Na tarde desta segunda-feira (11), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ordenou que a Guarda Nacional de Washington, D.C. — capital do país — ficasse sob controle federal e fosse às ruas para combater o crescente crime na cidade. Durante a coletiva de imprensa na Casa Branca, Trump citou Brasília como um dos exemplos de comparação de criminalidade entre capitais.
Os dados do presidente
Durante a coletiva de imprensa em que determinou a intervenção federal na cidade de Washington, o presidente apresentou dados para justificar sua decisão. Segundo ele, a capital dos EUA possui 41 homicídios a cada 100 mil habitantes. Levando em consideração essas mesmas proporções, Trump apresentou como exemplos Bogotá, com 11 homicídios; Cidade do México, com 8; e Brasília, com 13 homicídios.
“Nossa cidade está tomada por gangues violentas e criminosos sanguinários… maníacos drogados e moradores de rua. E não vamos deixar isso acontecer novamente. Não vamos tolerar isso.” disse Trump durante coletiva.
Presidente Donald Trump cita Brasília em coletiva (Foto: reprodução/Instagram/@globonews)
Controvérsias nos gráficos
Os dados apresentados por Trump diferem dos mais recentes divulgados pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, que aponta que Brasília, em 2024, teve apenas 207 homicídios, resultando em uma taxa de 6,9 a cada 100 mil habitantes. Além disso, o Atlas da Violência de 2024, do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), revelou que Brasília é a segunda capital com o menor índice de violência de todo o país.
Em contrapartida, os números da capital brasileira não foram os únicos a divergir. Segundo dados de segurança pública dos EUA, a capital americana atingiu, em 2024, o menor índice geral de crimes dos últimos 30 anos. Já os crimes violentos, como os citados por Trump, tiveram queda de 26% entre 2023 e 2024.
Trump declarou estado de emergência de segurança pública em Washington, D.C. Após a coletiva de imprensa na Casa Branca, a prefeita democrata da capital, Muriel Bowser, classificou o anúncio de Donald Trump como “alarmante e sem precedentes”.
