Trump convida Netanyahu para visitar a Casa Branca

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, convidou o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, para uma nova visita à Casa Branca “em um futuro próximo”, segundo comunicado divulgado pelo gabinete do premiê nesta segunda-feira (1º). O telefonema marca mais um movimento público de aproximação entre os dois líderes, que já se encontraram quatro vezes desde o retorno de Trump ao cargo, em janeiro de 2025.

Segundo fontes próximas ao governo israelense, o convite partiu de Trump durante uma conversa que tratou diretamente das tensões crescentes no Oriente Médio. A Casa Branca, por sua vez, não deu detalhes adicionais sobre data ou formato da visita, mas reforçou o interesse em manter a coordenação política em Jerusalém.

Apesar das divergências pontuais registradas ao longo do ano, especialmente em relação a estratégias militares e decisões internas de Israel, o convite demonstra que a parceria bilateral segue como uma das prioridades do governo norte-americano no contexto geopolítico atual.

Gaza, segurança regional e a pauta em debate

O gabinete de Netanyahu afirmou que, na ligação, Trump e o premiê discutiram temas centrais para ambos os governos, incluindo o processo de desarmamento do Hamas e a desmilitarização da Faixa de Gaza, objetivos declarados de Israel desde o início da atual campanha militar no território.

Washington busca participar mais ativamente das negociações e pressiona por avanços que possam reduzir a instabilidade na região. A administração norte-americana também vê a cooperação com Israel como essencial para reorganizar alianças no Oriente Médio, sobretudo diante das movimentações recentes no Líbano, na Síria e nas dinâmicas envolvendo Irã e grupos paramilitares.


Guerra em gaza continua após tentativas de acordo (Foto: reprodução/X/@g1)


Uma reunião presencial poderia servir para consolidar entendimentos sobre etapas futuras em Gaza, além de abrir espaço para novos acordos militares e diplomáticos. A expectativa é que o encontro, caso se concretize, também trate de questões de segurança compartilhada e do fluxo de armamentos na região.

Um encontro com impacto internacional

Se confirmado, o encontro poderá representar não apenas uma reafirmação da aliança histórica entre os dois países, mas também uma demonstração de força do governo Trump diante de aliados e adversários. A presença de Netanyahu na Casa Branca, à luz do contexto atual, pode reforçar a posição de Israel em negociações multilaterais e fortalecer sua estratégia militar.

No entanto, a visita também pode gerar reações negativas em países árabes e entre atores defensores de uma solução pacífica para o conflito. A aproximação explícita entre Washington e Jerusalém pode ser interpretada como endosso à atuação militar israelense, o que tende a elevar a pressão diplomática sobre ambos.

Enquanto isso, o governo israelense mantém total sigilo sobre possíveis datas, reforçando apenas que o convite foi recebido positivamente. Para os EUA, a movimentação é vista como parte de um esforço maior para reconfigurar o equilíbrio de poder no Oriente Médio e conter avanços de grupos extremistas.

Ministro da Defesa de Israel elogia Trump e Netanyahu por firmarem acordo

Nesta quinta-feira (9), Israel Katz, Ministro da Defesa de Israel, parabenizou o presidente americano, Donald Trump, e o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, por firmarem a  primeira fase do acordo de paz na Faixa de Gaza. O novo tratado prevê a liberação de reféns que estão sob domínio do Hamas. 

“Agradeço ao Primeiro-Ministro Benjamin Netanyahu e ao presidente dos EUA, Donald Trump, pela liderança que levou ao acordo — e aos heróicos soldados das Forças de Defesa de Israel, cuja coragem, determinação e imenso sacrifício nos trouxeram a este grande momento”, escreveu o ministro no aplicativo Telegram. 

Além disso, Katz também escreveu uma mensagem às famílias dos reféns mantidos pelo Hamas desde o início da guerra e, também, saudou as tropas das Forças de Defesa de Israel, incluindo os mortos. 

A primeira parte do acordo

Na última quarta-feira (8), Israel e Hamas anunciaram que chegaram a um acordo para implementar a primeira parte do plano de cessar-fogo no território da Faixa de Gaza. Esse acordo, apresentado em setembro pelos Estados Unidos, teve negociação mediada pelo Egito, Turquia e Catar. 


Moradores de Gaza comemoram acordo de paz selado entre Israel e Hamas. (Vídeo/Instagram/@bbcbrasil)

De acordo com os pontos discutidos, esta primeira etapa consistirá na liberação de todos os reféns mantidos pelo Hamas desde o início da guerra, em outubro de 2023. Além disso, tropas israelenses devem recuar de suas posições em Gaza. Por fim, o território palestino receberá mais caminhões de ajuda humanitária, com a entrega de comida, água e medicamentos. 

Os corpos dos reféns mortos

Apesar da primeira parte do plano de cessar-fogo incluir a devolução dos reféns e os corpos dos que já foram mortos, o Hamas alega que não sabe onde estão todos os corpos das vítimas. 

Nesse sentido, segundo a imprensa americana, o grupo teria pedido mais tempo para devolver os corpos dos israelenses mortos. Estima-se que dos 48 reféns que permaneciam sob domínio do Hamas, apenas 20 estejam vivos. 

De acordo com a primeira parte do plano, Israel também deve libertar quase 2 mil palestinos, incluindo os condenados à prisão perpétua.

Acordo de Paz entre Israel e Hamas é assinado

O grupo Hamas e o governo de Israel chegaram a um acordo de Paz na noite desta quarta-feira (8), marcando a primeira fase do cessar-fogo na Faixa de Gaza, após semanas de intensas negociações. Anunciado pelo presidente dos EUA, Donald Trump, em suas redes sociais, o compromisso foi mediado por potências internacionais, incluindo Catar, Egito e Turquia. Entre as medidas adotadas estão a libertação de todos os reféns mantidos pelo Hamas desde o início da escalada, em 07 de outubro de 2023.

Em seu comunicado, Trump destacou que este é um passo importante que pode abrir caminhos para uma paz duradoura na região. Contudo, muitos detalhes da tratativa continuam sendo discutidos, com a implementação de várias cláusulas que dependem de condições políticas complexas e futuras negociações entre as partes envolvidas.

Complexidade do acordo

Ainda em fase inicial, o acordo prevê que o grupo Hamas liberte todos os reféns em um prazo de 72 horas, com expectativa de que, até o próximo sábado (11), a libertação seja concluída. No entanto, o Hamas solicitou um prazo maior para devolver os corpos das vítimas, indicando a complexidade das questões humanitárias ainda em jogo nas negociações. Segundo informações, 48 reféns israelenses são mantidos em território palestino, destes 20 estariam vivos.


Publicação de Benjamin Netanyahu sobre libertação dos reféns israelenses (Foto: reprodução/X/@netanyahu)

Em contrapartida, Benjamin Netanyahu se comprometeu a libertar prisioneiros palestinos mantidos em território israelense, algo imposto pelo grupo Hamas desde o início das negociações. Além disso, o governo de Israel deve retirar suas tropas da Faixa de Gaza, sinalizando um recuo militar. No entanto, essa é uma questão ainda em aberto, já que os detalhes sobre onde as tropas se posicionarão permanecem incertos.

As negociações

As negociações para o cessar-fogo começaram logo após o ataque ocorrido há dois anos, ao sul da Faixa de Gaza, em Re’im, no deserto de Negev, durante um festival de música eletrônica, quando o grupo Hamas sequestrou 251 reféns e matou centenas de pessoas na ofensiva, de acordo com informações divulgadas à época. Porém, os vários acordos anteriores foram violados e a assinatura deste novo compromisso oferece esperança para a redução das hostilidades na região.

A proposta aceita foi apresentada pela Casa Branca em setembro deste ano, com uma série de medidas, incluindo uma zona de segurança para Israel e um governo de transição palestino sob supervisão internacional, sem intervenção, direta ou indireta, do grupo Hamas. Porém, conforme especialistas, a assinatura do acordo não significa o fim imediato das tensões entre as partes, uma vez que as divergências ideológicas e políticas permanecem.


 

Publicação da Casa Branca sobre o acordo assinado entre o grupo Hamas e o governo de Israel (Foto: reprodução/Instagram/@whitehouse)

Desde o ataque, a Faixa de Gaza tem sido palco de um intenso conflito, com mais de 60 mil mortos palestinos, segundo estimativas divulgadas pelo Hamas. Embora o novo plano indique que um Estado independente da Palestina poderia ser uma possibilidade futura, ele está condicionado a uma série de reformas internas e à pacificação do território.

O futuro da Faixa de Gaza também envolve a reconstrução da infraestrutura devastada e a entrada de ajuda humanitária, o que exigirá um esforço internacional considerável. O “Conselho da Paz”, será liderado por Donald Trump, que supervisionará a reconstrução e os recursos destinados à população Palestina.

Expectativas internacionais

Em suas declarações, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, comemorou a assinatura do acordo, ressaltando a importância da libertação dos reféns e o “grande dia” para o Estado de Israel. Se comprometendo a submeter o tratado à aprovação interna de seu governo e elogiando o trabalho das forças de defesa do país. “Graças à coragem e ao sacrifício dos nossos soldados, chegamos a este dia”, disse Netanyahu, referindo-se ao esforço militar israelense na região.

O grupo Hamas, por sua vez, expressou gratidão aos mediadores, mas reforçou a necessidade de garantir que Israel cumpra todos os termos do acordo, especialmente no que diz respeito ao fim das agressões e à implementação das condições acordadas.


Publicação da Organização das Nações Unidas (ONU), sobre o acordo de cessar-fogo (Foto: reprodução/X/@ONUNews)

Em contrapartida, a comunidade internacional observa de perto o desenvolvimento dos próximos passos, na esperança de que a primeira fase do cessar-fogo possa ser o início de uma negociação mais ampla e, eventualmente, de uma solução política para o impasse de décadas. Embora ambicioso, o compromisso enfrenta muitos obstáculos, desde a reconciliação interna da Palestina até a aceitação do governo de Netanyahu, que rejeita a criação de dois Estados.

 

 

Israel nega maus-tratos a Greta Thunberg durante detenção

O governo de Israel negou neste domingo (5), que esteja maltratando a ativista sueca Greta Thunberg, detida em uma prisão do país depois que seu barco foi parado a caminho da Faixa de Gaza. O Ministério das Relações Exteriores de Israel afirmou que as acusações de maus-tratos a Greta Thunberg e outros detidos da flotilha “Hamas–Sumud” são falsas. Segundo o governo, todos os direitos legais dos detidos estão sendo respeitados e Greta não fez nenhuma reclamação, porque os supostos abusos “simplesmente nunca aconteceram”.

Acusações de maus-tratos e repercussão internacional

No sábado, dois ativistas que estavam na flotilha com Greta Thunberg e foram detidos com ela, afirmaram que a ativista estaria sofrendo maus-tratos durante a detenção. Ao chegarem à Turquia após a deportação, disseram à agência Reuters que viram Greta sendo empurrada e obrigada a usar uma bandeira israelense, mas não apresentaram provas.

O governo de Netanyahu, que mantém um bloqueio terrestre, marítimo e aéreo em Gaza, interceptou todos os barcos que tentavam chegar à região e está realizando a deportação dos ativistas, que considera “provocadores”. Segundo o Ministério das Relações Exteriores de Israel, “a própria Greta e outros detidos se recusaram a agilizar a deportação e insistiram em prolongar sua permanência sob custódia”.

Deportações em massa e o papel de Greta Thunberg

A interceptação dos cerca de 40 barcos da flotilha e a detenção de mais de 450 ativistas geraram condenação internacional. Na sexta-feira, o governo do Brasil denunciou Israel no Conselho de Direitos Humanos da ONU por conta da ação.



Greta e mais 170 ativistas foram deportados (Foto: reprodução/X/@VEJA)

Até o momento, Israel já deportou pelo menos 170 ativistas de diversas nacionalidades, incluindo brasileiros, norte-americanos e cidadãos da Europa, Oriente Médio, Ásia e África. O governo israelense afirma que quer concluir todas as deportações “o mais rápido possível”, mesmo diante de tentativas de obstrução.

Greta Thunberg é uma ativista sueca conhecida mundialmente por seu trabalho em defesa do meio ambiente e pelo combate às mudanças climáticas. Nascida em 3 de janeiro de 2003 em Estocolmo, ela começou sua trajetória ao fazer protestos solitários em frente ao Parlamento sueco em 2018, exigindo ações mais firmes contra o aquecimento global. Esse movimento deu origem ao “Fridays for Future”, um movimento internacional de estudantes que organizam greves e manifestações pelo clima.

Neatnyahu critica países que reconhecem o Estado da Palestina

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, fez um discurso duro na ONU nesta sexta-feira (26), criticando países ocidentais que decidiram reconhecer o Estado da Palestina. Para ele, essa atitude equivale a transmitir a mensagem de que “matar judeus compensa”. A fala foi uma reação direta ao movimento diplomático de nações como França, Reino Unido, Austrália e Canadá, que optaram por apoiar oficialmente a independência palestina em meio à guerra prolongada em Gaza.

Netanyahu afirmou que não haverá reconhecimento de um Estado palestino por parte de Israel, reforçando a posição de seu governo após os ataques de 7 de outubro de 2023, quando militantes do Hamas mataram cerca de 1.200 pessoas em território israelense. A ofensiva de resposta já deixou mais de 65 mil mortos em Gaza, segundo autoridades locais.

Diplomatas de outros países saíram antes do discurso de Netanyahu

O clima na Assembleia Geral foi tenso. Vários delegados deixaram o salão quando Netanyahu subiu ao palco, enquanto outros o aplaudiram de pé. O premiê acusou líderes mundiais de cederem à pressão de uma mídia parcial e de grupos extremistas, mas afirmou que, nos bastidores, muitos agradecem aos serviços de inteligência de Israel.

Durante seu discurso, Netanyahu também enviou uma mensagem direta aos reféns ainda mantidos em Gaza, garantindo que Israel não os esqueceu e que continuará tentando trazê-los de volta. Ele contou que instalou alto-falantes na fronteira para que suas palavras pudessem ser ouvidas dentro do enclave palestino.


Antes de Netanyahu começar o discurso, diversas delegações saíram do salão da ONU (Vídeo: Reprodução/X/@siteptbr)


Prometeu reforçar a guerra no Oriente Médio

O primeiro-ministro disse estar comprometido em manter a guerra até a destruição completa do Hamas, mas enfrenta críticas internas de famílias dos reféns e de parte da opinião pública israelense, cansada do conflito. Mesmo assim, segue contando com o apoio dos Estados Unidos, que reforçam o veto a uma adesão plena da Palestina à ONU.

Paralelamente, o presidente palestino Mahmoud Abbas agradeceu aos países que reconheceram o Estado palestino e defendeu que sua autoridade assuma o controle de Gaza no pós-guerra, sem a presença do Hamas. Já Donald Trump, aliado de Netanyahu, declarou que não permitirá a anexação da Cisjordânia, sinalizando possíveis tensões no próximo encontro entre os dois líderes.

Netanyahu desafia líderes globais em discurso na ONU

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, fez um discurso duro na Assembleia Geral da ONU, nesta quinta-feira (26), direcionando críticas à postura de líderes mundiais diante da guerra em Gaza. O chefe de governo acusou a comunidade internacional de abandonar Israel em meio ao conflito e de se curvar diante de pressões externas.

Lideranças internacionais perdem apoio a Israel

Netanyahu lembrou que, após os ataques de 7 de outubro, muitos países condenaram a violência contra Israel, mas a solidariedade se dissipou quando o governo decidiu reagir militarmente. Para o premiê, o apoio inicial não resistiu às pressões políticas e às críticas sobre as consequências humanitárias da ofensiva em Gaza, marcada por milhares de vítimas civis e destruição em larga escala.

O líder israelense argumentou que a mudança de posição internacional representa um enfraquecimento na luta contra o terrorismo e coloca em risco não apenas Israel, mas também a estabilidade global. Em tom irônico, declarou:

Há um ditado familiar, ‘quando as coisas ficam difíceis, os fortes entram em ação.’ Bem, para muitos países aqui, quando as coisas ficaram difíceis, vocês se curvam. E aqui está o resultado vergonhoso desse colapso.”

Benjamin Netanyahu

Ele então acusou os líderes mundiais de travar uma “guerra política e legal contra Israel”, alegando que essa postura reforça campanhas de grupos extremistas e setores antissemitas. Para Netanyahu, a comunidade internacional escolheu criticar Tel Aviv em vez de enfrentar ameaças comuns que, segundo ele, já ultrapassam fronteiras e ameaçam a segurança coletiva.


Benjamin Netanyahu discursando em reunião da ONU (Foto: reprodução/
Michael M. Santiago / Getty images embed)


Discurso de Netanyahu divide a ONU

Na sequência, o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu elevou ainda mais o tom de suas críticas, declarando:

Vocês estão apaziguando o seu caminho para fora da jihad, sacrificando Israel. Esta não é uma acusação de Israel. É uma acusação contra você. É uma acusação de fracos líderes que precisam apaziguar o mal em vez de apoiar uma nação cujos bravos soldados guardam você no portão. Eles já estão penetrando seus portões.”

Benjamin Netanyahu

A reação ao pronunciamento foi imediata e dividida entre os presentes. Delegações críticas classificaram o discurso como excessivamente agressivo e distante dos esforços diplomáticos para encerrar a guerra em Gaza. Para esses países, o posicionamento de Netanyahu reforça a escalada militar e dificulta a busca por negociações de paz.

Por outro lado, aliados históricos de Israel ressaltaram a necessidade de proteger a segurança nacional do país diante de ameaças terroristas. Alguns diplomatas afirmaram que o discurso, embora duro, reflete a percepção de isolamento que Israel enfrenta e a urgência em reafirmar sua legitimidade internacional.

A postura do primeiro-ministro evidenciou como o conflito no Oriente Médio continua a dividir a comunidade internacional. Enquanto uns pedem cessar-fogo imediato e acusam Tel Aviv de violações de direitos humanos, outros defendem o direito de Israel de reagir contra ataques. Essa polarização mostra o quanto a guerra em Gaza permanece como um dos maiores desafios diplomáticos da atualidade.

Donald Trump condena ataque de Israel ao Catar: “lamentável incidente” 

O presidente dos EUA, Donald Trump, declarou nesta terça-feira (10) que não concorda com a forma que Israel agiu no ataque a líderes do Hamas em Doha, capital do Catar. Trump disse não estar entusiasmado com a situação, mas que não se surpreende com qualquer coisa que aconteça no Oriente Médio. Segundo informações da CNN, a Casa Branca só foi informada do bombardeamento pouco antes dele iniciar, não dando tempo suficiente para alertar os catarianos. 

Discordância de Netanyahu

Trump se posicionou de forma contrária ao ataque de Israel ao Catar. Em declaração nas redes sociais, ele afirmou que a decisão foi, inteiramente, tomada pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. Segundo o presidente norte-americano, os ataques não refletem os interesses de Israel e dos EUA, mas que extinguir o Hamas é um objetivo digno. O episódio foi tido como um lamentável incidente. Catar é considerado, por Washington, um importante aliado na negociação da paz.


Momento do ataque de Israel a lideranças do Hamas no Catar
(vídeo: reprodução/youtube/cnnbrasil)

Netanyahu assumiu o planejamento e execução da ofensiva, realizada, segundo o Exército Israelense, pela agência de inteligência do país, a Shin Bet, em parceria com a Força Aérea. 

Consequências do ataque

A agressão israelense foi feita por jatos, que utilizando armas de precisão, atingiram líderes do Hamas que estavam em Doha, capital catariana. O Hamas afirmou que, entre os cinco mortos, está o filho de Khalil Al-Hayya, principal negociador da paz com Israel, mas que os membros da alta cúpula do grupo sobreviveram. Segundo o governo do Catar, durante o bombardeio, um membro da Força de Segurança do país foi morto e outros ficaram feridos. 


Ofensiva com tanques de Israel a Gaza no dia 7 deste mês
(reprodução/Amir Levy/Getty Images Embed)


A Organização das Nações Unidas entendeu a situação como violação de soberania nacional. O Papa Leão XIV se manifestou, rapidamente, de forma contrária ao ataque. Opositores de Israel no Oriente Médio, Irã, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos se solidarizaram com o país vitimado. O Catar anunciou a saída da nação da negociação pelos tratados de paz do conflito na Faixa de Gaza. 




Ataque a ônibus em Jerusalém deixa mortos e feridos

Um ataque a tiros dentro de um ônibus em Jerusalém, nesta segunda-feira (8), deixou seis mortos e mais de dez feridos, sendo seis deles em estado grave, de acordo com o governo e os serviços de emergência de Israel. Segundo a agência Associated Press (AP), dois atiradores entraram em um ônibus e começaram a atirar. A polícia de Israel informou em comunicado que os suspeitos foram “neutralizados”.

Israel aponta ameaça e cobra resposta ao terrorismo

O governo de Israel afirmou em sua conta na rede social X (antigo Twitter), que o ataque em Jerusalém evidencia a ameaça que o país enfrenta. A nota destacou que os atiradores miraram qualquer pessoa próxima ao ônibus, e que a resposta de Israel é direcionada a todos que apoiam o terrorismo.

O ministro das Relações Exteriores, Gideon Saar, confirmou o número de mortos. Já sobre os feridos, os dados variam: a polícia aponta 11, o serviço de resgate 12, e o gabinete do premiê Benjamin Netanyahu fala em mais de 12.

Segundo a agência Associated Press (AP), o ataque aconteceu em um cruzamento na entrada norte de Jerusalém, em uma estrada que leva a assentamentos judaicos na região leste da cidade, na Cisjordânia. A região é palco de conflitos por causa dos planos de Israel de expandir os assentamentos e, eventualmente, anexar a Cisjordânia, ação que contraria normas internacionais.


Pessoas correndo após tentativa de ataque terrorista em Jerusalém (Vídeo: reprodução/X/@hoje_no)

Até a última atualização, ainda não se sabe quem realizou o ataque nem o motivo. O grupo Hamas, que está em guerra contra Israel desde outubro de 2023, elogiou a ação de dois “combatentes da resistência palestina”, mas não assumiu a autoria.

Netanyahu promete reação dura após ataques em Jerusalém

O serviço de ambulâncias informou que as vítimas são um homem de 50 anos, uma mulher também com cerca de 50 e três homens de aproximadamente 30 anos. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu esteve no local após o tiroteio ser controlado. Ele voltou a prometer a destruição do Hamas e disse que tomará “medidas ainda mais duras” na região.

Netanyahu declarou que as forças de Israel estão em busca dos responsáveis pelo ataque e de todos que tenham ajudado ou apoiado os terroristas. Segundo ele, os ataques não enfraquecem o país, mas reforçam a determinação de Israel de continuar suas operações em Gaza e na Cisjordânia. O Exército de Israel informou que enviou soldados ao local do ataque e, junto com a polícia, procura possíveis cúmplices.


Foto e vídeo do ônibus atacado em Jerusalém (Vídeo: reprodução/X/@SachaRoytman)

Embora ataques menores tenham acontecido nos últimos meses, o último ataque em massa foi em outubro de 2024. Na ocasião, dois palestinos da Cisjordânia abriram fogo em Tel Aviv, matando sete pessoas e ferindo várias outras. O Hamas assumiu a autoria daquele ataque.

Segundo dados da ONU, entre o início da guerra e julho de 2025, pelo menos 49 israelenses foram mortos por palestinos em Israel ou na Cisjordânia. No mesmo período, forças e civis israelenses mataram pelo menos 968 palestinos nessas regiões.

Netanyahu obtém aval para controlar a principal região de Gaza

Foi aprovado pelo Gabinete de Segurança de Israel, nesta sexta-feira (8), horário local, o plano do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu para tomar o controle da Cidade de Gaza, a maior cidade do enclave palestino, ampliando as operações militares na região. A reunião durou quase 10 horas e teve decisão favorável a Netanyahu. 

A estratégia de intensificar a pressão sobre o grupo Hamas, apontado por Israel como responsável por manter reféns e prolongar o conflito, se concentrará na região urbana mais povoada do território, com as Forças de Defesa de Israel (IDF) comandando a operação.

A proposta

Em entrevista à estadunidense “Fox News”, Benjamin Netanyahu afirmou que a intenção de Israel não é governar Gaza de forma permanente. Segundo o primeiro-ministro, o objetivo é estabelecer um perímetro de segurança e, posteriormente, entregar o controle do território as forças árabes que “governariam adequadamente”. Para Netanyahu, nem o Hamas nem a Autoridade Palestina, administrará a região. 


Detalhamento do plano de Benjamin Netanyahu aprovado pelo Gabinete de Segurança de Israel (Foto: reprodução/X/@IsraeliPM)



O plano de Netanyahu gerou críticas e foi visto por muitos especialistas como uma tentativa indireta de ocupar o território palestino, sinalizando que não haverá retirada das forças de segurança de Israel da região e nem um cessar-fogo no enclave.

Reação internacional

A Comunidade Internacional  recebeu o plano de Benjamin Netanyahu com preocupação. A proposta de entregar o controle de Gaza às forças árabes ainda necessita de respaldo, uma vez que não há clareza sobre quais países participariam desse esforço e sob quais condições. Além disso, tanto os EUA quanto a ONU já haviam rejeitado propostas anteriores semelhantes, indicando a falta de consenso sobre uma solução viável para um pós-conflito.


Críticas e rejeição do escritório de Direitos Humanos da ONU sobre o plano de Benjamin Netanyahu (Foto: reprodução/X/@UNHumanRights)

Conforme especialistas, o plano de Netanyahu ignora a Autoridade Palestina como gestora da Faixa de Gaza, uma vez que a Autoridade é reconhecida internacionalmente como representante legítima dos palestinos. 

Para muitos analistas, isso evidencia a tentativa do atual governo israelense de moldar a governança do enclave segundo seus próprios interesses de segurança, sem dialogar com lideranças palestinas responsáveis pela região. Assim sendo, a ocupação da Cidade de Gaza não apenas eleva o risco de novos confrontos, mas também reforça a fragmentação política no território palestino

Resposta do Hamas

O grupo Hamas reagiu duramente ao plano israelense, chamando a proposta de um “golpe” que mina as negociações em curso e coloca em risco a vida dos reféns. Em comunicado oficial, o grupo acusou Benjamin Netanyahu de usar os civis e os reféns como peças políticas para manter-se no poder.

O jogo de narrativas entre Israel e o grupo Hamas alimenta ainda mais o impasse diplomático e aprofunda a desconfiança mútua entre as partes envolvidas, aumentando a escalada do conflito na Faixa de Gaza, iniciado há quase dois anos.

Crise humanitária

Com a crise humanitária no enclave agravando-se sobremaneira, a escassez de alimentos e suprimentos necessários para a sobrevivência aumenta com o passar dos dias, mesmo com a pausa de ajuda humanitária. A disputa por alimentos na região tem deflagrado conflitos entre civis e forças militares.


Crise humanitária na Faixa de Gaza, pessoas em busca de alimentos, em 30 de julho de 2025 (Fotos: reprodução/Anadolu/Getty Images Embed)


A aprovação do plano de Benjamin Netanyahu ocorre em meio ao colapso das negociações com o grupo Hamas, o qual, recentemente, divulgou vídeos mostrando reféns israelenses em estado de desnutrição e fragilidade, gerando protestos por parte das famílias e da comunidade internacional. Vale ressaltar que conforme o exército de Israel avança, o deslocamento interno no enclave se intensifica. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), cerca de 1,9 milhão de pessoas deslocaram-se dentro do território palestino desde o início do conflito em 2023.

Israel planeja controlar Faixa  Gaza e futuramente transferir para as forças árabes

Primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, declarou a um canal de televisão norte-americano que pretende assumir o controle total da Faixa de Gaza, com a intenção de, posteriormente, transferir a administração do território para forças árabes. A entrevista, concedida à emissora Fox News e divulgada nesta quinta-feira (07), ocorre no momento em que conselheiros israelenses se reúnem para definir os próximos passos militares, exatamente 22 meses após o início da guerra

Controle estratégico territorial

Segundo Netanyahu, o objetivo é derrotar completamente o grupo Hamas, o que, de acordo com estimativas da imprensa local, poderia exigir uma operação militar de quatro a cinco meses. Para isso, seria necessário ocupar regiões densamente povoadas, onde se acredita que parte dos reféns ainda esteja mantida em cativeiro. A estratégia incluiria o deslocamento de civis para o sul do enclave, repetindo práticas adotadas em ofensivas anteriores.

A proposta, que vinha sendo discutida nos bastidores, gerou divergências internas entre o governo e o Exército israelense. Setores militares expressam preocupação de que uma ofensiva total possa levar o Hamas a executar reféns. Apesar dessas tensões, Netanyahu reforçou, em reuniões privadas, que a conquista integral de Gaza é fundamental para atingir o que considera ser a libertação de israelenses e palestinos do controle do grupo.

No cenário internacional, a posição de Israel colide com os apelos por uma trégua definitiva. Países como Inglaterra e França advertiram que reconhecerão formalmente o Estado Palestino caso não haja um acordo de cessar-fogo até setembro. A pressão diplomática busca conter o avanço militar e evitar uma escalada ainda maior do conflito, que já provocou milhares de mortes e um agravamento da crise humanitária.


Primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, aponta para um mapa da Faixa de Gaza durante uma coletiva de imprensa (Foto: reprodução/ABIR SULTAN/ Getty Images Embed)


Negociação diplomáticas na região

Enquanto as negociações políticas e militares avançam, familiares de reféns israelenses intensificam ações para chamar atenção para a situação de seus entes. Nesta quinta-feira, cerca de 20 parentes partiram em três embarcações rumo à costa da Faixa de Gaza, tentando se aproximar o máximo possível da região onde acreditam que os sequestrados estão. A movimentação foi acompanhada por jornalistas, incluindo um repórter da agência AFP (Agence France-Presse) que relatou a tensão e a incerteza no grupo.

A possibilidade de uma ocupação total de Gaza mantém o impasse entre a estratégia militar de Israel e as demandas internacionais por paz. Com os riscos de novas perdas humanas e a instabilidade regional, o desfecho das próximas semanas será decisivo para definir os rumos do conflito.