Uma falha da Inteligência Artificial na guerra entre Israel e Hamas desaponta em pleno século XXI, e gera dúvidas sobre o alcance de tal tecnologia
Em um ano onde a Inteligência Artificial foi utilizada para criar um clipe dos Rolling Stones, editar música inédita dos Beatles, dos quais dois já morreram, fazer versão de música com Elis Regina e Maria Rita cantando juntas, e até, em um viés negativo, gerar imagens criminosas em uma escola do Rio de Janeiro, esperava-se que essa tecnologia pudesse ser usada para ajudar exércitos e governos em conflitos internacionais, mas não é isso que se vê.
Israel, país do Oriente Médio com uma das economias mais prósperas do mundo e com o 14º maior PIB per capita do mundo, utiliza a tecnologia como mecanismo de segurança há pelo menos uma década. O exemplo mais pungente dessa utilização talvez seja o Iron Dome (Domo de Ferro, na tradução literal), um mecanismo de interceptação de foguetes que os neutraliza em menos de um minuto. Além dele, Israel tem uma vigilância constante sobre a Faixa de Gaza, com alguns aparelhos de última geração graças ao apoio militar e financeiro dos Estados Unidos, mas ainda assim não foi capaz de prever o ataque do grupo terrorista Hamas no dia 07 de outubro.
Câmera instalada por Israel próximo à fronteira para monitorar palestinos (Foto: reprodução/Sophia Goodfriend/Foreign Policy)
Sistemas frágeis
Como já explicitado em notícias anteriores, uma das etapas elaboradas pelo grupo extremista armado Hamas foi o uso de drones para atacar as torres de vigilância israelenses, deixando seus sistemas com falhas e vulneráveis à ataques externos, o que contribui para a não detecção dos ataques aéreos e terrestres que os terroristas fizeram naquele dia em Israel.
Além disso, a IA tem sido utilizada para disseminar notícias falsas na internet, além de gerar imagens irreais para comover partidários dos envolvidos na guerra e aumentar as tensões na geopolítica internacional.
Domo de Ferro em funcionamento durante a guerra (Foto: reprodução/Mohammed Abed/AFP)
Expectativas
Espera-se, contudo, que nos próximos movimentos tomados nessa guerra, a IA avance de modo a ser capaz de recolher e analisar dados de ataques já realizados, podendo prever futuros ataques e incursões e ajudando a salvar vidas de inocentes.
Foto destaque: Bandeira de Israel hasteada em meio ao conflito. (Reprodução//Taylor Brandon/Unsplash)