Nesta quinta-feira (26), as Forças de Defesa de Israel (FDI) anunciaram ter realizado operação por terra no território da Faixa de Gaza. De acordo com a agência Reuters, uma rádio militar israelense classificou o ataque como “relativamente grande”.
A operação foi conduzida com o intuito de atacar e destruir bases do Hamas em Gaza. Segundo militares, entre os alvos estão “células terroristas”, infraestruturas, além de postos de lançamento de mísseis antitanque.
Em publicação, o perfil das Forças de Defesa de Israel no X afirmou que a operação é “preparação para as próximas fases do combate”, dando a entender que uma invasão das tropas por terra de forma definitiva está sendo preparada. O post informa, ainda, que após os ataques os militares deixaram a área e voltaram para território israelense.
Não é a primeira vez que as tropas israelenses realizam operações pontuais via terrestre. Na última segunda-feira (23), os soldados adentraram o solo da Faixa de Gaza em busca de informações sobre reféns capturados pelo Hamas em 7 de outubro, quando se iniciou a guerra.
Pronunciamento de Netanyahu
Na última quarta-feira (25), o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, fez um pronunciamento em que afirmou que o exército israelense se prepara para uma invasão à Faixa de Gaza por terra.
“Estamos atuando para obter as melhores condições para começar a guerra. Quando entrarmos em Gaza, quando começar a guerra, não haverá nada que nos detenha para chegarmos ao objetivo. Nós temos apenas uma coisa para o Hamas, que é o fogo”, afirmou o primeiro-ministro.
Netanyahu afirmou que a decisão sobre quando os militares entrariam em Gaza via terrestre seria tomada pelo gabinete especial de guerra do governo. Ele não deu mais informações e detalhes sobre a operação.
Além disso, o primeiro-ministro incentivou que os cidadãos de Israel andem armados e que os civis palestinos não vinculados ao Hamas deixem o território de Gaza.
“Nós pedimos que a população que não está envolvida em Gaza que saia, deixe o campo para nós”, concluiu.
Pronunciamento de Benjamin Netanyahu na última quarta-feira (25). (Foto: reprodução/ATP)
Histórico do conflito
Em 1947, a Organização das Nações Unidas (ONU) propôs a criação do Estado de Israel em área na qual pertencia à Palestina, com o intuito de solucionar o antissemitismo. Assim, a partir de 1948, a região foi dividida em dois Estados, um judeu, pertencente à Israel e um árebe, pertencente à Palestina
A configuração proposta pela ONU gerou uma série de conflitos históricos entre os dois povos, com a ocupação de judeus em áreas que, inicialmente, deveriam pertencer aos palestinos.
Segundo relatório da ONU, desde 2008, Israel matou mais de 6.300 árabes, sendo mais da metade civis, e feriu cerca de 150 mil. Pelo outro lado, o relatório registrou 308 mortes de israelenses por palestinos, no qual 131 eram civis, os feridos somam-se mais de 6.307.
Foto destaque: Tropas das Forças de Defesa de Israel (FDI) instalada próximo à Faixa de Gaza. (Reprodução/EPA)