União Europeia anuncia 2,3 bilhões de euros para reconstrução da Ucrânia

Comissão Europeia anunciou nesta quinta-feira (10) um pacote de apoio financeiro de 2,3 bilhões de euros à Ucrânia, com o objetivo de impulsionar os esforços de reconstrução do país diante da devastação provocada pela guerra em curso com a Rússia. A iniciativa foi apresentada durante uma conferência internacional realizada em Roma, que reuniu líderes e representantes de diversas nações para debater estratégias de recuperação para o território ucraniano

Orçamento de reconstrução

Do total anunciado, 1,8 bilhão de euros será disponibilizado por meio de garantias de empréstimos, enquanto os 580 milhões restantes serão repassados como doações por instituições financeiras públicas internacionais e bilaterais. A medida integra o Quadro de Investimentos para a Ucrânia, um plano mais amplo que busca atrair até 10 bilhões de euros em aportes para reconstruir infraestruturas, reativar a economia e restaurar serviços essenciais no país.

O anúncio ocorre em meio à intensificação dos ataques russos, com Kiev sendo alvo de bombardeios consecutivos nos últimos dias. Nesta quinta-feira, centenas de drones e dezenas de mísseis atingiram a capital ucraniana, resultando em novas mortes e aumentando a urgência por ajuda internacional. Esse cenário reforça a necessidade de apoio contínuo por parte dos aliados ocidentais para sustentar a resistência ucraniana e permitir a retomada da normalidade em regiões fortemente atingidas.


Vista interna do Parlamento Europeu, em Estrasburgo, França (Foto: reprodução/Christopher Furlong/Getty Images Embed)


Fundo de apoio internacional

Além dos recursos diretos, a Comissão Europeia também revelou a criação de um fundo de ações dedicado à reconstrução, com participação inicial do Banco Europeu de Investimento e dos governos da França, Alemanha, Itália e Polônia. Com capital inicial de 220 milhões de euros, a expectativa é de que o fundo mobilize até 500 milhões de euros até 2026, canalizando investimentos para projetos sustentáveis e estratégicos de longo prazo.

A movimentação da União Europeia reforça o comprometimento do bloco com a estabilidade da Ucrânia e com a preservação da ordem democrática na região. Embora o conflito ainda persista, as ações voltadas à reconstrução demonstram um esforço conjunto para garantir que o país tenha os meios necessários para superar os danos da guerra e retomar seu desenvolvimento econômico e social.

Ex-Ministro dos Transportes Russo é encontrado morto logo após deixar governo

Roman Starovoit foi encontrado morto dentro de seu carro nesta manhã de segunda-feira (07/07) apenas algumas horas após ser demitido do Ministério por Vladimir Putin. De acordo com a apuração do jornal russo “Izvestiya”, o ex-ministro teria tirado a própria vida com uma arma de fogo. Um decreto presidencial foi publicado noticiando a exoneração do caro, sem, contudo, explicitar maiores justificativas. Starovoit estava à frente do Ministério desde maio de 2024 e enfrentava investigações por corrupção em sua antiga gestão, enquanto governador da região de Kursk, que faz fronteira com a Ucrânia.

Hipótese de suicídio

Segundo a agência de notícias Reuters, o Comitê Investigativo da Rússia, responsável pela investigação de crimes graves, trabalha para que haja uma conclusão precisa sobre o momento em que ocorreu a morte, pois, por ora, há muitos relatos conflitantes, não obstante, Roman Starovoit tenha sido encontrado, dentro de seu carro, já sem vida, com um ferimento de bala e, ao lado de seu corpo, segundo apontam vários meios de comunicação russo, uma pistola pertencente a ele mesmo, o que leva à suspeita de suicídio.

O suposto ato teria sido cometido algumas horas após o ex-ministro ter sido desligado de seu cargo no Ministério dos Transportes, sem maiores justificativas, pelo atual Presidente Russo, Vladimir Putin, cargo que Starovoit ocupava desde maio de 2024.


Vladimir Putin e Roman Starovoit (Foto: reprodução/X/@bosunatiklama)


Antes de ser nomeado Ministro, Roman governou a região de Kursk, que faz fronteira com a Ucrânia. Seu sucessor, Alexei Smirnov, foi acusado, em abril deste ano, por desvio de dinheiro público destinado à defesa, o que teria deixado a região mais vulnerável aos ataques ucranianos, na guerra em vigor há 4 anos.

Muito pressionado para justificar os motivos que levaram à exoneração do ex-Ministro, o porta-voz do Kremlin Dmitry Peskov apenas se limitou a dizer que caso Putin tivesse perdido a confiança em Starovoit, isso estaria expressamente mencionado no comunicado oficial, o que não ocorreu.

Antes de ser nomeado Ministro, Roman governou a região de Kursk, que faz fronteira com a Ucrânia. Seu sucessor, Alexei Smirnov, foi acusado, em abril deste ano, por desvio de dinheiro público destinado à defesa, o que teria deixado a região mais vulnerável aos ataques ucranianos, na guerra em vigor há 4 anos.

Crise na Rússia

Em virtude da guerra travada com a Ucrânia, a Rússia enfrenta uma crise nos meios de transporte e é nesse clima que ocorre a demissão de Starovoit. O setor de aviação, por exemplo, está com falta de peças de reposição e a Russian Railways, a estatal ferroviária russa, responsável pelo transporte de cargas e passageiros, uma das maiores do mundo, enfrenta crise provocada pelas altas taxas de juros, necessárias para conter a inflação.

Nomeação de Andrei Nikitin

Para ocupar o cargo anteriormente sob a responsabilidade de Starovoit, Putin nomeou Andrei Nikitin como Ministro Interino dos Transportes, ele que foi governador da região de Novgorod. Ao ser questionado sobre a rápida nomeação de Nikitin, o porta-voz do Kremlin, Peskov, disse:

“No momento, na opinião do presidente, as qualidades profissionais e a experiência de Andrei Nikitin contribuirão melhor para garantir que esta agência, que o presidente descreveu como extremamente importante, cumpra suas tarefas e funções.”


Nomeação de Andrei Nikitin como Ministro Interino dos Transportes Russo

O recém-nomeado Ministro não fez nenhum comentário sobre seu encontro com Putin, exceto sobre a enorme tarefa para reduzir os gargalos de carga e garantir fluxos transfronteiriços de mercadorias mais tranquilos.

Putin ordena o maior ataque aéreo contra a Ucrânia desde inicio da guerra

Durante a noite de quinta-feira e a madrugada de sexta, a Rússia realizou o maior ataque aéreo contra a Ucrânia desde o começo da guerra, segundo autoridades ucranianas. A ofensiva envolveu 539 drones e 11 mísseis lançados de forma coordenada.

O bombardeio aconteceu pouco antes de uma conversa programada entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky. O ataque também veio um dia após Trump ter falado com o presidente da Rússia, Vladimir Putin — ligação que, segundo Trump, terminou sem avanços concretos.


Charge sobre conversa dos presidentes Putin e Trump (Foto: Reprodução/X/@AgenciaEll69700)


Na noite de quinta-feira e na madrugada de sexta, a Rússia fez seu maior ataque aéreo contra a Ucrânia desde o início da guerra. Segundo autoridades ucranianas, foram lançados 539 drones e 11 mísseis de forma coordenada. Esse bombardeio aconteceu poucas horas antes de uma conversa entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky — e um dia após Trump falar com o presidente russo, Vladimir Putin, sem chegar a nenhum acordo.

A Força Aérea da Ucrânia classificou a ofensiva como a mais intensa já registrada em número de projéteis. Zelensky informou, em uma publicação na rede X, que 270 dispositivos foram abatidos, sendo 208 por guerra eletrônica. Pelo menos 23 pessoas ficaram feridas. Segundo ele, os alertas de ataque começaram quase ao mesmo tempo que as notícias sobre a ligação entre Trump e Putin. “Foi uma noite brutal e sem sono”, declarou.

Cidades atingidas

Kiev foi o principal alvo, mas outras regiões como Dnipro, Sumy, Kharkiv e Chernihiv também foram atacadas. Ferimentos ocorreram não só pelas explosões, mas também por destroços que caíram dos projéteis interceptados.

A Rússia tem aumentado a frequência de seus ataques recentemente. Segundo a agência AFP, junho teve número recorde de mísseis e drones lançados. Mesmo com o ataque, Putin disse estar aberto a negociações com a Ucrânia, mas reforçou que seus objetivos militares continuam. Trump, por sua vez, expressou frustração com o tom da conversa com o líder russo.

EUA cancela envio de armas

Enquanto isso, os EUA anunciaram que vão suspender o envio de armas específicas à Ucrânia, alegando motivos de segurança nacional. Autoridades ucranianas pedem mais apoio internacional e novas sanções à Rússia, reforçando que a pressão econômica é essencial para frear a guerra.

A guerra entre Ucrânia e Rússia se estende há muitos anos, desde a disputa da Criméia em 2014. Mas esse conflito se intensivou desde a invasão de grande escala russa no território ucraniano em fevereiro de 2022.

Rússia nega atrasos nas negociações de paz, mas intensifica ataques à Ucrânia

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, negou nesta terça-feira (1) que a Rússia esteja retardando negociações de paz em relação à guerra na Ucrânia. A declaração foi uma resposta direta à crítica do enviado especial de Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, para a Ucrânia, que havia acusado Moscou de estagnar os avanços diplomáticos.

“Ninguém está atrasando nada aqui”, afirmou Peskov aos jornalistas, reforçando que a Rússia “é naturalmente favorável a alcançar os objetivos da operação militar especial por meios políticos e diplomáticos”.

Apesar do discurso conciliador, a realidade nos campos de batalha contradiz a fala do Kremlin. Na madrugada de domingo (29), a Ucrânia sofreu o maior ataque aéreo desde o início da invasão russa, em fevereiro de 2022. Segundo a Força Aérea da Ucrânia, mais de 500 armas aéreas foram lançadas contra o país em poucas horas — incluindo 477 drones e iscas, além de 60 mísseis. Embora a maioria tenha sido interceptada, os danos causados marcam uma escalada agressiva no conflito.

Discurso de paz, ações de guerra

Peskov disse ainda que Moscou é grata à equipe de Trump pelos esforços de mediação e que não tem interesse em prolongar o conflito. No entanto, enquanto o Kremlin insiste na retórica da paz, a Rússia continua bombardeando alvos em território ucraniano diariamente, inclusive áreas civis.


Soldados testam drone militar na região pró-Rússia de Donetsk (Foto: reprodução/Anadolu/Getty Images Embed)


A seção de direitos humanos da ONU divulgou, na segunda-feira (30), um relatório alarmante: as vítimas civis e as violações de direitos humanos aumentaram significativamente nos últimos meses, com destaque para os ataques com drones, que vêm se tornando cada vez mais letais. “A escalada é clara”, afirmou o escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (OHCHR), que monitora o conflito.

Paz distante

A guerra, que completa três anos em 2025, parece longe de um fim. As falas do Kremlin contrastam com os dados divulgados por agências internacionais e com a intensidade dos ataques em solo ucraniano.

Embora a Rússia afirme que busca a resolução por vias diplomáticas, a realidade sugere um cenário oposto: um conflito cada vez mais violento, com consequências trágicas para a população civil de ambos os países.

Trump defende tarifas e papel global dos EUA

Durante uma coletiva de imprensa realizada na tarde de sexta-feira (27), na Casa Branca, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a adotar um tom firme em relação à política comercial e à segurança nacional. Ele reafirmou que o país continuará a impor tarifas a nações que, segundo ele, “se aproveitam dos Estados Unidos”. Trump destacou que essas tarifas estão gerando receitas significativas para o governo e incentivando empresas a retornarem suas operações ao território americano, fortalecendo a economia interna.

Trump faz menção a Otan

O presidente também fez menção à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), dizendo esperar que a Espanha e outros membros que ainda não cumprem com o compromisso de aumento nos gastos com defesa passem a contribuir de forma mais significativa nos próximos anos. Segundo ele, os EUA têm arcado com uma parcela desproporcional dos custos da aliança militar e essa situação precisa mudar.

Em relação à economia doméstica, Trump defendeu seu projeto de reforma tributária, chamando-o de “grande e lindo”, e pediu que os impactos positivos das tarifas comerciais — como a geração de receita e a volta de investimentos — sejam levados em conta na sua aprovação. Ele também se posicionou sobre programas sociais importantes, como o Medicare e o Medicaid, garantindo que pretende fortalecê-los, diferentemente, segundo ele, dos democratas, que desejariam enfraquecê-los.

Mais sobre as criptomoedas

Sobre o mercado de criptomoedas, Trump surpreendeu ao afirmar que, embora não invista diretamente em bitcoin, enxerga valor estratégico no desenvolvimento desse setor. Ele afirmou que está empenhado em criar um ambiente favorável para a indústria de criptoativos nos EUA, considerando que essa tecnologia pode reduzir a pressão sobre o dólar e gerar novas oportunidades econômicas.


Criptomoedas (Foto: reprodução/Getty Images Embed/koto_feja)


No cenário internacional, Trump se colocou como um mediador global da paz, mencionando sua atuação em conflitos como os do Oriente Médio, a tensão entre Índia e Paquistão e crises em países africanos. Ele chegou a afirmar que impôs sanções comerciais como forma de dissuadir uma possível guerra entre Índia e Paquistão, que, segundo ele, poderia ter escalado para um conflito nuclear. “Ambos os países têm líderes fortes, e conseguimos chegar a um entendimento”, declarou.

Em relação aos protestos domésticos contra políticas de imigração, Trump criticou o governador da Califórnia, Gavin Newsom, afirmando que a situação no estado estava fora de controle antes da intervenção da Guarda Nacional. Ele afirmou ainda que teria respaldo legal para usar forças militares mais pesadas, se necessário, para restaurar a ordem.

Israel intensifica controle militar no Oriente Médio diante de ameaças nucleares

Em meio às crescentes tensões no Oriente Médio, o governo de Israel reforça sua presença militar na região com o objetivo de conter o avanço de programas nucleares que considera uma ameaça direta à sua existência. O ministro da Defesa, Israel Katz, ordenou a preparação de um plano estratégico de longo prazo para impedir a fabricação de mísseis e bombas atômicas por países adversários, principalmente o Irã.

A Operação Leão Ascendente e o suposto plano iraniano

A decisão de Katz vem na esteira da recente Operação Leão Ascendente, ofensiva militar que resultou na destruição de instalações militares iranianas e na morte de cientistas ligados ao programa nuclear do país.

A operação, celebrada nas redes sociais pela Força de Defesa de Israel (IDF), foi descrita como “uma das mais ousadas e bem-sucedidas da história de Israel”. Em sua conta oficial no Twitter, a IDF declarou que a missão foi parte de uma nova doutrina de defesa, que mescla ações preventivas e ofensivas para preservar a segurança nacional.


Israel Katz agradece apoio dos Estados Unidos na Operação Leão Ascendente (reprodução/X/@Israel_katz)

Segundo o general Effie Defrin, o Irã estaria muito próximo de obter urânio enriquecido em quantidade suficiente para construir armas nucleares. Ele afirma possuir provas da existência de um plano chamado de “Plano de destruição de Israel”, que teria como objetivo o aniquilamento do território israelense por meio de mísseis atômicos.

Diante dessa suposta ameaça iminente, Defrin declarou: “Não havia escolhas”, justificando a ofensiva como uma medida necessária para garantir a sobrevivência do povo judeu.

Controle regional como estratégia de sobrevivência

Para Israel, o domínio militar da região é uma questão de sobrevivência. O país tem adotado uma postura cada vez mais ofensiva frente a qualquer sinal de ameaça, buscando neutralizar riscos antes que eles se concretizem.

A instrução para desenvolver novos planos militares na região demonstra que Tel Aviv pretende manter sua influência estratégica sobre os países vizinhos, especialmente sobre áreas onde há indícios de desenvolvimento armamentista e presença de grupos terroristas.

O controle do Oriente Médio, para o governo israelense, deixou de ser apenas uma questão de geopolítica e passou a ser tratado como um imperativo existencial. Diante de inimigos declarados e da possibilidade de armas nucleares em mãos adversárias, Israel aposta em ações militares diretas como forma de garantir sua segurança e perpetuação enquanto Estado.

Coreia do Norte pode enviar forças militares na Ucrânia em apoio a Rússia, dizem autoridades da Coréia do Sul

A Coreia do Norte estaria sendo acusado por autoridades sul-coreanos de considerar enviar tropas militares em direção a Rússia, para ajudar em uma invasão de larga escala na Ucrânia. As informações foram veiculadas por autoridades parlamentares de Seul, incluindo também relatos de que militares norte-coreanos estariam dando suporte bélico para o ataque russo.

Denúncia sul-coreana

Segundo Lee Seong-kweun, o NIS (Serviço Nacional de Inteligência) acredita que forças russas estariam planejando realizar um ataque em larga escala contra o território ucraniano. A guerra da Ucrânia tem se alastrado desde o ano de 2021, sendo um dos maiores conflitos em solo europeu pós-segunda guerra mundial e consequentemente o maior deste século atual.


Coreia do Norte considera envio de tropas na Ucrânia (Foto: reprodução/X/wartransleted)

Com pretensão de obter apoio para o lançamento de satélites e também assessoria técnica para o lançamento de mais misseis do programa militar norte-coreano, Pyongyang ainda estaria enviando munição e artilharia balística para a manutenção da guerra para o lado russo. A Coreia do Norte ainda não havia se pronunciado oficialmente após a as acusações da Coreia do Sul, mostrando os fatos reais ainda neste mês de junho.

Pacto Militar

Depois de meses de silêncio, a Coreia do Norte e a Rússia confirmaram o envio de soldados norte-coreanos e seu envolvimento na ofensiva de Moscou contra a Ucrânia para reconquistar a área de Kursk. As duas nações declararam que a colaboração se fundamenta no acordo assinado pelos seus líderes em junho do ano anterior, o qual contempla um tratado de defesa conjunta.

As animosidades das duas nações do leste europeu, estariam indo além da fronteiras russo-ucranianas. Kim Jong-un, líder supremo da Coreia do Norte estreitou seu laços com o presidente russo, Vladmir Putin. O chefe de Estado norte-coreano, deixou claro ainda recentemente que apoiara a aliada Rússia frente a todos os conflitos que o pais euroasiático tem enfrentado desde sua decisão de invasão a vizinha Ucrânia.

Trump nega retirada de material de instalações nucleares do Irã

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, negou que tenha havido qualquer retirada de material radioativo das instalações nucleares do Irã antes dos ataques realizados recentemente por forças americanas e israelenses. Segundo Trump, ninguém conseguiu remover ou esconder o urânio dessas áreas, já que considerou o processo “muito difícil, perigoso e demorado”.

Em declaração pública, Trump também afirmou que veículos vistos nas redondezas das instalações estavam apenas realizando serviços técnicos, como cobertura de poços, e não tinham qualquer envolvimento com o transporte de urânio. Ele classificou como infundadas as especulações da imprensa sobre a possível evacuação de material nuclear antes dos bombardeios.

Trump critica a imprensa e elogia ação militar

Trump aproveitou a ocasião para atacar novamente a mídia tradicional, acusando jornalistas de espalharem desinformação sobre a operação. Ele exigiu que repórteres envolvidos em reportagens “falsas” pedissem desculpas aos militares envolvidos na ação, chamando-os de “heróis que merecem respeito, não calúnias”.


Postagem de desabafo do Trump na rede social X (Foto: reprodução/X/@BrasilCloser)


Além das críticas à imprensa, o ex-presidente fez elogios diretos aos comandantes militares e ao secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, que confirmou o sucesso das investidas contra as instalações nucleares iranianas. Segundo Trump, os ataques foram “cirúrgicos, eficazes e absolutamente necessários” para conter ameaças à segurança internacional.

Especialistas pedem cautela ao avaliar danos

Apesar do entusiasmo de Trump, analistas internacionais recomendam cautela na avaliação dos resultados da ofensiva. Para especialistas, ainda não há evidências técnicas independentes. Até o momento, nenhum relatório confiável comprova a extensão dos danos às estruturas nucleares do Irã. Isso levanta dúvidas sobre a real efetividade da operação militar conduzida pelos Estados Unidos e Israel. A ausência de comprovação também abre espaço para interpretações distintas sobre o sucesso declarado por autoridades norte-americanas.

Relatórios preliminares, divulgados por fontes ligadas à inteligência ocidental, indicam que os ataques atingiram áreas periféricas das instalações nucleares. No entanto, segundo os documentos, o núcleo técnico pode ter permanecido intacto. Esse núcleo é fundamental para o funcionamento do programa atômico iraniano. Se confirmado, esse detalhe reduz o impacto prático da ofensiva. Por isso, a comunidade internacional continua monitorando os desdobramentos com atenção. Especialistas esperam uma resposta oficial do governo iraniano. Há receio de que o episódio eleve as tensões diplomáticas e afete a estabilidade do Oriente Médio.

Violação de cessar-fogo reacende tensão entre Irã e Israel

Um cessar-fogo arquitetado com a ajuda direta do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, entre Irã e Israel, foi comprometido poucas horas após entrar em vigor. O acordo previa a suspensão das hostilidades a partir das 7h da manhã (horário local), mas o clima de trégua foi quebrado por novos disparos de mísseis, acusações cruzadas e respostas militares que elevaram a tensão na região.

Israel denuncia ataque iraniano após início da trégua

De acordo com o gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, o Irã teria lançado um míssil contra o território israelense às 7h06 — apenas seis minutos após o horário combinado para o cessar-fogo — e outros dois às 10h25. “Os mísseis foram interceptados ou caíram em áreas abertas, sem causar vítimas ou danos”, informou a nota oficial. Ainda assim, os primeiros socorristas israelenses confirmaram que um dos projéteis atingiu a cidade de Beersheba, matando quatro pessoas e ferindo cerca de 20.

Como resposta, Israel realizou bombardeios contra instalações militares próximas a Teerã. Segundo o comunicado do governo israelense, os ataques mataram centenas de membros das forças de segurança iranianas e da milícia Basij. Apesar da escalada, Netanyahu afirmou que, após conversa com Donald Trump, o país decidiu não intensificar os ataques.

Trump critica ambos os lados e exige fim imediato dos ataques

O presidente Donald Trump, que atuou como mediador do cessar-fogo, demonstrou frustração com a violação do acordo. Em declaração à imprensa antes de partir para a cúpula da OTAN, Trump afirmou que tanto Irã quanto Israel desrespeitaram o tratado, ainda que “não intencionalmente”.

“Irã fez. Israel também fez. Não estou satisfeito com Israel. Não estou satisfeito com o Irã”, disse Trump. “Eles estão lutando há tanto tempo que já não sabem o que estão fazendo.” O ex-presidente exigiu a interrupção imediata dos ataques por ambas as nações.


O presidente estadunidense Donald Trump reforça o compromisso de Israel em cumprir acordo de cessar-fogo em sua rede social (reprodução/Truth Social/@realDonaldTrump)


Irã se diz alvo de agressão e nega existência formal de acordo

Pelo lado iraniano, o posicionamento foi de negação de um acordo definitivo. O ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, afirmou que Teerã não reconhece nenhum tratado formal de cessar-fogo, embora tenha sinalizado que cessaria os ataques caso Israel encerrasse sua ofensiva até as 4h da manhã, no horário local.

Antes mesmo da entrada oficial do cessar-fogo, Israel já havia atacado dezenas de alvos militares iranianos, segundo um porta-voz das Forças de Defesa de Israel (IDF). O Irã, por sua vez, teria disparado cerca de 20 mísseis em resposta, ainda na madrugada.

Conflito segue indefinido após tentativa de mediação

A tentativa de conter o conflito entre Irã e Israel segue indefinida poucas horas após a implementação de um cessar-fogo. Apesar dos esforços de Donald Trump, as acusações mútuas e os ataques contínuos indicam que a trégua não foi respeitada de forma concreta por nenhum dos lados. Com vítimas civis já contabilizadas e novas ameaças em curso, a estabilidade na região segue incerta, e o risco de uma nova escalada permanece no horizonte.

Otan anuncia aumento histórico nos gastos com Defesa

O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Mark Rutte, anunciou nesta segunda-feira (23) uma importante mudança na política de Defesa da aliança militar: os países-membros deverão aumentar seus gastos com Defesa para pelo menos 5% do Produto Interno Bruto (PIB). A decisão foi tomada durante a cúpula da Otan realizada em Haia, na Holanda, e representa um avanço significativo em relação aos atuais níveis de investimento, que variam entre 2% e 3,5% na maioria dos países.

Para Rutte a nova meta é essencial

Segundo Rutte, todos os membros concordaram com a nova meta, considerando-a essencial diante do crescente cenário de insegurança global. “O mundo está se tornando mais perigoso, e precisamos estar preparados. O plano de investimento aprovado representa um salto gigantesco — ambicioso, histórico e fundamental para garantir nosso futuro”, declarou o secretário-geral em entrevista coletiva.

Um dos principais focos da nova estratégia será o aumento expressivo nos investimentos em defesa aérea. De acordo com Rutte, os países irão quintuplicar os aportes nessa área, impulsionados pelas ameaças representadas por ataques aéreos, como os que vêm sendo vistos na guerra na Ucrânia, com o uso de drones de fabricação iraniana por parte da Rússia.

A Otan oferecerá mais de 35 milhões de euros para Ucrânia

No mesmo encontro, Rutte confirmou que a Otan fornecerá mais de 35 bilhões de euros (aproximadamente R$ 221 bilhões) em ajuda militar à Ucrânia somente neste ano. Ele também reforçou que a adesão da Ucrânia à aliança é um caminho sem volta, ainda que não tenha estabelecido prazos concretos para a entrada oficial do país.

Bandeira da Ucrânia (reprodução/x/@g1)

O conflito entre Israel e Irã também esteve entre os temas discutidos. Rutte responsabilizou diretamente o Irã por seu envolvimento na guerra na Ucrânia e defendeu a recente ofensiva dos Estados Unidos contra instalações nucleares iranianas, alegando que não houve violação de normas internacionais.

A decisão de elevar os gastos para 5% do PIB vinha sendo pressionada especialmente pelos Estados Unidos, desde que Donald Trump voltou à presidência em janeiro deste ano. Os EUA já investem acima desse patamar e cobravam maior compromisso dos aliados. Apesar de algumas resistências — como a da Espanha, que tenta negociar maior flexibilidade — a meta será comum a todos. A Alemanha, por exemplo, planeja atingir 3,5% até 2029, e a Eslováquia afirmou que pretende decidir seu próprio ritmo de adequação.