União Europeia retira suspensão e reconhece Brasil como livre da gripe aviária

A União Europeia reconheceu o Brasil como livre da gripe aviária e liberou novamente a importação de carne de frango brasileira. A decisão, divulgada nesta quinta-feira (4) pelo Ministério da Agricultura e Pecuária, reforça o peso da República Federativa do Brasil como maior exportador mundial do produto.

Atualmente, o bloco europeu ocupa a sétima posição entre os maiores compradores de frango brasileiro. Com essa medida, a China se torna o único grande mercado que ainda mantém restrição total às exportações vindas do Brasil.

Retomada impulsiona mercado brasileiro

O Brasil declarou-se livre da gripe aviária em 18 de junho, após 28 dias sem novos registros da doença em granjas. Assim, o marco foi possível depois da desinfecção completa na unidade de Montenegro (RS), onde ocorreu o primeiro e único foco do vírus em aves comerciais.

Portanto, com a decisão europeia, o setor avícola brasileiro projeta forte recuperação no mercado. Além da União Europeia, outros 16 países já tinham retomado a compra de carne de frango do Brasil, entre eles o Japão, terceiro maior importador, e o Iraque, nono maior destino.

Restrições em alguns mercados internacionais

Apesar do avanço, cinco países ainda mantêm bloqueio às exportações de frango de todo o território brasileiro: Canadá, China, Malásia, Paquistão e Timor-Leste. Desse modo, outros impõem restrições apenas ao Rio Grande do Sul ou a regiões específicas.


Países retiram restrições de carne de frango brasileira (Vídeo: reprodução/YouTube/Record News)

Paralelamente, o Brasil avança em medidas de prevenção. O Instituto Butantan, com autorização da Anvisa, iniciou em julho os testes clínicos da primeira vacina contra a gripe aviária desenvolvida em solo brasileiro. O estudo acompanhará voluntários por sete meses e avaliará a segurança e eficácia da imunização.

Em suma, a decisão europeia fortalece a posição brasileira no mercado internacional e abre caminho para novas negociações comerciais. Agora, o Brasil retoma as atividades, tanto no mercado quanto no combate à gripe aviária.

Novos casos de gripe aviária surgem no Ibirapuera

O Laboratório Federal de Defesa Agropecuária (LFDA) confirmou nesta sexta-feira (4) novas ocorrências de gripe aviária em São Paulo. A Defesa Agropecuária da Secretaria de Agricultura e Abastecimento (SAA) divulgou que três aves silvestres encontradas no Parque do Ibirapuera, na Zona Sul da capital paulista, testaram positivo para o vírus.

As aves são três Irerês (Dendrocygna viduata), que não residem no parque. O animal é um tipo de marreco, típico da África tropical, das Antilhas e da América do Sul. 

Monitoramento do caso

Segundo nota da gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos) pulbicada nesta sexta, a descoberta não representa risco para a população e nem requer a interdição do local. A SAA informou que “diante do caso, a Defesa Agropecuária, em conjunto com a direção do parque e com a Prefeitura, irá intensificar as atividades de educação sanitária no local a fim de conscientizar a população acerca dos procedimentos que devem ser adotados para evitar a propagação da doença”

A nota também ressalta que, como a população não está em risco, a produção avícola não sofrerá impacto. O consumo de carnes de aves e ovos é seguro, por isso não acontecerão embargos nas exportações, visto que se trata de infecção em ave silvestre.


No fim de junho deste ano, o Brasil cumpriu todos os protocolos e se autodeclarou livre da gripe aviária, após caso identificado no Rio Grande do Sul (Vídeo: reprodução/X/@canalgov)

Apesar da constatação das aves infectadas no Ibirapuera, o status sanitário do estado e do país não sofrerá alteração diante da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA). 

Identificação do vírus

A Influenza Aviária é provocada pelo Vírus de Influenza Tipo A. O vírus em questão é identificado por subtipos, com base nas proteínas de superfície. São 16 subtipos de hemaglutininas (H) e 9 subtipos de neuraminidases (N). São classificadas como Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP) ou Influenza Aviária de Baixa Patogenicidade (IABP).

As aves mais suscetíveis à doença são as domésticas e silvestres, principalmente as aquáticas, patos e marrecos. A pasta da Agricultura afirma que “o período de incubação da IAAP depende da dose infectante, via de exposição, espécie afetada e capacidade de detecção de sinais, podendo variar de algumas horas até 14 dias”

Este é um tipo de zoonose que interessa bastante à saúde pública e pode gerar impactos econômicos. 

Transmissão da doença

A transmissão do vírus ocorre por contato direto entre as aves, por meio de secreções nasais, oculares e fezes de aves infectadas, ou por contato indireto, pela água, alimento, fômites (objetos inanimados que servem como fonte de infecção), trânsito de pessoas, equipamentos, materiais, veículos, vestuários, produtos, insetos, roedores e outras pragas, cama, esterco e carcaças contaminadas. 


As aves no Parque Ibirapuera não apresentaram sintomas ou sinais clínicos (Vídeo: reprodução/YouTube/g1)

A Defesa Agropecuária orienta que a população não entre em contato com aves doentes ou mortas. Caso algum cidadão suspeite de alguma ave com “tremores na cabeça e no corpo, dificuldade respiratória, coriza nasal e/ou espirros, falta de resposta à tentativa de apanha, asas caídas, torção de cabeça e pescoço, incoordenação e perda de equilíbrio”, ou que estiver andando em círculos, deve evitar a manipulação do animal e acionar imediatamente a Defesa Agropecuária. 

Registros anteriores

O primeiro caso de gripe aviária em São Paulo em 2025 foi registrado no dia 14 de junho. Uma ave silvestre foi encontrada em Diadema com sintomas de letargia, dificuldade para voar, além de alterações respiratórias e neurológicas. 

O LFDA-SP confirmou o resultado positivo de IAAP no final da tarde de 13 de junho, em uma marreca-caneleira, espécie da ave silvestre migratória, sem relação alguma com granjas comerciais  ou produtos de alimentos. 

Vacina brasileira contra gripe aviária é autorizada pela Anvisa

Com autorização da Anvisa nesta terça-feira (1), a primeira vacina contra a gripe aviária desenvolvida no Brasil irá iniciar seus testes clínicos em humanos. Através dos testes realizados pelo Instituto Butantan, será possível testar a segurança e eficácia da vacina em gerar uma resposta segura e imunológica no ser humano. 

Cerca de 700 voluntários estão inseridos nesses testes, que ocorrerão nos estados de Pernambuco, Minas Gerais e São Paulo, contendo entre os grupos de pacientes, adultos e idosos.

Testes

De acordo com o Instituto Butantan, os voluntários vão receber duas doses do imunizante ou do placebo, tendo um intervalo de 21 dias entre as duas doses. Entretanto, entre os participantes, somente 1 a cada 7 irão receber o placebo, enquanto os outros 6 irão receber as doses da vacina.

Por 7 meses a seguir da aplicação das duas doses, os pacientes serão monitorados e acompanhados, através de visitas para avaliar a segurança e eficácia da vacina.


Galinhas estão entre os animais que sofrem com a doença viral (Foto: reprodução/Paula Bronstein/Getty Images Embed)


Gripe Aviária

Considerada com alto risco de contaminação, a forma mais comum da gripe aviária ou influenza (H5N1), normalmente atinge aves tanto domésticas quanto silvestres. Entre os sintomas causados nos animais, estão os problemas respiratórios. Outros animais que podem se contaminar são os ratos, gatos, cães, cavalos, porcos – sendo todos da categoria dos mamíferos. 

A contaminação dos seres humanos pode acontecer através de contato com aves que carregam a doença viral ou superfícies contaminadas com saliva, secreções nasais ou fezes dos animais. A taxa de mortalidade entre as pessoas tem uma porcentagem de mais de 60%, principalmente entre grupos de risco. São eles: imunodeprimidos, idosos e portadores de doenças que atingem o coração e/ou pulmões. Os sintomas são de uma gripe comum e o tratamento ocorre através de remédios antivirais.

De acordo com a Anvisa, entre 2003 e 2004, houveram registros de 954 humanos contaminados pela gripe aviária em 24 diferentes países, além de 464 mortes. A taxa de letalidade é de 48,6% e é considerada maior do que a registrada na pandemia de Covid-19, onde a porcentagem era menos de 1%.

Países retiram restrição à carne de frango do Brasil após caso de gripe aviária

Após o fim do período de espera, se encerrando na última quarta-feira (18), alguns dos países que bloquearam a importação de carne de frango brasileira, devido ao recente caso de gripe aviária, retiraram o embargo e agora já estão aptos a comercializar o produto com o Brasil novamente, conforme informou o Ministério da Agricultura, nesta terça-feira (24). Isso causará um impacto muito positivo em nossa nação, que é a maior produtora e exportadora de carne de aves do mundo.

A retirada do bloqueio

O Ministério da Agricultura confirmou, nesta terça-feira (24), que o bloqueio imposto à venda internacional de carne de frango, por conta de um caso de gripe aviária registrado em uma granja em Montenegro (RS), no mês passado, foi retirado por 17 nações.

Os países que voltaram a comercializar com o Brasil são: Argélia, Bolívia, Bósnia e Herzegovina, Egito, El Salvador, Iraque, Japão, Lesoto, Líbia, Marrocos, Mianmar, Montenegro, Paraguai, República Dominicana, Sri Lanka, Vanuatu e Vietnã.

O Brasil se declarou livre da doença na última quarta-feira (18), após o cumprimento de um prazo de 28 dias sem nenhum outro caso da doença em aves comerciais. Era esperado que depois desse período alguns países começassem a liberar a barreira sobre as vendas da carne de frango.


Granja em que ocorreu o caso de gripe aviária em Montenegro, Rio Grande do Sul (Foto: reprodução/SILVIO AVILA/AFP/Getty Images Embed)


O bloqueio, apesar de ser feito para evitar a transmissão da doença, ocasionando na contaminação de granjas no exterior, não deveria impactar a venda dos produtos, visto que a gripe aviária não é transmitida por meio de alimentos.

O impacto dos bloqueios

Apesar de algumas nações, como o Japão, que é o terceiro maior comprador do Brasil, o Iraque e a Coreia do Sul já terem derrubado o embargo sobre a importação da carne de aves vinda de território brasileiro, ainda há países que mantém a barreira.


Carnes de frango à venda em mercado (Foto: reprodução/Cris Faga/NurPhoto/Getty Images Embed)


A China, que é o maior comprador, continua com o bloqueio para todos os estados. A União Europeia, o sétimo maior cliente do Brasil, juntamente com outros 14 países, também mantém o embargo sobre todo o país. Em mais 19 países, o bloqueio é sobre todo o Rio Grande do Sul, enquanto que em outros 3, a imobilização diz respeito somente à região de Montenegro.

São Paulo confirma primeiro caso de gripe aviária em 2025 em ave migratória

O primeiro caso de gripe aviária de 2025 em São Paulo foi confirmado nesta sexta-feira (13). A infecção ocorreu em uma ave silvestre — uma marreca-caneleira — encontrada em Diadema, na Região Metropolitana. O animal apresentava sintomas respiratórios e neurológicos, além de letargia e dificuldade para voar.

A ave foi isolada e testada, assim comprovando o resultado positivo para Influenza Aviária de Alta Patogenicidade, conforme informado pelo Laboratório Federal de Defesa Agropecuária (LFDA-SP). O caso não tem relação com granjas comerciais nem com a produção de alimentos.

Estado reforça que não há riscos para consumo de carne e ovos

A Secretaria de Agricultura de São Paulo informou que o episódio não altera o status sanitário do estado nem impacta as exportações. As autoridades também afirmam que não há risco à população ou à cadeia produtiva de carne e ovos, já que se trata de uma ave silvestre.

Também não há registros da doença em humanos. As Equipes da Defesa Agropecuária farão vigilância na área e garantem que não há estabelecimentos de criação de aves num raio de 10 km do caso.


Entenda o que é a gripe aviária (Vídeo/YouTube/CNN Brasil)

Câmara reage a avanço da gripe aviária

A Câmara dos Deputados agilizou dois projetos de lei para conter a gripe aviária após o registro do primeiro caso da doença em granja comercial no Rio Grande do Sul. Logo, a votação simbólica aprovou o regime de urgência. Enquanto isso, um novo foco foi detectado em Mato Grosso, mas em criação doméstica.

O Ministério da Agricultura reforça que as exportações seguem seguras e que medidas sanitárias foram intensificadas nas áreas afetadas.

População deve evitar contato com aves doentes

O governo recomendou que ninguém toque em aves com sinais clínicos como letargia, dificuldade de locomoção ou comportamento anormal. A infecção humana ocorre principalmente por contato direto com animais contaminados.

A Secretaria Estadual da Saúde acompanha o caso com outras pastas e já ativou o plano de contingência para possíveis infecções humanas.


Gripe aviária em aves domésticas acende alerta no Brasil, mas não afeta exportações

O Ministério da Agricultura e Pecuária confirmou no sábado (7) um novo caso de gripe aviária em aves domésticas na cidade de Campinápolis, em Mato Grosso. No domingo (8), o governo começou a agir, adotando medidas de controle e vigilância, como a instalação de barreiras sanitárias e a desinfecção de veículos que passam pela região.

Medidas de controle e vigilância adotadas pelo governo

O Ministério informou que não existem granjas comerciais na região com gripe aviária. Por isso, o caso não afeta o consumo, a exportação dos produtos do Brasil e nem o prazo de segurança. Já, o Serviço Veterinário Oficial, isolou a propriedade onde identificou o caso e coletou amostras para exames, que confirmaram a presença da gripe aviária, segundo o Mapa.

O Ministério explicou que o caso aconteceu em aves criadas para o próprio consumo e que isso não prejudica a venda de produtos de aves do Brasil para outros países. O consumo e a exportação continuam seguros. Também afirmou que esse novo caso não muda o prazo de 28 dias de segurança após a limpeza da área de Montenegro (RS), onde houve um foco em aves comerciais.


Matéria sobre a queda de exportações de carne de frango (vídeo: reprodução/X/@BandJornalismo)

Impactos da gripe aviária nas granjas comerciais e nas exportações brasileiras

Em maio de 2023, as autoridades encontraram o primeiro caso de gripe aviária em aves silvestres no Brasil. No entanto, o primeiro caso da doença em uma granja comercial só ocorreu dois anos depois, em 15 de maio de 2025, na cidade de Montenegro, no Rio Grande do Sul. Antes desse caso, as autoridades só tinham encontrado focos da doença em aves silvestres ou criadas para o próprio consumo.

As equipes terminaram a limpeza da granja com gripe aviária em Montenegro no dia 21 de maio. A partir de 22 de maio, se não registrarem novos casos em granjas comerciais durante esse período, o Brasil poderá se declarar livre da doença.

O Ministério da Agricultura diz que a gripe aviária não passa pelo consumo de carne de frango ou ovos e que o país, também, nunca teve casos da doença em pessoas. Esse primeiro caso em uma granja comercial é significativo porque o Brasil exporta mais carne de frango que qualquer outro país.

Cerca de 160 países importam frango do Brasil, sendo a China o principal destino. Com a confirmação de um caso de gripe aviária, esses países interrompem as compras, seguindo regras sanitárias. Em alguns casos, as autoridades aplicam o bloqueio a todo o território nacional. Em outros, elas restringem apenas os produtos vindos da região onde identificaram o foco da doença.

Câmara acelera análise de projetos contra a gripe aviária

Nesta segunda-feira (26), a Câmara dos Deputados aprovou, por meio de votação simbólica, o regime de urgência para dois projetos de lei relacionados diretamente ao combate à gripe aviária. Com a aprovação, as propostas seguem diretamente para o plenário, sem a necessidade de análise prévia pelas comissões.

Esse avanço ocorre em um momento especialmente crítico: o Brasil confirmou o primeiro caso da doença em uma granja comercial no Rio Grande do Sul — um fato que já começa a impactar negativamente as exportações de carne de frango, uma das principais engrenagens da economia nacional e um dos pilares do agronegócio brasileiro.

Projeto cria fundo para indenizar produtores rurais

Entre os projetos com urgência aprovada, ganha destaque aquele que institui o Fundo Nacional de Defesa Agropecuária (Fundagro), de autoria do ex-deputado Jerônimo Goergen (RS). O objetivo principal é oferecer compensação financeira a produtores que precisem eliminar animais ou cultivos em ações de controle sanitário.

Além disso, o Fundagro servirá como fonte de financiamento para ações preventivas e emergenciais em saúde animal e vegetal. O deputado Pezenti (MDB-SC), relator do projeto na Comissão de Agricultura, agora acompanha sua tramitação em ritmo acelerado no plenário.


Gripe aviária: Câmara dos Deputados aprova urgência para proteger agronegócio (Vídeo: reprodução/Youtube/Times Brasil)

Outro projeto garante bônus a fiscais em ação extra

Já o segundo projeto, apresentado pelo deputado Danilo Sávio (PL-MG), propõe indenizações para fiscais agropecuários que ultrapassarem a jornada regular durante inspeções em locais de produção animal. A proposta também inclui adicionais para auditores fiscais e auxiliares que atuem em regimes de inspeção permanente.

A deputada Daniele Reinehr (PL-SC) foi designada como relatora do texto. Com essa iniciativa, o Congresso busca valorizar os profissionais que atuam na linha de frente da vigilância sanitária, especialmente em tempos de crise sanitária no setor.

Ao acelerar a análise dessas medidas, a Câmara demonstra agilidade frente à ameaça da gripe aviária, reforçando seu compromisso com a proteção da produção agropecuária e a estabilidade da economia rural.

Brasil enfrenta queda nas exportações de frango após casos de gripe aviária

A Secretaria de Comércio Exterior (Secex) divulgou nesta segunda-feira (26) os dados das exportações brasileiras de maio. O levantamento aponta uma queda de 1,5% nas vendas externas de carne de frango. O recuo ocorre após a confirmação do primeiro caso de gripe aviária em uma granja comercial, o que levou grandes importadores a imporem restrições.

A exportação de carne de aves, incluindo miudezas frescas, refrigeradas e congeladas, registrou média diária de 19,9 mil toneladas em maio. No mesmo período do ano passado, o volume foi de 20,2 mil toneladas por dia, segundo a Secex.

Até a terceira semana do mês, antes da confirmação do foco de gripe aviária no Rio Grande do Sul, os números indicavam um leve crescimento de 0,2% na exportação de carne de frango. No entanto, as restrições impostas por importadores impactaram os resultados do mês.

Exportações afetadas por casos de gripe aviária

Países como China, África do Sul, Filipinas, União Europeia, México e Iraque aplicaram embargos totais à exportação de carne de frango. Esses países, que estiveram entre os principais compradores no último ano, agora restringem as compras devido a preocupações sanitárias.

Além disso, na sexta-feira (23), o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, anunciou que a Coreia do Sul, décimo maior destino da carne brasileira em 2024, adotará uma abordagem regionalizada. Dessa forma, os embargos serão limitados ao estado do Rio Grande do Sul, reduzindo o impacto sobre as exportações nacionais. No total, 40 países impuseram restrições, parciais ou totais, às exportações brasileiras de carne de frango.


Governo orienta sobre medidas contra gripe aviária (Foto: reprodução/X/@govbr)

Casos de gripe aviária preocupam setor

Atualmente, o Brasil investiga 18 casos suspeitos de gripe aviária, incluindo ocorrências em granjas comerciais, criações domésticas e aves silvestres. Em Montenegro, no Rio Grande do Sul, surgiu o primeiro foco confirmado em uma granja comercial, levando diversos países importadores a impor restrições.

Especialistas alertam para a possível adaptação do vírus a mamíferos, mesmo que ainda não se tenha identificado nenhuma mutação relevante. Por enquanto, o governo monitora os casos e reforça medidas de controle para conter a disseminação da doença.

Brasil lidera exportação de frango

O Brasil se consolidou como o maior exportador de carne de frango do mundo, abastecendo mercados em mais de 170 países. Em 2024, o país embarcou 5,3 milhões de toneladas do produto, gerando uma receita de US$ 9,9 bilhões, reforçando sua posição no comércio global.

Entretanto, embargos impostos por grandes importadores, representam desafios para o setor. Entretanto, o governo e a indústria buscam alternativas para reverter essas restrições, fortalecendo protocolos sanitários e negociando com parceiros comerciais para garantir a continuidade das exportações.

Gripe aviária limita exportações da carne de frango brasileira

Brasil, maior exportador mundial de carne de frango, enfrenta novas turbulências no mercado internacional após a confirmação de um caso de gripe aviária em uma granja comercial no Rio Grande do Sul. O Ministério da Agricultura atualizou, nesta quinta-feira (22), a lista de países que suspenderam as importações de frango brasileiro. A Arábia Saudita endureceu sua posição, enquanto a União Eurasiática reduziu o alcance de seu bloqueio

Restrição união euroasiática

A Arábia Saudita, quarto maior comprador da carne de frango brasileira, ampliou o embargo que antes era restrito ao município de Montenegro e agora passa a abranger todo o estado do Rio Grande do Sul, onde foi registrado o foco da doença. A decisão aumenta a pressão sobre o setor avícola brasileiro, que já vinha sofrendo com medidas de contenção adotadas por outros países.

Por outro lado, a União Eurasiática — composta por Rússia, Bielorrússia, Armênia e Quirguistão — aliviou as restrições. Inicialmente, o grupo havia bloqueado a compra de frango de todo o território brasileiro. Agora, o embargo vale apenas para os produtos oriundos do Rio Grande do Sul.


Ministro da Agricultura Carlos Fávaro em reunião com a imprensa (Foto: reprodução/Instagram/@ mapa_brasil)


Embargo as exportações

A entrada dos Emirados Árabes Unidos na lista de países com restrições também chama atenção. Segundo maior cliente da exportação de frango do Brasil, o país aplicou o embargo de forma localizada, apenas para o município de Montenegro. De acordo com o Ministério da Agricultura, o impacto prático é limitado, já que o único frigorífico exportador da região está fora do raio de risco da contaminação.

As exportações de ovos, que representam apenas 1% da produção nacional, seguem praticamente inalteradas. Apenas o Chile suspendeu as compras. Estados Unidos, Japão, México e os próprios Emirados seguem importando normalmente. O Brasil segue sem novos casos desde a desinfecção da granja em Montenegro, finalizada na quarta-feira (21). Se nenhuma nova ocorrência for registrada nos próximos 28 dias, o país poderá se declarar livre da doença — mas o retorno ao mercado internacional pode demorar.

Japão suspende parcialmente importação de frango do Brasil após surto de gripe aviária

O Japão suspendeu, na última sexta-feira, as importações de carne de aves provenientes da cidade de Montenegro e de aves vivas de todo o estado do Rio Grande do Sul, após a confirmação do primeiro surto de gripe aviária em uma granja comercial brasileira. A medida foi anunciada por uma autoridade do Ministério da Agricultura japonês nesta segunda-feira.

Como o Brasil é o maior exportador mundial de carne de frango, o incidente levou outros países, como China, México, Chile e União Europeia, a imporem restrições semelhantes. Em resposta, o governo brasileiro intensificou as ações de contenção, incluindo a formação de uma força-tarefa para erradicar o foco e reforçar a vigilância sanitária nas regiões afetadas.

Restrição do Japão afeta quase 70% das importações de carne de frango brasileiras

A suspensão das importações por parte do Japão, que depende fortemente do frango brasileiro, pode impactar o mercado interno japonês, especialmente em um momento de alta nos preços dos alimentos. Em 2024, o Japão importou cerca de 429 mil toneladas de carne de frango do Brasil.


Vídeo da CNN Brasil explicando o que é a gripe aviária e as formas de transmissão (Vídeo: reprodução/X/@CNNBrasil)

O que é a gripe aviária

A gripe aviária, também conhecida como influenza aviária, é uma doença viral altamente contagiosa que afeta principalmente aves. Inicialmente, um surto geralmente ocorre quando aves migratórias, que são hospedeiras naturais do vírus, transmitem a infecção para aves domésticas, como galinhas e patos. Essa transmissão pode ocorrer por meio do contato direto ou indireto com secreções contaminadas, como fezes e fluidos corporais. Essas aves selvagens podem introduzir o vírus em novas regiões durante suas rotas migratórias, contaminando ambientes como fontes de água, ração e utensílios utilizados na criação de aves domésticas.

A transmissão para humanos é rara e, quando ocorre, está associada ao contato próximo com aves infectadas ou ambientes contaminados. As principais formas de infecção incluem:

  • Contato direto com aves doentes, vivas ou mortas;
  • Manipulação de carne crua ou penas de aves infectadas;
  • Inalação de partículas presentes em fezes ou secreções das aves;
  • Consumo de carne de aves mal cozida.

A transmissão de pessoa para pessoa é extremamente rara e não sustentada. No entanto, especialistas expressam preocupação de que mutações no vírus possam aumentar sua capacidade de infectar humanos e facilitar a transmissão entre pessoas.