Belém se torna o centro do debate climático global com início da Cop30

A capital paraense se tornou, na última quinta-feira (6), o foco das discussões sobre o futuro do planeta com o início da Cúpula dos Líderes, evento que antecede a COP30. A Conferência do Clima das Nações Unidas se inicia oficialmente nesta segunda-feira (10) no coração da Amazônia, que é a maior floresta tropical do mundo e símbolo da biodiversidade global. Em Belém, chefes de Estado e representantes de dezenas de países se reuniram para debater medidas urgentes contra as mudanças climáticas.

O primeiro dia do encontro foi marcado por altas temperaturas, chuva leve no fim da tarde e um clima político intenso. Os líderes debateram os obstáculos para diminuir as emissões de gases que intensificam o efeito estufa e conter o aquecimento global, que já atingiu patamares críticos.

ONU solicita medidas urgentes

Na cerimônia inaugural do evento, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas, António Guterres, proferiu um apelo veemente por medidas efetivas, declarando que a comunidade internacional não conseguiu honrar o compromisso estabelecido no Acordo de Paris (COP21), que visa restringir o aumento da temperatura a 1,5ºC em comparação com a era pré-industrial.

“Chega de discussões. É hora de agir”, declarou Guterres.

Segundo relatório divulgado pela ONU nesta quinta-feira, a temperatura média global entre janeiro e agosto de 2024 ficou 1,42ºC acima da média histórica, superando o limite estabelecido no acordo. O líder classificou o resultado como uma “falha moral e uma negligência mortal” das nações que não cumpriram suas metas ambientais.

Lula reforça compromisso com o meio ambiente

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi um dos principais oradores da sessão de abertura e defendeu que ainda há tempo para reverter o cenário climático.

Em seu discurso, o presidente destacou o papel do Brasil na liderança ambiental e defendeu medidas conjuntas e justas para combater o desmatamento e reduzir a dependência dos combustíveis fósseis. “Estou convencido de que, apesar das dificuldades e contradições, é possível planejar e agir de forma justa para frear o aquecimento global”, afirmou.

Durante a agenda do dia, Lula também se reuniu com o Príncipe William e o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, mas, segundo a imprensa britânica, o Reino Unido não deve participar do fundo climático proposto pelo Brasil.


 

Cobertura da Cop30 (Vídeo: reproduçã0/ YouTube/G1)


Do lado de fora da conferência, grupos indígenas realizaram protestos pedindo ações mais efetivas. Entre eles, um artista paraense chamou atenção ao expor esculturas que retratavam líderes mundiais descansando em redes, em uma crítica simbólica à lentidão das ações e à ausência de resultados concretos nas políticas climáticas.

Belém, sede da COP30 em 2025

A reunião de líderes realizada na última semana serviu como uma prévia do que Belém viverá em 2025, a cidade amazônica será palco oficial da COP30. O evento irá reunir representantes e chefes de Estado de diversos países, reforçando o papel do Brasil como protagonista nas discussões globais sobre o clima.

Para o governo federal, o evento é visto como uma oportunidade estratégica para reafirmar os compromissos do país com o desenvolvimento sustentável e evidenciar a importância da Amazônia na regulação climática do planeta. A expectativa é que, até o próximo ano, o Brasil apresente avanços concretos na redução do desmatamento e na transição para uma economia mais verde e inclusiva.

Lula determina envio de ministros ao Paraná após desastre climático

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva enviou neste sábado (8) uma comitiva ministerial ao estado do Paraná, após a passagem de um tornado que deixou mortos, feridos e destruição em diversas cidades. A ministra Gleisi Hoffmann, o ministro interino da Saúde, Adriano Massuda, e equipes da Defesa Civil foram designados para acompanhar de perto as ações de apoio às vítimas e avaliar os danos causados pelo fenômeno climático.

A comitiva também deve coordenar o envio de recursos e reforçar o atendimento emergencial nas áreas mais atingidas. Técnicos da Defesa Civil Nacional e profissionais do Sistema Único de Saúde foram mobilizados para atuar no resgate, na assistência médica e no suporte às famílias que perderam suas casas. O governo federal avalia ainda medidas adicionais de ajuda humanitária e reconstrução das regiões afetadas.

Lula se pronuncia após tragédia no Paraná

Nas redes sociais, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva lamentou as perdas provocadas pelo tornado que atingiu o interior do Paraná. Ele prestou solidariedade às famílias afetadas e ressaltou que o governo federal está mobilizado para garantir assistência e acelerar a reconstrução das áreas devastadas. Lula também reforçou o compromisso de oferecer todo o suporte necessário às comunidades impactadas pelo fenômeno climático.

Durante viagem à Colômbia, onde participa da Cúpula da Celac (Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos), o presidente determinou o envio de uma comitiva ministerial para acompanhar de perto a situação. O grupo, formado pelos ministros Gleisi Hoffmann e Adriano Massuda, seguiu em aeronave da Força Aérea Brasileira, acompanhado por equipes da Defesa Civil Nacional, da Força Nacional do SUS e do Centro Nacional de Gerenciamento de Desastres, responsáveis por coordenar as ações de socorro e assistência às vítimas.

Governo analisa situação e pode decretar calamidade pública

O governo federal avalia decretar ainda neste sábado (8) estado de calamidade pública nas regiões do Paraná atingidas pelo tornado. A medida está em análise após o levantamento preliminar da Defesa Civil Nacional, que aponta ampla destruição, centenas de feridos e famílias desabrigadas. O reconhecimento oficial da calamidade permitirá a liberação imediata de recursos emergenciais e o envio de reforços federais para as ações de socorro.


Ações de ajuda humanitária após o tornado (Vídeo: reprodução/YouTube/CNN Brasil)


De acordo com técnicos que acompanham a situação, a prioridade é garantir ajuda humanitária às comunidades afetadas, incluindo a entrega de mantimentos, kits de higiene e estruturas provisórias de abrigo. A decisão deve ser tomada após a chegada da comitiva ministerial ao estado e da conclusão das primeiras vistorias nas áreas devastadas, etapa essencial para dimensionar os danos e definir o volume de recursos que será destinado às cidades paranaenses.

As autoridades seguem em campo avaliando os prejuízos e coordenando o atendimento às famílias atingidas. A expectativa é de que novas medidas sejam anunciadas nas próximas horas, conforme o avanço das ações de emergência e o levantamento completo dos danos.

Na véspera da COP30, líderes selam clima com imagem

Belém, no Pará, se tornou o centro das atenções globais ao receber a cúpula pré-COP30, um encontro preparatório que reuniu chefes de Estado e representantes de diversos países para alinhar compromissos e discutir metas ambientais. O momento mais marcante do evento foi a tradicional foto de família, em que os líderes posaram juntos em um gesto simbólico de união e compromisso pela proteção do planeta.

A imagem, registrada no Hangar Centro de Convenções, marcou o encerramento das reuniões da pré-COP30 e reforçou a expectativa para a conferência oficial, que acontecerá em 2025. A fotografia foi vista como um símbolo de cooperação internacional e uma mensagem de que o mundo está atento às ações climáticas. Em meio aos desafios globais, o Brasil busca se firmar como protagonista na transição verde e na construção de um futuro sustentável.

Belém no centro das atenções globais

A cúpula pré-COP30 contou com a presença de representantes de dezenas de países, além de organizações internacionais e especialistas em meio ambiente. O evento teve como objetivo preparar o terreno para as negociações da COP30, que será realizada em Belém no próximo ano, e definir os pontos mais urgentes da agenda climática.

Durante os encontros, os líderes discutiram a necessidade de transformar promessas em ações concretas para conter o aquecimento global. Foram debatidos temas como financiamento climático, preservação de florestas tropicais e redução das emissões de carbono. A presença de tantos chefes de Estado reforçou a importância da Amazônia nas decisões ambientais e consolidou o papel do Brasil como referência em diplomacia ecológica.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou que o país está pronto para conduzir o debate sobre sustentabilidade de forma justa e equilibrada. Ele ressaltou que o desenvolvimento econômico pode caminhar ao lado da preservação ambiental e reafirmou o compromisso do governo em reduzir o desmatamento e incentivar fontes de energia limpa. Lula também afirmou que o Brasil quer liderar pelo exemplo e cobrar dos países desenvolvidos ações concretas, especialmente no financiamento de projetos verdes em nações em desenvolvimento.

A realização da pré-COP30 em Belém foi elogiada por lideranças internacionais, que destacaram o simbolismo de realizar um encontro desse porte no coração da Amazônia. A cidade se transformou em um ponto de convergência global, reunindo vozes de diferentes partes do mundo em defesa do meio ambiente. Além dos debates políticos, o evento também contou com apresentações culturais e manifestações de povos indígenas e comunidades tradicionais, que pediram mais respeito aos territórios e participação nas decisões climáticas.


O presidente Lula e líderes mundiais (Foto: reprodução/Getty Images Embed/Pablo Porciuncula)

Foto de família reforça união e compromisso

A tradicional foto de família, tirada ao fim da cúpula, representou mais do que um simples registro oficial. Reunidos lado a lado, os líderes expressaram, em um gesto coletivo, o compromisso de fortalecer a cooperação internacional para enfrentar os desafios ambientais. A imagem simbolizou a necessidade de união global diante das crises climáticas que afetam o planeta de forma cada vez mais intensa.

O encontro em Belém reforçou que a COP30 será um marco importante para as negociações climáticas. Com o Brasil na presidência da conferência, a expectativa é de que o país apresente propostas voltadas à preservação da Amazônia e ao desenvolvimento sustentável. A região amazônica, por sua biodiversidade e papel essencial na regulação do clima, foi um dos principais temas abordados pelos participantes.

Além dos líderes políticos, o evento contou com a presença de cientistas e representantes de entidades ambientais, que alertaram sobre a urgência de ações conjuntas. De acordo com especialistas, a próxima década será decisiva para limitar o aumento da temperatura global e evitar danos irreversíveis aos ecossistemas. Eles destacaram que as metas atuais ainda são insuficientes e que é preciso fortalecer os compromissos assumidos no Acordo de Paris.

Durante o encerramento, Lula ressaltou que a união entre os países é a chave para enfrentar a crise climática. Ele defendeu a criação de mecanismos que garantam o cumprimento das metas ambientais e destacou que o planeta não pode mais esperar. “A foto de família simboliza nossa esperança, mas também nossa responsabilidade”, afirmou o presidente, lembrando que a próxima conferência em Belém será o momento de transformar palavras em atitudes concretas.

O clima de cooperação e otimismo marcou o fim da cúpula pré-COP30. Belém saiu fortalecida como anfitriã do maior evento ambiental do planeta, enquanto o mundo volta os olhos para a Amazônia. A imagem dos líderes reunidos ficará como símbolo de uma nova fase do debate climático, em que a união e a ação serão decisivas para garantir o futuro das próximas gerações.

Na COP30, Brasil exige ação concreta pelo clima

A preparação para a COP30, que acontecerá em 2025 em Belém do Pará, já movimenta discussões em todo o mundo. Em meio às expectativas para a conferência, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reforçou que o evento precisa marcar um novo momento na luta contra as mudanças climáticas. Segundo ele, é hora de transformar as promessas feitas em encontros anteriores em ações reais e mensuráveis.

Durante seu discurso, Lula destacou que a COP30 não pode ser apenas mais uma reunião com discursos ambiciosos e metas vagas. O presidente afirmou que o Brasil está pronto para assumir um papel de liderança global na defesa do meio ambiente, mas ressaltou que isso só será possível se houver compromisso coletivo e responsabilidade compartilhada entre os países.

Brasil quer liderar a transição verde

Ao falar sobre o papel do Brasil na agenda ambiental, Lula lembrou que o país tem um dos maiores patrimônios naturais do planeta, com a Amazônia, o Pantanal e outros biomas essenciais para o equilíbrio climático global. Ele destacou que o governo federal vem reforçando políticas de preservação e combate ao desmatamento ilegal, que já apresentou redução significativa nos últimos meses, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais.

O presidente também ressaltou a importância de unir desenvolvimento econômico e sustentabilidade. Segundo ele, é possível gerar emprego e renda sem destruir o meio ambiente. Como exemplo, citou o avanço de projetos de energia limpa e de incentivo à agricultura de baixo carbono. Lula reafirmou ainda que o Brasil quer atrair investimentos verdes, capazes de impulsionar a economia e, ao mesmo tempo, reduzir emissões de gases poluentes.

Além disso, Lula defendeu o fortalecimento da diplomacia ambiental. O governo brasileiro vem buscando aproximação com outros países da América Latina e da África para firmar parcerias em pesquisas e projetos sustentáveis. A meta é apresentar na COP30 um conjunto de compromissos regionais que demonstrem que o combate à crise climática depende da cooperação internacional.

“Queremos mostrar que é possível crescer e proteger a natureza. O Brasil vai liderar pelo exemplo e cobrar o mesmo de outros países”, afirmou Lula, reforçando que o evento de Belém será uma oportunidade de reafirmar o compromisso global com o futuro do planeta.


Presidente Lula na COP30 (Foto: reprodução/Getty Images Embed/Pablo Porciuncula)

Desafios e expectativas para a COP30

Marcada para ocorrer em novembro de 2025, a COP30 reunirá líderes mundiais, cientistas e ativistas para discutir políticas de mitigação das mudanças climáticas. Pela primeira vez, o evento será realizado na Amazônia, o que aumenta o simbolismo e a responsabilidade do Brasil como anfitrião. A escolha de Belém reflete o desejo de dar visibilidade às populações que vivem na floresta e que enfrentam, diariamente, os efeitos da degradação ambiental.

Entre os principais temas que devem ser debatidos estão o financiamento climático, a preservação das florestas, a redução das emissões de carbono e a adaptação das cidades às novas condições climáticas. Especialistas afirmam que a COP30 precisa ir além das promessas e apresentar resultados concretos, especialmente em relação ao cumprimento do Acordo de Paris.

O governo brasileiro aposta em uma conferência inclusiva, com a participação ativa de povos indígenas, comunidades tradicionais e representantes da sociedade civil. Para Lula, dar voz a essas populações é essencial para construir políticas que respeitem a diversidade e o conhecimento local. Ele também destacou que o Brasil pretende propor metas ambiciosas, mas realistas, alinhadas com o desenvolvimento sustentável e a proteção da Amazônia.

Apesar do otimismo, o caminho até a COP30 ainda apresenta desafios. A necessidade de equilibrar crescimento econômico e preservação ambiental continua sendo um ponto delicado. Além disso, a cooperação internacional nem sempre avança na mesma velocidade das urgências climáticas. Muitos países ainda resistem em adotar medidas que possam reduzir lucros no curto prazo, mesmo que isso comprometa o futuro das próximas gerações.

Lula reconheceu as dificuldades, mas reforçou que a crise climática não pode ser tratada como um problema distante. Ele lembrou que as enchentes, secas extremas e queimadas são sinais de que o tempo para agir está se esgotando. “O planeta está cobrando um preço alto pela nossa demora. A COP30 será o momento de mostrar que aprendemos a lição”, disse o presidente.

Com o olhar voltado para Belém, o Brasil busca inspirar o mundo a agir. A expectativa é que a COP30 se torne um marco histórico, não apenas por reunir os principais líderes globais, mas por transformar discursos em compromissos reais. A conferência será um teste para a capacidade coletiva de enfrentar um dos maiores desafios da humanidade: garantir um futuro sustentável e equilibrado para todos.

Belém se torna o centro do mundo na luta climática durante a COP30

A Amazônia, maior floresta tropical do mundo, é o palco da nova Cúpula dos Líderes, que começou nesta quinta-feira (6) em Belém, no Pará. A cidade recebe líderes de diversos países para discutir ações contra as mudanças climáticas, em preparação para a COP30, que será realizada oficialmente na próxima segunda-feira (10). O evento acontece em dois espaços principais: a “Zona Azul”, onde ficam os representantes oficiais e jornalistas, e a “Zona Verde”, destinada a ONGs, comunidades indígenas e à sociedade civil.

Agenda lotada dos chefes de Estado

Durante o primeiro dia, o clima foi quente, com pancadas de chuva no fim da tarde, e uma longa recepção marcada por 127 apertos de mão entre chefes de Estado, que foram recebidos pelo grupo paraense Arraial da Pavulagem. O secretário-geral da ONU, António Guterres, foi direto ao ponto, dizendo que o mundo falhou moralmente ao não conter o aquecimento global em até 1,5°C, como prometido no Acordo de Paris. De janeiro a agosto deste ano, a média global já chegou a 1,42°C acima do nível pré-industrial.


líderes mundiais reunidos para a foto (Foto: reprodução/X/@LulaOficial)


Lula faz discurso otimista com relação ao meio ambiente

O presidente Lula abriu seu discurso destacando que ainda é possível reverter os danos ambientais. Ele defendeu ações conjuntas para frear o desmatamento e reduzir a dependência de combustíveis fósseis. Também afirmou que o combate às mudanças climáticas deve estar ligado à luta contra a fome, a pobreza e as desigualdades sociais.

Outros líderes também se pronunciaram. O presidente chileno, Gabriel Boric, criticou Donald Trump por negar a crise climática, e o colombiano Gustavo Petro afirmou que o negacionismo americano ameaça o futuro da humanidade. Já o Príncipe William fez um apelo para que esta geração seja a que “inverte a maré” da destruição ambiental.

Lula ainda anunciou o Fundo Florestas Tropicais para Sempre, que busca captar até US$ 25 bilhões para financiar projetos sustentáveis. Noruega, França, Portugal, Brasil e Indonésia já confirmaram contribuições, enquanto a Inglaterra, por ora, não aderiu ao fundo.

Fora do evento, manifestações de indígenas e artistas pediram mais ação e menos discurso dos líderes mundiais.

Líder do PT prevê avanço do projeto antifacções apenas após a COP30

O líder do PT na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias (RJ), avalia que o projeto de lei antifacções, assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva na semana passada, logo após a megaoperação no Rio que deixou 121 mortos, só deve avançar na Casa depois da COP30.

A Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas acontece entre 10 e 21 de novembro, em Belém (PA), e deve movimentar a agenda política durante todo o mês. “Não vejo clima para votar um projeto desse à distância”, afirmou Lindbergh, indicando que as discussões devem ser retomadas apenas após o evento.

O que diz o projeto

De acordo com o Ministério da Justiça, o projeto visa atualizar a Lei de Organizações Criminosas e criar uma figura da “facção criminosa”. A pena prevista é de 8 a 15 anos de prisão para grupos que controlam territórios ou atividades econômicas com uso de violência ou ameaça. Os homicídios cometidos por ordem dessas facções poderão chegar a 30 anos de cárcere e serão considerados crimes hediondos.



Lula assina Projeto de Lei Antifacção (Vídeo: reprodução/YouTube/CNN Brasil)


Outros fatores que podem acarretar no aumento da pena são os casos com incidências de que uma facção criminosa mantém contato com outras organizações criminosas independentes, transnacionalidade da organização, apropriação territorial e morte ou lesão corporal a agentes de segurança pública.

Divergências e tensões

Governistas acreditam ainda que a COP30 será uma grande oportunidade para Lula discutir o tema com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e avaliar a unificação do projeto antifacções com o PL antiterrorismo, ideia defendida por parte da oposição e do centrão. Em contrapartida, os aliados do presidente Lula se opõem à proposta que equipara facções ao terrorismo, temendo brechas para interferências estrangeiras e criminalização de movimentos de cunho social. 

Para Lindbergh, o texto “antiterrorismo” pode até causar questões diplomáticas entre Lula e Donald Trump, em um momento de tentativa de reaproximação entre os dois líderes. Na Câmara, o deputado Danilo Forte (União Brasil-CE) propôs a junção dos dois projetos, o que deve acirrar ainda mais o debate quando o tema voltar à pauta após a COP30.

Lula promete nova ligação a Trump se negociações comerciais não avançarem até o fim da COP30

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta terça-feira (4) que pretende entrar novamente em contato com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, caso as negociações comerciais entre os dois países não avancem até o encerramento da COP30, conferência climática da ONU que está sendo realizada em Belém (PA). A declaração reforça o tom diplomático adotado por Lula diante do recente aumento das tarifas impostas por Washington sobre produtos brasileiros.

Lula lembrou do encontro com Trump

O petista relembrou o encontro que teve com Trump em outubro, na Malásia, quando ambos tentaram amenizar as tensões bilaterais criadas após o governo norte-americano elevar de 10% para 50% as tarifas de importação da maioria dos produtos vindos do Brasil. Segundo Lula, a conversa foi positiva, e houve um compromisso mútuo de buscar um entendimento comercial. Em entrevista, o presidente declarou ter saído do encontro com o presidente Trump com a convicção de que um acordo será firmado. Ele também ressaltou a urgência de iniciar imediatamente as conversas entre os negociadores.

A nova ofensiva diplomática de Lula também reflete uma tentativa de recolocar o Brasil em posição de destaque nas relações internacionais, após anos de distanciamento com os Estados Unidos em temas comerciais e ambientais. O presidente tem buscado reforçar o papel do país como protagonista na transição para uma economia sustentável, tema central da COP30, e aposta que um acordo equilibrado com Washington poderia abrir portas para novos investimentos estrangeiros e parcerias tecnológicas. Assessores do Planalto acreditam que o diálogo direto entre Lula e Trump, mesmo com eventuais divergências políticas, é fundamental para garantir estabilidade nas trocas comerciais e fortalecer a imagem do Brasil como um ator global disposto a negociar com diferentes blocos de poder.

O governo está confiante para um acordo

O governo brasileiro acredita que um novo acordo pode restabelecer o fluxo comercial afetado pelas medidas unilaterais de Trump, especialmente nos setores agrícola, siderúrgico e de manufaturados. Lula destacou ainda que o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, estão preparados para retomar as discussões e, se necessário, viajar aos Estados Unidos nas próximas semanas. Ele afirmou que, se a reunião entre as equipes de negociação não estiver agendada até o final da COP, ele ligará novamente para Trump para resolver a situação.


Lula atual Presidente do Brasil (Foto: Reprodução/PABLO PORCIUNCULA/AFP/Getty Images Embed)


Fontes próximas ao Planalto avaliam que Lula busca equilibrar firmeza e diálogo para evitar um agravamento nas relações com os EUA, país que figura entre os principais parceiros comerciais do Brasil. A expectativa é de que as negociações avancem ainda neste mês, aproveitando o ambiente diplomático da COP30 e o protagonismo brasileiro nas discussões sobre sustentabilidade e economia verde. Para o governo, um eventual acordo pode fortalecer a imagem do Brasil como mediador global e ampliar as oportunidades de exportação em meio ao cenário de incerteza econômica internacional.

Lula sanciona criação do Sistema Nacional de Educação (SNE)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sanciona na última sexta-feira, 31 de outubro, a lei que cria o Sistema Nacional de Educação (SNE). A medida garante a integração de políticas educacionais no Brasil. Por meio de uma gestão colaborativa entre a União, estados e municípios. O objetivo é ajudar no acesso à qualidade e principalmente, equidade da educação, com um acompanhamento mais eficiente de todo o percurso dos estudantes, desde o ensino básico, até a universidade.

Mudança estrutural no setor educacional

Após a sanção do SNE, o país dá um passo importante em relação à educação no Brasil. A implementação do novo sistema tem como objetivo ajudar na transparência, planejamento e também no controle da educação, visto que estabelece uma coordenação mais integrada entre as esferas do governo. Ainda, com o Sistema Nacional de Educação, o objetivo é tornar a educação mais acessível e eficiente, garantindo o combate as desigualdades regionais que ainda persiste em diversas regiões do país.


Publicação de Lula (Vídeo: reprodução/YouTube/Lula)


Para isso, o SNE vai unificar dados sobre matrículas, frequência escolar, recursos financeiros e outras informações relevantes, facilitando a gestão e o planejamento de políticas públicas. Assim, o sistema permitirá intervenções rápidas em casos de dificuldades de aprendizagem ou evasão escolar, criando um acompanhamento contínuo do aluno ao longo de toda sua trajetória educacional.

Desafios e expectativas para o futuro da educação

Apesar de ser uma medida celebrada por muitos, a criação do SNE ainda traz desafios. De acordo com especialistas, a integração entre as esferas do governo precisam ser bem coordenadas, para que seja possível evitar a desorganização e também falhas no processo. Ainda, é importante que a distribuição dos recursos aconteça de forma justa, e principalmente, priorizando as regiões e escolas que precisam de mais apoio.

A expectativa é que com a criação do novo sistema, ofereça mais transparência e também qualidade de ensino em todo o Brasil. Pois a novidade é vista como uma forma de entregar acesso à educação de qualidade para todas as regiões nacionais, assim superando obstáculos que ainda aflige inúmeras famílias, crianças e jovens no país.

Lula assina projeto de lei antifacção

O governo federal apresentou ao Congresso o projeto de lei conhecido como “antifacção”, que endurece o combate ao crime organizado no país. A proposta cria a figura da “organização criminosa qualificada”, que amplia as punições para grupos que dominam territórios, aliciam menores ou utilizam armas de grosso calibre. Nessas situações, as penas passam a ser mais severas, podendo chegar a 30 anos de prisão em casos de homicídio cometido em benefício da facção.

O que muda na lei com o projeto

A iniciativa surge após a recente onda de violência no Rio de Janeiro, que expôs falhas no enfrentamento a esses grupos. Entre as medidas previstas, estão a apreensão antecipada de bens e valores durante as investigações, a intervenção judicial em empresas ligadas a organizações criminosas e a criação de um banco de dados nacional sobre facções, para mapear integrantes e atividades.

O texto também reforça os mecanismos de investigação e inteligência, autorizando a infiltração de agentes, o monitoramento de presos, o bloqueio de operações financeiras e a cooperação entre estados e União. A proposta marca uma tentativa de resposta mais incisiva do Estado diante do avanço do crime organizado e da influência das facções em diversas regiões do país.


Presidente Lula visa ações legais para combater a violência (Foto: reprodução/Ricardo Stuckert/PR)


Proposta visa aumentar segurança para população

O momento político e social foi determinante para acelerar a proposta. O aumento da sensação de insegurança, as operações policiais intensas em grandes centros urbanos e o fato de a segurança pública voltar a ocupar o topo das preocupações da população levaram o governo a buscar respostas mais concretas.

Se aprovado, o projeto pode representar uma nova etapa no enfrentamento ao crime organizado. A expectativa é que as facções enfrentem maior risco jurídico, menos espaço para atuação econômica e territorial e maior capacidade de investigação coordenada entre os órgãos de segurança. Especialistas, porém, alertam para possíveis efeitos colaterais. Críticos apontam o risco de centralização excessiva de poder, fragilização de garantias processuais e dependência de uma estrutura policial ainda limitada em várias regiões do país.

Apesar das incertezas, o texto é visto como uma tentativa do governo de colocar a segurança pública no centro da agenda nacional e de construir um marco mais duradouro no combate às facções criminosas. O desafio agora será viabilizar a aprovação no Congresso e garantir condições práticas de implementação.

Presidente Lula convoca reunião com ministros após megaoperação no Rio

O presidente Lula convocou nesta quarta-feira (29) uma reunião de emergência com os ministros do governo no Palácio da Alvorada para tratar da situação em que se encontra o Rio de Janeiro, após a megaoperação da polícia ontem (28). De acordo com balanço oficial feito pela Defensoria Pública do Rio de Janeiro, o número de mortos já passa de 130.

A megaoperação – considerada a mais letal da história do Rio de Janeiro – foi realizada nos complexos da Penha e do Alemão, como forma de combater o CV (Comando Vermelho). O número de mortos durante a ação da polícia ultrapassa o número somado das operações em Jacarezinho (2021), com 28 óbitos, e Vila Cruzeiro (2022), com 24.

Reunião no Palácio da Alvorada

O encontro, convocado pelo presidente Lula, reúne ministros do governo federal para debater a situação alarmante causada pela megaoperação da polícia no Rio de Janeiro. A pauta será tratada na residência oficial da Presidência da República, o Palácio da Alvorada – onde o próprio presidente reside.

Foram convocados os integrantes do primeiro escalão do governo de Lula. Então incluídos: o vice-presidente e ministro da Indústria, Geraldo Alckmin; a ministra de Relações Exteriores, Gleisi Hoffman; o ministro da Secretaria de Comunicação Social, Sidônio Palmeira; o ministro da Casa Civil, Rui Costa; a ministra dos Direitos Humanos, Macaé Evaristo; a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco; e o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski.

Em entrevista durante a tarde desta terça-feira (28), após o início da megaoperação, Lewandowski negou ter recebido qualquer solicitação de ajuda do governador Cláudio Castro para a ação policial nos complexos.


Lewandowski comenta sobre a megaoperação no Rio de Janeiro (Vídeo: reprodução/YouTube/@CNNbrasil)

Megaoperação no Rio

A operação da polícia, realizada no dia 28 nos complexos do Alemão e da Penha – localizados na Zona Norte do RJ -, teve como alvo o Comando Vermelho. Conforme informado pela Defensoria Pública do Rio de Janeiro, o número de óbitos total já está em 132, com 128 sendo civis e 4 policiais. A ação contou com mais de 2.500 agentes, com objetivo principal de cumprir 100 mandados de prisão contra membros e líderes do CV.

Contudo, o número atualizado não bate com o que foi divulgado pelo governo do Rio de Janeiro na terça (28). De acordo com o governo, a operação teria sido terminada com 64 mortos, onde 4 eram policiais.

Nesta manhã, a Praça da Penha acordou com uma fila de corpos estirados no chão, levados pelos moradores do complexo. O total de corpos chegava a 74, mas de acordo com o secretário da PM, coronel Marcelo de Menezes Nogueira, eles não constavam no número oficial que estava sendo divulgado. Segundo ativistas e moradores da região, os corpos foram retirados de uma área de mata do Complexo da Penha, durante toda a madrugada de hoje.