Quando o esporte vira resistência: atletas que desafiam o racismo

A relação entre esporte e ativismo racial está longe de ser superficial: ela atravessa décadas e contextos geográficos distintos, mostrando que os gramados, ringues, pistas e torcedores podem servir como arenas poderosas para reivindicar igualdade. Para marcar o Dia da Consciência Negra, é fundamental revisitar trajetórias de esportistas que desafiaram preconceitos não apenas com talento, mas com coragem política.

Desde os primórdios do atletismo até os tempos modernos, esses atletas provaram que vencer uma prova ou erguer um troféu é apenas parte de sua missão, o gesto, a mensagem e a repercussão social que acompanham o sucesso também importam. Muitos deles foram pioneiros, abrindo espaço para vozes negras e colocando em xeque estruturas preconceituosas dentro e fora do esporte.

Lutando no pódio e nos bastidores

Um dos episódios mais emblemáticos de protesto racial no esporte ocorreu durante as Olimpíadas de 1968, quando Tommie Smith e John Carlos ergueram o punho fechado no pódio. Descalços e usando símbolos que denunciavam a opressão, eles transformaram seu momento de glória em ato político, e, mesmo após a expulsão dos Jogos, seu gesto se tornou parte indelével do movimento pelos direitos civis.

Na Fórmula 1, Lewis Hamilton quebrou barreiras ao se tornar o primeiro piloto negro na categoria. Mas sua voz vai além das pistas: ele ajoelha antes das corridas, veste camisetas antirracistas e luta por diversidade institucional na própria competição que conquistou tantas vezes. Seu ativismo mostra que vencer após a bandeirada também pode significar avançar na luta por justiça social.

Resistência e identidade no ringue e nas quadras

No boxe, Muhammad Ali se destacou não apenas por sua técnica inflamável, mas por se recusar a lutar na Guerra do Vietnã por motivos de consciência, denunciando a desigualdade que sofria a população negra nos Estados Unidos. Sua carreira ficou marcada pela fusão entre esportividade e ativismo, ele não aceitava ser apenas um campeão, mas um símbolo vivo de mudança.

Já Serena Williams, no tênis, enfrentou uma barreira dupla: o racismo e o sexismo. Ela tornou público o que muitos tentavam esconder, denunciando episódios de discriminação dentro e fora das quadras. Sua postura firme e seus sucessos avassaladores ajudaram a inspirar uma nova geração de mulheres negras no esporte, mostrando que talento e resistência caminham lado a lado.


Eric Faria comenta sobre casos de racismo com o jogador Vini Jr. (Foto: reprodução/X/@futebol_info)


Vozes contemporâneas e desafios ainda presentes

O ativismo negro no esporte não é coisa do passado, ele se renova em figuras modernas. O quarterback Colin Kaepernick ficou mundialmente conhecido ao se ajoelhar durante o hino nacional dos EUA, em protesto contra a violência policial e o racismo sistêmico. O gesto custou caro à sua carreira na NFL, mas seu impacto reverbera até hoje como símbolo de luta pacífica e corajosa.

No futebol, o brasileiro Vinícius Júnior vem enfrentando ataques racistas desde que chegou à Europa. Ele tem denunciado publicamente essas agressões, provocando debates sobre a posição de clubes, ligas e governos diante do preconceito. A visibilidade e a recusa em se calar fazem dele uma referência contemporânea na luta contra o racismo no esporte.

No Brasil, a trajetória de Reinaldo, ídolo do Atlético-MG durante a ditadura militar, também merece destaque. Ele celebrava gols com o punho cerrado, gesto que remetia à luta dos Panteras Negras, uma provocação simbólica que deixava claro que sua arte no campo também era um protesto político.

Por fim, Aída dos Santos, atleta de salto em altura, superou insultos racistas, falta de estrutura e desigualdade para se tornar a primeira mulher negra do Brasil a disputar uma final olímpica. Sua perseverança evidenciou as barreiras históricas enfrentadas por mulheres negras no esporte e reafirmou a importância do acesso e da representatividade.

Família Gil processa padre por danos morais após comentários ofensivos sobre Preta Gil

A família da cantora Preta Gil entrou com um processo por danos morais contra o padre Danilo César, da Paróquia São José, em Campina Grande (PB). A ação foi movida na Justiça do Rio de Janeiro e pede indenização de R$ 370 mil, alegando intolerância religiosa e racismo religioso.

Segundo o processo, o episódio aconteceu em julho, poucos dias após o falecimento de Preta. Durante uma homilia transmitida ao vivo, o padre teria feito comentários ofensivos sobre as religiões de matriz africana, questionando por que os orixás não teriam “ressuscitado” a artista.

Pregação ou discurso de ódio?

Em seu discurso, Danilo César ironizou as crenças afro-brasileiras ao afirmar que “já enterraram” os orixás e que há “gente católica que pede a forças ocultas”. Ele completou dizendo: “eu só queria que o diabo viesse e levasse”. As declarações foram amplamente divulgadas nas redes sociais, gerando forte repercussão negativa.

Família cobra retratação e responsabilidade

O processo foi movido por Gilberto Gil, Flora Gil e os irmãos de Preta, Nara, Marília, Bela, Maria, Bem e José, além do filho da cantora, Francisco. De acordo com a petição, as falas do padre fomentaram comentários preconceituosos e de intolerância nas redes.

Antes da ação, a família havia enviado uma notificação extrajudicial à Diocese de Campina Grande, pedindo retratação pública e medidas disciplinares contra o religioso. No entanto, segundo o documento, não houve resposta


Família Gil reunida ao lado de Preta Gil (Reprodução/instagram/@pretagil)


Debate sobre limites da liberdade religiosa

O caso reacende o debate sobre os limites entre liberdade de expressão e discurso discriminatório dentro do ambiente religioso. A Justiça agora deve avaliar o pedido da família Gil, enquanto se aguarda uma manifestação oficial da defesa do padre Danilo César e da Igreja Católica


Cantora Preta  Gil em sua última apresentação ao lado do pai, Gilberto Gil. (Video: Reprodução/instagram/@pretagil)


Sobre Preta

Preta Maria Gadelha Gil Moreira, mas conhecida como Preta Gil, faleceu em 20 de julho de 2025, aos 50 anos, após o agravamento do câncer de intestino. A cantora lutava contra o câncer desde 2023.

 

Bolsonaro é condenado a pagar R$ 1 milhão por declarações racistas

O ex-presidente Jair Bolsonaro foi condenado, nesta terça-feira (16), a pagar R$ 1 milhão por danos morais coletivos devido a declarações racistas feitas durante uma live em 2021, quando ainda estava no cargo. Na ocasião, ele comparou o cabelo de um homem negro a “criatórios de baratas”. A decisão do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) foi unânime, embora ainda seja possível recorrer.

Indenização por comentários racistas

O TRF4 analisou, nesta terça-feira, recursos do Ministério Público Federal e da Defensoria Pública da União, que solicitavam uma indenização coletiva de R$ 5 milhões e uma retratação pública de Bolsonaro. A corte também condenou a União, de forma independente, ao pagamento de R$ 1 milhão. Em primeira instância, o pedido havia sido rejeitado. A ação civil pública classificou os comentários como “discriminatórios e ofensivos à população negra”.

Além disso, Bolsonaro precisará remover conteúdos discriminatórios de suas redes sociais e realizar uma retratação pública dirigida à população negra.

O relator do caso, desembargador federal Rogério Favreto, afirmou que a fala de Bolsonaro é uma “ofensa racial sob a aparência de piada“, atingindo “a honra e a dignidade de pessoas negras e reforçando um processo de desumanização”. Favreto ressaltou ainda que “não se trata de uma brincadeira inofensiva, nem do exercício legítimo da liberdade de expressão”. Todos os membros da 3ª Turma acompanharam o voto, confirmando a condenação.

Em maio de 2021, durante encontro com apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada, Bolsonaro fez comentários racistas a um homem com cabelo estilo Black Power, comparando-o a uma “barata”. A transmissão foi ao vivo por uma rede social próxima ao ex-presidente. Dias antes, ele já havia feito provocações semelhantes. Em julho, convidou novamente o homem para uma transmissão, intensificando o conteúdo discriminatório das falas.

Condenação por trama golpista

Na última quinta-feira (11), a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) condenou Bolsonaro a 27 anos e três meses de prisão, em regime inicial fechado, por participação na trama golpista. A pena ainda não foi cumprida, pois depende da análise de recursos.


Bolsonaro é condenado por falas racistas (Vídeo: reprodução/Instagram/@itirucuonline)


Atualmente, o ex-presidente cumpre prisão preventiva em regime domiciliar por descumprimento de medidas judiciais determinadas pelo ministro Alexandre de Moraes. Porém, na tarde desta terça-feira (16), ele precisou ir ao hospital DF Star, em Brasília, devido à crise de pressão, vômitos e soluços. Segundo a equipe médica de Bolsonaro, ele está em avaliação e realiza uma série de exames.

Vini Júnior e Mbappé sofrem atos racistas durante vitória do Real Madrid

Durante a vitória do Real Madrid por 3 a 0 sobre o Real Oviedo, no estádio Carlos Tartiere, Vini Jr e Mbappé foram alvo de atos racistas vindos das arquibancadas. O programa espanhol El Día Después, da emissora Movistar, mostrou imagens em que torcedores faziam sons imitando macacos em dois momentos do jogo.

O primeiro caso aconteceu logo após o gol de Mbappé. Enquanto o atacante francês comemorava ajoelhado no campo, um barulho isolado, semelhante ao verso de um macaco, foi registrado pelas câmeras. Não foi um coro coletivo, mas ficou evidente na transmissão.

Na segunda etapa, quando Vinícius Júnior entrou no lugar de Rodrygo, novas manifestações racistas foram ouvidas. Além disso, o brasileiro escutou insultos vindos de um grupo maior de torcedores do Oviedo. A situação foi se intensificando até gerar um bate-boca entre o camisa 7 e alguns fãs nas arquibancadas.

Casos de racismo são reincidentes com o brasileiro

Esse não foi o primeiro episódio de racismo sofrido por Vinícius Júnior na Espanha. Desde sua chegada ao Real Madrid, o atacante já enfrentou diversos casos semelhantes em estádios do país. Em maio de 2023, por exemplo, o jogador foi alvo de ofensas racistas no Mestalla, durante a partida contra o Valencia, o que gerou grande repercussão internacional.


Terceiro gol da vitória do Real Madrid em uma jogada de Vinicius Júnior (Vídeo: Reprodução/X/@realmadrid)


Também foram registrados incidentes contra o brasileiro em jogos contra Atlético de Madrid e Valladolid, sempre envolvendo insultos e cânticos discriminatórios. As recorrentes agressões têm colocado a La Liga e as autoridades espanholas sob forte pressão para adotar medidas mais rígidas contra o racismo nos estádios.

Vitória tranquila para os merengues

O Real Madrid dominou a partida desde o início. Mbappé abriu o placar ainda no primeiro tempo. Já na etapa final, marcou o segundo após receber passe de Vini Jr, que também deixou o dele para fechar a goleada.

O próximo compromisso do Real Madrid será no sábado (30), contra o Mallorca, às 16h30 (de Brasília), no Santiago Bernabéu, pela terceira rodada da La Liga. No mesmo dia, mas mais cedo, às 14h30, o Real Oviedo encara a Real Sociedad.

Zayn Malik fala sobre o racismo que sofreu durante o período que participou da banda One Direction

Neste sábado (5), o cantor britânico, Zayn Malik postou em sua rede social um trecho da sua nova música Fuchsia Sea, onde, na canção, o compositor fala sobre o racismo e a xenofobia que enfrentou durante os anos em que passou na banda One Direction.

Ele, que é nascido e criado na Inglaterra, filho de um pai de origem paquistanesa e muçulmano, apesar de que, atualmente, o artista revelou que não faz mais parte da religião, foi o único membro não branco da boyband e passou por todos os tipos de ataques devido às suas origens, até ser barrado pela imigração americana durante a sua primeira viagem ao país.

Em 2012, a blogueira americana Debbie alegou que o cantor estaria divulgando o islã para os fãs. Já em 2013, o rapper americano Rucka Rucka Ali lançou uma canção atacando o britânico. A faixa, intitulada como Zayn fez o 11 de setembro, culpava o artista pelo atentado que devastou o país americano em 2001, na cidade de Nova York.

Ele, que chegou a sofrer ameaças de morte nas redes sociais ao prestar apoio à Palestina em sua conta do X (antigo Twitter), teve o caso registrado em 2014. O cantor chegou a excluir sua conta na rede devido aos ataques que sofreu, além de se pronunciar publicamente, porém, não funcionou.

One Direction e a morte do ex-colega de banda

Formada no programa X-Factor por Simon Cowell, a banda britânica One Direction era composta por Harry Styles, Louis Tomlinson, Niall Horan, Zayn Malik e Liam Payne, que faleceu em outubro do ano passado, ao cair do terceiro andar de um hotel na Argentina.


Zayn Malik homenageando o ex-colega de banda, Liam Payne que faleceu em 2024 (Foto: reprodução/x/@zaynmalik)


A banda, que foi um sucesso na década de 2010, conquistou o coração de milhares de fãs ao redor do mundo. A boyband lançou hits que ficaram gravados na memória dos seus fiéis seguidores, músicas como What Makes You Beautiful, Kiss You, You and I, Night Changes, Live While We’re Young, One Thing, Best Song Ever, Story of My Life e Little Things.

Saída de Malik do grupo e polêmica com a ex-sogra

Zayn, que teve um relacionamento de seis anos com a modelo Gigi Hadid, com quem tem uma filha de 4 anos, se envolveu em uma polêmica com a mãe da modelo, a ex-modelo Yolanda Hadid, que o acusou de agressão durante uma discussão entre eles, o que resultou no fim do relacionamento do cantor com a modelo.


Zayn Malik, ex-integrante da banda One Direction (Foto: reprodução/Instagram/@zayn)


Durante uma entrevista ao podcast “Call Her Daddy”, Zayn falou sobre o ocorrido. Ele chamou as acusações de Yolanda de “problemas familiares” e disse que preferia deixar os acontecimentos entre eles. Ele ainda finalizou dizendo que não era necessário ter uma plateia com opiniões, pois já era difícil administrar a situação entre eles.

Na época, o cantor estava lidando com problemas na Justiça para conseguir a guarda da filha Khai, que tinha 2 anos durante o processo. O ex-One Direction falou que, se a briga fosse tão trágica como as pessoas estavam especulando, ele não teria 50% da custódia da filha.

Copa do Mundo de Clubes: Real Madrid vence Pachuca e assume a liderança do Grupo H

Neste domingo (22), a missão do Real Madrid era espantar a zebra após uma estreia conturbada no empate contra o Al-Hilal, da Arábia Saudita, na estreia do técnico Xabi Alonso. O jogo contra o Pachuca, do México, era a oportunidade para a equipe espanhola recuperar sua autoestima e seguir com o status de ser um dos favoritos na competição.

A vitória por 3×1 começou de forma tensa para os Merengues, porém ao longo da partida, a confiança do elenco foi aumentando, e a força de um dos clubes mais tradicionais do mundo veio a tona dentro de campo.

Vitória com um a menos

A primeira etapa da partida foi complicada para os espanhóis, com os mexicanos pressionando e causando diversos lances de perigo para a zaga madrileña desde os primeiros minutos, com direito a gritos de ‘olé’ por parte da torcida latina. E a situação piorou ainda mais quando Raúl Ascêncio foi expulso ainda aos 7 minutos, após uma entrada forte em Salomón Rondón, estando na condição de último homem no ataque.

Vale lembrar que o zagueiro, que já havia cometido um erro na estreia do Mundial ao perder o pênalti que daria a vitória pro Real praticamente nos minutos finais do jogo, vive um dos piores momentos de sua vida: Uma acusação de pornografia infantil, por divulgar um vídeo íntimo de duas meninas sem consentimento das vítimas, sendo uma delas de apenas 16 anos.

Em entrevista concedida no intervalo, o goleiro Courtois falou sobre o desempenho do jogador:

São dois jogos e duas vezes o mesmo erro. Devemos ser mais inteligentes. Não podemos cometer estes erros. Mas bom, ele sabe disso e não há problema. Vamos lutar por ele e ganhar sem ele.”

Courtois

Contudo, apesar do clima desfavorável, os galáticos não se intimidaram: Jude Bellingham abriu o placar aos 35 minutos após uma linda jogada do jovem Gonzalo García, seguido de um grandioso passe do também novato Arda Güler, na ponta esquerda. Ainda no primeiro tempo, Güler amplia em um lance que começou com a participação do novo reforço para a temporada, Trent Alexander-Arnold.


Melhores momentos da partida (Video: reprodução/YouTube/ge)

No segundo tempo, o clima da partida esfriou, mas os merengues seguiram no domínio da partida. Aos 24 minutos, Valverde marca o terceiro do Real após um lançamento venenoso de Brahim Díaz dentro da área para ampliar a vantagem.

Entretanto, o Pachuca seguia explorando a condição de um jogador a mais para criar lances perigosos no ataque. O destaque ficou por conta do brasileiro John Kennedy, ídolo do Fluminense e autor do gol do título da Libertadores de 2023, que comandou a maioria das investidas na área do Real Madrid — quase todas parando nas defesas de Courtois.

O clube enfim chegou a diminuir o placar aos 34 minutos com Elías Montiel, em um chute que desviou no joelho de Tchouaméni e acabou enganando o goleiro belga. Porém, apesar da pressão nos minutos finais, o placar permaneceu inalterado até o apito final.

Denúncia de racismo

Um dos destaques acabou ocorrendo já nos acréscimos do segundo tempo: Após um lance entre o zagueiro Gustavo Cabral e Antonio Rüdiger na área de ataque do Real, com direito a reclamações de pênalti na jogada, o alemão acusou o argentino de ter cometido injúria racial durante uma discussão entre os dois.

Em seguida, o protocolo antirracista foi acionado pelo árbitro brasileiro Ramon Abatti Abel, sinalizando a ocorrência com o gesto de “X” com os braços, e a partida ficou paralisada por alguns minutos para que a situação se resolvesse. Vale lembrar que em ocasiões do tipo, caso não houver um consenso entre os envolvidos, o jogo pode ser suspenso temporariamente, com o time envolvido podendo ser derrotado por W.O.


Depoimento de Xabi Alonso sobre caso envolvendo seu zagueiro (Video: reprodução/Instagram/@tntsportsbr)


Após a repercussão, o jogador argentino desmentiu a fala de Rüdiger ao alegar que o chamou de um termo muito usado na Argentina, que no caso seria ‘cagão de m****’. E ainda alegou que durante todo o tempo apenas permaneceu repetindo o mesmo.

O caso segue sendo investigado pela FIFA, mas segundo informações divulgadas pelo portal MARCA, ainda não há uma conclusão nítida por não haver nenhuma imagem que mostre nitidamente o que Cabral falou para o zagueiro do Real Madrid. E que a apuração se dá apenas pela súmula e pelo relato dos jogadores envolvidos.

Ludmilla se pronuncia sobre vitória judicial contra Marcão do Povo após ataque racista

A cantora Ludmilla, de 30 anos, se manifestou nas redes sociais nesta terça-feira (13) após a Justiça restabelecer, por unanimidade, a condenação do apresentador Marcão do Povo, de 45 anos, por injúria racial. O caso remonta a 2017, quando o jornalista se referiu a ela como “pobre macaca” durante uma transmissão ao vivo na TV aberta.

“Vitória que não apaga a dor”, diz Ludmilla

Ludmilla usou seus stories no Instagram para comentar o desfecho do processo. “Em 2017, fui chamada de ‘pobre macaca por um apresentador, ao vivo, na TV aberta. Hoje, finalmente, foi reconhecido o racismo que tentei denunciar lá atrás”, escreveu a cantora.

Apesar da vitória judicial, Ludmilla destacou o impacto emocional do episódio e a espera por justiça. “Essa vitória não apaga a dor, mas reforça que racismo é crime e tem consequência. Agradeço ao sistema judiciário brasileiro por apoiar essa luta. Justiça foi feita”, completou. Além desse caso, a cantora é alvo constante de ataques racistas nas redes sociais.


Pronunciamento de Ludmilla em seus stories (Foto: reprodução/Instagram/@ludmilla)

Condenação por injúria racial é mantida

O caso que deu origem ao processo ocorreu durante uma transmissão ao vivo do programa Balanço Geral DF, exibido pela Record TV, quando o apresentador se referiu a Ludmilla com a expressão racista “pobre macaca”. A cantora entrou com uma ação judicial por injúria racial contra o comunicador no mesmo ano.

Depois de um longo percurso judicial, Marcão do Povo foi condenado a um ano e quatro meses de prisão em regime aberto, além do pagamento de R$ 30 mil em indenização, valor que deveria ser destinado a uma instituição comprometida com o combate ao racismo.

No entanto, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) anulou a condenação com o argumento de que a principal evidência apresentada, um vídeo editado, comprometia a validade da acusação.

A decisão foi revista após novo recurso. Por unanimidade, a 5ª Turma do STJ restabeleceu a condenação ao concluir que a fala do apresentador não foi distorcida nem retirada de contexto, configurando injúria racial praticada de forma direta pelo apresentador.

Jogador do América-MG é suspeito de injúria racial

Durante uma partida da Série B do Campeonato Brasileiro, ocorrida em Ponta Grossa, no Paraná, o jogador boliviano Miguel Ángel Terceros Acuña, conhecido como Miguelito e atualmente no América-MG, foi detido sob suspeita de injúria racial contra Allano Brendon de Souza Lima, atleta do Operário Ferroviário.

O incidente teria ocorrido ainda no primeiro tempo do jogo, após uma disputa de bola. Segundo relatos, Miguelito teria proferido ofensas de cunho racista, que foram prontamente denunciadas pelo jogador ofendido e confirmadas por uma testemunha, o capitão do time paranaense.

Diante da acusação, o árbitro da partida interrompeu o jogo e acionou o protocolo antirracismo da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), fazendo o gesto de X com os braços diante do peito, sinal que representa a denúncia de ato discriminatório. A partida foi paralisada por cerca de 15 minutos, e mesmo assim Miguelito permaneceu em campo até ser substituído no intervalo. Após o apito final, o jogador foi encaminhado pela Polícia Militar à delegacia da cidade.

A polícia acredita que não há provas suficientes

A Polícia Civil considerou os depoimentos como prova suficiente para configurar o flagrante, embora as imagens da transmissão oficial não tenham captado o momento exato da ofensa. A investigação segue em andamento, com a busca por imagens de outros ângulos que possam comprovar o ocorrido. Apesar da gravidade do caso, o juiz responsável concedeu liberdade provisória a Miguelito, considerando que não havia indícios de que sua soltura representasse risco à ordem pública ou à aplicação da lei penal.

Defesa adotada pelo jogador

A defesa do jogador nega as acusações e segue a linha adotada pelo América-MG, que publicou nota declarando solidariedade ao atleta, defendendo sua conduta e qualificando as denúncias como infundadas. Já o Operário Ferroviário afirmou que está dando todo o suporte necessário a Allano, e que tomará todas as medidas cabíveis para garantir justiça. O clube também destacou seu compromisso com o combate ao racismo, reforçando que não tolerará nenhum tipo de discriminação.


Momento da partida que iniciou a discussão sobre injúria racial (Foto: reprodução/X/@g1)

O caso teve repercussão dentro e fora do gramado, provocando confusões entre jogadores e torcedores. Allano, mesmo abalado, fez questão de se manifestar, destacando que não se calará diante do racismo e pedindo mais empatia, justiça e responsabilidade no futebol e na sociedade. A CBF, por sua vez, preferiu não comentar o episódio no momento, mas confirmou que o protocolo antirracismo foi devidamente seguido.

Karla Sofía Gascón se envolve em nova polêmica durante promoção de livro

A atriz espanhola Karla Sofía Gascón, protagonista do filme Emilia Pérez, voltou a causar controvérsia ao admitir que é racista e se comparar a Gandhi durante um evento de lançamento de seu livro “Lo Que Queda de Mí”(O Que Sobrou de Mim), na última quinta-feira (20/3), em Madri, Espanha. A declaração ocorreu após seu afastamento da campanha do filme para o Oscar devido às postagens antigas consideradas racistas e xenofóbicas.

Atriz admite racismo e se compara a Gandhi

A artista tem sido criticada por conta de posicionamentos considerados racistas e xenofóbicos, principalmente por postagens antigas feitas no X (antigo Twitter) entre 2020 e 2021. “Sou menos racista do que Ghandi”, disse a atriz em uma publicação na rede social.

A repercussão negativa levou ao seu afastamento da campanha de Emilia Pérez para o Oscar, o que gerou ainda mais debates sobre sua postura.


Livro de Karla Sofía Gascón (Foto: reprodução/Instagram/@karsiagascon)

Além disso, especialistas em cinema e cultura apontam que a polêmica pode afetar sua carreira internacional e oportunidades futuras na indústria. “Declarações como essas criam barreiras para artistas em um cenário cada vez mais atento a questões sociais“, comentou a crítica cultural Laura Méndez.

Repercussão e defesa da atriz

Durante a entrevista, Karla Sofía Gascón afirmou que não sente necessidade de pedir desculpas. “Ninguém tem que me perdoar por nada. Se alguém se sente ofendido pelo que fiz na minha vida, que venha e me diga”, declarou. A atriz também sugeriu que há uma campanha contra ela, reforçando que sempre se posicionou contra ideologias extremistas. “Disseram que sou de extrema-direita, racista ou algo assim. Mas, durante minha juventude, eu brigava com skinheads”, acrescentou.


Novo filme de Karla Sofía Gascón (Foto: reprodução/Instagram /@karsiagascon)

Gascón também comentou sobre suas opiniões em relação à religião, alegando respeito aos muçulmanos, mas se posicionando contra atos extremistas. “Condeno qualquer tipo de fanatismo, terrorismo e todas as coisas horríveis feitas em nome de Deus ou da religião”, disse.

As declarações da atriz continuam gerando debates intensos nas redes sociais, com muitos internautas reprovando suas falas e outros defendendo sua liberdade de expressão. Até o momento, Karla Sofía Gascón não se manifestou novamente sobre o caso.

Vinicius Júnior é novamente alvo de cantos racistas na Espanha

Mais uma vez, Vinicius Junior foi alvo de ofensas. Grupo de racistas na Espanha infiltrados entre torcedores do Atlético de Madri entoaram dizeres repugnáveis e inaceitáveis contra o jogador eleito “Melhor do Mundo”, na temporada passada. Em resumo, as cenas lamentáveis aconteceram desta vez antes da partida contra o Real Madrid, pelas oitavas de final da Champions League, na tarde desta quarta-feira (12).

Essa não é a primeira vez que isso acontece. Em outra ocasião, em 26 de fevereiro deste ano, um racista fez um gesto ofensivo no duelo do time merengue contra o Real Sociedad. Já havia acontecido também, quando racistas do Atlético de Madri penduraram um boneco com a camisa do jogador em uma ponte na capital espanhola.


Racistas vestidos de torcedores na Espanha entoam cantos desumanizadores contra Vini Jr (Vídeo: reprodução X/@curubitotv)

“Algoz dos racistas” na Espanha

As lamentáveis cenas contra o brilhante atacante se repetiram tantas vezes, que fez com que ele já se manifestasse por diversas vezes, cobrando para que as coisas mudem por lá. Em junho de 2024, como exemplo, a Justiça Espanhola condenou três agressores racistas de Vini Jr. pela primeira vez. Finalmente, a sentença histórica saiu depois do caso mais emblemático, quando na cidade de Valência, torcedores imitaram sons de macacos. Na época, o jogador deu declarações fortes se colocando como “algoz dos racistas,” reafirmando sua postura combativa na causa.

Como sempre disse, não sou vítima de racismo. Eu sou algoz de racistas. Essa primeira condenação penal da história da Espanha não é por mim. É por todos os pretos. Que os outros racistas tenham medo, vergonha e se escondam nas sombras. Caso contrário, estarei aqui para cobrar”

Vini Jr.


Vini Jr é o algoz dos racistas na Espanha (Foto: reprodução X/@vinijr)

Recorrência na Espanha

A situação que, infelizmente, se repete naquele país já foi alvo recente de declarações do Governo Brasileiro em tom de cobrança. Assim, em março do ano passado, o Ministério de Relações Exteriores do Brasil cobrou publicamente a UEFA (organizadora do futebol europeu) pelas ofensas que Vini Jr sofreu. Na época, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, manifestou solidariedade ao jogador.


Lula subiu o tom contra manifestações de barbárie racista (Foto: reprodução X/@LulaOficial)

Diante das inúmeras recorrências da situação, cada vez mais, aliados dão vazão ao coro dos que pedem punições severas a quem comete o crime de racismo. Cabe ressaltar que o futebol não pode mais aceitar conviver com episódios de desumanização, não só contra Vini Jr., mas sim contra qualquer manifestação odienta. Que as federações, como a La Liga (organizadora do futebol espanhol), aumentem as punições aos responsáveis. Entretanto, não cabe no ambiente esportivo, manifestações tão repugnantes como as que vem acontecendo.