Trump sanciona duas maiores petroleiras da Rússia em pressão para cessar-fogo na Ucrânia

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, impôs ontem (22) restrições às duas maiores empresas do setor petrolífero da Rússia, a Lukoil e a Rosneft, na tentativa de coagir o líder local, Vladimir Putin, a aderir às negociações de armistício na Guerra da Ucrânia. A medida bloqueia bens e transações das duas companhias e mais de 30 subsidiárias em território estadunidense e configura como a primeira grande sanção do governo Trump à Rússia devido à invasão da Ucrânia, ocorrida em 24 de fevereiro de 2022.

Trump reforça resposta do Ocidente à Moscou

Antes de implementar as sanções, Trump disse à imprensa, na Casa Branca, que desmarcou um encontro com Putin na Hungria, anunciado na semana passada, para debater o conflito. A declaração ocorreu horas depois da Rússia realizar um ataque aéreo massivo à Ucrânia, incluindo a sua capital, Kiev.

Com a ação restritiva, os EUA abandonam a pretensa neutralidade, juntando-se, finalmente, aos sistemáticos esforços europeus para punição do gigante euro-asiático. Na semana passada, especificamente, o Reino Unido dificultou a operação das mesmas empresas. Já ontem, a União Europeia avançou em seu 19º pacote de sanções contra Moscou, proibindo importações de gás natural liquefeito russo.

O presidente Putin não veio à mesa de uma maneira honesta e decidida como esperávamos. Houve conversas em Alaska; o presidente Trump recuou quando percebeu que as coisas não estavam avançando. Discussões por baixo do pano têm ocorrido, mas acredito que Trump está desapontado com onde estamos nessas discussões”, disse o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, à Fox Business na quarta-feira.


 Trump e Putin se reuniram em agosto no Alaska para discutir futuro da guerra (Foto: reprodução/Andrew Harnik/Getty Images Embed)

Essas são sanções, não tarifas secundárias. Elas serão substanciais e poderosas. Pedimos aos nossos aliados europeus e do G7, além de Canadá e Austrália, que venham conosco”, complementou Bessent.

Ucrânia celebra, mas analistas são ponderados

O posicionamento de Trump foi recebido por Kiev como uma vitória pontual, tal como indica a embaixadora da Ucrânia nos Estados Unidos, Olga Stefanishyna:

A decisão está inteiramente alinhada com a reiterada posição ucraniana: paz só é possível através de força e pressão ao agressor usando todas as ferramentas internacionais disponíveis”, disse ela.

Os especialistas americanos Edward Fishman e Jeremy Paner, no entanto, possuem ressalvas.

Até agora o que foi anunciado fois essas sanções iniciais à Rosneft e Lukoil, mas o decisivo para o futuro é se haverá a existência ameaçadora de sanções secundárias a bancos, refinadoras de petróleo e negociadores em países terceiros que mantém relações com ambas as companhias”, explicou Fishman, pesquisador sênior do think tank Atlantic Council.

Paner, da mesma forma, acredita que a falta de alcance das medidas para países compradores de petróleo russo, como Índia e China, fará com que essas não chamem a atenção de Putin.

Coreia do Norte lança míssil balístico dias antes de cúpula que reunirá líderes

A Coreia do Norte disparou, na última terça-feira (21), quarta-feira no horário local, pelo menos um míssil balístico em direção ao Mar do Leste, de acordo com informações divulgadas pelo Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul. O lançamento é o primeiro desde maio e gerou um novo episódio de tensão na região, poucos dias antes da realização da Cúpula de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec), que ocorrerá na Coreia do Sul no fim do mês.

De acordo com a agência sul-coreana Yonhap, o míssil “não identificado” foi lançado de uma área próxima à capital norte-coreana, Pyongyang, e seguiu em direção ao mar. As autoridades de Seul seguem analisando os detalhes da altitude e da trajetória do projétil e reiteraram que estão em estado de alerta máximo diante de possíveis novos testes.

A tensão diplomática

O teste aconteceu em um momento de tensão para a região. É o primeiro disparo desde que o sul-coreano Lee Jae Myung assumiu a presidência do país, em junho, e antecede o início da Apec, que será realizada nos dias 31 de outubro e 1º de novembro, na cidade de Gyeongju. O evento reunirá líderes de 21 economias da região, incluindo Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, e Xi Jinping, presidente da China.

O presidente Trump compartilhou recentemente que tem intenção de se encontrar com o líder norte-coreano Kim Jong-un durante sua passagem pela Ásia, mas ainda não foi divulgada a confirmação oficial do encontro. Pyongyang, por sua vez, declarou que está aberta a futuras negociações, desde que não envolvam a renúncia ao arsenal nuclear do país que é considerado “garantia de sobrevivência nacional”.

Mostra de força militar

Menos de duas semanas antes do lançamento do míssil, o governo de Kim Jong-un promoveu um desfile militar em Pyongyang como comemoração dos 80 anos do Partido dos Trabalhadores, que governa a Coreia do Norte desde sua fundação. O evento reuniu líderes e representantes estrangeiros, incluindo Dmitry Medvedev, vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, e o primeiro-ministro chinês Li Qiang.

Durante a celebração, o regime mostrou um novo arsenal de armamentos de longo alcance, entre eles o míssil balístico intercontinental Hwasong-20, descrito pela agência estatal KCNA como “o sistema de armas nucleares estratégicas mais poderoso do país”.Além disso, foram exibidos mísseis de cruzeiro de longo alcance, drones militares e mísseis terra-ar e terra-terra, uma demonstração clara do poder militar norte-coreano.


Coreia do Norte lança míssil balístico em direção ao Mar do Leste (Vídeo:reprodução/YouTube/CNN Brasil)

Escalada de apoio

Nos últimos meses, Kim Jong-un fortaleceu sua aliança com a Rússia, oferecendo milhares de soldados norte-coreanos como apoio para as forças de Moscou na guerra contra a Ucrânia. O movimento tem ampliado o isolamento diplomático de Pyongyang em relação ao Ocidente, mas ao mesmo tempo consolidado o regime como um dos principais aliados do presidente Vladimir Putin.

A Apec, fundada em 1989, reúne 21 economias que respondem por mais de 60% do PIB global e aproximadamente 2,9 bilhões de pessoas. O lançamento de um míssil tão próximo à data do fórum foi considerado por analistas como um recado direto à comunidade internacional, a fim de reafirmar o papel da Coreia do Norte como potência nuclear.

Do auge à queda: ouro desaba após sequência histórica de altas

Na segunda-feira (20), o ouro parecia imbatível. Encerrava o dia no topo de uma escalada impressionante, acima dos US$ 4.380, um marco que coroava meses de valorização e incertezas econômicas em mercados globais. Após 24 horas, o cenário virou completamente. Nesta terça-feira (21), o metal precioso registrou sua maior queda desde 2020, numa correção que pegou o mercado de surpresa e devolveu parte dos ganhos acumulados ao longo do ano.

O ouro vinha chamando atenção por todos os lados do mercado. Investidores e analistas não conseguiam tirar os olhos da escalada do metal, impulsionada por compras constantes de bancos centrais e movimentos especulativos. Enquanto isso, o cenário global se mostrava instável, entre tensões geopolíticas e sinais mistos da economia americana, fazendo do ouro um refúgio procurado. Nas últimas semanas, o metal parecia quase imbatível, com uma demanda que não dava trégua e alimentava expectativas cada vez maiores.

Realização de lucros leva ouro a forte correção

Nos terminais de negociação, o movimento foi rápido e intenso. O ouro à vista recuou 4,1%, cotado a US$ 4.178,23 (R$ 22.514,61), enquanto os contratos futuros para dezembro caíam 3,9%, a US$ 4.190,80 (R$ 22.582,41). Esse recuo foi suficiente para interromper uma sequência de recordes impulsionada pela expectativa de cortes nos juros americanos e pela corrida global por ativos de proteção.

Analistas atribuem o tombo a uma conjunção de fatores, incluindo a força do dólar, que avançou 0,4% no dia, e um repentino apetite por risco entre investidores. “Quando o mercado respira e busca ganhos em outros ativos, o ouro é o primeiro a sofrer”, comenta Jim Wyckoff, analista sênior da Kitco Metals.


Ouro tem maior queda após rali histórico (Vídeo: reprodução/YouTube/InfoMoneyNews)

Do auge à cautela: ouro desacelera após alta histórica

A virada acontece em um momento delicado. O metal vinha acumulando alta de cerca de 60% em 2025, sustentado por tensões geopolíticas e compras consistentes de bancos centrais. Agora, com o dólar fortalecido e os olhares voltados para o Índice de Preços ao Consumidor (CPI) dos Estados Unidos, adiado para sexta-feira (24) devido à paralisação no país, o mercado adota uma postura de espera e maior cautela.

O que antes era euforia virou prudência. Nos bastidores, operadores falam em realização de lucros e ajuste natural após uma escalada rápida demais para ser sustentável. O ouro, que parecia invencível na véspera, lembra agora que até os portos mais seguros balançam quando o vento do mercado muda de direção de forma inesperada.

Trump cobra indenização de R$ 1,2 bilhão do governo dos EUA por investigações contra ele

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, está cobrando que o Departamento de Justiça o indenize em uma quantia de US$ 230 milhões (R$ 1,2 bilhão) por ter sido alvo de investigações federais no governo anterior, de Joe Biden. As ações de Trump levantam um debate sobre dilemas éticos, já que os funcionários responsáveis pela aprovação do tal pagamento foram indicados pelo próprio Trump ou aliados.

Trump apresentou duas queixas através de um processo administrativo, a primeira em 2023 e a segunda em 2024. O presidente norte-americano defende que ambas as queixas buscam o rescindir por duas investigações que violaram seus direitos, de acordo com o jornal “The New York Times”.

Denúncias contra Trump

Donald Trump afirma que foi alvo de duas investigações federais que teriam violado seus direitos e que, por isso, ele merece ser rescindido. De acordo com funcionários do Departamento de Justiça que conversaram com a Times, Trump acusa o órgão de perseguição e manipulação de documentos durante o governo Biden.


Trump pede indenização do Departamento de Justiça (Vídeo: reprodução/YouTube/@uol)

A primeira foi apresentada em 2023 e se refere à investigação sobre supostas interferências russas nas eleições presidenciais de 2016, quando Trump foi eleito presidente dos Estados Unidos.  Já a segunda denúncia, que foi apresentada no ano seguinte, Trump acusa o FBI de violar sua privacidade durante as investigações em sua residência na Flórida, um resort de Mar-a-Lago, em 2022. A investigação apreendeu mais de 20 caixas com 100 documentos confidenciais, após Trump deixar o cargo de presidente quando perdeu as eleições de 2020.

Ambas as investigações contra Trump foram encerradas após a sua volta à Casa Branca em 2025. De acordo com Trump, ele foi “prejudicado” pelas investigações e qualquer dinheiro recebido seria doado à caridade. 

Conflito ético

As ações de Trump levantam um questionamento sobre o grave conflito ético em sua gestão. Os funcionários do Departamento de Justiça que ficariam responsáveis pela decisão de aprovar ou recusar os pagamentos ao presidente norte-americano foram nomeados por ele mesmo ou por seus aliados, ou até mesmo já foram advogados de Trump antes de seu segundo mandato. 

O vice-diretor do FBI, Todd Blanche, foi um dos principais advogados de defesa criminal de Trump, e segundo as normas do Departamento de Justiça, o seu cargo o permite ser uma das duas pessoas que podem assinar o acordo. Além disso, Stanley Woodward Jr., o chefe da divisão cível do órgão, foi advogado de assessores de Trump em investigações. O processo aberto por Trump impõe desafios éticos, já que coloca em xeque o alcance do presidente e a independência dos órgãos federais.

Joe Biden termina tratamento de radioterapia

Segundo um porta-voz da equipe de Joe Biden, o ex-presidente dos Estados Unidos terminou o ciclo de tratamento de radioterapia. O método foi utilizado para combater um câncer de próstata, descoberto no início do ano. O estado de saúde do ex-presidente foi divulgado em maio deste ano: o câncer é agressivo e já tinha se espalhado para os ossos. Joe Biden também fez tratamentos com comprimidos.

Rodeado da família

Durante os tratamentos para combater o câncer, o ex-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, sempre aparece rodeado pela família. O apoio familiar mostra-se importante durante as terapias e na busca pela cura. Biden, ao concluir o tratamento de radioterapia, apareceu junto à esposa, Dra. Jill Biden, de uma de suas filhas, à assistente social e ativista Ashley Blazer Biden e de dois netos.


Joe Biden toca sino de fim de tratamento (Vídeo:reprodução/Instagram/@ashleyblazerbiden)

Ashley Blazer Biden postou nos stories de seu Instagram fotos e vídeos de seu pai, Joe Biden, comemorando o fim da radioterapia. Um vídeo mostra o político de 82 anos tocando um sino, uma tradição estadunidense para celebrar o fim de uma etapa do tratamento do câncer ou a cura total da doença. Joe Biden ainda apareceu do lado de uma médica, que foi presenteada com um buquê de flores. Por fim, Biden e a família posaram para uma foto, que estava acompanhada da legenda: “Papai tem sido muito corajoso durante todo o tratamento. Grata”, escrita por Ashley Blazer Biden. O ex-presidente dos Estados Unidos estava sorridente nos registros.

O câncer de Biden

Joe Biden foi diagnosticado com uma forma agressiva de câncer de próstata. A doença já estava avançada e se espalhou para os ossos. Quando o câncer foi descoberto, já apresentava metástases ósseas. O câncer de próstata atinge o órgão masculino e é o segundo câncer mais comum nos homens. Sua forma de prevenção é a realização de exames de prevenção, como o exame de toque. 

Mesmo com o fim do tratamento de radioterapia, a equipe de Joe Biden não informou se o ex-presidente dos Estados Unidos está curado ou não. Além disso, o gabinete pessoal de Biden também não falou a respeito da continuação do tratamento por meio de outras terapias.

Senado dos EUA deixa funcionários sem salário

O shutdown dos EUA chega ao 20º dia com impacto direto sobre servidores do Senado: nesta segunda-feira (20), muitos deles deixaram de receber seus salários. Segundo o planejamento interno, o pagamento devido à primeira quinzena de outubro foi bloqueado em virtude da paralisação parcial do governo, que impede o uso de recursos públicos em certas atividades não autorizadas.

Enquanto isso, benefícios como saúde, aposentadoria e seguros continuam ativos, mas sem a remuneração mensal habitual. O salário dos legisladores, por sua vez, permanece garantido, por força da Constituição que assegura pagamentos diretos via Tesouro Nacional durante impasses orçamentários.

Suspensão de salários e expectativa de compensação

Os servidores afetados aguardam a retomada dos pagamentos assim que o impasse orçamentário for resolvido. Conforme comunicado do Senado, o depósito deverá ser restabelecido até três dias úteis após o encerramento do shutdown. Isso inclui os valores retroativos que ficaram retidos durante a paralisação. Contudo, a incerteza política entre democratas e republicanos amplia a ansiedade entre os funcionários públicos federais.

Mesmo sem receber salário, os servidores do Senado continuam sujeitos às obrigações contratuais e à prestação de atividades essenciais, segundo regulamentos internos. A paralisação fiscal, porém, afeta funções secundárias, adia pagamentos e cria pressão institucional para um acordo rápido no Congresso.


Governo de Trump lida com novo problema (Foto: reprodução/Kent Nishimura/CNN)


Contexto da paralisação e desdobramentos

O shutdown teve início em 1º de outubro após o Congresso não aprovar o novo orçamento federal dentro do prazo. As divergências centram-se em cortes propostos a programas como o Obamacare, que oferece subsídios de saúde a milhões de americanos. Democratas defendem a manutenção total desses fundos, enquanto aliados do presidente Trump insistem em redução de despesas.

O impasse bloqueia verbas para setores sem autorização emergencial e obriga que atividades essenciais sigam em funcionamento com orçamentos contingenciais. Durante o confronto, cerca de centenas de milhares de servidores deram férias não remuneradas ou continuaram no trabalho sem remuneração garantida até que o orçamento fosse aprovado.

A paralisação refletirá na economia e nos serviços públicos: atrasos em contratos federais, interrupções de programas sociais e represamento de investimentos são riscos latentes. Ainda assim, legisladores esperam que a crise tenha resolução ainda nesta semana, embora o clima de polarização política sugira cautela.

Para muitos servidores do Senado, o cenário é de apreensão, face à incerteza de quando o acordo será alcançado e o pagamento restabelecido. A situação expõe fragilidades no sistema orçamentário americano e ressalta como disputas ideológicas podem atingir diretamente a vida de quem trabalha para o governo.

Disputa comercial: Trump pressiona China com novas tarifas

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a ameaçar a China nesta segunda (20) e anunciou uma escalada significada das tarifas sobre os produtos chineses. Numa estratégia de pressão comercial, a partir do dia 1º de novembro, se Pequim não ceder às ações que Washington considera satisfatórias, poderá haver aplicação de tarifas adicionais de até 100% sobre importações chinesas.

Motivações

A motivação dos EUA está diretamente conectada ao uso que a China faz de terras raras e à percepção americana de que o país asiático adota práticas comerciais consideradas desleais. Com isso, Trump combina retórica de proteção da indústria nacional com contenção da dependência americana de cadeias de valor estratégicas, apontando a China como alvo central dessa política.

O presidente, Donald Trump, declarou hoje em entrevista na Casa Branca, que pretende retornar a Pequim no início de 2026 a convite do próprio país, até lá, representantes dos dois países irão se encontrar na Coreia do Sul para novas negociações.


Presidente Donald Trump e presidente Xi Jinping, da China (Foto: reprodução/Kevin Lamarque/G1)


Causas e consequências

Pequim, por sua vez, reagiu com vigor. O governo chinês classificou as ameaças tarifárias como “hipócritas” e reafirmou que não teme entrar em uma guerra comercial com os EUA, mantendo a via de retaliações. Essa dinâmica de escalada traz implicações globais. Analistas destacam que a disputa pode afetar cadeias de suprimentos, elevar custos para consumidores e exportadores, e gerar instabilidade no comércio internacional.

Para o Brasil, o novo capítulo da disputa comercial entre EUA e China representa um jogo de ganhos e perdas. A menor presença chinesa no mercado americano pode abrir espaço para o agronegócio e a mineração brasileiras, mas o aumento do fluxo de produtos chineses em direção à América Latina tende a acirrar a concorrência e ameaçar a produção local. Tudo dependerá das negociações entre Trump e Xi Jinping e de como o comércio global reagirá a mais essa rodada de tarifas

Presidente Trump celebra queda nos preços da carne nos EUA

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou recentemente que um novo acordo comercial realizado por sua administração resultou em uma redução significativa nos preços da carne no país. “Estamos trabalhando com carne bovina, e acho que temos um acordo que vai reduzir o preço”, disse Trump, destacando que a negociação beneficia diretamente os consumidores americanos. A declaração foi feita em meio a discussões sobre inflação e custos de alimentação, temas que têm afetado o orçamento das famílias em todo o país.

Trump descreveu o acordo como quase uma “mágica”, enfatizando que a redução de preços era um objetivo difícil de alcançar diante do cenário econômico global. Ele ressaltou que a medida visa fortalecer a produção nacional de carne, incentivar o setor agrícola e melhorar a competitividade do mercado interno. A iniciativa surge em um momento em que o preço da carne tem sido motivo de preocupação para consumidores e para o governo.

Impacto econômico e resposta do setor

A redução nos preços da carne anunciada pelo governo Trump tem múltiplas implicações para a economia americana. Especialistas afirmam que a medida pode aliviar parte da pressão inflacionária enfrentada pelos consumidores, especialmente diante do aumento dos custos de alimentos e energia. Analistas do setor agrícola indicam que o acordo provavelmente envolve negociações de importação e exportação, cortes temporários em tarifas e incentivos a produtores locais, medidas que podem reduzir os preços finais nas prateleiras.

O presidente reforçou o tom da medida durante uma coletiva, afirmando: “Esse seria o único produto que diríamos estar um pouco acima do que queremos — talvez mais alto do que queremos — e isso também vai cair em breve. Fizemos algo, usamos nossa mágica”. A fala reforça a percepção de que a iniciativa é fruto de ação direta do governo, e não apenas uma tendência de mercado.

Produtores de carne, distribuidores e grandes redes de supermercados foram diretamente impactados pelo acordo. Alguns empresários celebraram a iniciativa, destacando que ela pode estimular o consumo e aumentar a demanda, mesmo que os lucros individuais sejam ligeiramente reduzidos devido à diminuição do preço de venda. Por outro lado, críticos alertam que a redução de preços deve ser monitorada para não comprometer a sustentabilidade do setor, especialmente para pequenos produtores que enfrentam custos elevados.

Além disso, a medida vem em um momento em que os preços da carne nos Estados Unidos estavam em alta, pressionados por custos de transporte, insumos agrícolas e eventos climáticos que afetaram a produção. Ao anunciar a redução, Trump buscou reforçar sua imagem como um presidente atento às necessidades do cidadão comum.


O presidente Donald Trump (Foto: reprodução/Getty Images Embed/Anna Moneymaker)

Repercussão política e social

A declaração do presidente Donald Trump sobre o acordo gerou repercussão política imediata. Para aliados, a medida é um acerto estratégico que demonstra capacidade de negociação e foco em resultados práticos. A queda nos preços pode ser usada como argumento em campanhas e discursos, reforçando a ideia de um governo que busca soluções tangíveis para os desafios econômicos do país.

Do ponto de vista social, a redução nos custos de alimentos tem impacto direto no orçamento das famílias americanas. Muitos consumidores enfrentam dificuldades para equilibrar gastos essenciais, e o preço da carne é um dos itens mais sensíveis em qualquer cesta básica. Com a redução anunciada, famílias de diferentes classes podem perceber uma melhora no poder de compra, ainda que gradual.

Especialistas em políticas públicas ressaltam, no entanto, que a medida não resolve completamente os problemas estruturais da economia, como a inflação de longo prazo e os custos de produção agrícola, mas representa uma iniciativa de alívio imediato para os consumidores. Além disso, a comunicação clara das medidas é essencial para que o público compreenda o alcance real do acordo, evitando expectativas irreais.

A queda nos preços da carne, conforme anunciada pelo presidente, demonstra uma ação governamental direta voltada para o consumidor, com impactos econômicos e políticos relevantes. Enquanto aliados comemoram e consumidores observam aliviados a diminuição dos custos, analistas continuam avaliando os efeitos a longo prazo sobre o setor agrícola, a sustentabilidade dos preços e a dinâmica do mercado. Independentemente disso, a iniciativa coloca os preços da carne na agenda nacional, destacando a importância de políticas públicas e negociações estratégicas em momentos de inflação e desafios econômicos globais.

Diplomacia em foco: Brasil e EUA se reúnem para tratar de tarifaço em Washington

Brasília e Washington voltam a centralizar as atenções do cenário político-econômico internacional nesta quinta-feira (16), com a realização de uma reunião crucial de negociação entre o Brasil e os Estados Unidos. O encontro, que ocorrerá na capital norte-americana, visa discutir as tarifas impostas recentemente pelos EUA sobre uma gama de produtos brasileiros.

A pauta de negociações, confirmada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, é liderada pelo ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, e pelo secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, designado pelo presidente Donald Trump para representar os interesses americanos.

Diplomacia brasileira tenta reverter sobretaxa de Trump

A reunião presencial em Washington concretiza o acerto telefônico da semana anterior entre Vieira e Rubio. A diplomacia brasileira, com o chanceler em Washington desde a véspera e em preparação com técnicos do governo, busca uma solução para a sobretaxa de 50% anunciada por Trump, que atingiu diversas exportações brasileiras. Uma fonte com conhecimento do assunto, falando à Reuters sob anonimato, confirmou o agendamento da cúpula para hoje.

O contexto que envolve a imposição das tarifas é complexo e inclui elementos políticos. Trump justificou a medida citando, entre outros motivos, o processo judicial contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado, o qual o líder norte-americano classificou como “caça às bruxas”.


Matéria sobre a primeira reunião para negociar tarifaço (Vídeo: reprodução/YouTube/UOL)

Lula adota tom pragmático e reforça foco econômico em diálogo

Apesar da polarização política, o presidente Lula buscou sinalizar um foco pragmático nas tratativas comerciais. Durante discurso em cerimônia no Rio de Janeiro, na quarta-feira (15), Lula detalhou a recente conversa telefônica com Trump, mencionando que a questão do ex-presidente Bolsonaro não fez parte do diálogo, que se concentrou em temas da agenda econômica bilateral.

Em tom descontraído, Lula brincou com a declaração de Trump sobre a “excelente química” que teriam tido em um breve encontro na Assembleia-Geral da ONU, ao dizer que na ligação, “não pintou química, pintou uma indústria petroquímica”, destacando a importância da pauta econômica.

A reunião entre Vieira e Rubio testa o nível de aproximação e o canal de diálogo estabelecido entre os dois governos, após um período de tensões comerciais e políticas. A expectativa é que o encontro possa pavimentar o caminho para a suspensão ou, pelo menos, a redução das tarifas adicionais, essenciais para o reequilíbrio das relações comerciais e para o setor exportador brasileiro. O resultado deste diálogo definirá a trajetória da relação bilateral e o futuro das exportações do Brasil para um de seus principais parceiros comerciais.

EUA deixam top 10 dos passaportes mais poderosos do mundo, por conta do Brasil

Na última terça-feira (07/10), a consultoria Henley & Partners lançou mais uma edição do Henley Passport Index, o qual é um ranking global de passaportes. Esse ranking foi criado há 20 anos, e pela primeira vez os EUA ficaram de fora do top 10.

Esse ranking é feito com base em dados da Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA). Ele avalia como um passaporte forte aqueles que mais têm permissões para entrada em outros países sem visto. São analisados 199 passaportes e 227 destinos. Esse ranking funciona apontando as posições dos passaportes sem considerar os países que estão empatados. Portanto, o ranking pode ter, por exemplo, três países empatados em 1º lugar, e o próximo grupo aparece na 2ª posição, e não em 4º.

Motivos para os EUA perderam força

A Henley & Partners explica que a queda do documento americano na última década está relacionada a uma mudança fundamental na mobilidade global e na dinâmica do “soft power”. Os Estados Unidos estão ocupando a 12ª posição, empatado com o da Malásia, país que já esteve em primeiro lugar em 2014. Essa queda foi influenciada pela decisão do Brasil de voltar a exigir visto de entrada para turistas americanos em abril deste ano. Essa medida segue o princípio da reciprocidade. E o passaporte brasileiro perdeu sua colocação de 16º lugar. Agora, está em 19º lugar, empatado com Argentina e San Marino.


Imagem de um passaporte dos EUA (Foto: Reprodução/Getty Images Embed/Hyoung Chang)

Christian H. Kaelin, criador do Henley Passport Index, afirmou que nações que abraçam a abertura e a cooperação estão avançando rapidamente, enquanto aquelas que se apoiam em privilégios do passado estão sendo deixadas para trás. Portanto, vemos liderar o ranking países asiáticos e europeus.

Os passaportes mais e menos poderosos de 2025 

Os três países com passaportes mais fortes são países asiáticos, respectivamente Singapura, Coreia do Sul e Japão, que podem ir a 193, 190 e 189 destinos. Já em quarto lugar temos Alemanha, Itália, Luxemburgo, Espanha e Suíça com possibilidade de visitar 188 destinos. Em quinto lugar, a Áustria, Bélgica, Dinamarca, Finlândia, França, Irlanda e Holanda, podendo ir a 187 destinos. O primeiro não europeu se encontra em sexto lugar, a Nova Zelândia, empatada com Grécia, Hungria, Noruega, Portugal e Suécia com 186 destinos possíveis. Em 12° estão Estados Unidos e Malásia, com a possibilidade de visitar 180 destinos. E o Brasil se encontra em 19° lugar, empatado com Argentina e San Marino, com 169 destinos.


Publicação em uma rede social sobre o ranking da Henley & Partners (Foto: Reprodução/Instagram/@henleyglobalcitizens)

Para concluir, os 5 países com piores passaportes são países que ficam no continente da Ásia e da África. Em último lugar, o país com pior passaporte é o Afeganistão, com 24 destinos, ele fica na Ásia Central. Acima dele tem a Síria com 26 possíveis destinos, ele já fica no Oriente Médio. Outro país que fica no Oriente Médio e está acima dele é o Iraque, com 29 possibilidades de visita sem visto. Os países Paquistão, que fica no sul da Ásia, e Iémen, que está localizado na Península Arábica, estão empatados com 31 destinos possíveis. E a Somália, que fica na África, que pode visitar 33 destinos sem visto.