Anvisa aprova primeira vacina de dose única contra a dengue

O Brasil alcançou um marco histórico na saúde pública e no combate contra a dengue nesta quarta-feira (26) com a aprovação da Anvisa acerca da vacina contra a doença. Desenvolvida pelo Instituto Butantan, o imunizante Butantan-DV é o primeiro de dose única no mundo contra a dengue.

Com eficácia significativa contra casos graves, o imunizante agora entra na fase administrativa para registro, o que possibilita o registro nos próximos dias. Contudo, a aprovação técnica da vacina já foi realizada pela Anvisa, tornando possível que o governo dê início aos preparativos para a adicionar no Programa Nacional de Imunizações (PNI), mesmo que ainda não haja uma data oficial para o imunizante ser incluído no calendário nacional.

Butantan-DV

O imunizante Butantan-DV é o primeiro de dose única contra a dengue no mundo, com uma eficácia elevada até mesmo para casos mais graves da doença e que requerem internação. Os ensaios clínicos da fase 3 duraram cinco anos, com acompanhamento de voluntários de mais de 14 estados pelo Instituto Butantan. Cerca de 16 mil pessoas participaram dos testes entre 2016 e 2024.

De acordo com os resultados fornecidos pelo Butantan e aprovados pela Anvisa, a vacina representou cerca de 74,7% de eficácia geral para prevenção em pessoas entre 12 e 59 anos, além de uma porcentagem de 91,6% na proteção contra dengue grave ou com sinais de alarme. Já na proteção contra hospitalizações o resultado se mostrou 100% eficaz.

A vacina inclui os quatro sorotipos do vírus da dengue, se destacando também pelo fato de ser eficaz tanto para pessoas que já tiveram dengue quanto para aquelas que nunca foram expostas ao vírus. Outro ponto positivo é que a eficácia da dose única do imunizante foi mantida durante os cinco anos de estudos.


Mosquito Aedes aegypti, responsável por transmitir a dengue (Foto: reprodução/Getty Images Embed/LUIS ROBAYO)


Além disso, o fato de que a vacina é administrada em dose única também se mostra eficaz no combate contra a dengue realizado pelo governo. Estudos comprovam que vacinas de dose única têm maior adesão e uma cobertura mais rápida em casos de emergências sanitárias.

Doses prontas

Antes mesmo da formalização regulatória, o Butantan já havia iniciado a produção da Butantan-DV em seus laboratórios. A instituição já dispõe de mais de 1 milhão de doses prontas para disponibilização. Essa produção inicial torna possível uma inclusão mais rápida da vacina ao PNI, após todo o processo administrativo ser finalizado.

Para aumentar a oferta, o instituto também realizou uma parceria internacional com a empresa chinesa WuXi. É previsto que cerca de 30 milhões de doses sejam entregues até 2026, ampliando significativamente a oferta da vacina nos anos seguintes. Apesar da aprovação técnica pela Anvisa, o Ministério da Saúde ainda deve estabelecer uma data para inclusão da vacina no calendário nacional e como será a distribuição da mesma no país.

Anvisa proíbe importação, fabricação e venda de “canetas emagrecedoras” sem registro

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ampliou as restrições a medicamentos classificados como “canetas emagrecedoras”, determinando o bloqueio imediato de fabricação, importação, venda, distribuição e propaganda de produtos que não possuem registro sanitário no país. A medida foi tomada após a identificação de circulação irregular e alegações terapêuticas proibidas.

A Anvisa destacou oficialmente os cinco produtos proibidos, são eles: T.G. 5, Lipoless, Lipoless Eticos, Tirzazep Royal Pharmaceuticals e T.G. Indufar. Essas marcas, segundo a agência, não passaram por avaliação de qualidade, segurança e eficácia, tornando-se inadequadas para uso e comercialização no Brasil. A lista consta nas resoluções publicadas nesta semana, cada uma delas determinando o recolhimento e a interdição imediata.

O consumo sem acompanhamento pode causar efeitos adversos

No comunicado, a Anvisa afirma que os produtos eram vendidos principalmente pela internet, em sites sem autorização sanitária e com forte apelo comercial relacionado ao emagrecimento rápido, prática considerada propaganda irregular. A agência alerta que medicamentos sem registro não têm origem comprovada nem garantia de fabricação adequada.

A decisão reforça que agonistas de GLP-1, usados para tratamento de diabetes e, em alguns casos, obesidade, são medicamentos de uso controlado e exigem prescrição médica com retenção de receita. Segundo especialistas, o consumo sem acompanhamento pode causar efeitos adversos, interações medicamentosas e riscos especialmente elevados em pessoas com condições crônicas.

Consumidores evitem supostas “canetas milagrosas”

A Anvisa também relatou indícios de desvio de uso e manipulação inadequada das substâncias proibidas, o que compromete ainda mais a segurança do consumidor. Produtos irregulares, além de ilegais, podem conter dosagens incorretas ou ingredientes não declarados.

A agência recomenda que consumidores evitem supostas “canetas milagrosas” e desconfiem de preços muito baixos ou de lojas fora dos canais autorizados.


Anvisa proibe e alerta sobre o uso de “canetas emagrecedoras” sem registro (Foto: reprodução/Instagram/@anvisaoficial)


O órgão reforça que qualquer descumprimento à resolução pode resultar em apreensão de produtos e penalidades previstas em lei. As empresas responsáveis pelos itens proibidos não responderam aos pedidos de posicionamento. Enquanto isso, a Anvisa continua monitorando o mercado e ampliando esforços para impedir a circulação desses produtos no país.

Marcas de glitters e pós decorativos são suspensos pela Anvisa 

Nesta quinta-feira (13), uma decisão publicada no Diário Oficial da União, a pedido da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), proibiu a comercialização e definiu o recolhimento de diversas marcas de glitters e pós decorativos que geralmente eram usados na confeitaria, por conta da presença de diversos materiais plásticos e de um metal.

Foram suspensas algumas marcas famosas do setor: Glitter Glow e Glitter Shine, da marca Iceberg Chef; Flocos de Ouro, de Prada e Rose Gold, Pó de Ouro, Pó para Decoração e Brilho para Decoração, da marca Jeni Joni; Glitter para Decoração, da marca Jady Confeitos, e Glitter para Decoração, da marca Glitz, da empresa Fab. Além disso, também havia a presença de um ingrediente desconhecido: o metal de transição laminado atômico 99, em alguns materiais vendidos.

Marcas suspensas pela Anvisa

A marca Iceberg Chef teve seus produtos da linha Glitter Glow e Glitter Shine suspensos à venda, propaganda, distribuição e fabricação. A Anvisa argumentou que a ação ocorreu por conta da presença de materiais plásticos de diversas cores e por estarem sendo indicados como ingrediente para uso junto a alimentos, o que ficou comprovado no site da instituição e também em plataformas onde a empresa vendia seus produtos online, informando serem glitters comestíveis.


Post da Anvisa sobre a suspensão da venda de algumas marcas de glitters (Foto: Reprodução/Instagram/anvisaoficial)


Entre outras marcas suspensas, a Jady Confeitos teve a linha de produtos Glitter para Decoração proibida de comercialização, distribuição, fabricação e propaganda, por conta das investigações que encontraram a presença de materiais plásticos. O órgão de controle argumentou também haver indícios de que o produto era vendido para uso como ingrediente em alimentos, devido a certas evidências no site da empresa, onde constavam informações de que se tratava de um glitter comestível.

Também foi suspensa a comercialização de produtos da marca Glitz, da empresa Fab Indústria e Comércio de Produtos para Arte e Festas Ltda., devido à presença de materiais plásticos em seu produto Glitter para Decoração. A organização de vigilância definiu o recolhimento e a proibição de comercialização, distribuição, fabricação e propaganda de qualquer produto voltado à alimentação por parte dessa marca.

Outras marcas e regras da Anvisa

Outra marca que teve os produtos suspensos foi a Jeni Joni (Nadja F. de Almeida Confeitos). Os produtos cuja comercialização foi proibida são: Flocos de Ouro, de Prada e Rose Gold; Pó de Ouro; Pó para Decoração; e Brilho para Decoração Glitter, visto que a Anvisa argumenta haver presença de materiais plásticos nos produtos, além de um metal de transição laminado atômico 99, que faz mal à saúde das pessoas.

Mais uma vez, ficou evidente que havia indicação de venda dos produtos como ingredientes para alimentos. Em seu site oficial, foi comprovado esse argumento do órgão controlador. Após isso, a agência determinou o recolhimento e a suspensão da comercialização, distribuição, fabricação e propaganda dos produtos também dessa marca.


Foto do Leandro Pinheiro Safatle, diretor-presidente da Anvisa participando de um congresso (Foto: Reprodução/Instagram/@lendro.saflate)


Para resumir, a Anvisa autoriza a comercialização de glitters e pós decorativos comestíveis, caso sejam fabricados com matérias-primas aprovadas para uso em alimentos, com aditivos ou ingredientes autorizados pela agência. No caso, o órgão permite a venda de glitters em geral, desde que não indiquem conter plástico ou material não comestível; porém, neste caso, eles estavam sendo vendidos como produtos que poderiam ser consumidos, o que a Anvisa não permite. Portanto, suspendeu todos os produtos e proibiu qualquer atividade das empresas, até que estas mudem a nomenclatura para “não comestível” ou realizem nova fabricação sem o uso de plásticos e metais.

Anvisa proíbe substâncias em esmaltes de gel por risco de câncer e infertilidade

A Anvisa proíbe na última quarta-feira (29) o uso dos componentes TPO e DMPT em produtos para unhas no Brasil, alinhando-se à decisão da União Europeia que apontou riscos de câncer e infertilidade.

A medida abrange esmaltes e outros cosméticos de fotopolimerização usados tanto em salões quanto em casa. Os fabricantes terão prazo para adequação dos produtos e retirada do mercado, enquanto a agência reforça que a proibição visa proteger a saúde da população frente a substâncias químicas nocivas presentes em produtos de beleza.

Procedimento para retirada dos produtos

A Anvisa determinou que os fabricantes e distribuidores devem retirar do mercado, em até 90 dias, todos os produtos que contenham TPO e DMPT. O recolhimento abrange itens vendidos em lojas físicas e plataformas online, garantindo que cosméticos proibidos não continuem sendo comercializados.

Além disso, os responsáveis pelos produtos precisam apresentar relatórios à agência comprovando a retirada completa e informar sobre qualquer estoque remanescente. A fiscalização será reforçada para verificar o cumprimento da medida, que visa reduzir os riscos à saúde de consumidores e profissionais que usam esses produtos com frequência.


Detalhes sobre a proibição das substâncias no Brasil (Vídeo: Reprodução/YouTube/Rádio CBN)


Riscos identificados pelos estudos

Estudos sobre a substância TPO apontaram que, em testes laboratoriais com animais, a exposição em altas doses causou alterações no sistema reprodutivo, incluindo redução da fertilidade. Pesquisadores também identificaram sinais de que a substância pode provocar câncer, o que motivou sua classificação como possivelmente prejudicial à saúde e à reprodução humana.

Já a DMPT, presente em diversos produtos de unhas, foi associada a riscos semelhantes, incluindo efeitos mutagênicos e suspeita de causar tumores. Embora a exposição cotidiana seja geralmente menor que as doses testadas, especialistas ressaltam que o uso frequente e prolongado, especialmente por profissionais de salão, aumenta a preocupação e reforça a necessidade de proibição para proteger a saúde da população.

A Anvisa proíbe produtos com TPO e DMPT e estabelece prazo de 90 dias para retirada, reforçando a segurança dos consumidores e profissionais de beleza.

Alerta no Mercado: Anvisa interdita venda de azeite “Ouro Negro”

Uma nova intervenção regulatória atingiu o mercado de alimentos nesta segunda-feira (20), com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinando a proibição total da venda, distribuição, importação e propaganda do azeite de oliva da marca “Ouro Negro”. A medida drástica foi oficializada através de publicação no Diário Oficial da União (DOU), acendendo um alerta sobre a fiscalização de produtos importados no país.

A justificativa central apresentada pela agência reguladora reside na desclassificação do produto pelo Ministério da Agricultura, que apontou a origem desconhecida do azeite. Em um setor onde a procedência e o controle de qualidade são cruciais para garantir a autenticidade e segurança do alimento, a falta de rastreabilidade clara representa uma falha grave que levou à intervenção imediata.

Irregularidades na importadora expõem falhas

A ação da Anvisa não se limitou apenas ao produto, mas se estendeu à empresa responsável pela entrada do azeite no território nacional. Foi identificada a Intralogística Distribuidora Concept Ltda como a importadora. Uma verificação adicional revelou que esta empresa possui o Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) com situação suspensa junto à Receita Federal, adicionando uma camada de irregularidade administrativa ao caso.

Este cenário levanta questionamentos sobre os mecanismos de controle prévios à distribuição de produtos alimentícios no Brasil, especialmente aqueles oriundos de importação. O azeite, frequentemente visado por fraudes devido ao seu alto valor agregado, exige um rigoroso controle documental e laboratorial. A suspensão do CNPJ da importadora sugere que a companhia pode não estar em conformidade com obrigações fiscais e cadastrais básicas, o que fragiliza a cadeia de responsabilidade sobre o produto final que chega ao consumidor.


Post sobre a proibição de azeite de origem desconhecida (Foto: reprodução/X/@Metropoles)

Retirada do azeite “Ouro Negro” revela lacunas na fiscalização

A determinação da Anvisa abrange todos os lotes e locais onde o azeite “Ouro Negro” possa estar armazenado, exigindo a retirada imediata do produto das prateleiras para evitar penalidades. A agência reforça que a medida tem como objetivo proteger a saúde pública, diante do risco de adulterações ou contaminações associadas à ausência de controle sobre a origem do azeite.

A ausência de informações claras sobre a regularidade da empresa importadora e as circunstâncias da entrada do produto no país levanta dúvidas sobre os procedimentos de fiscalização e controle aplicados à importação de alimentos. O caso evidencia a importância de uma vigilância constante e rigorosa, especialmente em produtos com alto valor agregado e suscetíveis a fraudes, como o azeite.

Anvisa busca antídoto contra intoxicação por metanol

Anvisa acionou autoridades internacionais para viabilizar a importação do fomepizol, antídoto contra intoxicação por metanol. A medida ocorre após o registro de dezenas de casos no Brasil ligados ao consumo de bebidas alcoólicas adulteradas

Ação emergencial para trazer o fomepizol ao Brasil

Diante do aumento de casos de intoxicação por metanol em bebidas alcoólicas adulteradas, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) acionou autoridades reguladoras de diversos países para viabilizar a importação do antídoto conhecido como fomepizol. Até o momento, o Brasil já contabiliza 59 casos suspeitos de contaminação, sendo 11 confirmados em laboratório e 48 em investigação.

O medicamento, ainda sem registro sanitário no país, é considerado fundamental no tratamento da intoxicação, que pode causar sequelas graves e até levar à morte. Para acelerar sua chegada, a agência consultou formalmente órgãos reguladores dos Estados Unidos, Canadá, União Europeia, Argentina, México, Reino Unido, Japão, China, Suíça e Austrália, além de publicar edital para identificar fabricantes e distribuidores com disponibilidade imediata de fornecimento ao Ministério da Saúde.


Anvisa publica edital internacional por antídoto (foto: reprodução/Instagram/@anvisaoficial)

Alternativas e monitoramento nacional

Como medida emergencial, a Anvisa também identificou mais de 600 farmácias de manipulação com capacidade para preparar etanol em grau de pureza adequado para uso médico, considerado uma alternativa terapêutica ao fomepizol em situações de urgência.

Paralelamente, a agência reforçou a Rede Nacional de Laboratórios de Vigilância Sanitária para ampliar a capacidade de análise de amostras suspeitas. Foram indicados o Lacen/DF, o Laboratório Municipal de São Paulo e o INCQS/Fiocruz como referências para exames especializados.

O Ministério da Saúde, por sua vez, criou uma Sala de Situação para acompanhar os casos de intoxicação, coordenar estratégias de contenção e monitorar os riscos à população. O órgão destacou que as ocorrências estão relacionadas ao consumo de bebidas alcoólicas adulteradas, reforçando a necessidade de fiscalização e conscientização dos consumidores.

Com essas medidas, o Brasil busca garantir respostas rápidas para proteger a população diante da ameaça sanitária. O esforço conjunto entre Anvisa, Ministério da Saúde e laboratórios parceiros demonstra a gravidade do problema e a urgência em disponibilizar o tratamento adequado para evitar novas vítimas.

ANVISA proíbe fabricação e venda de produtos da Ervas Brasillis

Após inspeção da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), realizada na última sexta-feira (05), a empresa Ervas Brasillis Produtos Naturais LTDA teve mais de 30 produtos interditados, ficando proibida a fabricação, comercialização e uso dos mesmos, devido ao funcionamento irregular de uma fábrica que apresentava condições insalubres. A decisão foi publicada no Diário Oficial da União.

Produtos e lotes

A empresa Ervas Brasillis, que comercializa produtos e suplementos de origem natural, foi alvo da fiscalização da ANVISA, que constatou que os alimentos eram produzidos em local sem as devidas licenças sanitárias e em ambiente impróprio.

Conforme o Decreto-Lei nº 986/1969, artigo 46, empresas que fabriquem ou comercializem qualquer tipo de alimento devem possuir licenças emitidas por órgãos sanitários competentes, sejam eles estaduais, municipais ou do Distrito Federal. A medida publicada no Diário Oficial da União determina a apreensão de todos os lotes e a proibição de fabricação, comercialização, importação ou propaganda de qualquer produto da empresa Ervas Brasillis.

A lista conta com 32 produtos, sendo alguns deles são: Tadala Natural Marca NB Nutrition; Hibisco Marca Ervas Brasil; Óleo de Girassol Ozonizado Marca Ozonlife; Creatina Marca Turbo Black Vitamin; Hibisco Marca Ervas Brasi; Lactoze sem Glúten Marca Turbo Black Vitamin; Graviola – Marca Ervas Brasil; Magnésio Treonato – Marca Turbo Black Vitamin; L-Arginina e Alanina – Marca Turbo Black Vitamin, entre outros.


Suplemento alimentar em pó (Foto: reprodução/ Pinterest / The New York Times )

A empresa

Segundo informações disponíveis na internet, a empresa Ervas Brasillis Produtos Naturais LTDA possui 17 anos de atuação, tendo sido fundada em 2008 no município de Marataízes, no estado do Espírito Santo. A empresa está sujeita a penalidade de multa conforme prevê a legislação aplicada pela ANVISA, além das proibições já determinadas.

Até o momento, não há informações sobre multas aplicadas ou previsão para a retomada das atividades da empresa em algum possível novo local.

Colgate é acusada de propaganda enganosa por slogan do “Colgate Total 12”

A empresa responsável pela fabricação da pasta de dente, Colgate, é condenada por propaganda enganosa nessa última terça-feira (26). Segundo portais como Terra e O Globo, a Comissão de Defesa do Consumidor da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) denunciou a alusão que era cometida aos consumidores. Desse modo, a Colgate-Palmolive foi sentenciada a pagar 500 mil reais por dano moral coletivo pela 11° Câmera de Direito Privado do Tribunal de Justiça do Rio.

A intimação foi dado devido à chamada publicitária do produto que afirmava que a proteção era eficaz por doze horas. Assim, o slogan do “Colgate Total 12” poderia levar o telespectador a acreditar que a pasta continuaria eficaz até mesmo depois das refeições sem uma segunda escovação dental.

Colgate e propaganda enganosa

Desse modo, os desembargadores responsáveis pelo caso consideraram ilusória a proposta de uma “proteção completa, mesmo após comer e beber”. Além disso, essas alusões foram mal vistas pela possibilidade de levar o consumidor a cometer o erro de não escovar os dentes após ingerir os alimentos. Por esse motivo, a decisão foi dada como unânime. Ademais, o julgamento modificou a decisão de primeira instância que havia desconsiderado a atitude, alegando improcedência.


Colgate-Palmolive comunica o encerramento da “Colgate Total Prevenção Ativa Clean Mint” (Foto: reprodução/Instagram/@colgatebrasil)


Colgate-Palmolive cancela produto devido polêmica anterior

No entanto, essa não foi a primeira polêmica em relação à Colgate-Palmolive em 2025. Em meados de abril, a empresa enfrentou problemas com um lote de creme dental “Colgate Total Clean Mint” acusado de causar efeitos colaterais em seus consumidores. A fórmula original do produto foi alterada em 2024, onde substituíram o Floureto de sódio por Floureto de estanho. Porém, as investigações não confirmaram se as reações ocorreram devido à nova substância que até então é considerada segura para consumo.

Todavia, a empresa norte-americana encerrou a fabricação do produto em junho, após a intervenção da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). De acordo com a Saúde Abril, a Colgate-Palmolive se pronunciou explicando que a decisão foi incentivada pela investigação da Anvisa e pela atenção aos consumidores brasileiros. Ademais, a empresa garantiu que o objetivo segue sendo averiguar os níveis de aromatizante do produto cancelado.

Vacina contra chikungunya é suspensa nos EUA após relatos de efeitos graves

A Food and Drug Administration (FDA), agência reguladora dos Estados Unidos, suspendeu a vacina Ixchiq, desenvolvida pela Valneva em parceria com o Instituto Butantan. A decisão foi tomada após 21 hospitalizações e três mortes possivelmente relacionadas ao imunizante, que utiliza uma versão enfraquecida do vírus da chikungunya.

Um dos óbitos foi confirmado como decorrente de encefalite — inflamação no cérebro — diretamente associada à vacina. A FDA informou que, diante dos novos dados, os riscos superam os benefícios em determinados grupos da população.

Vacina contra chikungunya ainda está aprovada no Brasil

No Brasil, a Anvisa aprovou o uso da Ixchiq em abril de 2025, restrito a pessoas entre 18 e 65 anos. Apesar da suspensão nos EUA, a dose segue autorizada no país e ainda não está disponível comercialmente.


Embalagem da Ixchiq, vacina contra chikungunya (Foto: reprodução/valneva.com)

O Instituto Butantan também participa do desenvolvimento de uma versão nacional da vacina, que poderá futuramente ser incorporada ao Sistema Único de Saúde (SUS), e disse apenas que “vem acompanhando as avaliações dos órgãos regulatórios dos Estados Unidos”. Até o momento, o Ministério da Saúde não anunciou mudanças nas recomendações e nem se pronunciou sobre o assunto.

Europa e EUA divergem sobre o uso

A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) havia inicialmente decidido suspender a vacina para idosos acima de 65 anos, após registros de efeitos adversos graves nesse grupo, mas em julho deste ano voltou a liberar o imunizante, reforçando que a aplicação deve ocorrer somente em situações de alto risco de exposição à chikungunya e sempre após uma avaliação cuidadosa dos benefícios e riscos individuais.

Nos Estados Unidos, entretanto, a situação se manteve mais rigorosa: após o surgimento de novos casos graves envolvendo idosos com idades entre 70 e 82 anos, a FDA optou pela suspensão definitiva da vacina, alegando que o benefício clínico ainda não foi completamente comprovado em estudo confirmatório. A Valneva, fabricante do imunizante, afirmou que os eventos adversos observados até o momento estão dentro dos padrões esperados durante ensaios clínicos e experiências pós-comercialização, especialmente em populações mais vulneráveis, e reforçou que está investigando detalhadamente os últimos casos relatados, mantendo o compromisso de oferecer segurança e transparência aos órgãos reguladores e à população.

Anvisa aprova Voragino, novo tratamento para tumores cerebrais

A Anvisa autorizou nesta segunda-feira (11), através de decisão publicada no Diário Oficial da União, o uso do Voragino (vorasidenibe), um novo medicamento para o tratamento de gliomas difusos de baixo grau com mutações. A decisão representa um avanço significativo da medicina, sendo uma alternativa revolucionária para casos do tumor.

O Voragino funciona como um inibidor das enzimas IDH1 e IDH2 mutadas, inibindo a produção de metabolismos que ajudam o tumor a crescer no cérebro. A aprovação foi baseada nos resultados do ensaio clínico INDIGO, que demonstraram uma redução de 61% no risco de avanço do tumor, além de atraso em seu crescimento e diminuição do volume. O medicamento é uma possibilidade para pacientes adultos e adolescentes a partir de 12 anos que já passaram por cirurgia e não necessitam de quimioterapia ou radioterapia imediatas.

Uso do medicamento no tratamento de gliomas

O Vorangino é um medicamento oral desenvolvido para bloquear as enzimas IDH1 e IDH2 mutadas, presentes em alguns tipos de gliomas. Essas mutações modificam o metabolismo celular, promovendo a produção de metabolismos que estimulam o crescimento do tumor. Ao bloquear essas enzimas, o tratamento reduz a produção desses metabólitos, bloqueando a multiplicação das células do tumor.

O medicamento é indicado para pacientes com gliomas difusos de grau 2 que apresentem mutações nas enzimas descritas acima, que já passaram por cirurgia prévia e não tem indicação imediata de radioterapia ou quimioterapia. Especialistas indicam que, embora o glioma de baixo grau tenha crescimento lento, ele pode evoluir para formas mais agressivas com o decorrer do tempo. A aprovação da Anvisa representa um avanço importante no tratamento de gliomas, através de um medicamento que diminui a progressão da doença.


Matéria da CNN sobre a aprovação (Foto: reprodução/X/@CNNBrasil)


O que é o glioma?

O glioma é um tumor que se forma na área cerebral ou na medula espinhal, que surge nas células gliais que circundam e auxiliam no funcionamento das células nervosas. Os principais são: os astrocitomas, que surgem nas células astrócitos, sendo o caso do glioblastoma, que é um tumor mais agressivo; os ependimomas, que se formam nos ependimócitos, células que revestem os ventrículos do cérebro e o canal central da medula espinhal; e os oligodendrogliomas que se originam nas células gliais chamadas oligodendrócitos.

Os gliomas podem ocorrer em adultos e crianças e os sintomas incluem dores de cabeça, náuseas, alterações cognitivas, entre outros. O tratamento normalmente se inicia com cirurgia, mas essa opção pode ser arriscada a depender da localização do tumor. O uso do Voragino abre novas perspectivas para o tratamento dos gliomas, oferecendo novas esperanças para os pacientes que sofrem com a doença.