entre 10 a 15 segundos, sem comprometer o fluxo viário.

Conclusão

Através da inteligência artificial, e de tecnologias específicas, é possível melhorar ainda mais o transporte coletivo em diversas metrópoles pelo mundo, inclusive no Brasil. Cidades como Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, já estão adotando a IA para facilitar na gestão dos veículos em tempo real, de modo a qualificar o serviço para os usuários.

Cabe agora ao poder público, e as empresas de transporte, a buscar soluções como as citadas nos parágrafos acima, garantindo melhoria para o deslocamento diário da população.

Venda do TikTok nos EUA avança com apoio de grupo de compradores

Durante entrevista concedida no último domingo (29) ao programa Sunday Morning Futures with Maria Bartiromo, da emissora Fox News, Donald Trump, presidente em ofício dos Estados Unidos, disse ter encontrado possíveis compradores para o TikTok. Atualmente, o aplicativo está sob domínio da empresa chinesa ByteDance e passa por turbulências com o governo americano.

Segundo o presidente, o grupo é formado por pessoas descritas por ele como ricas e suas identidades devem vir a público nas próximas duas semanas. Trump ainda indicou que o acordo depende da aprovação do governo chinês, dizendo que o presidente Xi Jinping provavelmente irá aprovar a venda.

Legislação exige venda

A venda obrigatória do TikTok nos Estados Unidos decorre de uma lei aprovada em 2024, que determinou um prazo até 19 de janeiro de 2025 para a venda dos ativos. Caso não ocorresse, havia um risco alto de banimento do aplicativo do país. Esse prazo já foi estendido um total de três vezes por Donald Trump, com a extensão mais recente para 17 de setembro. O mandatário argumentou que há uma falta de processo significativo nas tratativas.


Donald Trump, presidente dos Estados Unidos (Foto: reprodução/Kevin Dietsch/Getty Images Embed)


Tentativas de acordos

Na primavera do hemisfério norte, surgiu uma possibilidade de acordo, onde seria criada uma nova empresa com sede nos Estados Unidos e com controle total de investidores locais, mas as negociações foram encerradas antes que pudessem se concretizar. Entretanto, isso ocorreu após a China sinalizar resistência para a aprovação da operação, especialmente em virtude das declarações de Trump sobre aumentar as tarifas para produtos produzidos e vendidos pela China.

Embora haja tensões nas negociações geopolíticas entre os dois países e o aplicativo seja uma questão sensível em seu governo e entre os eleitores dos EUA, o presidente norte-americano reconhece o papel do TikTok, em especial entre a geração mais jovem. 

Até o momento, a empresa ByteDance não se pronunciou oficialmente acerca da proposta de venda de Donald Trump.

Elon Musk prepara nova versão da Grok e levanta preocupações sobre uso político da IA

Nesta sexta-feira (27), Elon Musk anunciou que a próxima versão da inteligência artificial conversacional Grok, desenvolvida pela sua empresa xAI, tem lançamento previsto para logo após 4 de julho. Especialistas em tecnologia e ética alertam para os riscos de que Musk esteja tentando direcionar o comportamento da IA de acordo com suas próprias convicções políticas.

Nas últimas semanas, a Grok causou polêmica ao afirmar, em resposta a um usuário da rede X (ex-Twitter), que a maioria dos casos de violência política nos EUA desde 2016 veio da direita. Mesmo citando dados oficiais, Musk rejeitou a resposta, chamando-a de “objetivamente falsa” e acusando a IA de repetir o discurso da mídia tradicional. Após o episódio, ele prometeu reformular o chatbot e pediu que usuários enviassem fatos controversos, considerados “politicamente incorretos, mas verdadeiros”, para treinar a nova versão do sistema.

Preocupações sobre viéses em IA’s

A reformulação da Grok levantou debates sobre o controle que figuras poderosas podem exercer sobre sistemas de IA amplamente acessíveis. Integrada à rede social X, a Grok tem alcance a milhões de usuários, o que torna qualquer desvio de neutralidade uma preocupação real para especialistas em ética digital e desinformação.

Em declarações à imprensa, analistas temem que Musk esteja conduzindo a IA para refletir seus próprios pontos de vista. Casos anteriores alimentam essa suspeita. Em maio, a Grok mencionou, sem relação com o tema da pergunta, um suposto “genocídio branco” na África do Sul, narrativa promovida por Musk ao longo dos anos. A xAI, por sua vez, atribuiu o erro a uma “modificação não autorizada” no sistema.

Embora assessores afirmem que a IA não pode ser totalmente controlada por uma única pessoa, as ações recentes de Musk sugerem o contrário. Nick Frosst, cofundador da Cohere, acredita que o bilionário quer criar uma IA que reflita suas próprias opiniões. Para Frosst, isso pode tornar o modelo menos útil para a maioria dos usuários, exceto para quem compartilha totalmente a visão de Musk e quer apenas repetir suas ideias.


Anúncio de Elon Musk sobre a nova versão da Grok (Foto: reprodução/X/@elonmusk)

Os desafios de reprogramar uma IA

Alterar o funcionamento de um chatbot não é algo simples. Refazer todo o treinamento do modelo leva tempo, custa caro e pode acabar criando novos problemas, especialmente se envolver a remoção seletiva de informações. Segundo especialistas, o caminho mais prático é ajustar os chamados pesos no código e inserir prompts, instruções e parâmetros que moldam como a IA entende e responde às perguntas.

Dan Neely, executivo da empresa de tecnologia Vermillio, que protege celebridades de deepfakes gerados por IA, afirmou à CNN que a xAI provavelmente está usando esse tipo de ajuste para reconfigurar a Grok em temas mais delicados, sem precisar treinar o modelo do zero.

Musk não explicou quais serão as mudanças, mas afirmou que a próxima versão do Grok 4 contará com um “modelo de codificação especializado” e será mais precisa na busca pela verdade objetiva. No entanto, nenhuma IA está livre de viés. Afinal, os dados de treinamento são escolhidos por humanos e refletem suas decisões e limitações.

Mesmo que no futuro alguns usuários escolham assistentes de IA que combinem com suas crenças, Nick Frosst acredita que modelos com viés assumido acabam sendo menos úteis. Segundo ele, a maioria das pessoas quer uma IA que resolva problemas, não uma que apenas repita ideologias.

STF aprova atualização do Marco Civil da Internet

Nesta quinta-feira (26), o Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria para declarar como inconstitucional o Artigo 19 do Marco Civil da Internet (Lei 12.965/2014), o qual reduzia a responsabilidade civil das plataformas digitais por conteúdos publicados pelos usuários.

A lei não passava por atualização desde 2014, e com o aumento exponencial dos usuários online, das fake news e das Inteligências Artificiais generativas, aprimorar e modernizar a lei torna-se essencial, a fim de que a internet não se torne uma “terra sem leis”, onde qualquer coisa pode ser feita, sem qualquer consequência.

A atualização do Marco Civil da Internet

Por 8 votos a 3, a Corte aprovou que as redes sociais e os provedores de aplicações podem ser responsabilizados pela postagem de conteúdos ilegais, ainda que em determinados momentos não haja ordem judicial.

Após notificações extrajudiciais, é possível que haja responsabilidade sobre conteúdos que abordem atos antidemocráticos, conteúdos de ódio, crimes contra a mulher, incentivo a discriminar pessoas por sua identidade de gênero, raça ou religião, encorajar automutilação ou suicídio, pornografia infantil, tráfico de pessoas ou terrorismo.

Para os casos de crime contra a honra, como calúnia, difamação ou injúria, permanece sendo necessária uma decisão judicial para remoção do conteúdo.

Com a nova decisão do STF, o cuidado das plataformas precisa ser um dever das empresas, tornando a moderação de conteúdos uma ação proativa, visto que agora as big techs podem ser responsabilizadas. Conforme dito pela ministra Cármen Lúcia, a internet não deve ser tratada como um território à margem da Constituição, sem nenhum zelo ou consequência pelo que se é postado.

Alexandre de Moraes também falou sobre o tema, mencionando como as redes sociais influenciam e influenciaram as últimas eleições, manipulando o eleitor em sua escolha de candidato, fazendo com que haja uma predileção de candidatos, aumentando o número de seus votos.


Alexandre de Moraes e Cármen Lúcia falam sobre a necessidade da atualização do Marco da Internet (Vídeo: Reprodução/X/@slpng_giants_pt)

Impacto no ambiente digital

Antonielle Freitas, advogada do Viseu Advogados, disse que esta é uma importante acentuação na jurisprudência brasileira, sendo um avanço para proteger a dignidade humana no ambiente digital. Freitas menciona também que ao exigir que haja remoção em alguns casos, mas sem retirar a ordem judicial para crimes contra a honra, o STF demonstra equilíbrio.

A advogada frisa também a necessidade do Legislativo atuar claramente, e a necessidade das plataformas em investir em critérios objetivos, estrutura e governança jurídica.

Tesla realiza testes de seus primeiros robotáxis no Texas

No último domingo (22), a montadora americana de veículos elétricos do bilionário Elon Musk, a Tesla, realizou seus primeiros testes com robotáxis na rua, operando na cidade de Austin, no Texas. O teste em pequena escala levou às ruas veículos do tipo Model Y. Agora, o novo desafio da empresa de Musk é implementar um sistema em milhões de veículos no prazo de um ano.

De acordo com analistas do setor de tecnologia, a Tesla possuí vantagens em relação aos seus concorrentes no ramo de veículos elétricos e autônomos. Um dos fatores que pode ser determinante para a aceleração do processo de implantação dos robotáxis é que a Tesla tem capacidade de fabricação em massa, sendo pioneira em atualizações remotas de software.

Além disso, a montadora possui um diferencial em relação às suas concorrentes, especificamente à Waymo. Ela não utiliza sensores radar e lidar, focando apenas em um sistema de câmeras atreladas a um conjunto de inteligência artificial.


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Model Y, veículo da Tesla utilizado no teste do robotáxi (Foto: reprodução/Bloomberg/Getty Images Embed)


O robotáxi da tesla

O experimento realizado pela Tesla na cidade de Austin, no Texas, consistia no envolvimento de uma dúzia de carros não tripulados, com operação em áreas delimitadas e monitores de segurança no banco do passageiro da frente. O teste envolveu também um planejamento estratégico para evitar condições climáticas adversas, além da seleção de influenciadores defensores da marca.

Levando em consideração que os veículos da Tesla utilizam sistemas de IA, o professor de engenharia da computação da Carnegie Mellon University, Philip Koopman, aponta que o principal desafio para o aperfeiçoamento dos veículos da marca será o ‘treinamento’ dos robotáxis para situações extremas e complexas de tráfego. Para Koopman, isso pode levar anos, mas para ele, não há motivo para acreditar que a empresa de Musk fará um desenvolvimento rápido, levando em consideração a Waymo.


Sawyer Merritt, um dos influenciadores convidados a participar dos testes, comenta sobre sua experiência (Vídeo: reprodução/X/@SawyerMerritt)

Os primeiros robotáxis

Esse sistema de táxis autônomos vem sendo trabalhado nos EUA há muito tempo, mais precisamente em 2009, quando o Google iniciou o desenvolvimento de seu veículo não tripulado. O protótipo realizou sua primeira volta em meados de 2015, também na cidade de Austin. 

Desde então, a Waymo desenvolveu uma frota de cerca de 1500 robotáxis em cidades selecionadas no território americano. De acordo com um porta voz da marca, a empresa planeja inserir cerca de 2 mil veículos adicionais nas ruas até o final de 2026.

Governo Russo autoriza criação de novo aplicativo de mensagens estatal

Nesta terça-feira (24), foi aprovado um novo projeto de lei pelo presidente da Rússia, Vladimir Putin, que tem como objetivo autorizar a criação de um novo sistema de mensagens estatal, visando que o governo russo se torne menos dependente de aplicativos ocidentais, como WhatsApp e Telegram.

A Rússia busca alcançar soberania e independência digital, após ver diversas startups e empresas de tecnologia deixarem o mercado de ações russos mediante às invasões ucranianas, em 2022. Com isso, a solução encontrada por Putin é de desenvolver com seus próprios recursos novas tecnologias capazes de substituir aplicativos de mensagem ocidentais, por exemplo, entre outros meios de comunicação e aplicativos.

O novo App

De acordo com legisladores russos, o aplicativo que está sendo desenvolvido, cujo nome ainda não é conhecido, deve oferecer além das funcionalidades básicas já presentes em outros aplicativos (como WhatsApp e Telegram), como mensagens de texto, de áudio, imagens e vídeo chamadas. Outras funcionalidades exclusivas devem estar presentes no aplicativo, segundo os russos.

No entanto, especialistas de segurança apontam que, pelo fato do governo exercer um controle 100% estatal sobre o app, pode acarretar um risco à privacidade e à liberdade dos cidadãos russos. O governo brasileiro também teve a ideia da criação de um aplicativo de mensagens estatal, porém, seu direcionamento foi apenas aos funcionários públicos federais.


Presidente da Rússia, Vladimir Putin, aprovou projeto de lei para criação de novo aplicativo de mensagens estatal (Foto: Reprodução/Gavriil Grigorov/Getty Images Embed)


Medidas do governo

De acordo com Mikhail Klimarev, diretor da Sociedade de Proteção à Internet, é estimado que a Rússia tome providências para que as pessoas migrem dos aplicativos de mensagem tradicionais para esse novo sistema. Uma das estratégias utilizadas é a diminuição da velocidade do WhatsApp e do Telegram no país, por exemplo.

Em um cenário hipotético, caso o aplicativo do governo atinja um número considerável de usuários, o governo russo pode fazer uma mudança radical, bloqueando os demais aplicativos de mensagem ocidentais, gerando um cenário de migração obrigatória da população para o novo serviço.

Cientistas criam primeiro eclipse solar artificial no espaço

A Agência Espacial Europeia (ESA) apresentou imagens históricas de um eclipse solar criado de forma totalmente artificial no espaço, parte da missão Proba-3, que utiliza dois satélites em voo altamente sincronizado para reproduzir as condições de um eclipse total, permitindo o estudo contínuo da coroa solar, que é a camada mais externa e quente da atmosfera do Sol. As imagens foram apresentadas durante o Paris Air Show, evento que ocorreu na França.

Eclipse programado a cada 19 horas

Desde seu lançamento em dezembro de 2024, a missão já realizou com sucesso dez eclipses artificiais em órbita, com o mais longo durando cinco horas. Os dados coletados têm potencial para aprofundar a compreensão sobre fenômenos solares que impactam diretamente a Terra, como o vento solar e o clima espacial.

A Proba-3 é composta por dois satélites. O primeiro, chamado de Occulter, atua como uma espécie de lua artificial. Com um disco de 1,4 metro de diâmetro, ele bloqueia a luz solar, criando uma sombra precisa que atinge o sensor do segundo satélite, o Coronagraph, posicionado 150 metros atrás. Essa configuração reproduz o efeito de um eclipse total.


Occulter ocultando o sol para criar um eclipse solar parcial para Coronagraph captar coroa solar (Foto: reprodução/Agência Espacial Europeia)

A órbita elíptica da dupla dura cerca de 19,6 horas. Durante esse período, os satélites criam um eclipse completo por até seis horas, algo impossível de alcançar com eclipses naturais, que ocorrem no máximo duas vezes ao ano e duram poucos minutos. O posicionamento preciso é controlado de forma autônoma, usando GPS, lasers, rastreadores de estrelas e comunicação via rádio.

Dados abertos para todo o mundo

O estudo da coroa solar é importante para a astrofísica porque, mesmo distante do núcleo, ela atinge temperaturas acima de dois milhões de graus Fahrenheit, mais altas que a superfície do Sol. É também dessa região que se originam o vento solar e o clima espacial, capazes de afetar satélites, redes elétricas e comunicações na Terra. Em paralelo, a Agência Espacial Europeia atua em projetos para prever tempestades solares e reduzir seus impactos, além de operar satélites voltados ao monitoramento das mudanças climáticas.

As imagens divulgadas foram processadas pelo Observatório Real da Bélgica e são compostas por três exposições diferentes, cada uma com tempos de abertura variados, o que permite capturar com fidelidade os detalhes da coroa solar. A missão opera em uma órbita altamente elíptica, variando de 600 km a 60.000 km da Terra, para reduzir a interferência da gravidade terrestre e da atmosfera, permitindo que os satélites se mantenham estáveis e sincronizados.


Coroa solar captada pelo Proba-3 (Foto: reprodução/Agência Espacial Europeia)

A missão Proba-3, que tem um orçamento de US$ 210 milhões, também adota política de dados abertos, disponibilizando todo o material, inclusive os registros brutos, para cientistas e entusiastas ao redor do mundo. Com previsão de durar dois anos, o projeto deve reunir cerca de mil horas de imagens da coroa solar antes de ser desativado e desintegrado na atmosfera da Terra.

16 bilhões de senhas são reveladas no maior vazamento de dados

Pesquisadores da Cybernews descobriram um vazamento de dados que divulgou 16 bilhões de credenciais de login e senhas de contas das mais diversas empresas, como Google, Apple, Facebook, Telegram, GitHub, incluindo até mesmo serviços governamentais.

Os pesquisadores apontaram 30 conjuntos de informações inéditos, com dados que variam entre dezenas de milhões e 3,5 bilhões. O Google sugeriu que os usuários trocassem suas senhas, e o risco sobre links falsos foi notificado via SMS pelo FBI.


Vazamento de dados divulgado pela Cybernews diz que usuários devem se preocupar com suas contas e especialistas averiguam o dado (Foto: reprodução/Freepik/@freepik)

O vazamento de dados

O site The Independent ouviu especialistas sobre o tema, que informaram que os dados roubados não são antigos, mas sim novos, e com alto potencial para exploração e possíveis usos. Os dados foram coletados por meio de infostealers (“ladrões de informações”, em tradução livre), que são malwares capacitados para o roubo de dados.

A maioria dos dados estava disposto em URLs, e em seguida constavam os logins e senhas; desta forma, o acesso a basicamente qualquer serviço online era realizado imediatamente.

Por mais que a exposição tenha durado pouco, o impacto para os usuários pode ser longo. Assim, o ideal é que se use um gerenciador de senha para gerar uma senha forte para sua conta; ativar a autenticação de dois fatores, garantindo maior segurança a conta, e notar qualquer atividade suspeita, como um login ou dispositivo desconhecido.

Os pesquisadores informam que este vazamento de dados é o início de um projeto de exploração em massa, tratando-se de uma inteligência nova e armamento inédito que cresce cada vez mais.

Reação de especialistas

Desde que a notícia sobre o vazamento de dados foi postada pela Cybernews, especialistas analisam a veracidade da informação; seja pelo número exorbitante informado, ou pelo fato de todos os dados serem recentes. A data de todos os registros roubados não foi comentada pela empresa, que notou somente que existem alguns dados de 2025.

Em sua conta do X, um perfil conhecido por sua contribuição na cibersegurança conta que se trata de um compilado de dados que já haviam sido vazados.


Especialista de cibersegurança fala sobre o “megavazamento” de dados (Foto: reprodução/X/@vxunderground)

O comentário é afirmando por Alon Gal, CTO da Hudson Rock, que disse que é uma junção de logins antigos e informações falsas, que provavelmente foram “inventadas”.

Frustração: Foguete Spacex Starship de Musk explode em nova tentativa de missão a Marte

Os testes para levar o homem a Marte continuam sem êxito após mais um revés: a explosão da nave espacial Starship, da SpaceX, na noite de quarta-feira, no Texas. O programa de foguetes do bilionário Elon Musk tem enfrentado sucessivas falhas.

O foguete explodiu enquanto se preparava para o décimo lançamento, às 23h (horário local), em Brownsville, informou a SpaceX em um post na plataforma de mídia social X, de Elon Musk. Segundo a companhia, o incidente foi causado por uma ‘grande anomalia’, mas todas as pessoas envolvidas estavam seguras.

“Os dados preliminares sugerem que um COPV de nitrogênio no compartimento de carga falhou abaixo de sua pressão de prova”,
disse Musk em um post no X, em uma referência a uma unidade de armazenamento de gás nitrogênio conhecida em inglês como Composite Overwrapped Pressure Vessel.

Foguete parecia já ter tido explosões

Embora a empresa não tenha respondido imediatamente a um pedido de comentário, duas explosões em rápida sucessão iluminaram o céu e lançaram destroços pelos ares, como mostram as imagens do vídeo do momento do incidente.


Um dos voos empilhados na plataforma de lançamento da Starbase (Foto: reprodução/Instagram/@Spacex)

Por enquanto, o sistema de foguetes de Musk, que mede 122 metros de altura e visa levar o homem a Marte, ainda não obteve êxito e vem sendo prejudicado por uma série de falhas ocorridas neste ano.

Outras falhas neste ano

No mês de maio, ocorreu outra tentativa fracassada: o Starship da SpaceX não conseguiu cumprir algumas de suas metas de teste mais importantes, ficando fora de controle na metade do voo. O foguete decolou da base de lançamento da SpaceX, na Starbase, no Texas, e ultrapassou o ponto alcançado em duas tentativas anteriores, no início deste ano, que terminaram em explosões e espalharam destroços sobre as ilhas do Caribe, forçando dezenas de aviões a desviar suas rotas.