Gangues dominam o Haiti e já fazem milhares de vítimas

Atsuhiko Moraes Por Atsuhiko Moraes
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O Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) é um órgão das Nações Unidas dedicado à proteção e manutenção dos Direitos Humanos da ONU, desenvolvimento de parcerias com governos e de especialização em matéria de direitos humanos por todo o mundo.

O último relatório do ACNDUH sobre a crise social que ocorre no Haiti, trouxe dados que demonstram a situação atual de um país que vem sofrendo com corrupções e principalmente, aumento de violência entre gangues.

Dados do relatório

O relatório mostrou que pelo menos 2.439 pessoas foram mortas, 902 ficaram feridas e 951 foram sequestradas no Haiti, até o dia 1 de agosto. São aproximadamente 14.000 policiais haitianos que foram contabilizados no final de junho deste ano, porém, os membros de gangues estão em maior número e possuem armento melhor do que os policiais. Diante da onda de violência que assola o país, mais de 5% do efetivo policial abandonou a polícia no primeiro semestre do ano.

O relatório também aponta para o sistema prisional do Haiti, que também vem se deteriorando conforme o tempo e que possui uma superfície média de 0,3 metro quadrado para cada um dos 11.800 detentos, dos quais 9.500 estão em prisão preventiva.

Onda de violência

Em 2021, o presidente do Haiti, Jovenel Moïse, foi assassinado dentro de sua casa por um grupo de mercenários formado por ex-soldados colombianos. Segundo investigações, o então presidente teria sido morto por tentar enviar aos EUA uma lista de poderosos políticos e empresários ligados ao narcotráfico.


Presidente do Haiti, Jovenel Moïse, em foto de 2019. (Foto: Reprodução/Retamal de Hector/AFP)


Desde então, o país sofre com gangues querendo disputar territórios dentro do país. Dados da ONU mostram que essas gangues controlam cerca de 50% a 80% da capital do país, Porto Príncipe.

Esse cenário de dominação promove um ambiente de caos em todo país, que sofre cada vez mais com a violência dessas gangues e que não consegue o acesso e o fornecimento da populçao à serviços básicos, como educação e saúde. Todo esse ambiente fez com que mais de 73 mil pessoas deixem o Haiti por conta da violência.

Foto Destaque: Violência e caos no Haiti. Reprodução/Reginald Louissant Jr/AFP

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