Em discurso na ONU, Bolsonaro cita ações de sua campanha e ataca governos do PT

Eduarda Aguiar Por Eduarda Aguiar
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O presidente Jair Bolsonaro (PL), discursou na abertura da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), nesta terça-feira (20), no estado de Nova York (EUA). No discurso, o presidente citou ações do seu governo a fim de favorecer sua candidatura à reeleição, atacou a gestão do Partido dos Trabalhadores (PT) e defendeu temas de pauta conservadora.

Desde 1955, o Brasil é o primeiro país a discursar na abertura da Assembleia da ONU, o pronunciamento do presidente durou cerca de 20 minutos, e também abordou a corrupção na Petrobras e o preço dos combustíveis.

No meu governo, extirpamos a corrupção sistêmica que existia no país. Somente entre o período de 2003 a 2015, onde a esquerda presidiu o Brasil, o endividamento da Petrobras por má gestão, loteamento político e em desvios chegou à casa dos US$ 170 bilhões. O responsável por isso foi condenado em três instâncias por unanimidade. Delatores deveram US$ 1 bilhão de dólares e pagamos para a Bolsa americana outro bilhão por perdas de acionistas. Este é o Brasil do passado”, disse Bolsonaro.

No entanto, Jair Bolsonaro, omitiu que o Supremo Tribunal Federal (STF) anulou todas as condenações de Lula na terceira instância e considerou que o então juiz Sérgio Moro atuou com parcialidade no caso. Devido a isso, o candidato do PT não responde criminalmente e está elegível para candidatura.

Ao falar sobre ações do seu governo, o presidente Bolsonaro, afirma que a economia brasileira teve crescimento significativo, que a inflação está em baixa e que a pobreza no país diminuiu de maneira acentuada. 

“Apesar da crise mundial, o Brasil chega ao final de 2022 com uma economia em plena recuperação. Temos emprego em alta e inflação em baixa. A economia voltou a crescer. A pobreza aumentou em todo o mundo sob o impacto da pandemia. No Brasil, ela já começou a cair de forma acentuada”, afirmou Bolsonaro na ONU.

Porém, dados presentes no Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19, da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional, mostram que 33 milhões de pessoas no Brasil não têm o que comer.

Ademais, mais de 10 milhões de pessoas estão desempregadas no Brasil, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ainda que o país tenha registrado uma queda de 0,68% em julho, a inflação acumulada nos últimos 12 meses ultrapassa 10%.

O presidente Bolsonaro, também falou sobre a pandemia de covid-19, e afirmou que não faltaram esforços do governo para a imunização dos brasileiros. “Quando o Brasil se manifesta sobre a agenda da saúde pública, falamos isso com a autoridade de um governo que, durante a pandemia da covid-19, não poupou esforços para salvar vidas e preservar empregos.” declara o presidente. 

Entre os temas tratados, Bolsonaro abordou o preço dos combustíveis, dando ênfase aos esforços do governo a fim de conter a alta do preço dos combustíveis. Segundo ele, desde junho, o valor cobrado pela gasolina “caiu mais de 30%”



Foto Destaque: Discurso do Presidente Jair Bolsonaro na Assembleia Geral da ONU — Foto: Reprodução/ Johannes Eisele/AFP via Getty Images/BBC


Assim como faz em comícios no Brasil, o presidente repetiu o discurso em defesa da pauta conservadora, afirmando serem valores fundamentais para a sociedade brasileira a defesa da família, do direito à vida desde a concepção, a legítima defesa e o repúdio à ideologia de gênero. 

Bolsonaro também falou que o Brasil “repudia a perseguição religiosa em qualquer lugar do mundo” e está de portas abertas para acolher padres e freiras católicos que tem “sofrido cruel perseguição do regime ditatorial da Nicarágua” e que o governo brasileiro “tem trabalhado para trazer o direito à liberdade de religião para o centro da agenda internacional de direitos humanos”.

Com alta rejeição entre o eleitorado feminino, Bolsonaro aproveitou para destacar medidas da sua gestão em prol das mulheres e a participação da primeira-dama, Michelle Bolsonaro, no governo. 

“Combatemos a violência contra as mulheres com todo o rigor. Isso é parte da nossa prioridade mais ampla de garantir segurança pública a todos os brasileiros”, disse.

Por fim, Bolsonaro considerou que os atos eleitorais realizados no último 7 de setembro, quando se comemorou o bicentenário da Independência do país, foram “a maior demonstração cívica da história” do país. “Milhões de brasileiros foram às ruas, convocados pelo seu presidente, trajando as cores da nossa bandeira. Foi a maior demonstração cívica da história do nosso país, um povo que acredita em Deus, Pátria, família e liberdade.”

 Foto: Reprodução/CNN

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