O ex-primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, morreu nesta sexta-feira (08), aos 67 anos, durante seu discurso de campanha em nome do Partido Liberal Democrata na cidade de Nara, no oeste do Japão. As eleições para o Senado acontecem neste domingo.
Shinzu foi atingido às 11h30 por duas balas no pescoço. Segundo a Reuters, Abe sofreu uma parada cardiorrespiratória e foi levado para o Hospital Universitário de Medicina de Nara.
Fumio Kishida, atual primeiro-ministro, afirmou que Abe estava em estado grave “passando por tratamento de emergência por médicos que lutavam para salvar sua vida.” Em sua fala, também condenou o ataque. “É um ato de barbárie durante a campanha eleitoral, que é a base da democracia, e é absolutamente imperdoável. Condeno este ato nos termos mais fortes“, disse Fumio Kishida.
O atirador é um homem de 40 anos, ex-integrante da marinha japonesa, identificado como Tetsuya Yamagami, foi detido e interrogado pela polícia por tentativa de assassinato e teve a arma apreendida.
Atirador detido pela polícia após atirar contra Shinzo Abe que levou a sua morte. (Foto: Reprodução/O Povo).
Uma testemunha que estava presente na hora do discurso comentou o caso. “Ele estava fazendo um discurso e um homem chegou por trás. O primeiro tiro soou como uma arma de brinquedo. Ele não caiu, mas então aconteceu um estrondo alto. O segundo tiro foi mais visível, dava para ver a explosão e a fumaça“, disse.
Abe foi o primeiro-ministro que ocupou por mais tempo o cargo no Japão entre 2012 e 2020, quando havia renunciado ao cargo por questões de saúde, Abe vinha sofrendo colite ulcerativa crônica.
Violência armada incomum no Japão
O porte de armas no Japão é legalizado, possui regras muito rígidas. Porém, não resulta em índices altos de violência com armas de fogo no país, que tornou-se incomum ao longo das últimas décadas. Os donos de armas devem assistir às aulas, passar por um teste, uma avaliação de saúde mental e verificação de antecedentes criminais.
O Japão possui um índice de das menores taxas do mundo de crimes cometidos com armas de fogo. Com uma população de 125 milhões, houve um registro de apenas dez mortes por arma de fogo em 2021.
Algo diferente do que acontece, por exemplo, nos EUA, em que são comuns as notícias a respeito de atentados com armas.
Foto destaque. Shinzo Abe. Reprodução/Renascença.