Rio Grande do Sul recebe alerta para novas enchentes e Guaíba pode registrar novo recorde

A Defesa Civil e o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres (Cemaden) alertaram, em nota técnica, que novas enchentes e possíveis deslizamentos devem acontecer no Rio Grande do Sul entre segunda (13) e terça-feira (14). Ventos podem chegar até 50 km/h.

As chuvas irão afetar os mesmos locais que já foram prejudicados pelas chuvas desde o fim de abril: o centro-norte e o nordeste do estado e a Região Metropolitana de Porto Alegre. Dados do Climatempo Meteorologia mostraram que mais de 306 mm de chuva caíram em Porto Alegre desde o dia 1º e caracterizou o início do mês de maio como o mais chuvoso na capital do estado em 63 anos. 

É previsto que o nível do lago Guaíba suba novamente na capital Porto Alegre e possa atingir a marca histórica de 5,50 metros, segundo a projeção elaborada pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). A Universidade aponta que a preocupação é o aumento das chuvas e o efeito dos ventos que dificultam o escoamento da água e intensificam a cheia do lago. 

O Cemaden também comunicou sobre riscos hidrológicos e geológicos altos no Rio Grande do Sul. Há a possibilidade de deslizamentos de terra na Serra Gaúcha.

A Defesa Civil do estado mostrou no boletim deste domingo (12) que 145 pessoas morreram e 132 estão desaparecidas. As enchentes também deixam 600 mil moradores fora de suas casas.

Frio na enchente


Mais de 2,1 milhões de moradores do RS já foram afetados pelas chuvas. (Foto: reprodução/Instagram/@gustavo.mansur)

A previsão do tempo aponta que a chuva deve começar a diminuir no Rio Grande do Sul durante o dia desta segunda (13) e dar uma trégua até quarta-feira (15). O alerta, agora, é para o frio e risco de geada no extremo sul do estado. A capital pode ter mínima de 8°C, na quarta, enquanto Caxias do Sul possui mínima de 2°C com previsão de geada. 

A alteração da direção do vento também irá dificultar o escoamento da água ao oceano. Um ciclone extratropical no Oceano Atlântico provocará ressaca no litoral do estado, com ondas de até 3 metros de altura que irão prejudicar a saída da água.

O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, alertou, em um vídeo divulgado neste domingo (12), de que não é o momento de voltar para casas, principalmente em áreas de risco. Leite também comentou que encostas de morro podem ter risco de deslizamento devido ao solo encharcado. 

Governo Federal libera mais de R$ 12 bilhões para o Rio Grande do Sul

O Governo Federal anunciou neste sábado (11) a abertura de um crédito extraordinário de R$ 12.179.438.240,00 para auxiliar o Rio Grande do Sul a lidar com as consequências das enchentes que afetaram o estado. A medida foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União e já está em vigor.

Esses recursos serão direcionados para ações emergenciais em curso no estado, conforme informado pelo governo. A decisão foi tomada durante uma reunião da sala de situação do governo, realizada no mesmo dia. Além disso, o governo planeja editar novas medidas provisórias nos próximos dias, com foco em linhas de crédito para os municípios.


Lula em Canoas com representantes dos Três Poderes (Foto: reprodução/Ricardo Stuckert/PR)

Medida provisória

A abertura desse crédito extraordinário se soma a outras ações já anunciadas pelo governo federal para auxiliar o Rio Grande do Sul. Na semana passada, o governo anunciou uma MP com 12 medidas para atender beneficiários de programas sociais, trabalhadores, empresas e produtores rurais.

O valor total dessa MP inclui ações já anunciadas, como parcelas extras do seguro-desemprego, contratação temporária de profissionais e aquisição de arroz. Também estão previstas medidas para reposição de medicamentos perdidos nas enchentes, garantia do atendimento nos postos de saúde e hospitais, reconstrução de infraestrutura rodoviária, ações da Defesa Civil e atendimentos emergenciais de outras entidades como Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e Força Nacional.

Notas do governo

O presidente Lula afirmou que o governo está totalmente comprometido em ajudar o Rio Grande do Sul a se recuperar. “Eu estive lá duas vezes para dizer ao governador, ao povo gaúcho, ao povo brasileiro, que estamos 100% comprometidos com a ajuda ao Rio Grande do Sul. Não haverá falta de recursos para atender às necessidades”, ressaltou.

O ministro da Casa Civil, Rui Costa, emitiu notas de que o crédito extraordinário é essencial para garantir o atendimento e a retomada do estado. Ele explicou que essa medida evita comprometer o orçamento dos ministérios e permite que os recursos cheguem o mais rápido possível aos governos municipais, estadual e às pessoas afetadas, bem como ao comércio e empresas.

Tragédia sem precedentes no Rio Grande do Sul atinge milhões

Mais de 2,1 milhões de pessoas foram impactadas pelos temporais devastadores no Rio Grande do Sul, numa tragédia que já registra 136 mortos e 125 desaparecidos. A situação, que se agravou no final de abril, continua crítica, com novas chuvas ameaçando a região e complicando os esforços de resgate e ajuda aos afetados. Enquanto a Defesa Civil e outros órgãos lutam para atender às emergências, a população busca refúgio e segurança em meio ao caos.


Moradores se movimentam nas águas do Rio Taquari em Encantado, no Rio Grande do Sul (Foto: reprodução/Diego Vara/Reuters)

Impacto profundo nas comunidades

O desastre afetou 446 dos 497 municípios do estado, deixando 618,4 mil pessoas fora de suas casas. Destes, 81 mil encontram-se em abrigos improvisados, enquanto outros 537,3 mil estão desalojados, alojados temporariamente com parentes ou amigos. A situação é agravada pela previsão de mais chuvas, que podem levar a novos alagamentos e deslizamentos, especialmente nas regiões Norte e Leste do estado, onde se espera até 140 milímetros de chuva no próximo domingo.

O governo do estado e a Defesa Civil estão trabalhando incessantemente para garantir a segurança nos abrigos, onde já foram registrados crimes, incluindo assaltos e violência sexual. A resposta inclui o aumento do policiamento e a convocação de mil policiais militares aposentados para reforçar a segurança nesses locais críticos.


Pessoas são resgatadas de barco em Santa Cruz do Sul (Foto: reprodução/Prefeitura de Santa Cruz do Sul)

Esforços de recuperação e prevenção

Além do apoio imediato às vítimas, o estado também se mobiliza para recuperar a infraestrutura danificada. O governador Eduardo Leite anunciou a liberação de mais de R$ 50 milhões para a saúde, incluindo suporte especial para hospitais que foram interditados ou parcialmente danificados pelas enchentes. Outro foco é o suporte para saúde mental, crucial neste momento de grande estresse para os afetados.

Em um esforço para prevenir futuros desastres, a prefeitura de Bento Gonçalves, uma das cidades mais atingidas na Serra Gaúcha, está criando um núcleo de riscos geológicos. Esta medida visa mapear e gerenciar os riscos de deslizamentos, que foram uma das principais causas de mortes na região.


Rio Guaíba, usina do gasômetro, em Porto Alegre após chuva intensa (Foto: reprodução/Gilvan Rocha/Agência Brasil)

Enquanto o Rio Grande do Sul luta para se recuperar deste episódio catastrófico, a solidariedade e a resiliência das comunidades locais continuam a ser um ponto de luz em meio às adversidades enfrentadas. A luta é longa e as necessidades são grandes, mas o espírito de cooperação e a rápida resposta dos governos local e federal são essenciais para a recuperação do estado.

Guaíba volta a subir e chega aos 4,7 metros após nova onda de chuva

Após uma queda na quinta-feira (9), o nível da água do lago Guaíba, que transbordou e inundou Porto Alegre, voltou a subir na manhã de sábado (11), o aumento foi ocasionado pela chuva dessa sexta-feira (10) que atingiu a capital gaúcha. 

Aumento do nível da agua

A Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico, também conhecida pela sigla ANA, informou que o nível do lago subiu certa de 10 centímetros entre as 8h E 9h, passando de 4,6 metros para 4,7 metros. 

A mediação da ANA realizado no cais Mauá revelou que esse foi o aumento mais significativo do nível do Guaíba desde quando a queda dos 5 metros, nessa última quinta-feira (9). 


Porto Alegre afetada pela chuva(Foto: reprodução/ Gilvan Rocha/Agência Brasil)

O Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), comunicou que nas últimas 24 horas choveu cerca de 38,3 milímetros sobre Porto Alegre, com a expectativa que a chuva continue no fim de semana, a previsão é que o volume da chuva alcance os 150 milímetros no estado. 

Expectativas do final de semana

Especialistas concluem que há a alta possibilidade de ocorrer um ‘’repique’’ por conta das chuvas esperadas para esse final de semana fazendo que a marca possa retornar aos 5 metros, o caso pode ser ainda pior caso o vento que sopra do Sul se confirme, elevando o nível por mais 20 centímetros. 


Guaíba pode chegar a 5 metros nesse fim de semana(Foto: reprodução/ Gustavo Mansur/ Palácio Piratini)

“Com essas chuvas, a gente tende a voltar acima dos 5 metros. Provavelmente, em limiares, que a gente já atingiu ali entre 5 metros, 5,30 metros”, explica o hidrólogo da Sala de Situação do governo do RS, Pedro Camargo. 

Tragedia no estado

O estado chegou ao número de 136 mortes causadas pelos temporais e cheias, também foi divulgado pela defesa civil do Rio Grande do Sul, que a 125 pessoas desaparecidas, 756 feridas, 441,3 mil pessoas fora de casa e 1,95 milhão de cidadãos afetados, desse total, há 71,3 mil pessoas em abrigos e 339,9 mil desalojadas (vivendo em casa de amigos ou parentes). 

Whindersson Nunes e Felipe Neto se envolvem em discussão em meio a ações de ajuda ao Rio Grande do Sul

Uma confusão tomou conta do aplicativo X na manhã de sexta-feira (10). O influenciador e youtuber Felipe Neto e o comediante, e também influencer, Whindersson Nunes se desentenderam na plataforma por conta das ações tomadas pelo Governo Federal em relação à tragédia do Rio Grande do Sul, onde mais de 327 mil pessoas se encontram desalojada por conta das chuvas.

As críticas ao Estado

Whindersson, desde que as notícias sobre os ocorridos no estado gaúcho tomaram conta da mídia, vem utilizando a plataforma X para compartilhar ações humanitárias e ajudar as arrecadações de recursos para o Rio Grande do Sul. Contudo, junto desses tweets, uma parcela de críticas ao Governo também foi despejada em sua conta. O sobrinho-neto da ex-presidente Dilma Rousseff, Pedro, foi criticado pelo comediante ao publicar um comentário enaltecendo o atual presidente Luís Inácio Lula da Silva.

No tweet Pedro diz que Lula é um exemplo de “presidente de verdade”, pois tomou a medida de adiantar o Bolsa-Família, auxílio gás e restituição do IR para os moradores do Rio Grande do Sul. Como resposta, Whindersson respondeu brevemente: “Vai pegar gelo babão”.


Whindersson responde Pedro (Foto: reprodução/X/@whindersson)

Mônica Benício, vereadora do Rio de Janeiro pelo PSOL, também respondeu à um dos tweets de Whindersson, alegando todas as ações que o governo federal haviam tomado até o momento, e ainda adicionou que “Ao invés de atacar o Governo Federal nesse momento de forma vazia, numa tentativa ridícula de se fingir de politizado, você (Whindersson) poderia tentar propor objetivamente o que mais poderia ser feito”. Para isso, o comediante respondeu: “Vai me falando”


Resposta do comediante à Monica (Foto: reprodução/X/@whindersson)

A briga com Felipe Neto

Após esses comentários, Felipe Neto postou em seu perfil do X o seguinte tweet: “Nada contra mas de vez em quando é bom diminuir a lombra e abrir um maldito livro”. Lombra é uma gíria utilizada para definir o efeito que entorpecentes causam e, coincidentemente ou não, Whindersson revelou ao final do ano de 2021 que durante anos foi usuário de drogas.

Por conta da especulação de que o tweet de Neto tenha sido uma indireta para Nunes, Whindersson também respondeu ao comentário, mas dessa vez atacando também o passado de Felipe, com uma página do livro escrito pelo Youtuber, que foi retirado das prateleiras e reeditado entre 2017 e 2018, voltando às livrarias sem esse conteúdo.


Whindersson responde tweet de Felipe Neto (Foto: reprodução/X/@whindersson)

Após a resposta atravessada de Whindersson, Felipe Neto comentou que resgatar erros de anos atrás era evidentemente uma estratégia “bolsonarista” e explicou que a página havia sido retirada do livro há anos. Para completar Felipe comentou que o silêncio do comediante entre os anos de 2018 a 2022 era ensurdecedores, e que tinha pena do que Whindersson tinha virado. 

Nunes não deixou nada quieto e respondeu mais uma vez. “Tu falou do meu passado, eu falei do teu, tu tem problema que eu use droga? Porque eu não uso mais, eu fumo maconha, que tu sabe que não é (droga), meu silêncio já está pra você há muito tempo, só vejo algo seu quando enchem o saco. Fique bem e saudável”, disse Whindersson. 

Após essa última resposta, não houveram mais discussões entre os dois. 

Saúde mental das vítimas do desastre ambiental no Rio Grande do Sul preocupa especialistas

O Estado do Rio Grande do Sul vive uma enchente histórica, onde pelo menos 425 municípios, dos 497 totais, foram atingidos pela chuva, deixando pessoas desalojadas, mortas ou feridas.

“Dentre as reações emocionais e comportamentais esperadas dessas vítimas, temos a própria tristeza, a angústia, a raiva, o choro, a preocupação com o futuro, a falta de apetite ou o excesso dele, e a insônia”, disse Miriam Alves, presidente do CRPRS (Conselho Regional de Psicologia do Rio Grande do Sul), em entrevista à CNN.

Devido a toda sobrecarga de acontecimentos em pouco tempo e sem notícias certeiras do que acontecerá depois, a saúde mental dos gaúchos atingidos preocupa os profissionais da saúde. Uma das soluções encontradas é a telemedicina, onde voluntários da psicologia agem em situações de emergência, além daqueles que estão ao vivo, acolhendo adultos, idosos e crianças nos abrigos.

O futuro retorno para casa

Temos a “Síndrome de estresse pós-traumático”, que ocorre geralmente em vítimas de tragédias ou abusos. Barulhos de vento, chuva e helicópteros, por exemplo, podem despertar memórias dos dias difíceis de hoje no futuro. É necessário o acompanhamento dessas pessoas.

Milhares tinham suas vidas, trabalhos e casas. Ainda no clímax da tragédia, não é possível prever como será a reconstrução do estado.

Os voluntários, embora enfrentando a situação em linha de frente, vivem o calor do momento, focados em salvar cada dia mais vidas. A imagem da tragédia provavelmente só estará completa quando o ímpeto de sobrevivência passar.

Do outro lado temos crianças, idosos, pessoas alojadas que vivem no lugar de observação, vendo toda a destruição e agonia presente.

Nos abrigos, segundo relatos, o clima é de solidariedade e acolhimento uns com os outros, mas a incerteza de não ter para onde voltar assombra a população.

Como obter ajuda


Informe da Sociedade Brasileira de Psicanálise de Porto Alegre (Foto: reprodução/Instagram/@sbpdepoa)

Vítimas diretas e indiretas do desastre ambiental podem ter apoio da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), pelo SUS, nos seguintes pontos das cidades: CAPS (Centros de Atenção Psicossocial); UBS (Unidade Básica de Saúde);
UA (Unidades de Acolhimento); Hospitais Gerais; Centros de Convivência e Cultura

Pela Sociedade Brasileira de Psicanálise de Porto Alegre, um serviço online está sendo disponibilizado, voluntários e vítimas podem ter atendimento gratuito e remoto entrando em contato com o número (51) 99113-5950.

Nos próprios abrigos também há o acolhimento necessário, contando com profissionais de todas as áreas, inclusive da psicologia.

Como ajudar

“As condições atuais ainda não oferecem segurança plena para o retorno dos moradores. O risco persiste devido à previsão de novas ondas de chuvas para os próximos dias. Além dos perigos físicos, a preocupação com a saúde humana também é prioridade. A propagação de doenças é uma ameaça em ambientes alagados, representando um sério risco para a saúde pública.” diz a Defesa Civil, recomendando que as vítimas permaneçam nos abrigos.

As crianças entendem, mesmo que no mundo lúdico da infância, elas estão observando a situação, mesmo que não a leve como os adultos. O melhor a fazer é contar a verdade delicadamente, principalmente em casos de parentes que tenham sido vítimas. Contar aos poucos é muito melhor do que o choque da realidade chegar de uma vez.

Escute ativamente, evite fazer perguntas que façam momentos anteriores de resgate, da antiga casa, da escola ou de algo que tenha passado. Deixe que a vítima conduza o assunto no espaço em que se sinta confortável e não cause a sensação de reviver situações desesperadoras. Também evite perguntas sobre o futuro, ofereça sua compaixão, compartilhe coisas que tragam o mínimo de conforto para que não se sintam desamparadas.

Para ser um voluntário, é preciso apenas um cadastro feito no site da Secretaria Estadual de Saúde do Rio Grande do Sul.

Gisele Bündchen pede ajuda internacional para o Rio Grande do Sul e se emociona

Diante das tragédias vividas pelo o estado do Rio Grande do Sul nos últimos dias, a modelo e ativista ambiental Gisele Bündchen usou seu Instagram na última quarta-feira (08), para fazer um apelo emocionado por ajuda internacional para a região atingida.

A modelo usou suas redes sociais para compartilhar um vídeo, em inglês, com informações sobre a situação crítica enfrentada pelo seu estado natal: “Meu estado natal, no Rio Grande do Sul, no Brasil, teve a pior tragédia de sua história. Fortes chuvas inundaram cidades inteiras. Na maior parte do estado, não é uma ou duas cidades, são mais de 350 cidades afetadas’’, iniciou ela.


Gisele pede ajuda para a comunidade internacional (Vídeo: reprodução/YouTube/UOL)


Gisele é natural do Rio Grande do Sul e tem demonstrado um compromisso duradouro com questões ambientais e sociais há tempos, ela explica no vídeo que as pessoas não estão apenas enfrentando a perda de suas casas e empregos, mas estão vendo tudo desaparecer diante de seus olhos, com muitos ainda precisando de socorro. ‘’Ninguém estava preparado para a magnitude dessa devastação. Cidades estão agora isoladas, com estradas e pontes completamente destruídas’‘’, acrescentou a modelo.

‘’As pessoas estão sem eletricidade e água potável para beber. Muitas foram separadas de seus entes queridos. E o mais doloroso é a perda de tantas vidas’’, disse Bündchen emocionada. Ela destacou a urgência de assistência para ajudar as comunidades atingidas a se recuperarem desses desastres e reconstruírem suas vidas, explicando ser uma situação devastadora, que parte o coração. Finalizando, a modelo pediu: ”Por favor, junte-se a mim na tentativa de ajudar. Faça doações e ajude da maneira que puder”.

Apoiaram

Nos comentários, tanto brasileiros quanto estrangeiros expressaram gratidão e solidariedade à modelo. ‘’Sua voz é gigante! Que ela chegue em cada vez mais pessoas’’, comentou um seguidor.

Por fim, Gisele também compartilhou uma reflexão poderosa: “Ninguém pode ajudar todo mundo, mas todo mundo pode ajudar alguém“. 

Mais ajuda

Gisele também disponibilizou um link para aqueles que desejam fazer doações para ajudar o estado. A modelo já vinha documentando em suas redes sociais a devastação nas cidades gaúchas devido às chuvas extremas.

Conheça a tecnologia por trás dos purificadores de água utilizados no Rio Grande do Sul

220 purificadores de água chegaram na região de Canoas -RS na última quarta-feira(8). Felipe Neto, por meio de vaquinha online, adquiriu os componentes transferidos para localidade com auxílio da Força Aérea Brasileira (FAB). Com intuito de auxiliar vítimas das cheias que assolam o estado, os equipamentos foram descritos como “uma tecnologia de fácil manuseio” por Paulo Pimenta, ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom).

“Cada purificador tem a capacidade de purificar 5 mil litros de água, por isso nos permitirá purificar 1,1 milhão de litros de água/dia”, defendeu em coletiva de imprensa realizada na data em questão. Os Kits enviados para a região contam com itens para manutenção, um filtro de linha e custam em média R$ 22.000,00.

Purificador promete filtrar impurezas que prejudicam o sistema gastrointestinal

Segundo a PW Tech, startup que realizou a venda dos produtos cujo valor é facilitar acesso à água potável em áreas de escassez, os purificadores eliminam 100% dos vírus presentes na água e suprimem em até 99,5% do nível de partículas tidas como infecciosas.

Tal posicionamento por parte da startup é corroborado por Alexandre Schwarzbold, infectologista chefe da Unidade de Pesquisa Clínica no Hospital Universitário de Santa Maria (UFSM), ao citar que o processo físico e químico tem impacto relevante para prevenir as infecções como doenças diarreicas. 


Teste do purificador de água feito na região (Reprodução/YouTube/Itatiaia)

O processo é simples, segundo os fabricantes: a água contaminada recebe cloro e, em seguida, passa por duas camadas de filtro particulado. Então, o líquido passa pela última parte de filtração descrita como membrana de ultrafiltração” similar aos usados em máquinas de diálise, dispositivo destinado a pacientes com insuficiência renal aguda.

Especialista alerta para utilização adequada dos equipamentos por parte do Estado

Cerca de 200 mil pessoas estão em situação de risco e sem água no Rio Grande do Sul, entre eles 150 mil desalojados e outros 50 mil desabrigados. Os purificadores são sinônimo de ajuda, segundo o infectologista. “Com 220 purificadores, podemos atender cerca de 60 a 70 mil pessoas, um terço do total”, defende.

Entretanto, o especialista apontou necessário ter precaução na hora de filtrar a água das cheias. É imprescindível manejar os purificadores de forma apropriada, como a realização da troca dos filtros, e tal ação deve partir de cima. “O estado deve gerenciar cuidadosamente esse processo, caso contrário, corre-se o risco de não estar purificando adequadamente”, relatou.

Os instrumentos da PW Tech já foram utilizados em regiões como a Ucrânia, Síria, Haiti e também na Etiópia, de acordo com informação da assessoria de imprensa para a BBC News Brasil.

ANTT libera pedágio para facilitar a chegada de veículos com doações para o RS

A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) emitiu uma portaria nesta quinta-feira (9), permitindo a isenção de pedágio para veículos de carga transportando doações destinadas ao Rio Grande do Sul, quando acompanhados por veículos oficiais, conforme rodovias federais.

 “[O diretor-geral da ANTT resolve] Dispensar do pagamento da tarifa de pedágio nas rodovias federais concedidas, veículos de transporte rodoviário de cargas acompanhadas de veículos oficiais transportando donativos ao atendimento da população atingida pela calamidade pública decretada pelo Estado do Rio Grande do Sul”
Lê-se no artigo 4 da portaria.

ANTT

A agência responsável pela regulamentação de todo o transporte terrestre brasileiro, publicou outras medidas a serem tomadas durante o período em que o estado estiver em estado de calamidade.


Vista aérea de Porto Alegre depois das enchentes (Reprodução/Reuters/Amanda Perobelli)


A suspensão da obrigatoriedade do pedágio pretende facilitar o acesso do estado à ajuda humanitária para aqueles atingidos pelas enchentes no estado.

Além da tarifa, os veículos que transportarem donativos terão atendimento prioritário e não precisarão passar pelos procedimentos de fiscalização rotineiras nos postos de pesagem veicular.

 Segundo a ANTT, “a simples declaração verbal do motorista servirá como suficiente para liberar o veículo”. Entretanto, o transportador deverá seguir a atual legislação de trânsito a fim de garantir a segurança viária.

Notícias falsas

Rafael Vitale, diretor-geral da ANTT informou mediante pronunciamento oficial que as medidas contidas na portaria são mera formalização das medidas que já haviam sido tomadas pela agência reguladora.

 O diretor-geral comentou as publicações feitas em redes sociais acusando os órgãos de fiscalização por supostamente impedir ou dificultar a chegada de doações para o Rio Grande do Sul.

“Em Araranguá–SC, foram registrados incidentes isolados de excesso de peso nas balanças, porém, é relevante destacar que essas ocorrências não resultaram em multas, pois serão anuladas devidamente. É crucial ressaltar que apenas seis casos foram identificados, e esses veículos foram autorizados a prosseguir em suas viagens, uma vez que foi confirmado que estavam transportando doações.” afirmou Vitale.

Os vídeos compartilhados sugerem aplicação de multas por excesso de peso nos caminhões e também cobranças de nota fiscal dos donativos, a ANTT nega a situação.

Rio Grande do Sul tem previsão do dobro de chuva calculado para o mês inteiro

Climatempo, empresa brasileira privada que oferece serviços de meteorologia, com sede em Vila Mariana, São Paulo (SP), informou que a previsão de chuva para o Rio Grande do Sul desde esta sexta (10) até segunda-feira (13), poderá ultrapassar o volume esperado para o período de 30 dias, praticamente o dobro da média, na maior parte do estado gaúcho. Conforme a previsão do tempo, a região mais ao sul do Brasil será a mais impactada com a mudança climática.


Vista aérea das ruas alagadas em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil (Foto: reprodução/Getty Images Embed/ Carlos Fabal)


O fato é um acontecimento histórico

Segundo as informações fornecidas pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), no período de maio a média de chuva no estado do RS é de 140 a 180 milímetros, enquanto para o litoral sul, a média se encontra na casa dos 100 e 140 milímetros. Entretanto, conforme as últimas notícias anunciadas pelo serviço de meteorologia privado, algumas localidades podem concentrar até 330 milímetros de chuva, entre o período de sexta (10) a segunda-feira (13).

De acordo com o Climatempo, a região que pode ser mais atingida é a Serra Gaúcha, nos locais de nascentes de rios que afluem para os Vales do Jacuí e Taquari, que foram afetados com grande intensidade pelas fortes chuvas e alagamentos desde a semana passada.


Vista aérea de ruas inundadas na cidade de ElDorado do Sul, Rio Grande do Sul, Brasil (Foto: reprodução/Getty Images Embed/Carlos Fabal)


Resultados dos temporais nos últimos dias no RS

Muitas cidades do estado do Rio Grande do Sul têm enfrentado grandes dificuldades devido à tragédia climática que assolou grande parte do estado. Diversos municípios da serra gaúcha estão padecendo com fortes chuvas, enchentes, e rompimentos de barragens, após a inundação causada pelo extravasamento do Rio Guaíba, consequência dos intensos temporais que atingiram o estado desde a semana anterior.

Conforme o relato da Defesa Civil, que revelou mais informações nesta quinta-feira (9), 425 municípios foram atingidos, e mais de 60 mil pessoas se encontram em abrigos, alcançando a casa de 1,4 milhão de afetados pela tragédia no RS, somando no total um número de 374 feridos, 136 desaparecidos e 107 mortos. E entre as mais de 431 cidades afetadas pelas enchentes, está Caxias do Sul, que chegou a concentrar por volta de 450 milímetros de chuva nos primeiros oito dias deste mês. Segundo o instituo de meteorologia, é possível que chova cerca de 300 milímetros até segunda-feira (13).