Bilionário egípcio lista cinco lições para o empreendedorismo

Alexandre Kenzo Por Alexandre Kenzo
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Bilionário Mohamed Mansour Reprodução/afsic.net)

Mohamed Mansour já havia nascido rico, de uma família aristocrata no Egito. Aos 18 anos, quando o presidente Gamal Abdel Nasser nacionalizou a empresa de algodão dos Mansours, teve de sobreviver com um emprego em um restaurante. Somente dez anos depois, Mohamed assumiu a retomada dos negócios, sob um novo regime egípcio, com a morte do pai. E recuperou a riqueza.

Hoje, aos 76 anos, o bilionário revela, em entrevista à “Forbes”, algumas dicas para lidar com as dificuldades do empreendedorismo.


Mohamed Mansour possui um patrimônio de US$ 3,3 bilhões (Foto: reprodução/Bloomberg/Simon Dawson)


1 – Satisfaça necessidades

O primeiro ponto é um clássico entre os especialistas do empreendedorismo: seja providenciando um produto ou serviço, o importante é que seja algo de que as pessoas precisam.

Como uma das poucas pessoas capazes de falar inglês fluente no Egito da década de 1970, após anos morando nos Estados Unidos, Mohamed Mansour se desenvolveu como a perfeita peça para preencher a lacuna entre os dois países, estabelecendo a troca de mercadorias que vários almejavam mas não tinham os recursos para tornar realidade.

2 – Prometa menos, entregue mais

No entanto, indo na contramão dos empreendedores que arriscam e se financiam com promessas que não sabem se podem cumprir, Mansour opta por uma filosofia mais segura, refletido as suas circunstâncias iniciais.

Eu minimizava,” diz Mansour sobre suas promessas à GM naquela época, em que o Egito ainda estava abrindo o seu setor privado e o mercado internacional temia outras nacionalizações. “Se eu soubesse que faria 100 carros, diria 50.

Longe de elevar sua própria importância, o pensamento do bilionário envolve a total aversão à arrogância, tanto fora quanto dentro da empresa.

3 – Tenha o pé no chão

Eu sou mais um pensador. Não falo muito. Tenho pessoas muito boas ao meu redor. Pessoas que eu sei que vão me dizer a verdade. E provavelmente são mais inteligentes do que eu,” diz Mohamed, sobre a importância da humildade dentro da empresa. “Trazemos homens e mulheres brilhantes que são mais jovens, têm visão. Eles podem nos aconselhar.”

Na sala de reuniões, Mansour nunca se senta na cabeceira da mesa. Isso porque ele pensa, como vários outros pequenos detalhes, que assim se fomenta um maior senso de coletividade entre os funcionários, eliminando as barreiras invisíveis de hierarquias rígidas. “Eu nunca vivo à sombra de mim mesmo. É uma expressão que eu uso.

4 – Negócios são à parte

Com tamanha dependência e confiança em seus funcionários, não surpreende que alguma hora em sua carreira, ele teve de questionar com que tipo de pessoa ele deveria se rodear.

Eu contrato pessoas experientes e mais velhas do que eu? Ou amigos que sei que posso confiar?” uma vez o bilionário se questionou, ainda quando estava começando na administração da empresa.

A resposta chegou quando presenciou seus funcionários jogando futebol no meio do escritório, e percebeu que a socialização havia ido longe demais. Foi quando decidiu que era imprescindível estabelecer limites entre amizade e negócios.

5 – Aprenda com os obstáculos

Aprendi com meus erros. Eu disse: ‘Ou é trabalho ou prazer. Somos amigos fora do escritório,” concluiu o bilionário egípcio.

Não foi o único erro, ou obstáculo, com que Mohamed se deparou. Sempre se lembra de suas origens, e de quando a empresa da família foi nacionalizada. Desde então, presta muita atenção não só na economia, mas também na política em seu redor, e as mudanças sociais de ano a ano, tanto no Egito quanto no mundo.

Apesar das crises econômicas que abalaram o país, e as várias complicações mais pessoais, Mansour não se arrepende de ter vivido essas experiências. Sempre, ele comenta que as adversidades que não o faliram, apenas o prepararam para o futuro.

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