Fábrica clandestina ligada a intoxicação por metanol é localizada pela polícia

A Polícia Civil de São Paulo descobriu nesta sexta-feira (10) uma fábrica clandestina de bebidas alcoólicas em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista. Segundo as autoridades, o local é suspeito de produzir as bebidas que causaram a morte de duas pessoas por intoxicação com metanol no estado.

De acordo com a investigação, a fábrica pirata comprava etanol de postos de combustível, que estaria misturado com metanol, uma substância altamente tóxica. Essa mistura era usada na fabricação de bebidas como vodca, vendidas de forma irregular em bares e distribuidoras.

Polícia Civil traçou uma linha de investigação com os casos de intoxicação

A descoberta foi feita durante uma operação que investigava casos de adulteração de bebidas após os primeiros óbitos registrados na capital paulista. As vítimas haviam consumido vodca em um bar na Zona Leste de São Paulo, o que levou os policiais a identificar os responsáveis pela produção.

Durante o cumprimento dos mandados de busca e apreensão, os agentes encontraram o local onde a bebida era fabricada. A dona da fábrica foi presa em flagrante e confessou ter comprado as garrafas de uma distribuidora não autorizada. Ela deve responder por falsificação e adulteração de produtos alimentícios, crime que pode render de 4 a 8 anos de prisão, além de multa.

Outros endereços em São Caetano do Sul e na capital paulista também foram vistoriados. Ao todo, oito pessoas foram levadas à delegacia para prestar depoimento. A polícia apreendeu garrafas, bebidas, celulares e equipamentos, que serão analisados pela perícia.


Na tarde desta sexta (10), a Polícia Militar encontrou outra fábrica clandestina, localizada em Barueri. (Foto: Reprodução/X/@PMESP)

Vítimas das bebidas com metanol

Uma das vítimas identificadas é o empresário Ricardo Lopes Mira, de 54 anos, que teria consumido vodca falsificada em um bar na Mooca. No local, os investigadores apreenderam nove garrafas, e os peritos encontraram altos índices de metanol, que variavam de 14,6% a 45,1%.

Outro caso é o de Bruna Araújo, de 30 anos, que morreu após ingerir a bebida contaminada em uma balada em São Bernardo do Campo. Durante a operação, os policiais também cumpriram oito mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao bar e à distribuidora que teriam fornecido as bebidas. Celulares e computadores foram apreendidos, e os suspeitos foram levados para prestar esclarecimentos.

Trump elogia conversa com Lula e planeja encontro bilateral

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta segunda-feira (6) que gostou da ligação que fez com o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, afirmando que a conversa foi centrada em economia e comércio. Segundo Trump, novas discussões serão mantidas, e os dois líderes “vão se encontrar em um futuro não tão distante, no Brasil e nos Estados Unidos”. 

O Palácio do Planalto informou que Lula solicitou durante a chamada a retirada da sobretaxa de 40% aplicada a produtos brasileiros e o fim de sanções contra autoridades nacionais. A conversa, que durou cerca de 30 minutos, foi conduzida “em tom amistoso” e contou com a participação de ministros do governo brasileiro e foi descrita como uma oportunidade de restaurar relações diplomáticas fortes entre os dois países

Relação entre Brasil e Estados Unidos ganha novo impulso 

A recente conversa entre Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump marcou um novo capítulo nas relações diplomáticas entre Brasil e Estados Unidos. Segundo informações do Palácio do Planalto e da Casa Branca, o diálogo, realizado por telefone nesta segunda-feira (6), teve duração aproximada de 30 minutos e manteve um tom cordial e construtivo.

Durante a ligação, Lula pediu a retirada da tarifa de 40% imposta a produtos brasileiros e o fim das sanções aplicadas a autoridades nacionais. Em resposta, Trump destacou a importância de fortalecer o comércio entre os dois países e afirmou que “Brasil e Estados Unidos vão se dar muito bem juntos”.

O presidente norte-americano também revelou que pretende se encontrar pessoalmente com Lula em breve, tanto em Washington quanto em Brasília, o que reforça a intenção de aprofundar a cooperação bilateral. Analistas internacionais apontam que esse movimento representa uma tentativa de reconstruir pontes diplomáticas após um período de tensões comerciais e políticas entre as duas nações.


 

Trump diz ter gostado de conversa com Lula e fala em encontro (Vídeo: reprodução/YouTube/CNN Brasil)

Expectativa cresce para o primeiro encontro presencial entre Lula e Trump

Após a conversa telefônica que reacendeu o diálogo diplomático entre Brasil e Estados Unidos, cresce a expectativa para o primeiro encontro presencial entre Lula e Trump. De acordo com fontes ligadas à diplomacia brasileira, as equipes de ambos os governos já discutem possíveis datas e locais para a reunião, que pode ocorrer ainda neste trimestre.

O objetivo, segundo interlocutores, é transformar o tom amistoso da ligação em resultados concretos. Entre os temas esperados para a pauta estão novos acordos comerciais, cooperação em infraestrutura e segurança regional, além da ampliação de investimentos norte-americanos em território brasileiro.

Nos bastidores, diplomatas avaliam que a aproximação representa um realinhamento estratégico entre as duas maiores economias do continente, com potencial de abrir espaço para uma agenda mais pragmática e menos ideológica. O encontro é visto como uma oportunidade para consolidar uma parceria de resultados, capaz de fortalecer o papel do Brasil no cenário internacional e melhorar o ambiente de negócios entre os dois países.

Trump anuncia tarifas de até 100% sobre importações para proteger indústria e empregos nos EUA

O presidente Donald Trump anunciou nesta quinta-feira (25) que os Estados Unidos vão aumentar impostos sobre diversos produtos importados a partir de 1º de outubro. A medida inclui medicamentos, caminhões pesados, móveis, além de armários e gabinetes de cozinha e banheiro.

Segundo Trump, a decisão tem como objetivo proteger as indústrias locais, que estariam sofrendo com o grande volume de produtos vindos de fora. Ele também justificou a iniciativa como uma questão de “segurança nacional”.

As tarifas terão percentuais diferentes. Para os caminhões pesados, será aplicada taxa de 25%. No caso de móveis e estofados, o imposto ficará em 30%. Já para armários de cozinha e gabinetes de banheiro, a cobrança sobe para 50%. O impacto maior será nos medicamentos importados, que terão tarifa de 100%.

Detalhes sobre as tarifas

No caso dos produtos farmacêuticos, Trump destacou que não haverá cobrança caso a empresa esteja construindo fábricas dentro do território americano. Mesmo assim, a decisão gerou forte reação no setor. A associação que reúne fabricantes de remédios nos EUA afirmou que a medida pode trazer prejuízos e encarecer os custos.

As tarifas sobre caminhões também chamaram atenção. Os EUA importam grande parte desses veículos do México, que triplicou suas vendas desde 2019. Montadoras como Stellantis, responsável pela linha Ram, e a sueca Volvo, que está construindo uma fábrica no México, podem ser diretamente impactadas. A justificativa do republicano é fortalecer as marcas locais, como Peterbilt e Kenworth, evitando que caminhoneiros dependam de veículos fabricados fora do país.

No setor de móveis e artigos domésticos, Trump afirmou que os Estados Unidos enfrentam uma verdadeira “inundação” de produtos importados e que era preciso frear essa concorrência. Para ele, a entrada em excesso desses itens representa uma ameaça ao processo de manufatura americano. Além do aspecto econômico, o ex-presidente alegou novamente razões ligadas à segurança nacional. A ideia é incentivar a produção local e garantir mais empregos dentro do país.

O anúncio teve impacto imediato nos mercados internacionais, sobretudo nas bolsas da Ásia e da Europa. Empresas farmacêuticas de grande porte registraram quedas em suas ações, já que muitas delas dependem da exportação para os EUA. Em contrapartida, companhias que já investem em fábricas no território americano reagiram melhor à notícia. Esse movimento mostrou como a nova política pode favorecer quem apostar no mercado interno.


Anuncio de Trump nas redes sociais sobre as novas tafiras (Foto: reprodução/X/@KobeissiLetter)


Europa preocupada com ações de Trump

O Reino Unido e a União Europeia já sinalizaram preocupação e pretendem pressionar os EUA para rever parte das tarifas. Governos europeus ressaltam que o setor farmacêutico é vital para suas economias e que medidas desse tipo podem prejudicar a parceria entre os blocos. Alguns países, como o Reino Unido, reforçaram que continuarão negociando com Washington em busca de acordos mais equilibrados. A expectativa é de que o tema se torne pauta importante nas próximas reuniões bilaterais.


Carta de Donald Trump repudiando posicionamento das Nações Unidas (Foto: reprodução/X/@WhiteHouse)


Trump, no entanto, reforçou que continuará utilizando a lei que permite impor taxas sem aprovação do Congresso quando julgar que importações representam riscos à segurança nacional. Essa estratégia já foi adotada anteriormente em setores como aço e alumínio, o que gerou disputas judiciais.

Agora, o tema volta ao centro do debate político nos EUA, com a Suprema Corte analisando até que ponto o presidente pode agir sem aval parlamentar. Para Trump, porém, essa é uma medida necessária para proteger empregos e garantir autonomia produtiva ao país.

Declarações patriotas do Presidente Lula repercutem mundialmente após discurso na ONU

Nesta terça-feira (23) a CNN Brasil noticiou a repercussão do discurso do presidente Lula em uma reunião da ONU. Desse modo, Luiz Inácio Lula da Silva, virou assunto quando se dirigiu indiretamente aos acontecimentos globais durante a 80° Assembleia Geral das Nações Unidas. Assim, com um discurso de 15 minutos, o presidente do Brasil conseguiu impressionar nações com sua forte opinião embasada no patriotismo.

Por esse motivo, o petista foi citado em vários veículos midiáticos, como o The Guardian, por exemplo, que atrelaram sua imagem a “uma defesa apaixonada pela democracia de seu país” . Além disso, o regente do Brasil, ganhou destaque ao utilizar a reunião para sair em defesa do multilateralismo, enfatizar a soberania nacional e criticar os conflitos em Gaza e na Ucrânia. Também vale ressaltar, que o presidente Lula reforçou sua desaprovação pela taxação dos EUA aos produtos brasileiros e sanções do país norte-americano aos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal).

Falas do presidente Lula dividem opiniões nas Americas

Com isso, o jornal estadunidense The New York Times declarou que o discurso do presidente Lula carregou um tom duro. Ou seja, a fala do chefe de Estado pareceu mirar diretamente em Donald Trump de acordo com o jornal novaiorquino. Sendo assim, o veículo estrangeiro interligou as declarações do petista como uma resposta às falácias anteriores do presidente dos Estados Unidos —que pediu a suspensão do processo criminal do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).


Presidente Luiz Inácio Lula da Silva se compartilha sua opinião em relação a disputa entre Israel e a Palestina (Vídeo: reprodução/Instagram/@lulaoficial)


No entanto, a renomada gazeta argentina conhecida como Clarin, noticiou que o presidente atual do Brasil fez uma intensa defesa da democracia contra o acúmulo do autoritarismo global. Ademais, o veículo relembrou a fala de Lula em relação a falta de justificativa ao atual genocídio em Gaza. E ainda conforme a matéria do Clarin, o Chefe de Estado reforçou a opinião do Brasil em relação a ofensiva de Israel contra o domínio palestino depois do ataque cometido pelo Hamas em 7 de outubro de 2023.

Presidente Lula chama atenção em jornais Europeus

Já a folha espanhola do El País, enfatizou que o veterano na politicagem abordou as questões em seu discurso sem citar países ou nomes. Além disso, reforçaram a pauta do presidente brasileiro que alfinetou “ataques à soberania, sanções arbitrárias e intervenções unilaterais” que “se tornaram a norma”.


Presidente Lula defende democracia brasileira em discurso para ONU (Vídeo: reprodução/Instagram/@lulaoficial)


Para mais, o tradicional The Guardian afirmou que Lula expressou uma intercessão apaixonada pela democracia brasileira. Com isso, o periódico britânico alegou que a condenação recente de Bolsonaro, revelou para o mundo que “aspirantes a autocratas” podem ser detidos. Ademais, o noticiário citou que o discurso teve um tom indireto, porém inconfundível, para remeter as nuances das decisões do governo Trump. Sendo assim, na visão do jornal ficou clara uma alusão a tentativa de interferência no Judiciário Brasileiro que os EUA vem impondo no cenário atual.

PGR denuncia Eduardo Bolsonaro e blogueiro por coação nos EUA

A Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou uma denúncia ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o blogueiro Paulo Renato Figueiredo. Eles são acusados de coação no curso de processo judicial nos Estados Unidos. Conforme relata o documento assinado pelo procurador-geral Paulo Gonet, as ações teriam sido articuladas para tentar intervir em processos judiciais, visando beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro, bem como o próprio blogueiro.

O que diz a denúncia

Segundo a PGR, Eduardo e Paulo atuaram por meio de agentes econômicos e políticos estrangeiros para criar um ambiente de pressão, utilizando ameaças de sanções econômicas se o STF não liberasse os acusados nos processos penais relacionados à ação penal AP 2.668. A denúncia descreve que foram feitas divulgações de possíveis “tragédias financeiras” que poderiam recair sobre o Brasil caso juízes do STF decidissem pela condenação de Bolsonaro ou de Figueiredo. Isso inclui a promessa de consequências nos Estados Unidos para ministros do STF.



Além da coação, o pedido da PGR inclui reparação dos danos causados pelas práticas apontadas. O crime descrito é previsto no Art. 344 do Código Penal, que estipula pena de reclusão de 1 a 4 anos e multa para quem usa de grave ameaça ou violência para interferir em processo judicial, favorecendo a si mesmo ou terceiros.

Reações e controvérsias

Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo reagiram à denúncia chamando-a de “fajuta” e qualificando a PGR como “lacaia” do ministro Alexandre de Moraes. Na nota conjunta, defenderam que as acusações são obscuras e fazem parte de uma estratégia política para pressionar adversários. Eles também mencionaram sanções dos Estados Unidos contra Viviane Barci de Moraes, esposa de Alexandre de Moraes, dizendo que essas medidas reforçam sua tese de perseguição política.

Apesar da denúncia, Jair Bolsonaro não foi denunciado diretamente nesse momento pela PGR, embora o documento mencione que ele poderia ser beneficiário das ações dos acusados. A investigação continua em curso e pode haver desdobramentos futuros conforme novas provas sejam encontradas.

ONU rejeita suspensão permanente de sanções ao Irã

O Conselho de Segurança da ONU rejeitou nesta sexta-feira (19) uma resolução que pedia a suspensão permanente das sanções impostas ao Irã. A proposta tinha sido apresentada após acusações de que o país estaria descumprindo compromissos assumidos no acordo nuclear de 2015. Mesmo com a derrota, há prazo adicional para negociações: governo iraniano e potências europeias têm mais oito dias para tentar chegar a um acordo.

Votos, abstenções e oposição

No total, quatro países se posicionaram a favor da resolução (entre eles Rússia, China, Paquistão e Argélia) reforçando a visão de que a suspensão das sanções poderia abrir espaço para um diálogo mais construtivo com Teerã. Do outro lado, nove nações votaram contra, consolidando a maioria necessária para barrar a proposta. Entre os que se opuseram, destacaram-se França, Reino Unido e Alemanha, que lideraram a resistência com um discurso firme. Segundo esses países, o Irã tem falhado em cumprir compromissos essenciais assumidos no acordo nuclear de 2015, especialmente no que diz respeito às cláusulas de inspeção, monitoramento e transparência de suas atividades nucleares.


Bandeira ONU (Foto: reprodução/Instagram/@onunews)

Para as potências europeias, tais violações minam a confiança internacional e justificam a manutenção das restrições. Além disso, dois países optaram pela abstenção, indicando a dificuldade em assumir um posicionamento definitivo diante de uma questão tão sensível, marcada por pressões diplomáticas e interesses geopolíticos divergentes.

Consequências políticas e diplomáticas

A decisão de manter as sanções levanta tensões diplomáticas e evidência o cenário complexo das relações internacionais no Oriente Médio. O Irã agora segue sob pressão econômica, política e diplomática enquanto busca negociar melhores condições ou demonstrações de compromisso com o acordo nuclear. As potências europeias, por sua vez, enfrentam dilemas: ou mantêm a linha dura exigindo mais garantias de fiscalização, ou cedem parcialmente para evitar agravamento da crise.

Além disso, o prazo estabelecido para negociação adiciona nova dimensão à crise: se as conversas não avançarem, poderá haver escalada de sanções ou novas iniciativas de resolução por parte do Conselho de Segurança. O ambiente permanece incerto, com muitos cenários em aberto para próximos movimentos diplomáticos.

Bombas de fragmentação matam e ferem civis na Ucrânia

Uma nova apuração de monitor internacional revela que desde o início da guerra, em fevereiro de 2022, bombas de fragmentação deixaram mais de 1.200 mortos e feridos civis na Ucrânia. O número reflete não apenas a violência direta dos ataques, mas também o perigo persistente das munições não detonadas que ficam espalhadas, funcionando como minas terrestres latentes.

Uso contínuo e efeitos indiscriminados

Essas armas conhecidas como bombas cluster ou de fragmentação funcionam de maneira devastadora porque, ao serem lançadas, se abrem no ar e liberam dezenas de pequenas submunições. Esse mecanismo faz com que grandes áreas sejam atingidas em questão de segundos, sem distinção entre alvos militares e civis.

Em regiões habitadas, o efeito costuma ser ainda mais destrutivo, já que casas, escolas e espaços comunitários ficam no raio de impacto. Como consequência, os ataques não apenas provocam mortes imediatas, mas também deixam um rastro de feridos com sequelas graves, comprometendo famílias inteiras e sobrecarregando o sistema de saúde local.


Presidente ucraniano Volodymyr Zelansky segue lidando com problemas devido a guerra (Foto: reprodução/X/@uric83)

O perigo, porém, não termina no momento da explosão. Uma parte considerável dessas submunições não detona de forma imediata, permanecendo ativa no solo, em plantações ou entre destroços de construções. Esse cenário cria um risco constante para a população, que pode ser atingida dias, meses ou até anos depois do ataque inicial. Crianças, em especial, estão entre as mais vulneráveis, já que confundem os artefatos com objetos comuns.

O Observatório de Minas Terrestres e Munições de Fragmentação alerta que a situação pode ser ainda mais grave do que os números divulgados sugerem, pois muitos incidentes não são mapeados com precisão e inúmeros casos sequer chegam a ser reportados oficialmente.

Falta de tratados e resposta internacional

Nem a Rússia, nem a Ucrânia, assinaram a Convenção sobre Munições de Fragmentação de 2008, que proíbe o uso, produção e estocagem dessas armas. A ausência das duas nações nesse acordo contribui para a escalada no uso desses armamentos. Em 2024, por exemplo, a Ucrânia concentrou a maioria das vítimas civis globalmente causadas por bombas de fragmentação, destacando o peso do conflito sobre sua população. A ONG denuncia ainda um retrocesso preocupante nos esforços globais para erradicar ou ao menos restringir esse tipo de armamento, apontando que a linha entre violações do direito internacional humanitário e ataques indiscriminados continua tênue.

As vítimas incluem mulheres, crianças e pessoas em comunidades agrícolas ou periferias, locais onde a densidade populacional e a falta de estruturas de proteção agravam o impacto. Os danos vão além da morte e ferimentos imediatos: infraestrutura destruída, medo prolongado entre civis e dificuldade de reconstrução.

STF decide destino de Bolsonaro após condenação: prisão domiciliar, PF ou Papuda

O ex-presidente Jair Bolsonaro foi condenado a mais de 27 anos de prisão pela Primeira Turma do STF. Pela lei, a pena deve ser cumprida em regime fechado, o que abriu discussões em Brasília sobre onde ele ficará preso. Entre as alternativas citadas estão: manter a prisão domiciliar, levá-lo para uma cela especial na sede da Polícia Federal em Brasília, transferi-lo ao Complexo Penitenciário da Papuda ou, ainda, ao Comando Militar do Planalto.

Os advogados de Bolsonaro devem insistir para que ele cumpra a pena em casa. Segundo o defensor Paulo Bueno, a saúde do ex-presidente é frágil e isso pode justificar o pedido. A decisão, no entanto, depende do ministro Alexandre de Moraes, que trata o caso sob sigilo. Apesar do temor de Bolsonaro de ser levado à Papuda, aliados avaliam que esse cenário é pouco provável e que a cela da Polícia Federal seria o destino mais viável.

Prisão em quartel é improvável

A hipótese de Bolsonaro cumprir pena em instalações militares não é bem vista pelo governo nem pelo STF. O comandante do Exército, general Tomás Ribeiro Paiva, já se mostrou contrário à ideia. Segundo interlocutores, colocar Bolsonaro em um quartel significaria levar a disputa política para dentro da Força, algo que ele quer evitar. Além disso, o risco de estimular novos acampamentos bolsonaristas em áreas militares é considerado alto. O Exército, em nota oficial, afirmou não ter recebido nenhum pedido para preparar local de custódia.


Condenação de Bolsonaro tem repercussão internacional (Foto: Reprodução/X/@spectatorindex)


Papuda e cela especial na PF

Outra possibilidade é que Bolsonaro seja levado à Papuda, que já recebeu presos dos atos de 8 de Janeiro e também condenados do mensalão. O problema é que o presídio sofre com superlotação: são cerca de 16 mil internos para apenas 10 mil vagas. Por isso, uma cela especial na sede da PF em Brasília ganha força nas discussões.

A defesa também pode usar como exemplo o caso de Fernando Collor. Em 2024, Moraes autorizou que o ex-presidente cumprisse pena em casa por causa de problemas de saúde. Algo semelhante pode abrir caminho para que Bolsonaro também permaneça em prisão domiciliar.

Após leitura dos votos de Fux, julgamento da trama golpista volta às 14h desta quinta-feira 

Após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, finalizar a leitura de seu voto do julgamento da trama golpista por volta das 22h30 de ontem (10), a sessão desta quinta-feira (11), que estava marcada para iniciar pela manhã, foi adiada para às 14h. Cármen Lúcia e o presidente da Turma, Cristiano Zanin, serão os dois últimos ministros a registrarem suas considerações. 

Na quarta-feira (10), a leitura do voto de Fux surpreendeu os ministros que compõem a Primeira Turma do STF, isso porque, ele abriu divergência ao decidir absolver Jair Bolsonaro dos crimes de tentativa de golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito. A votação segue nesta quinta-feira (11) com o placar de 2 a 1 para condenação dos réus. 

O voto de Luiz Fux

Após mais de 11 horas registrando seu voto, o ministro Luiz Fux surpreendeu a todos, inclusive os advogados dos réus, após considerar a Primeira Turma, formada por ele, Alexandre de Moraes, Flávio Dino, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin, inaptos para julgar o processo. Nesse sentido, o ministro declarou que o julgamento, uma vez iniciado na Corte, deveria ser tramitado no Plenário do STF, com participação dos 11 ministros. 


Luiz Fux diverge de Primeira Turma do STF e julgamento sobre trama golpista está 2 a 1 para condenação dos oito réus do processo. (Foto: reprodução/ EVARISTO SA/AFP via Getty Images Embed)


Além disso, Fux completou considerando o Supremo Tribunal Federal “incompetente”, de acordo com as palavras dele, para julgar os oito denunciados por tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito. Isso porque, para o magistrado, o processo deveria iniciar normalmente em Primeira Instância, visto que os réus não possuem foro privilegiado. 

Por fim, o ministro também teceu críticas à denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) alegando inadequações na acusação, falhas na cronologia dos fatos, além de erros na formulação do processo que poderia culminar na anulação do julgamento. Nesse sentido, nas considerações finais, Fux votou pela absolvição do ex-presidente Jair Bolsonaro, mas optou pelas condenações do general Braga Netto e do delator Mauro Cid, ambos pela sentença de abolição do Estado Democrático de Direito. 

Cronologia do julgamento

No último dia 2 de setembro, o Supremo Tribunal Federal iniciou a primeira sessão do julgamento que discute os crimes de tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito. Jair Bolsonaro e mais sete réus respondem à denúncia encaminhada pela PGR no STF. 

O julgamento, que tramita na Primeira Turma da Corte, vai para o quinto dia de sessão nesta quinta-feira (11). Alexandre de Moraes, ministro relator do processo, abriu o primeiro dia de julgamento com a leitura do relatório criminal, além disso, a acusação apresentou as argumentações contra os réus. 

Já a segunda sessão, realizada no último dia 3 de setembro, foi o momento para a sustentação da defesa, os advogados dos oito réus elaboraram diferentes estratégias contra a condenação de seus respectivos clientes. 

Nesta semana, no último dia 9 de setembro, Alexandre de Moraes e Flávio Dino foram os dois primeiros ministros a fazerem a leitura de seus votos, ambos votaram pela condenação de todos os réus pelos crimes de tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito. Além disso, os magistérios votaram pela incriminação de Jair Bolsonaro como líder da organização criminosa.

Já nesta última quarta-feira (10), marcando o quarto dia de julgamento, o ministro Luiz Fux realizou a leitura de seu voto e, conforme já citado nesta reportagem, votou pela absolvição de todos os réus, com exceção do general Braga Netto e o tenente-coronel Mauro Cid. 

Por fim, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin apresentarão seus votos na tarde desta quinta-feira (11), com início da sessão marcada para às 14h. Caso a magistrada vote pela condenação dos indiciados, vence a maioria com o placar de 3 a 1 penalizando os réus pelos crimes previstos no julgamento. 

Luiz Fux vota para manter delação premiada de Mauro Cid

Luiz Fux deu o voto final para manter a validade da delação premiada do Tenente-Coronel Mauro Cid, nesta quarta-feira (10). Assim, o voto do Ministro Fux se somou com a maioria que participou da eleição no Supremo Tribunal Federal (STF). Além disso, essa decisão de Fux foi considerada inesperada já que as especulações apontavam que o ministro poderia divergir e votar pela anulação da delação.

Vale ressaltar, que Fux havia declarado em Abril que enxergava com “reserva” a quantidade de depoimentos prestados durante a votação do recebimento de denúncias. No entanto, o Ministro pareceu declinar com seus receios com a chegada da Primeira Turma do STF. De acordo com a CNN Brasil, o STF conseguiu alcançar a maioria para manter a delação de Mauro de Cid.

Luiz Fux avalia processo de Mauro Cid no STF

Ainda na votação, o ministro revelou que analisou todo o processo, incluindo os pedidos preliminares das defesas. Desse modo, ele constatou o fato de que Cid havia sido convocado em outras situações para esclarecer novos fatos que surgiram ao decorrer da investigação. Assim, o relator Alexandre de Moraes também optou por escolher a manutenção da delação em parceria com o ministro Flávio Dino. Ademais, Moraes expressou que as omissões na acusação de Cid não acarretam na nulidade das informações e das provas apresentadas nos depoimentos.


Luiz Fux vota a favor para delação premiada de Mauro Cid (Vídeo: reprodução/Instagram/@98newsoficial/@rede98oficial)


Alexandre de Moraes concorda com Fux e vota a favor

Segundo a CNN Brasil, o ministro ainda declarou que as omissões no máximo deveriam desenrolar em uma diminuição dos benefícios acordados com o colaborador. Dessa forma, Alexandre de Moraes apoiou a decisão da Corte para analisar essa possível redução que foi apresentada na proposta da PGR (Procuradoria-Geral da República).

Em seguida, Flávio Dino sinalizou que Cid colaborou com o caso e ajudou a esclarecer os fatos da investigação. Por esse motivo, ele defendeu a manutenção e confirmou que iria avaliar uma possível divergência a Moraes durante o cálculo de pena. Ademais, Dino segue analisando todos os benefícios propostos pela Polícia Federal ao acusado.