Brasil se prepara para COP30 com 191 países credenciados

A Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025, a COP30, já tem 191 países credenciados, incluindo a Argentina de Javier Milei. O credenciamento, embora não garanta presença, representa um sinal de interesse político e diplomático. Até o momento, 143 delegações confirmaram presença na 30ª conferência climática, que será realizada em Belém–PA em novembro de 2025. A informação foi confirmada pela organização do evento e ressalta a expectativa de recorde de participação internacional.

A presença da Argentina, porém, gera incerteza. O presidente Javier Milei tem se posicionado contra parte da agenda climática global. No ano passado, ele retirou sua equipe técnica da COP29, no Azerbaijão, e chegou a ameaçar a saída do país do Acordo de Paris. Similarmente, a postura repete a estratégia adotada por Donald Trump nos Estados Unidos. Mesmo assim, o Brasil vê a adesão argentina como um gesto diplomático relevante.

EUA ficam fora e China ganha espaço nas negociações

Enquanto a Argentina chega à lista, os Estados Unidos permanecem fora. À primeira vista, o governo norte-americano decidiu não enviar representantes de alto nível para as negociações da COP30. A decisão coincide com a extinção do Office of Global Change, órgão do Departamento de Estado que coordenava a diplomacia climática do país. Consequentemente, a ausência norte-americana pode alterar o equilíbrio político da conferência e abrir espaço para maior protagonismo da China, que já sinalizou interesse em ampliar acordos de energia limpa e cooperação ambiental com países da América Latina.


Trump diz preferir a poluição causada pelo petróleo à energia eólica (Vídeo: reprodução/YouTube/CNN Brasil)


Durante o G20 de 2024, no Rio de Janeiro, a delegação argentina já havia criado impasses sobre o tema climático, dificultando consensos. O histórico retoma a dúvida sobre o engajamento efetivo de Milei na conferência.

Hospedagem e custos entram na pauta da COP30

Até setembro, 79 delegações já haviam confirmado a hospedagem em Belém. Contudo, o custo das diárias se tornou tema de debate entre a Organização das Nações Unidas (ONU), o governo brasileiro e o governo do Pará. Após negociações, ficou definido que as diárias não poderão ultrapassar US$ 600. A ONU também revisou o valor da Diária de Subsistência (DSA) para países em desenvolvimento, que passou de US$ 144 para US$ 197, visando equilibrar custos operacionais.

A capital Belém foi escolhida como sede durante a COP28, em Dubai. É a primeira vez que a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas será realizada em uma cidade amazônica, reforçando a centralidade do Brasil no debate ambiental global.

Argentina envia militares à fronteira com Brasil após operação no Rio de Janeiro

O governo da Argentina ordenou o envio de entre 150 e 200 militares para reforçar a segurança na fronteira com o Brasil. A princípio, a medida foi determinada pelo ministro da Defesa, Luis Petri, após a megaoperação policial ocorrida no Rio de Janeiro, que deixou mais de 120 mortos. Os militares atuarão na cidade de Bernardo de Irigoyen, que faz divisa com Dionísio Cerqueira (SC) e Barracão (PR).

Segundo fontes do Ministério da Defesa argentino, tropas especializadas em montanha começaram o reconhecimento da região. Elas estão preparadas para atuar em áreas de fronteira seca e devem receber apoio de drones, radares e dois helicópteros. Acima de tudo, a decisão integra um plano de segurança ampliado do governo Javier Milei, que colocou as forças em alerta máximo para conter uma possível fuga de criminosos brasileiros.

Operação no Rio gera tensão regional

A megaoperação contra o Comando Vermelho mobilizou cerca de 2.500 agentes nos complexos do Alemão e da Penha. Há pouco, o governo fluminense confirmou 121 mortos, sendo quatro policiais e 117 suspeitos. A ação, batizada de “Operação Contenção”, foi considerada a mais letal da história do estado do Rio. Consequentemente, tiros, arrastões, comércios fechados e suspensão de expediente marcaram dois dias de tensão.


Cláudio Castro em coletiva (Vídeo: reprodução/YouTube/UOL)


Durante coletiva de imprensa, o governador Cláudio Castro afirmou que os policiais mortos foram as “únicas vítimas verdadeiras” do confronto. O comentário provocou críticas de entidades de direitos humanos e gerou reação política em Brasília.

Pressão sobre o governo e resposta do STF

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva convocou uma reunião emergencial com ministros para discutir os impactos da operação. Logo após, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, determinou que Castro compareça a uma audiência para explicar as ações das forças de segurança. A decisão atendeu a pedidos do Conselho Nacional dos Direitos Humanos (CNDH) e da Procuradoria-Geral da República (PGR).

Enquanto o governo argentino reforça as fronteiras, autoridades brasileiras enfrentam questionamentos sobre a proporcionalidade do uso da força. O episódio traz à tona o debate sobre segurança pública e coordenação internacional diante da violência nas grandes cidades.

Brasil pode alcançar Argentina em títulos da Libertadores com vaga do Flamengo

O futebol brasileiro vive uma fase de supremacia continental. Até agora, os clubes do Brasil somam 24 títulos da Libertadores, enquanto os argentinos lideram com 25. Com o Flamengo garantido na decisão da edição de 2025, o país ganha a chance concreta de alcançar a marca dos hermanos, o que reforçaria não apenas a rivalidade, mas também o momento de domínio da elite brasileira no continente.

Se o Palmeiras, que ainda tenta avançar para a final, confirmar vaga diante da LDU, a presença de dois clubes brasileiros na decisão asseguraria matematicamente mais uma taça para o país independente do campeão, assim, fazendo com que o Brasil se iguale a Argentina em número de títulos.

Domínio recente

Desde 2019, os clubes brasileiros venceram seis edições consecutivas da Libertadores. Em contrapartida, a Argentina não tem representantes na final de 2025, o último clube argentino vivo era o Racing Club, eliminado pelo Flamengo na semifinal.

Esse cenário coloca o Brasil em situação de vantagem não apenas numérica, mas também simbólica: a chance de nivelar o placar histórico de conquistas vem junto de uma prova de consistência recente. O domínio verde-amarelo se estende para além das taças, envolve estrutura, elenco e investimento, um pacote que parece difícil de alcançar pelos rivais.


Post do Flamengo comemorando a classificação (Foto: reprodução/X/@Flamengo)


Qual o peso desse momento para o futebol sul-americano?

Se o Brasil igualar ou ultrapassar os argentinos em títulos, será muito mais que estatística. Vai narrar uma virada de protagonismo no futebol do continente, revisitando décadas em que a Argentina comandava o topo. Times históricos como Boca Juniors, River Plate e Independiente construíram legado com 25 conquistas.

Por outro lado, essa pressão sobre o Brasil gera expectativa e promessa de mais. Os clubes com elencos fortíssimos e estrutura avançada, mostram que o protagonismo está aqui, e caso vençam, terão mais do que um troféu: terão confirmado que o novo mando é brasileiro.

Ônibus com torcedores do Flamengo capota na Dutra a caminho de Buenos Aires

Um grave acidente envolvendo um ônibus com torcedores do Flamengo foi registrado na tarde desta segunda-feira (27), na Rodovia Presidente Dutra, na altura de Barra Mansa, no sul do Rio de Janeiro. O veículo, que seguia em direção a Buenos Aires, onde o Rubro-Negro enfrenta o Racing pela semifinal da Libertadores, capotou por volta das 15h51 (horário de Brasília), no km 281, sentido São Paulo.

De acordo com informações da Polícia Rodoviária Federal (PRF), 16 pessoas ficaram feridas no acidente, sendo duas delas em estado grave. A Motiva Rodovias, concessionária responsável pela via, confirmou o número em boletim divulgado às 17h15. A pista no sentido São Paulo foi totalmente interditada para o trabalho das equipes de resgate, causando aproximadamente quatro quilômetros de congestionamento.

Equipes de resgate atuam no local

Assim que o acidente foi comunicado, o Centro de Controle Operacional da RioSP acionou equipes de emergência, que contaram com o apoio do Corpo de Bombeiros e da Polícia Rodoviária Federal. As vítimas estão sendo atendidas no local e encaminhadas para hospitais próximos, conforme a gravidade dos ferimentos.

A área do acidente foi isolada para facilitar o trabalho dos socorristas. Ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e veículos de apoio da concessionária também participam do resgate. Até o momento, as causas do capotamento não foram divulgadas oficialmente, mas a perícia deve investigar se houve falha mecânica, problema na pista ou erro humano.

O clima entre os torcedores que seguiam no comboio de veículos rumo à Argentina é de apreensão. Muitos se dirigiam à capital argentina para acompanhar de perto a partida decisiva do Flamengo contra o Racing, marcada para a próxima quarta-feira.


Ônibus da torcida do Flamengo sofre acidente em rodovia (Vídeo: reprodução/YouTube/CNN Brasil)

Flamengo se manifesta e acompanha o caso

Poucas horas após a confirmação do acidente, o Flamengo divulgou uma nota oficial informando que está acompanhando a situação de perto. Segundo o comunicado, o clube entrou em contato com o prefeito de Barra Mansa, Luiz Furlani, que colocou à disposição o Hospital Municipal e a Santa Casa para o atendimento dos torcedores feridos.

“O Flamengo tomou conhecimento do acidente que ocorreu com o ônibus de torcedores que seguiam para Buenos Aires e entrou em contato com o Prefeito de Barra Mansa, Luiz Furlani, que prontamente colocou à disposição o Hospital Municipal e a Santa Casa para atendimento aos acidentados. O clube também acionou o Comando Geral do Corpo de Bombeiros e está em contato direto com a Superintendência da PRF Rio, acompanhando todas as providências no local. Seguimos monitorando a situação”, diz a nota. O clube ainda não confirmou se oferecerá apoio logístico para o transporte ou assistência aos torcedores envolvidos, mas informou que continuará acompanhando o caso junto às autoridades locais.

Rodovia segue parcialmente interditada

A concessionária Motiva Rodovias orienta motoristas a evitarem o trecho da Dutra próximo ao km 281, em Barra Mansa, enquanto o atendimento às vítimas e a remoção do ônibus são realizados. Técnicos da empresa trabalham para liberar pelo menos uma faixa da via e reduzir o congestionamento, que já afeta o tráfego no sentido São Paulo.

O acidente gerou grande repercussão entre torcedores e nas redes sociais, com mensagens de solidariedade aos feridos e pedidos por informações atualizadas sobre o estado de saúde das vítimas. Até o fechamento desta reportagem, o Flamengo seguia monitorando o caso junto às autoridades competentes.

Partido de Javier Milei vence eleições legislativas de 2025 na Argentina

O partido do presidente argentino Javier Milei, La Libertad Avanza, saiu vitorioso nas eleições legislativas de meio de mandato realizadas neste domingo (26). Com 40,8% dos votos válidos para a Câmara dos Deputados, a legenda ampliou de forma significativa sua presença no Congresso. A principal força de oposição, a coalizão Fuerza Patria, ligada ao peronismo, ficou em segundo lugar, com 24,5% dos votos.

Com mais de 90% das urnas apuradas, a projeção indica que o partido de Milei conquistará 64 das 257 cadeiras da Câmara, enquanto os peronistas devem ocupar 31. O resultado representa uma vitória expressiva para o governo, que busca consolidar maioria parlamentar e garantir apoio às reformas econômicas e políticas de austeridade defendidas pelo presidente.

Até o momento, La Libertad Avanza contava com apenas 37 deputados e 6 senadores, o que limitava sua capacidade de aprovar projetos ou manter vetos presidenciais. Com a nova composição, Milei se aproxima dos 86 votos necessários para evitar que a oposição reverta suas decisões no Congresso.

Crises e polêmicas de Javier Milei marcaram o pré-eleitoral

A votação ocorreu em meio a um ambiente político conturbado. Dias antes da eleição, Karina Milei, irmã e principal assessora do presidente, foi citada em um escândalo de corrupção envolvendo repasses irregulares a empresários aliados. Além disso, declarações do presidente dos Estados Unidos Donald Trump, que insinuou que o apoio financeiro americano à Argentina estaria condicionado à vitória de Milei, provocaram reações negativas entre opositores.


Ilustração mostra como ficará a composição do congresso e do senado da Argentina (Foto: reprodução/X/@DisporaEspa)

Mesmo com as polêmicas, o discurso liberal e antissistema do presidente manteve popularidade entre eleitores insatisfeitos com o legado econômico dos governos anteriores.

Participação eleitoral é a mais baixa desde a redemocratização

Apesar da vitória expressiva do governo, o pleito registrou baixa adesão popular. Apenas 68% dos argentinos compareceram às urnas, o menor índice de participação em uma eleição legislativa desde o retorno da democracia em 1983.

Analistas políticos afirmam que o resultado reforça o apoio a Milei nas grandes cidades, mas também expõe o cansaço do eleitorado diante da crise econômica prolongada e das disputas políticas intensas no país. Para o presidente, o desafio agora será converter o capital eleitoral em governabilidade e avançar nas reformas que prometeu implementar desde o início de seu mandato.

Banco Central argentino fecha parceria de US$ 20 bilhões com Tesouro Americano

Nesta segunda-feira (20), o Banco Central da Argentina anunciou a assinatura de um acordo de estabilização cambial com o Departamento do Tesouro dos Estados Unidos. O valor da parceria está avaliado em US$ 20 bilhões. Entretanto, o movimento levanta a questão da dependência argentina em outros países.

De acordo com a nota oficial divulgada pelo BC argentino, a iniciativa tem como objetivo “contribuir para a estabilidade macroeconômica da Argentina, com ênfase especial na preservação da estabilidade de preços e na promoção de um crescimento econômico sustentável.”. A medida oferece um respiro momentâneo de alívio à economia argentina, através de operações bilaterais de moedas.

Acordo entre os países

A iniciativa entre a Argentina e os Estados Unidos consiste na realização de operações bilaterais de swap de moedas entre as duas partes. Um swap de moedas consiste na troca de determinada quantia em uma moeda por outras, entre dois países ou instituições financeiras, com a promessa desse valor ser revertido em uma operação futura. 

No acordo atual, por exemplo, o Banco Central da Argentina recebe dólares dos EUA, e em troca, a Argentina entrega pesos aos EUA ou se compromete em devolver o valor em dólares, após um período acordado entre os países. De acordo com o BC argentino, o acordo permitirá ampliar o conjunto de instrumentos de política monetária e cambial, o que permite que as reservas internacionais da Argentina sejam fortalecidas.

A divulgação da iniciativa movimentou de forma imediata os mercados, com o peso argentino sendo valorizado. Além disso, as ações argentinas que estavam sendo negociadas em Nova York e os títulos internacionais do país tiveram alta, simbolizando sinais de otimismo por parte dos investidores. Apesar do entusiasmos, analistas apontam que o resultado positivo do swap depende da capacidade do governo argentino em implementar reformas estruturais e garantir apoio político interno.


Donald Trump e Javier Milei juntos (Foto: reprodução/Getty Images Embed/Kevin Dietsch)

Caráter político

Contudo, no cenário político, o acordo figura como um teste de credibilidade para o governo de Javier Milei, que aposta no apoio externo dos EUA. Como relevado pela Forbes Brasil, o acordo entre os países sai da linha do gesto diplomático e se ressignifica como uma tentativa de estabilizar a economia argentina com apoio de Washington. Isso acende o debate sobre o real motivo e a dependência econômica da Argentina no apoio de outros países. 

A transição atraiu críticas por parte da senadora Elizabeth Warren, de Massachusetts. Ela é autora da Lei de Não Resgate a Argentina – que tem como objetivo proibir que o governo Trump ajude os mercados financeiros e os investidores da Argentina. Em carta enviada ao secretário do Tesouro, Elizabeth julgou a iniciativa, afirmando estar preocupada com os planos de Trump de ajudar outro país em meio a paralisação de seu próprio. 

Milei publica bilhete de Trump e celebra amizade: “Meu amigo, um grande presidente”

O cenário político sul-americano e as complexas relações internacionais voltaram ao centro das atenções com o encontro de alto nível entre o presidente argentino, Javier Milei, e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na Casa Branca, nesta terça-feira (14). A reunião, que aconteceu cerca de uma semana após Washington concordar em conceder um pacote de apoio financeiro significativo à Argentina, consolidou a parceria ideológica e estratégica entre os dois líderes.

Após o encontro no Salão Oval, o presidente argentino recorreu à rede social X para destacar a proximidade com o republicano. Milei publicou uma fotografia sorridente ao lado de Trump, acompanhada de um bilhete manuscrito e assinado pelo presidente americano, que o chamava de “amigo” e o elogiava como um “grande presidente”. A legenda da postagem reforçava a sintonia ideológica, combinando o famoso slogan de Trump, MAGA (Make America Great Again), com o lema do próprio Milei, “VLLC” (¡Viva la libertad, carajo!).

Ajuda bilionária dos EUA à Argentina reforça aliança estratégica

A visita de Milei aos EUA teve como principal objetivo discutir os detalhes da ajuda financeira prometida por Washington. O apoio, anunciado na semana passada pelo Secretário do Tesouro, Scott Bessent, virá por meio de um swap cambial com o Banco Central argentino, totalizando US$ 20 bilhões. A injeção de capital é vista como um movimento crucial para estabilizar a economia argentina e suas reservas cambiais, especialmente antes das eleições legislativas no país. Segundo fontes da Casa Branca, a decisão atípica de intervir no exterior visa estabilizar um aliado-chave na região e sustentar a agenda econômica ultraliberal de Milei.

Durante o almoço com o presidente argentino, Trump teceu comentários que expandiram o escopo da discussão para o contexto sul-americano. O presidente americano defendeu o apoio à Argentina, argumentando que o sucesso do país vizinho serviria de exemplo e que muitos outros já estão seguindo. O apoio não é incondicional: a imprensa americana relatou que Trump teria condicionado a continuidade da ajuda ao desempenho eleitoral de Milei nas próximas legislativas, ressaltando que investimentos são tratados de forma diferente quando se trata de um governo socialista.


Publicação de Milei sobre bilhete de Trump, que o chama de amigo (Foto: reprodução/X/@JMilei)


Trump cita conversa com Lula

Em uma nota diplomática que chamou a atenção, Trump mencionou sua recente boa conversa com o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, durante a Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York. Embora Milei e Lula sejam adversários políticos, o comentário de Trump sobre o Brasil sugeriu um esforço para manter canais abertos na região.
Apesar de enfrentar críticas internas nos EUA, especialmente de agricultores norte-americanos, que apontam para o redirecionamento das compras de soja da China para a Argentina, o governo Trump demonstra interesse em fortalecer laços estratégicos. Questionado sobre a possibilidade de um acordo de livre comércio com a Argentina, Trump não descartou a ideia, afirmando que é possível, o que sinaliza um aprofundamento da relação bilateral para além da crise econômica. O pacote de ajuda e o apoio político de Trump, portanto, representam um forte endosso à administração Milei em um momento de extrema fragilidade econômica e política.

OpenAI escolhe a Argentina e deixa o Brasil fora do mapa da IA

O anúncio veio numa sexta à tarde, em Buenos Aires. A OpenAI e a Sur Energy assinaram uma carta de intenções que mudaria o mapa digital da América Latina. O primeiro Stargate do continente, um megadata center de até 500 MW e avaliado em US$ 25 bilhões, terá endereço na Argentina, marcando um passo gigante na infraestrutura digital da região.

O Brasil parecia o destino óbvio. Centros de inovação consolidados, startups maduras. Ainda assim, não foi escolhido. Custos altos de energia, processos burocráticos lentos e incentivos incertos pesaram contra.

Investimento bilionário e energia competitiva

A Sur Energy ficará à frente do projeto, e a OpenAI será a principal compradora da capacidade do centro. O Stargate Argentina coloca o país como hub digital e mostra que regras claras e previsibilidade contam muito. O RIGI, regime de incentivos fiscais, simplifica licenças, reduz impostos e garante estabilidade por até 30 anos.


OpenAI investe US$ 25 bilhões na região da Patagônia Argentina (Foto: reprodução/X/Argentina's Milei News @ArgMilei)

No Brasil, esse tipo de benefício é limitado e sujeito a mudanças, dificultando grandes investimentos. Além disso, a Argentina tem energia renovável abundante e barata, com contratos de longo prazo que mantêm um data center desse porte funcionando sem interrupções. O Brasil, em comparação, ainda lida com tarifas elevadas e uma matriz tributária complexa, o que encarece operações de grande escala.

Burocracia, oportunidade perdida e um espelho para o Brasil

Aqui, qualquer licença pode levar meses, e consultas públicas frequentemente se arrastam. A insegurança jurídica é rotina. Um ex-consultor do BNDES resume: “É difícil negociar um projeto desse tamanho num país onde o atraso custa caro, mesmo que ninguém veja.”

O país não perde apenas dinheiro. Em Buenos Aires, o Stargate já começa a ser usado pelo governo argentino. Cada experiência, cada teste de IA, dá à Argentina uma vantagem de aprendizado que o Brasil terá de alcançar. A decisão deixa claro o que o Brasil ainda precisa: infraestrutura confiável, energia competitiva e um ambiente político e fiscal estável. Enquanto a Argentina comemora e avança na corrida tecnológica, o Brasil vê o trem da inovação partir.

Menina de 10 anos sofre queimaduras após explosão de maquete em feira de ciências na Argentina

Na última quinta-feira (09), na cidade de Pergamino, na Argentina, uma aluna de 10 anos sofreu queimaduras graves após assistir à apresentação de um trabalho escolar feita por colegas. O incidente ocorreu durante a exibição de uma maquete de vulcão, que explodiu e deixou outras 17 pessoas feridas no local, incluindo estudantes e professores.

Como ocorreu o acidente

De acordo com informações divulgadas pela imprensa argentina, o acidente aconteceu durante uma feira de ciências no Instituto Comercial Racangua. Na ocasião, uma aluna de 17 anos apresentava seu projeto, que envolvia a simulação da erupção de um vulcão. Segundo os jornais locais, a própria estudante explicou antes de iniciar a simulação que, foi utilizado uma combinação de enxofre, carvão e um tipo de sal, substâncias que não são comumente usadas nesse tipo de experimento escolar.

Ao colocar a maquete em funcionamento, a reação química provocou uma forte explosão, que resultou em um incêndio e ferimentos graves em quem estava mais próximo. A menina de 10 anos, que assistia na primeira fila, foi a mais atingida. Ela sofreu queimaduras severas, principalmente no rosto, e precisou passar por duas cirurgias.

Segundo os médicos, há risco de perda de um dos olhos. A criança permanece internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Garrahan, em Buenos Aires, com quadro delicado, mas estável, apresentando sinais vitais positivos.


Momento da explosão da maquete de vulcão em feira de ciências (Foto: reprodução/Instagram/@portalg1)


Após o acidente

O Instituto Comercial Racangua, onde ocorreu o acidente, ainda não se pronunciou oficialmente sobre o caso. As autoridades locais abriram uma investigação para apurar se houve negligência na supervisão do experimento por parte dos docentes responsáveis. O prefeito de Pergamino, Javier Martínez, afirmou ao jornal La Nación que a combinação dos ingredientes utilizados não é comum e pode ter agravado a gravidade do ocorrido.

Além da criança hospitalizada, uma professora também ficou ferida e segue sob cuidados médicos, embora fora de perigo. Profissionais do Hospital Garrahan ressaltam que o estado da menina continua grave, mas ela vem respondendo bem aos tratamentos realizados até o momento.

Justiça argentina condena brasileiro que tentou matar Cristina Kirchner

Nesta quarta-feira (08), a Justiça da Argentina condenou o brasileiro Fernando Sabag Montiel pelo atentado à ex-presidente argentina Cristina Kirchner. A pena é de 10 anos de prisão. O atentado aconteceu no dia 01 de setembro de 2022 em frente à casa de Cristina, que era vice-presidente do país na época, em Buenos Aires.

O Atentado

No atentado, o brasileiro Fernando Sabag Montiel se misturou a apoiadores de Cristina Kirchner, que estavam na frente da casa de Kirchner, na capital argentina Buenos Aires. Ao se aproximar da vice-presidente, na época dos fatos, apontou uma arma a poucos centímetros do seu rosto. A arma usada foi Bersa calibre 32 e estava carregada, porém ao apertar o gatilho ela não disparou. Ele foi contido pelos seguranças de Cristina imediatamente após a tentativa. 

Cristina não se machucou no incidente. Após o susto, a vice-presidente continuou a atender os apoiadores que a esperavam, na época ela contava com uma equipe de segurança com 100 agentes. 

Julgamento

O julgamento começou no ano passado, em 2024 e terminou nesta quarta-feira (08). O tribunal declinou o pedido da advogada de defesa de Fernando alegando que ele era inimputável. O seu crime foi agravado pelo uso de arma de fogo e pelo porte de arma de guerra sem a autorização legal.


Vídeo do momento do atentado contra Cristina Kirchner em 2022 (Vídeo: reprodução/YouTube/BBC News Brasil)

Além de Fernando, sua namorada de 26 anos, Brenda Uliarte, também foi condenada com a pena de 8 anos de regime fechado. Ela foi considerada no processo por ser uma “participante considerável” no caso, com o agravante do uso de arma de fogo. Um terceiro réu, Gabriel Carrizo, foi absolvido. A pena de Fernando, que seria de 10 anos inicialmente, foi somada a uma pena de 4 anos e 3 meses por posse de material de pronografia infantil, portanto, irá cumprir uma pena única de 14 anos e 3 meses de regime fechado. 

Em tribunal, o brasileiro admitiu que tentou assassinar Cristina Kirchner e que não se arrependia. Porém, na sessão de hoje, afirmou que o seu julgamento havia sido armado e que a arma do crime foi implantada para incriminá-lo.