Depois de ataque em ponto de distribuição de água, famílias tentam sobreviver em Gaza

Várias crianças morreram neste domingo (13) após um bombardeio israelense atingir um ponto de distribuição de água no centro da Faixa de Gaza. Segundo o Ministério da Saúde palestino, controlado pelo Hamas, ao menos 139 corpos foram levados a hospitais nas últimas 24 horas. Ainda há vítimas sob os escombros, e o número elevado de mortes no domingo segue uma série de fatalidades que já estavam acontecendo, principalmente no sábado.

Famílias com recursos escassos

Muitas famílias em Gaza enfrentam dificuldades de acesso à água potável. A família al-Manasra é uma delas. Todos os dias, eles caminham até um ponto de distribuição, semelhante ao local onde oito pessoas morreram no domingo em um ataque que, segundo o exército israelense, não atingiu o alvo pretendido.

Instalados em um acampamento improvisado próximo aos escombros de um edifício destruído na Cidade de Gaza, os membros da família al-Manasra relatam que seus filhos já apresentam sintomas como diarreia e doenças de pele. A falta de combustível também comprometeu os serviços de coleta de lixo e tratamento de esgoto, aumentando o risco das doenças.


Reportagem sobre destruição após ataque em Gaza (Vídeo: reprodução/Youtube/Band Jornalismo)

A busca de água para as famílias é cansativa e frequentemente sem sucesso. Na barraca onde vivem, eles fazem o possível para manter a higiene, varrendo o chão. No entanto, a escassez de água impede uma limpeza adequada e em algumas ocasiões, a louça das poucas refeições que conseguem fazer fica sem lavar por dias. Para lidar com a situação, seguem regras rígidas de uso da água, priorizando as necessidades mais urgentes.

Ajuda humanitária

Com 21 meses de conflito, a maioria dos mais de 2 milhões de habitantes de Gaza passou a depender quase totalmente da ajuda humanitária. 

Especialistas em segurança alimentar já alertam para a ameaça iminente de fome. Após o término do último cessar-fogo, em março, Israel impôs bloqueios e restrições severas à entrada de assistência no território.

ONU consegue entrar em Gaza e abastece a região após 130 dias de bloqueio

A Organização Mundial de Saúde, agência de saúde das Organizações das Nações Unidas (ONU) conseguiu abastecer a região da Faixa de Gaza ontem (10/7), levando 75 mil litros de combustível à região. Segundo o porta-voz da agência, Christian Lindmeier, a quantidade ainda é insuficiente para atender a alta demanda da região, extremamente debilitada, que corria alto risco de apagão e, principalmente de um colapso na área da saúde, pois hospitais estavam oferecendo cuidados médicos aos seus pacientes em pleno escuro.

Abastecimento recorrente   

A ONU pressionou o governo de Benjamin Netanyahu, Primeiro-ministro de Israel, para autorizar a entrada de combustível na região. Com o crescente aumento do número de mortos e à alta demanda de combustível na região, para possibilitar o contínuo funcionamento dos serviços essenciais, como hospitais, usinas de dessalinização da água. Justamente em virtude disso, é imprescindível, segundo a ONU, que o abastecimento na região seja recorrente, e não da forma como está ocorrendo, em liberações pontuais.

Entre todos os setores, o da saúde é o mais impactado e comprometido com a falta de combustível. Há relatos de alguns médicos palestinos nas redes sociais sobre um racionamento de energia, para evitar o colapso total dos serviços, após constatarem nível critico da situação.  

Segundo dado da ONU, 94% dos hospitais de Gaza estão danificados ou foram totalmente destruídos.


Bebês dividem a mesma incubadora em meio a crise hospitalar em Gaza (Foto: reprodução/X/Dr. Fadel Naim)


Ataques atrozes

A OMS manifesta forte preocupação em relação ao desrespeito relacionado aos princípios essenciais do direito internacional humanitário. Crimes atrozes são praticados contra pessoas buscando ajuda vital.

Stéphane Dujarric, porta-voz do Secretário-Geral da ONU, António Guterres, citou que em meio a uma entrega de suplementos nutricionais, pessoas, sendo a maioria mulheres e crianças, foram atingidas por um ataque na cidade Palestina Deir al-Balah, que deixou dezenas de vítimas. Catherine Russell, diretora-executiva do Unicef, afirmou que “é inconcebível” mortes de famílias tentando obter ajuda vital.

Sobre o ocorrido, o Exército de Israel respondeu que estava na busca de um terrorista do Grupo Hamas.

Trump e Netanyahu planejam retirar palestinos de Gaza

Nesta segunda-feira (7), o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, se juntou ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em uma reunião na Casa Branca, para discutir sobre a guerra entre Israel e Palestina, relacionado aos conflitos realizados na Faixa de Gaza. Durante o encontro, os líderes mundiais discutiram sobre possíveis métodos para a resolução dos combates.

Uma das possíveis medidas encontradas foi a de realocar os palestinos da região de Gaza, para outros países que se pusessem como opção para recebê-los.

O polêmico plano

O plano de enviar as pessoas de Gaza para outros países não foi uma medida muito aceita pela comunidade internacional. O Escritório de Direitos Humanos da ONU afirmou que transferências forçadas de povos, de seus territórios, é proibida.


Encontro de Donald Trump e Benjamin Netanyahu na Casa Branca (Foto: reprodução/ANDREW CABALLERO-REYNOLDS/AFP/Getty Images Embed)


Apesar disso, ambos Trump e Netanyahu destacam como é uma ação que promove a proteção da população palestina e a contenção de danos, além de ser de livre escolha para as pessoas escolherem ou não se querem ser realocadas.

Estamos trabalhando com os EUA para encontrar países dispostos a concretizar o que sempre dizem: que querem dar aos palestinos um futuro melhor. Isso se chama livre escolha. Sabe, se as pessoas querem ficar, elas podem ficar, mas se querem ir embora, elas devem poder ir embora.”, declarou Netanyahu.

Trump ainda afirmou que houve uma boa cooperação dos países vizinhos à região de Gaza, que estariam dispostos a receber os refugiados da guerra.

Uma nova tentativa de cessar-fogo

No encontro entre Donald Trump e Benjamin Netanyahu, foi discutido principalmente um novo acordo de possível cessar-fogo de 60 dias, quando seriam feitos esforços para chegar a um fim definitivo ao conflito. No acordo, estava declarado que haveria trégua na Faixa de Gaza, a troca de prisioneiros e reféns de ambos Israel e o Hamas, organização terrorista da Palestina, e também a retirada parcial das forças armadas israelenses do território.

Essa proposta foi emitida na semana passada e foi aceita pelo governo israelense, que acreditava que as propostas eram justas. Alguns dias depois, o Hamas também confirmou que concordava com o plano.

Netanyahu recomenda Trump para receber o prêmio Nobel da Paz

Nesta segunda-feira (7), Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, afirmou, em um encontro com Donald Trump, na Casa Branca, ter enviado uma recomendação aos organizadores do prêmio Nobel da Paz, indicando o presidente dos EUA ao troféu. Ele diz ter indicado o americano por suas tentativas em resolver os conflitos mundiais que estão ocorrendo atualmente, como Israel e Palestina, e também Rússia e Ucrânia.

Nessa reunião eles ainda discutiram sobre uma tentativa de cessar-fogo na região da Faixa de Gaza, que, de acordo com fontes do governo israelense, está sendo vista de maneira positiva, por todas as partes envolvidas do conflito.

A indicação ao Prêmio Nobel

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, esteve em uma reunião na Casa Branca, junto com o atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para discutir temas da geopolítica do mundo atual, principalmente os assuntos ligados às tensões envolvendo os países em guerra, como Israel e Palestina, Rússia e Ucrânia e o Irã, que também travou conflito com Israel.

Um dos tópicos que Netanyahu abordou, porém, tem haver com Trump e seus esforços em tentar mediar e resolver os conflitos mundiais. O primeiro-ministro emtregou uma carta ao presidente dos EUA e disse tê-lo indicado ao prêmio Nobel da Paz. Ele afirma que também enviou esta carta à organização da premiação.


Benjamin Netanyahu entregando a carta de recomendação ao prêmio Nobel da Paz, para Donald Trump (Foto: reprodução/ANDREW CABALLERO-REYNOLDS/AFP/Getty Images Embed)


O prêmio Nobel da Paz é entregue a figuras relevantes do nosso mundo, que realizam projetos que tem como objetivo o avanço da nossa população e do mundo, como um todo, além de, como diz o nome, promover a paz mundial. Ainda não há informações se os organizadores da premiação receberam a carta de recomendação.

Um novo cessar-fogo

Ainda na reunião na Casa Branca, Donald Trump e Benjamin Netanyahu discutiram sobre os conflitos da Faixa de Gaza. Os dois líderes buscam países que possam receber os palestinos que habitam a região, para protegê-los do conflito e minimizar as fatalidades. Trump afirmou que já tem boas respostas e ótima cooperação por parte de países do Oriente Médio.

Na semana passada, o presidente dos EUA afirmou que Israel aceitou uma proposta de cessar-fogo que tinha como ações uma trégua no território de Gaza, a troca entre os reféns de ambos os lados e também a retirada parcial das forças armadas israelenses da região. Alguns dias depois, o Hamas, organização terrorista da Palestina, afirmou ter aceitado esse acordo.

Hamas sinaliza apoio a cessar-fogo proposto pelos EUA e acende esperança de trégua definitiva

O grupo Hamas anunciou nesta sexta-feira (4) que respondeu positivamente à proposta de cessar-fogo apresentada e mediada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O movimento, que controla a Faixa de Gaza, afirmou estar pronto para iniciar negociações imediatas com base no esboço do acordo, reacendendo esperanças de uma trégua definitiva após 21 meses de um conflito devastador.

Segundo o comunicado oficial do grupo, o Hamas “apresentou uma resposta positiva aos mediadores e está totalmente preparado para entrar imediatamente em uma rodada de negociações sobre o mecanismo de implementação deste plano“. Israel já havia aceitado o esboço do acordo proposto pelos EUA, o que deve abrir caminho para negociações finais que antecedem a assinatura formal do cessar-fogo.

Trégua de 60 dias e libertação de reféns

A proposta prevê uma trégua inicial de 60 dias. Durante esse período, o Hamas se compromete a libertar 10 reféns israelenses — 8 vivos e 2 mortos — logo no primeiro dia. Em troca, Israel libertaria um número não especificado de prisioneiros palestinos e começaria a se retirar de partes do norte da Faixa de Gaza. Ao todo, ainda restam cerca de 50 reféns israelenses em poder do grupo.

O plano também estipula que as libertações ocorrerão sem cerimônias ou celebrações por parte do Hamas. As negociações para um cessar-fogo permanente seriam iniciadas paralelamente ao andamento da trégua e da retirada militar.

Conflito prolongado e devastador

A guerra iniciou em 7 de outubro de 2023, quando militantes do Hamas invadiram Israel, matando cerca de 1.200 pessoas e sequestrando outras 251, em sua maioria civis. O ataque desencadeou uma resposta militar massiva de Israel, que desde então já matou mais de 56 mil palestinos, segundo autoridades de Gaza controladas pelo Hamas.


Destruição promovida por bombardeio israelense em Gaza, 2025 (reprodução/Bashar Taleb/AFP/Getty Images embed)


A ofensiva deixou grande parte do território de Gaza em ruínas. A maioria da população foi deslocada e vive em condições humanitárias críticas, com relatos alarmantes de desnutrição generalizada, especialmente entre crianças.

Um possível ponto de virada

Apesar das repetidas tentativas fracassadas de cessar-fogo ao longo dos últimos meses, a adesão formal do Hamas à proposta atual pode representar o avanço mais significativo rumo à paz desde o início do conflito. Se confirmada, a trégua de 60 dias pode não apenas aliviar a crise humanitária, como também abrir caminho para um acordo duradouro entre as partes envolvidas.

Irã está sem convicção sobre o compromisso de cessar-fogo de Israel

O chefe do Estado-Maior das Forças Armadas do Irã, general Seyyed Abdolrahim Mousavi, demonstrou desconfiança em relação ao cessar-fogo proposto por Israel há cerca de uma semana. A declaração, divulgada pela agência semioficial Tasnim, sugere possíveis desdobramentos do conflito que podem resultar em mais vítimas.

Tasnim sobre o conflito entre Israel e Iran

A agência Tasnim informou que o general Seyyed Abdolrahim Mousavi conversou por telefone com o ministro da Defesa saudita, príncipe Khalid bin Salman, afirmando: “Não iniciamos a guerra, mas respondemos ao nosso agressor com todas as nossas forças”. O irã demonstra com a declaração que está preparado para revidar se houver nova ofensiva de Israel.

“Considerando que duvidamos totalmente da adesão do nosso inimigo aos seus compromissos, incluindo o compromisso com o cessar-fogo, permaneceremos prontos para responder caso repitam seus ataques”, disse Mousavi, segundo a citação.


Materia da CNN Brasil (Vídeo: reprodução/YouTube/CNNBrasil)

Terã conversa com aliado

A agência saudita confirmou que o príncipe Khalid recebeu telefonema de Mousavi. O teor da conversa abordou relações bilaterais na área de defesa, o desenvolvimento regional e ainda esforços que mantenham a segurança e a estabilidade.

As conversas entre Irã e Arabia Saudita, potências regionais do Oriente Médio, aconteceram depois que o Ministro da Defesa israelense, Israel Katz, deixou claro a Teerã, nesta sexta-feira (27), que realizará novos ataques. Se necessário, adotando uma ‘política de imposição’ para impedir que o Irã reconstrua seu poder aéreo e avance em projetos nucleares e desenvolva mísseis de longo alcance considerados ameaçadores. Katz destacou ainda que a ‘imunidade’ iraniana chegou ao fim.

No Irã, o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, Mousavi, teve sua nomeação em 13 de junho, quando seu antecessor foi vitimado por ataques realizados por Israel.
O bombardeio à usina de Fordow e a bases militares do Irã pelos Estados Unidos ocorreu no dia 13 de junho, sob a suspeita de que o local estivesse enriquecendo urânio para a construção de uma bomba atômica.

Guerra em Gaza se intensifica e ultrapassa 56 mil mortos com fracasso do cessar-fogo

Pelo menos 86 pessoas morreram em ataques israelenses nas 24 horas anteriores ao meio-dia deste domingo (29), segundo autoridades locais. Em meio à escalada do conflito, Israel ordenou evacuações no norte da Faixa de Gaza, enquanto o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pressiona por um cessar-fogo.

As autoridades orientaram os moradores da Cidade de Gaza e de Jabalia a seguirem para o sul, em direção à área costeira de al-Mawasi, enquanto a ofensiva israelense se intensifica e avança para o oeste da região.

Trump tenta um novo acordo

No sábado, o presidente dos EUA, Donald Trump, disse que o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, estava negociando um acordo com o Hamas neste período. Enquanto isso, no domingo, o porta-voz do exército de Israel afirmou que as tropas estavam atuando no norte da Faixa de Gaza para eliminar grupos armados e suas bases.

Os bombardeios aumentaram durante a madrugada de sábado para domingo, destruindo várias casas. A defesa civil de Gaza, controlada pelo Hamas, disse que pelo menos 23 pessoas morreram apenas no domingo.

Entre os mortos, cinco estavam em uma tenda que abrigava pessoas deslocadas em al-Mawasi, no sul da Faixa de Gaza para onde muitos haviam fugido por orientação de Israel. Cinco membros da mesma família, os Maarouf, incluindo três crianças, morreram nesse ataque.

Também no domingo, um soldado israelense de 20 anos, o sargento Yisrael Natan Rosenfeld, morreu durante operações no norte da Faixa de Gaza. A intensificação dos ataques de Israel acontece no momento em que mediadores internacionais tentam avançar em um novo acordo para encerrar a guerra e libertar os reféns que ainda estão sob poder do Hamas.

Na quinta-feira (26), um alto representante do Hamas disse à BBC que os esforços de mediação aumentaram, mas que as negociações com Israel continuam travadas. Trump afirmou recentemente que está confiante de que um cessar-fogo em Gaza será firmado já na próxima semana.


Ofensiva de Israel vai se ampliar no Norte de Gaza após ataques (Vídeo: reprodução/X/@GloboNews)

Fim do cessar-fogo em Gaza

Em março, um cessar-fogo de dois meses não durou, pois Israel retomou os ataques para pressionar o Hamas a libertar os reféns. No mesmo período, o governo israelense impôs um bloqueio total à entrada de ajuda humanitária em Gaza. Esse bloqueio só começou a ser flexibilizado 11 semanas depois, após pressão de aliados dos EUA e alertas de especialistas sobre a fome enfrentada por cerca de meio milhão de pessoas.

Como parte da flexibilização, Israel e os Estados Unidos criaram a Fundação Humanitária de Gaza (GHF), um grupo de ajuda. A medida veio após acusações de que o Hamas estaria desviando os suprimentos, algo que o grupo nega.

O último acordo de cessar-fogo entre Israel e o Hamas, que começou em 19 de janeiro, tinha três etapas, mas só a primeira foi cumprida. A segunda etapa previa um cessar-fogo permanente, a libertação dos reféns restantes em Gaza em troca de palestinos presos em Israel e a retirada total das tropas israelenses do território. Nada disso avançou.


Cessar fogo na faixa de Gaza pode acontecer na próxima semana (Vídeo: reprodução/X/@jornal_cultura)

Trump pediu a retirada das acusações de corrupção contra o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, classificando o processo como uma “caça às bruxas política” que, segundo ele, atrapalha as negociações de paz. Em resposta, o líder da oposição israelense, Yair Lapid, disse que Trump não deveria interferir no sistema judiciário de um país independente.

A guerra começou após o ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023, que matou cerca de 1.200 pessoas em Israel e resultou em 251 reféns. Desde então, mais de 56.500 pessoas morreram em Gaza, segundo o Ministério da Saúde local, controlado pelo Hamas.

Ofensiva de Israel em Gaza mata 72 e reacende cessar-fogo

Pelo menos 72 pessoas morreram após Israel realizar ataques aéreos entre sexta-feira (27) e sábado (28), segundo autoridades de saúde da Faixa de Gaza. A princípio, a ofensiva atinge áreas residenciais e acampamentos, enquanto aumentam as expectativas por um possível cessar-fogo.

Crianças, civis deslocados e pessoas reunidas que esperavam ajuda humanitária estão entre as vítimas. Em Muwasi, um casal e os três filhos morreram dormindo.

Cessar-fogo e negociações

Donald Trump afirmou que um enviado israelense deve se reunir nos próximos dias com autoridades em Washington para tratar das negociações de um novo cessar-fogo. Desde março, os diálogos indiretos entre Israel e Hamas continuam.

Ao passo que Israel afirma atacar apenas os militares do Hamas, a guerra em Gaza já dura 21 meses e estima-se que mais de 6 mil pessoas morreram em ataques e conflitos e mais de 50 mil ficaram feridas. Enquanto isso, desde maio protestos israelenses bloqueiam ajuda humanitária em Gaza, agravando a fome no país.

Além disso, Israel já atacou um centro de distribuição, ocasionando mais mortos e feridos. O Itamaraty diz que Israel usa a fome como ‘estratégia de guerra’ ao limitar o que entra no território de Gaza. 


Palestinos em Gaza arriscam suas vidas por ajuda na cidade de Khan Yunis (Foto: reprodução/Doaa Albaz/Getty Images Embed)


Pressões e críticas contra governo israelense

Anteriormente, a União Europeia iniciou uma reavaliação do Acordo de Associação com Israel devido à contínua ofensiva em Gaza. Já o presidente Lula reforçou nesta semana que a ofensiva de Israel é um “genocídio” e que autoridades pelo mundo “compram mentiras” do Hamas.

O governo israelense tem sido pressionado por familiares de reféns que esperam que Trump repita o sucesso do cessar-fogo com o Irã e pressione Israel. Em contrapartida, o premiê Benjamin Netanyahu insiste que a guerra só acabará quando o Hamas for totalmente derrotado.

Israel intensifica controle militar no Oriente Médio diante de ameaças nucleares

Em meio às crescentes tensões no Oriente Médio, o governo de Israel reforça sua presença militar na região com o objetivo de conter o avanço de programas nucleares que considera uma ameaça direta à sua existência. O ministro da Defesa, Israel Katz, ordenou a preparação de um plano estratégico de longo prazo para impedir a fabricação de mísseis e bombas atômicas por países adversários, principalmente o Irã.

A Operação Leão Ascendente e o suposto plano iraniano

A decisão de Katz vem na esteira da recente Operação Leão Ascendente, ofensiva militar que resultou na destruição de instalações militares iranianas e na morte de cientistas ligados ao programa nuclear do país.

A operação, celebrada nas redes sociais pela Força de Defesa de Israel (IDF), foi descrita como “uma das mais ousadas e bem-sucedidas da história de Israel”. Em sua conta oficial no Twitter, a IDF declarou que a missão foi parte de uma nova doutrina de defesa, que mescla ações preventivas e ofensivas para preservar a segurança nacional.


Israel Katz agradece apoio dos Estados Unidos na Operação Leão Ascendente (reprodução/X/@Israel_katz)

Segundo o general Effie Defrin, o Irã estaria muito próximo de obter urânio enriquecido em quantidade suficiente para construir armas nucleares. Ele afirma possuir provas da existência de um plano chamado de “Plano de destruição de Israel”, que teria como objetivo o aniquilamento do território israelense por meio de mísseis atômicos.

Diante dessa suposta ameaça iminente, Defrin declarou: “Não havia escolhas”, justificando a ofensiva como uma medida necessária para garantir a sobrevivência do povo judeu.

Controle regional como estratégia de sobrevivência

Para Israel, o domínio militar da região é uma questão de sobrevivência. O país tem adotado uma postura cada vez mais ofensiva frente a qualquer sinal de ameaça, buscando neutralizar riscos antes que eles se concretizem.

A instrução para desenvolver novos planos militares na região demonstra que Tel Aviv pretende manter sua influência estratégica sobre os países vizinhos, especialmente sobre áreas onde há indícios de desenvolvimento armamentista e presença de grupos terroristas.

O controle do Oriente Médio, para o governo israelense, deixou de ser apenas uma questão de geopolítica e passou a ser tratado como um imperativo existencial. Diante de inimigos declarados e da possibilidade de armas nucleares em mãos adversárias, Israel aposta em ações militares diretas como forma de garantir sua segurança e perpetuação enquanto Estado.

Base do Hezbollah no sul do Líbano é atacada por Israel  

A IDF (Israel Defense Forces), ou Forças de Defesa de Israel retomou os ataques ao sul do Líbano no dia de hoje (27/6), após um cessar-fogo sacramentado em novembro de 2024, que tem como justificativa a reconstrução de um local, desativado pelo próprio IDF no passado, que era utilizado pelo grupo terrorista Hezbollah, financiado pelo Irã, para gerenciar ataques contra as forças israelenses.

Reposicionamento do Hezbollah

Nas últimas semanas, a atenção do mundo ficou completamente voltada ao conflito entre Israel e Irã, e isso acabou dando espaço para um reposicionamento do grupo terrorista Hezbollah, retomando uma de suas bases no sul do Líbano, utilizada para gerenciar o “sistema de fogo e defesa” do grupo. Trata-se de uma instalação no subterrâneo de um vilarejo chamado Ali al‑Taher (situado entre a cidade israelita Kfar Tebnit e a vila libanesa Nabatieh al‑Fawqa).

Logo após os ataques de Israel, agindo muito rapidamente, o Presidente Libanês Joseph Aoun e seu primeiro-ministro Nawaf Salam fizeram um apelo à comunidade internacional para adoção de medidas eficazes para encerrar tis ataques na região.


Bombardeio no sul do Líbano (Vídeo: reprodução/X/@hoje_no)

Esse é o quarto ataque a um dos redutos do Hezbollah, na região suburbana localizada ao sul de Beirute, capital do Líbano, após o cessar-fogo celebrado entre Israel e o grupo financiado pelo Irã em 27 de novembro de 2024, que acabou deixando uma mulher morta e ferindo outras 20 pessoas, segundo o jornal Al Jazeera.

Tropas israelenses no Líbano

O acordo de cessar-fogo estipula que todos os disparos na fronteira entre Líbano e Israel devem cessar, deixando o território ao sul do Líbano livre de quaisquer armas ou combatentes não oficiais, ou seja, que as tropas israelenses devem deixar o local.

Ocorre que isso acabou não acontecendo, pois segundo a agência de notícias Reuters, permanecem em território libanês pelo menos 5 postos com tropas israelenses, atingindo, regularmente, membros do Hezbollah ou pessoas afiliadas ao grupo.