Advogados de Bolsonaro descartam prisão iminente em caso da trama golpista
A defesa de Jair Bolsonaro sustenta que sua prisão pela trama golpista ainda não é iminente, sustentando estratégias jurídicas para reverter a condenação
A defesa de Jair Bolsonaro sustenta que a prisão do ex-presidente, condenado no caso da “trama golpista”, ainda não deve ocorrer. Para os advogados, existem caminhos jurídicos capazes de retardar a execução da pena e até tentar revertê-la. Eles afirmam que o julgamento do Supremo Tribunal Federal contém falhas, omissões e contradições que precisam ser reavaliadas antes de qualquer medida prática. Essa estratégia reforça a narrativa de que o processo não ofereceu todas as condições para um exercício completo do direito de defesa.
O que a defesa alega
A defesa afirma que toda a condenação deve ser anulada. Segundo o recurso, o julgamento teve falhas que prejudicaram o direito do ex-presidente de se defender corretamente e que comprometeram a validade da decisão do Supremo. Um dos argumentos é que a defesa não teve acesso completo e organizado às provas durante o processo. O material digital disponibilizado pela investigação teria chegado de forma tardia e desordenada, o que teria dificultado a análise.
Bolsonaro quando foi sentenciado a prisão (Foto: reprodução/Ton Molina/Getty Images Embed)
O objetivo central do recurso é que os ministros revisem a decisão e, segundo os advogados, corrijam “profundas injustiças” que teriam ocorrido na análise dos fatos e na dosimetria da pena. A defesa afirma que Bolsonaro desistiu de seguir com a trama golpista.
Moraes endurece posição e rejeita recurso
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou na sexta-feira (7) para ser rejeitado um último recurso do ex-presidente Jair Bolsonaro contra sua condenação a 27 anos e três meses de cadeia por crimes contra a democracia. 
Moraes também votou pela rejeição dos recursos de outros seis réus no caso. O grupo é formado por aliados de Bolsonaro que compunham o chamado “núcleo crucial” da trama golpista, ou núcleo 1, conforme divisão feita pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
Essa nova negativa reforça a tendência observada ao longo do processo: o STF tem rejeitado sucessivamente os recursos apresentados, reduzindo a margem de manobra da defesa. A postura firme do relator indica que a etapa final do julgamento se aproxima, ainda que a equipe jurídica insista em encontrar brechas que permitam prolongar o trâmite. O julgamento desses recursos é a última etapa que separa os condenados de uma eventual ordem para cumprimento de pena.
O impacto político da possível prisão
A estratégia de apelar vigorosamente do veredicto permite à defesa estender o processo e manter Bolsonaro em liberdade por mais tempo, além de reforçar sua narrativa de perseguição política. Mesmo com as derrotas no STF, a estratégia jurídica tem efeito político: permite que Bolsonaro e seus aliados fortaleçam o discurso de perseguição, mobilizem a base e sustentem relevância na disputa pública. Enquanto isso, a rejeição dos recursos indica que a fase final do processo se aproxima — ainda que a defesa siga apostando em cada brecha disponível para adiar o inevitável.
