Fim da guerra: Putin ordena retirada das tropas ucranianas

Nesta quinta-feira, dia 27 de novembro, o líder da Rússia Vladimir Putin voltou a falar a respeito do fim da guerra contra a Ucrânia. A declaração foi feita para a imprensa, durante a viagem de Putin ao Quirguistão, país na Ásia Central que fazia parte da União Soviética (URSS). Durante a conversa com a imprensa, Vladimir Putin ordenou que as tropas da Ucrânia se retirem dos territórios onde estão, e fez ameaças a respeito de fazer a retirada delas à força, que faria com que a guerra entre as duas nações chegasse ao fim. A briga pelos territórios é uma das causas da Guerra entre a Rússia e a Ucrânia.

A declaração

No Quirguistão, Vladimir Putin se dirigiu à imprensa para falar da guerra com a Ucrânia. O líder da Rússia disse que o conflito só chegará ao fim quando “as tropas ucranianas se retirarem dos territórios que ocupam”. Além disso, Putin disse que, caso o exército ucraniano não saia dos territórios, a Rússia o faria caso necessário. A declaração foi vista como uma ameaça militar às tropas ucranianas: Vladimir Putin deu a entender que a retirada seria à força.


Plano de paz dos EUA para guerra entre Ucrânia e Rússia (Vídeo: Reproduçao/YouTube/@CNN Brasil)


Além das declarações a respeito do exército da Ucrânia, o líder russo também falou a respeito do plano de paz e cessar-fogo feito pelos Estados Unidos. Segundo Vladimir Putin, o projeto americano poderá ser utilizado futuramente como base para outros acordos. 

Os territórios

A Rússia quer parte de quatro regiões ucranianas, que equivalem a quase 20% do território da Ucrânia. São elas as regiões de Luhansl, Donetsk, Kherson e Zaporizhzhia. Tais localidades já foram anexadas pela Rússia a seu próprio território; porém, eles ainda não foram conquistados totalmente pelo exército russo. Por isso, a Rússia quer que a Ucrânia entregue os territórios e, caso isso não aconteça, o governo russo ameaça tomar as regiões à força. 

Rússia aponta os EUA como adversário direto após sansões

O governo da Rússia declarou nesta quinta-feira (23) que os Estados Unidos são inimigos e que teriam “entrado de vez no caminho da guerra” contra Moscou. Essa reação ocorre no contexto de novas sanções econômicas norte-americanas aplicadas às grandes petrolíferas russas.

O atual vice-presidente do Conselho de Segurança russo e ex-presidente Dmitry Medvedev afirmou que as sanções e medidas dos Estados Unidos representam um “ato de guerra” contra a Rússia. 

Segundo ele, Washington teria se alinhado com a Europa e adotado uma postura hostil aberta. Medvedev questionou: “O que mais virá? Novas armas, além dos infames ‘Tomahawks’?” 

Sanções econômicas no centro da crise

Na véspera, a administração americana anunciou nova rodada de sanções que atingem diretamente a Lukoil e a Rosneft as duas maiores companhias petrolíferas russas. A justificativa de Washington é que essas empresas contribuíram para financiar a atuação militar da Rússia na Ucrânia. 


Sanções aplicadas pelo governo americano (Foto: reprodução/X/@SecRubio)

Moscou reagiu afirmando que desenvolveu “imunidade firme” às sanções ocidentais e não acredita que tais medidas causem danos decisivos ao seu potencial econômico. 

Implicações diplomáticas e geopolíticas

A retórica de inimigo declarada entre Rússia e Estados Unidos marca uma nova escalada nas tensões que já vinham se acumulando desde o início da guerra Rússia-Ucrânia. O anúncio das sanções também interrompeu a realização de uma reunião prevista entre Donald Trump e Vladimir Putin em Budapeste, que tinha como objetivo discutir um possível cessar-fogo. 

Analistas apontam que o embate pode comprometer ainda mais os canais diplomáticos e dificultar qualquer avanço em negociações de paz, ao mesmo tempo, em que reacende o receio de confrontos indiretos ou de caráter híbrido entre as potências.

Com a escalada verbal entre Moscou e Washington, as próximas semanas e meses serão chave para observar se haverá reação militar concreta, intensificação de sanções ou ainda tentativas de retomada de diálogo.

Especialistas alertam que, mesmo que não haja confronto direto entre exércitos, o risco de um “efeito dominó” com envolvimento de aliados europeus, uso de armas convencionais ou cibernéticas tende a crescer.
 

 

Zelensky pede mísseis Tomahawk a Trump, que evita se comprometer sobre ataques à Rússia

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, recebeu nesta sexta-feira (17) o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, na Casa Branca. O encontro, que durou cerca de 2h30, foi descrito pelo ucraniano como “produtivo”. Segundo Zelensky, os dois discutiram questões militares, incluindo o fornecimento de armamentos e defesas aéreas, mas o americano não confirmou se irá enviar mísseis Tomahawk a Kiev.

Confiamos nos Estados Unidos. Confiamos que o presidente quer acabar com esta guerra”, declarou Zelensky após a reunião. Trump, por sua vez, afirmou em sua rede Social que teve uma conversa “cordial” com o líder ucraniano, mas reforçou o apelo para que as partes cheguem a um acordo de paz: “Disse a ele, como também sugeri a Putin, que é hora de parar com a matança e fazer um ACORDO!”.

A reunião aconteceu um dia depois de Trump conversar por mais de duas horas com o presidente russo, Vladimir Putin. O americano informou que ambos combinaram um novo encontro em Budapeste, na Hungria, na tentativa de avançar nas negociações pela paz.

Pressão por mísseis e impasse diplomático

Zelensky tem pressionado Washington para liberar mísseis Tomahawk, armamento de longo alcance e alta precisão, que dariam à Ucrânia maior capacidade de atingir alvos em território russo. No entanto, Trump se manteve evasivo sobre o tema. “É uma escalada da guerra, vamos discutir isso. Preferimos que eles não precisem dos Tomahawks”, disse o presidente americano.

O líder ucraniano mostrou a Trump e assessores mapas com possíveis alvos estratégicos na Rússia que poderiam ser atingidos com os mísseis. Fontes próximas à delegação de Zelensky afirmam que a iniciativa buscou convencer Washington de que ataques mais precisos fortaleceriam a posição de Kiev nas negociações.

Durante o encontro, Trump chegou a elogiar o paletó de Zelensky e o chamou de “líder forte”. A reunião foi mais amistosa do que a anterior, em fevereiro, quando ambos trocaram farpas em meio a divergências sobre o rumo da guerra.


Presidente ucraniano solicitou ajuda militar a Donald Trump (Foto: reprodução/Getty Images Embed/Andrew Harnik)

Trump tenta equilibrar relações com Rússia e Ucrânia

Apesar de manter contato direto com Vladimir Putin — inclusive recebendo o russo no Alasca meses atrás —, Trump tem adotado recentemente um tom mais favorável à Ucrânia. Ele chegou a defender a recuperação integral do território ocupado por Moscou, mas insiste que o caminho deve ser o diálogo.

A guerra entre Rússia e Ucrânia já dura desde fevereiro de 2022 e, apesar de múltiplas rodadas de negociação, não há avanços concretos rumo a um cessar-fogo. Trump tenta se posicionar como mediador do conflito, enquanto reforça sua promessa de campanha de “acabar com as guerras” iniciadas sob o governo anterior.

Trump chama Rússia de ‘tigre de papel’ e Putin responde com provocações e ameaça à Otan

Putin confronta Otan e critica Trump em discurso na Rússia nesta quinta-feira (2). O presidente russo reagiu às declarações do líder dos EUA, Donald Trump, que recentemente chamou a Rússia de “tigre de papel”, e destacou que o país segue avançando mesmo diante da oposição da aliança ocidental.

Durante a fala, Putin afirmou que a Rússia mantém capacidade militar para enfrentar ameaças externas e questionou a credibilidade das acusações de líderes ocidentais sobre ações russas na Europa. Ele também ressaltou que a situação na Ucrânia é consequência de decisões externas, como envio de armas e informações estratégicas por aliados, e alertou que qualquer escalada dependerá dessas iniciativas.

Putin reforçou ainda que Moscou busca estabilidade e controle de suas fronteiras, mas condenou o que chamou de “tentativas de provocar tensão” na região por parte do Ocidente. Segundo ele, a intensificação do conflito será resultado direto de ações externas, não de iniciativa russa.

Putin confronta Otan e critica Trump em Sochi

O presidente russo ironizou relatos de que drones russos teriam invadido o espaço aéreo de países da Otan: “Não vou mais mandar drones para a Dinamarca, prometo”, afirmou. Autoridades europeias relataram incidentes na Polônia e na Estônia, enquanto a Dinamarca chegou a fechar aeroportos temporariamente.

Em seu discurso, Putin confrontou a Otan ao ressaltar que a Rússia enfrenta praticamente toda a aliança e questiona a consistência das críticas: “Se estamos lutando contra toda a Otan e nos chamam de tigre de papel, então o que é a Otan?”. Ele ainda afirmou que a narrativa de ameaça iminente é usada para justificar a escalada militar na região, aumentando a tensão entre os países europeus e os EUA.

Escalada se EUA enviarem mísseis à Ucrânia

Putin alertou que o envio de mísseis de longo alcance, como os Tomahawk, pelos EUA à Ucrânia poderia provocar uma nova fase de escalada no conflito. “É impossível usar Tomahawks sem participação direta de militares americanos. Isso representaria um estágio completamente novo, inclusive nas relações entre Rússia e Estados Unidos”, declarou.

O jornal The Wall Street Journal informou que os EUA planejam fornecer apoio de inteligência à Ucrânia e solicitaram que países da Otan façam o mesmo. Apesar disso, autoridades americanas consideram improvável o envio direto de Tomahawks, que podem atingir até 2.500 km, cobrindo grande parte do território russo estratégico.


 

Putin ironiza Otan após Trump chamar Rússia de ‘tigre de papel’ (Vídeo: reprodução/YouTube/Terra Brasil)

Defesa militar russa e apelo à negociação

Durante o fórum em Sochi, Putin destacou que a Ucrânia enfrenta escassez de soldados e registros de deserções, enquanto a Rússia mantém contingente suficiente para suas operações militares. Ele defendeu que Kiev busque negociações para encerrar o conflito, ressaltando que Moscou mantém controle das ações e estabilidade interna, e que qualquer escalada futura dependerá de decisões externas.

O presidente russo também criticou líderes europeus por fomentar uma “histeria” sobre uma guerra iminente. “Quero apenas dizer: acalmem-se, durmam tranquilos e cuidem dos seus próprios problemas. Basta observar o que acontece nas ruas das cidades europeias”, afirmou, reforçando o confronto à Otan e mantendo firmeza diante das tensões internacionais.

Repercussão internacional e recado a Trump

Putin aproveitou para rebater a declaração de Trump e enfatizou que a Rússia não se intimida com provocações externas. Ele questionou a postura da Otan e afirmou que qualquer escalada futura dependerá das decisões dos EUA e de seus aliados. Autoridades europeias observaram o discurso com preocupação, destacando que a tensão entre Ocidente e Rússia continua elevada, e reforçando a necessidade de mediação diplomática para evitar confrontos diretos.

O presidente russo também destacou que o conflito na Ucrânia não é apenas um confronto militar, mas um desafio geopolítico envolvendo interesses estratégicos de vários países. Ele acrescentou que a Rússia mantém controle sobre a situação, desafiando qualquer nova ação, especialmente relacionada ao envio de armas e apoio militar à Ucrânia, a qual deixa claro que Putin confronta Otan e mantém firmeza diante das decisões.

China exibe novo arsenal em desfile militar com a presença de Putin, Kim Jong-un e Dilma 

A China expôs seus novos armamentos em um desfile na Praça da Paz Celestial, em Pequim, nesta terça-feira (03). Mísseis antinavios, drones submersíveis, escudo antimíssil, tanques e mais de 10 mil soldados fizeram parte do espetáculo que comemora os 80 anos da rendição do Japão aos aliados na Segunda Guerra Mundial. Líderes mundiais como Putin e Kim Jong-un, além da presidente do Banco do BRICS, Dilma Rousseff estiveram presentes.

Potência Militar

O governo de Xi Jinping tem como ponto central o investimento militar. Desde 2013, o líder chinês mobilizou fundos para modernizar o Exército de Libertação Popular (ELP), saindo de coadjuvante na Ásia para se igualar, em alguns pontos, com as Forças Armadas dos Estados Unidos. Sem envolvimento direto em conflitos desde o com o Vietnã em 1979, Pequim passou a fabricar e aperfeiçoar sua própria tecnologia de guerra. 


Novos armamentos chineses exibidos em grande desfile militar de comemoração aos 80 anos da vitória sobre o Japão (reprodução/Lintao Zhang/Getty Images Embed)


Na exibição do renovado arsenal de guerra, o exército chinês apresentou armas de nova geração como:

  • Drone submarinos AJX002: equipamentos não tripulados semelhantes a torpedos; 
  • Escudo antimíssil HQ – 29: pode interceptar mísseis a 500 quilômetros de altitude;
  • Mísseis antinavio YJ – 20: capazes de causar danos críticos a grandes embarcações;
  • Laser de defesa aérea: arma de energia direcionada que deve ser montado em navios de guerra.

União Geopolítica

O presidente Xi Jinping convidou líderes mundiais para assistir a comemoração do fim da Segunda Guerra, estavam lá: Vladimir Putin, da Rússia; Narenda Modi, da Índia; e Kim Jong-un, da Coréia do Norte. Além dos mais conhecidos, lideranças do Irã, Paquistão, Cuba e outros países aliados marcaram presença. O Brasil foi representado por Celso Amorim, assessor especial para assuntos internacionais do Governo Lula e a ex-presidente Dilma Rousseff, presidente do Banco dos Brics. 


Vladimir Putin, Xi Jinping e Kim Jong-un durante o desfile militar chinês em Pequim
(reprodução/ALEXANDER KAZAKOV/POOL/AFP/Getty Images Embed)


Nesta segunda-feira (1), Putin e Modi já haviam se reunido com Xi Jinping em cúpula da Organização de Cooperação de Xangai (OCS), bloco de segurança regional. Durante o evento, que contava com mais de 20 países, o líder chinês fez críticas implícitas ao presidente dos EUA, Donald Trump, e sua política tarifária, além de difundir o desejo da criação de uma nova ordem mundial que prioriza a economia e a segurança dos países do ‘Sul Global’, como o Brasil e os outros componentes do BRICS. 

Lula recebe telefonema de Putin na manhã desta segunda-feira

O presidente russo Vladimir Putin telefonou para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na manhã desta segunda-feira (18), para compartilhar informações sobre sua recente reunião com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, realizada na última sexta-feira (15) em Anchorage, Alasca. A duração da ligação foi de aproximadamente 30 minutos e tratou dos esforços conjuntos para a paz na Ucrânia, com destaque para a participação do Brasil e da China no grupo de amigos da paz.

Reunião entre Putin e Trump: avanços e desafios

O encontro entre Putin e Trump teve como principal objetivo manter um diálogo sobre possíveis soluções para o conflito na Ucrânia, que já dura três anos. Após a reunião, Putin declarou que o encontro foi avaliado como positivo e reconheceu os esforços de paz envolvendo o Brasil. No entanto, fontes indicam que a Rússia propôs condições que incluem a cessão do território de Donetsk e Lugansk e a aceitação de garantias de segurança para a Rússia, sem um cessar-fogo imediato. Essas propostas geraram preocupações entre líderes europeus e ucranianos, que temem concessões territoriais que possam enfraquecer a soberania da Ucrânia.


Encontro de Donald Trump e Vladimir Putin em Anchorage, Alasca (Foto: reprodução/Andrew Harnik/Getty Images embed)


A posição do Brasil e os próximos passos

O presidente Lula agradeceu a ligação e expressou o desejo de uma resolução pacífica para o conflito. O Brasil, juntamente com a China, tem atuado como mediador, buscando uma solução que respeite a integridade territorial da Ucrânia e promova a estabilidade regional. Próximo passo será a reunião entre os presidentes Trump e Zelensky, marcada para hoje (18) em Washington, onde se espera discutir as propostas apresentadas e buscar um consenso que envolva todas as partes interessadas.

Expectativa pela paz

O telefonema entre Putin e Lula reflete o papel ativo do Brasil na busca por uma solução pacífica para o conflito na Ucrânia. Embora as negociações avancem, os desafios permanecem, especialmente em relação às propostas de concessões territoriais. A comunidade internacional observa atentamente os próximos passos, aguardando um acordo que garanta a paz duradoura e respeite a soberania dos países envolvidos.

Putin propõe acordo territorial em troca do fim da guerra na Ucrânia

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, teria sugerido encerrar a guerra na Ucrânia em troca do controle permanente das regiões de Donetsk e Lugansk, no leste do país. A sugestão foi apresentada durante encontro com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na última sexta-feira, de acordo com informações da agência Reuters e do jornal The New York Times, que citaram fontes próximas às tratativas.

Primeira proposta concreta do encontro

De acordo com as reportagens, Putin apresentou pela primeira vez uma medida objetiva desde o início do diálogo direto com Trump. O pedido envolveu a manutenção das duas áreas ocupadas por tropas russas como condição para aceitar o fim do conflito. O encontro terminou sem a formalização de um cessar-fogo ou anúncio de propostas oficiais.

Paralelamente à oferta de Putin, Donald Trump convidou chefes de governo da Europa para participar de uma reunião na Casa Branca com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky. O encontro está previsto para a próxima segunda-feira em Washington e deve discutir os próximos passos na busca por uma solução para a guerra. Até agora, tanto Washington quanto Kiev não confirmaram os convites, e a lista de líderes estrangeiros chamados para o encontro segue sem divulgação.


Zelensky se pronuncia após encontro entre Putin e Trump no Alasca (Vídeo: reprodução/Youtube/@sbtnews)


Rússia abre mão de outras áreas ocupadas

Segundo a cobertura da Reuters e do The New York Times, Moscou estaria disposta a renunciar ao controle das demais regiões atualmente sob ocupação militar na Ucrânia, o que representa cerca de 20% do território total do país. O gesto, embora limitado, foi interpretado como um sinal de possível abertura para negociações futuras, ainda que condicionado à preservação de Donetsk e Lugansk sob domínio russo.

A cúpula marcada entre Trump e Zelensky em Washington é vista como estratégica para avaliar a posição dos Estados Unidos no conflito e a participação europeia nas negociações. Para analistas políticos, o convite feito por Trump busca reforçar a pressão diplomática sobre Moscou e demonstrar unidade do Ocidente em torno de Kiev. Mesmo assim, ainda não há clareza sobre a possibilidade de a proposta da Rússia ser aceita pelos aliados da Ucrânia.

Bombardeiro B-2 acompanha jato de Putin nos EUA

Na chegada de Vladimir Putin aos Estados Unidos, o avião oficial do presidente russo, um Ilyushin Il-96, recebeu uma escolta especial no espaço aéreo americano. Além de caças, um bombardeiro B-2 Spirit, aeronave de tecnologia avançada da Força Aérea dos EUA, também participou do acompanhamento. O encontro ocorreu na região do Alasca.

A presença do B-2 chamou a atenção pelo simbolismo. Trata-se de um modelo estratégico, usado em operações de grande importância militar. Por isso, sua aparição durante a viagem de Putin reforçou a imagem de vigilância e poder aéreo dos Estados Unidos.

O que torna o B-2 diferente

O B-2 Spirit é considerado um dos aviões militares mais sofisticados já construídos. Ele foi desenvolvido pela empresa Northrop Grumman no final dos anos 1980, com a proposta de atravessar sistemas de defesa aérea sem ser facilmente identificado. Essa característica é resultado de seu design furtivo, que dificulta a detecção por radares.


Bombardeiro B-2 da Força Aérea dos EUA dá rasante sobre Putin durante encontro com Trump no Alasca (Vídeo: Reprodução/YouTube/@MetrópolesTV)

O custo de cada unidade é altíssimo: cerca de 2,1 bilhões de dólares, o que faz do B-2 o avião militar mais caro do mundo. Mesmo assim, foram fabricados 21 exemplares, todos ainda em operação pela Força Aérea americana.

Missões longas e complexas

A autonomia da aeronave impressiona. O modelo consegue percorrer mais de 11 mil quilômetros sem precisar reabastecer. Com apoio aéreo, seu alcance é global. Ele já foi usado em operações de longa distância, como as realizadas no Afeganistão e na Líbia.

O B-2 pode transportar aproximadamente 18 toneladas de armamentos, incluindo armas convencionais e nucleares, que ficam armazenadas em compartimentos internos para não comprometer a furtividade. Entre os recursos disponíveis, estão bombas de alta precisão guiadas por GPS, mísseis de longo alcance e as chamadas bunker busters, capazes de atravessar estruturas fortificadas de concreto.


Trump recebe Putin na Base Conjunta Elmendorf-Richardson, em Anchorage, Alasca, durante encontro para negociações de paz (Foto: Reprodução/Andrew Harnik/Getty Images Embed)


Essas missões podem durar até 40 horas, o que exige preparação especial para os dois tripulantes. Durante os voos, há revezamento no comando, paradas para reabastecimento em pleno ar e até equipamentos de apoio na cabine, como forno de micro-ondas e dispositivos para necessidades fisiológicas.

Bastidores da operação

Todos os B-2 ficam concentrados na Base Aérea de Whiteman, no Missouri. O acesso aos hangares é altamente controlado e só é permitido com autorização direta do Pentágono. Jornalistas que tiveram a chance de acompanhar de perto descreveram a rotina de manutenção e mostraram detalhes da cabine, geralmente fechada ao público.

O uso do bombardeiro em missões recentes no Oriente Médio chamou a atenção e reforçou sua importância estratégica. Ao surgir durante a viagem de Putin aos EUA, o B-2 voltou a evidenciar seu papel central dentro da defesa americana.

Trump e Putin se reúnem no Alasca em nova tentativa de cessar-fogo na Ucrânia

Numa tentativa direta de pôr fim à guerra na Ucrânia, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, proferiu declarações a bordo do Air Force One antes de se reunir com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, em Anchorage, Alasca, nesta sexta-feira (15). Ele afirmou que “não ficaria feliz se Putin não aceitasse o cessar-fogo” e expressou o desejo de que “a matança parasse”, evidenciando sua postura de pressionar por uma solução imediata para o conflito.

Um encontro crucial

O encontro entre Trump e Putin ocorreu na Base Conjunta Elmendorf-Richardson, em Anchorage, com o presidente russo recebido com tapete vermelho e ao som de aplausos. O objetivo claro da reunião entre os presidentes foi abrir caminho para um cessar-fogo, ainda que modelado como uma “sessão de escuta” com fortes sensibilidades diplomáticas. O presidente americano também sinalizou interesse em se reunir com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, reforçando seu papel como mediador no conflito que já dura três anos.


Trump e Putin em reunião no Alasca sobre guerra na Ucrânia (Foto: reprodução/Andrew Harnik/Getty Images Embed)


Contexto e tentativas anteriores de negociação

Esta não foi a primeira iniciativa de Trump para mediar o conflito: em fevereiro de 2025, ele manteve uma chamada considerada “profunda e produtiva” com Putin, acordando que suas equipes começariam negociações imediatamente, embora preocupações sobre excluir Kiev tenham sido levantadas por líderes europeus e pelo próprio presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy. Em março, avançou-se na proposta norte-americana de cessar-fogo de 30 dias, permitindo a retomada de ajuda e inteligência dos EUA a Kiev, mas Putin impôs condições duras, dificultando um acordo efetivo.

Situação atual da guerra

Enquanto isso, no campo de batalha, as forças russas continuavam ganhando terreno, especialmente no leste da Ucrânia, com avanços em locais como Dobropillia, embora os ucranianos conseguissem estabilizar certas frentes e realizar trocas de prisioneiros. Zelenskyy insiste que Kiev não pode ser excluída das negociações e alerta que soluções que desconsiderem a Ucrânia são “mortas”.

Embora o encontro em solo americano represente um passo significativo — e talvez necessário — na diplomacia para encerrar a guerra, os sinais permanecem mistos. Sem a inclusão efetiva de Kiev e com continuados avanços russos, o futuro das negociações ainda é incerto. A declaração de Trump no Air Force One deixa claro que os olhos do mundo estão voltados para esse esforço de paz, mas a estabilidade desse processo dependerá de esforços concretos e participação plena da Ucrânia.

Líderes europeus reforçam que Ucrânia deve participar das negociações entre EUA e Rússia

No domingo, 10, líderes europeus destacaram a importância da presença da Ucrânia nas negociações entre Washington e Moscou agendadas para esta semana. De acordo com um diplomata americano, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky poderá participar dessas reuniões. No sábado, dia 9, os líderes europeus afirmaram que a paz na Ucrânia não pode ser decidida sem a presença do país.

Reuniões e negociações envolvem líderes e ministros europeus

Os presidentes dos Estados Unidos e da Rússia estão programados para se encontrar na sexta-feira, 15, no Alasca, com o objetivo de buscar uma solução para o conflito que começou em fevereiro de 2022, quando a Rússia invadiu a Ucrânia. No entanto, os líderes da União Europeia ressaltaram que qualquer acordo para pôr fim à guerra de três anos deve necessariamente envolver a Ucrânia.

Na segunda-feira, dia 11, os ministros das Relações Exteriores da União Europeia vão realizar uma videoconferência para discutir a cúpula entre EUA e Rússia, com a participação do ministro ucraniano. O embaixador americano na Otan, Matthew Whitaker, afirmou neste domingo que Zelensky pode estar presente na reunião no Alasca e destacou que nenhum acordo deve ser fechado sem o consentimento de todas as partes envolvidas.


Declaração do Presidente da Ucrânia, Zelensky, sobre ter um acordo de paz (Vídeo: reprodução/X/@hoje_no)

Preocupações sobre exclusão da Ucrânia na cúpula do Alasca

A possibilidade de a Ucrânia ficar de fora da cúpula gerou preocupação, já que há o receio de que isso resulte em um acordo que obrigue Kiev a ceder territórios à Rússia, o que a União Europeia rejeita.

Ao anunciar a cúpula, o presidente Trump mencionou a possibilidade de troca de territórios entre Rússia e Ucrânia, sem entrar em detalhes. Zelensky declarou que qualquer decisão feita sem a participação da Ucrânia vai contra a paz e assegurou que os ucranianos não vão abrir mão de seus territórios.

Neste domingo, líderes europeus importantes assinaram uma declaração afirmando que somente a combinação de diplomacia ativa, apoio à Ucrânia e pressão sobre a Rússia pode acabar com a guerra. Eles também elogiaram o esforço diplomático de Trump e prometeram manter o apoio militar e financeiro à Ucrânia, além de continuar as sanções contra a Rússia.

Entre os signatários estão Emmanuel Macron, da França; Giorgia Meloni, da Itália; Friedrich Merz, da Alemanha; Donald Tusk, da Polônia; Keir Starmer, do Reino Unido; e Ursula von der Leyen, da Comissão Europeia.


Chanceler alemão pedirá para Trump que Ucrânia participe das negociações entre Rússia e Estados Unidos (Vídeo: reprodução/X/@hoje_no)

A primeira-ministra da Estônia, Kaja Kallas, reforçou que qualquer acordo entre Estados Unidos e Rússia precisa incluir a Ucrânia e a União Europeia, pois a segurança da Ucrânia e da Europa está em jogo. Ela destacou que, segundo o direito internacional, todos os territórios ocupados são propriedade da Ucrânia.

Até o momento, as negociações entre Rússia e Ucrânia neste ano tiveram poucos avanços e ainda não está claro se a cúpula ajudará a aproximar as partes para a paz.

Diferenças entre Rússia e Ucrânia dificultam acordo de paz

A invasão da Rússia à Ucrânia teve início em fevereiro de 2022 e já resultou em milhares de mortes, milhões de pessoas deslocadas e grande destruição. O presidente Vladimir Putin tem ignorado os apelos dos Estados Unidos, Europa e Ucrânia para anunciar um cessar-fogo.

A reunião no Alasca será a primeira entre os presidentes dos Estados Unidos e da Rússia desde que Joe Biden se encontrou com Putin em Genebra, em junho de 2021. Trump e Putin se encontraram pela última vez em 2019, na cúpula do G20 no Japão, e desde então têm mantido contato por telefone. Após mais de três anos de conflito, as posições da Ucrânia e da Rússia ainda estão muito distantes.

Moscou exige que a Ucrânia entregue quatro regiões parcialmente ocupadas: Donetsk, Luhansk, Zaporizhzhia e Kherson além da Crimeia, anexada em 2014. Também quer que a Ucrânia pare de receber armas do Ocidente e desista da adesão à Otan.

A Ucrânia rejeita essas condições e exige a saída das tropas russas, além de garantias de segurança vindas do Ocidente, como o envio de mais armas e tropas europeias, pedido que a Rússia não aceita.