Carla Zambelli é condenada a 10 anos de prisão por ataque ao CNJ e afirma ser vítima de injustiça

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) foi condenada a 10 anos de prisão por invasão aos sistemas do CNJ, em decisão unânime do STF. Ela nega envolvimento e afirma que não arriscaria o mandato por uma “brincadeira sem graça”. A sentença, que ainda cabe recurso, poderá levar à cassação de seu mandato e à inelegibilidade pela Lei da Ficha Limpa.

A PGR acusa Zambelli de orquestrar ataques para desacreditar o Judiciário e incitar atos antidemocráticos. Em defesa, a parlamentar alega perseguição política e fragilidade nas provas. Durante pronunciamento à imprensa nesta quinta-feira (15), Zambelli contestou a sentença, afirmando que não há provas sólidas contra ela.

“Não colocaria meu mandato em risco por uma brincadeira sem graça”

Carla Zambelli

Denúncia da Procuradoria Geral da República contra Carla Zambelli

A parlamentar ainda criticou a credibilidade de Delgatti, apontando que ele deu diferentes versões dos fatos à Polícia Federal, sendo classificado pela instituição como um “mitômano”, alguém com compulsão por mentir.

A denúncia da PGR afirma que Zambelli teria orientado Delgatti a invadir o sistema do CNJ para inserir documentos falsos, entre eles um falso mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes. No voto que embasou a condenação, Moraes destacou que a deputada atuou como instigadora e mandante dos crimes, chamando a conduta de “afronta direta à dignidade da Justiça” e um ataque grave à confiança da sociedade nas instituições democráticas.

A condenação, embora ainda sujeita a recurso, pode resultar na cassação do mandato da deputada, caso o trânsito em julgado seja confirmado. A Câmara dos Deputados deverá analisar a perda do mandato, e Zambelli ficará inelegível segundo a Lei da Ficha Limpa. Zambelli também afirmou que, caso sua prisão seja decretada, irá se apresentar voluntariamente. No entanto, declarou sofrer de depressão e estar sob medicação intensa.


Carla Zambelli em entrevista à impressa contestando a decisão do STF (reprodução/Instagram/@carlaa.zambellii)


Mesa Diretora da Câmara analisar o pedido de cassção

Zambelli também afirmou que, caso a prisão seja decretada, irá se apresentar voluntariamente. No entanto, declarou sofrer de depressão e estar sob medicação intensa.

“Já tenho relatórios médicos que mostram que não sobreviveria na prisão”

Carla Zambelli

A repercussão do caso levanta debates sobre os limites da atuação política, o uso indevido da tecnologia e os riscos que ameaças às instituições representam para a democracia brasileira.

O processo ainda aguarda os próximos passos jurídicos, mas já coloca em xeque o futuro político de uma das figuras mais controversas do Congresso Nacional.

A repercussão do caso levanta debates sobre os limites da atuação política, o uso indevido da tecnologia e os riscos que ameaças às instituições representam para a democracia brasileira. O processo ainda aguarda os próximos passos jurídicos, mas já coloca em xeque o futuro político de uma das figuras mais controversas do Congresso Nacional.

STF: Carla Zambelli é condenada a 10 Anos de prisão e perda de mandato

A primeira turma do Supremo Tribunal Federal (STF), condenou na última quarta-feira (14), a deputada federal Carla Zambelli a dez anos de prisão e perda de mandato. A parlamentar é acusada pelo crime de invasão a dispositivos informáticos e falsidade ideológica. Zambelli, também, foi sentenciada a pagar multa milionária por danos coletivos. 

No mesmo processo, o hacker Walter Delgatti, também foi condenado há pouco mais de oito anos de prisão e pagamento de multa. Delgatti, que é réu confesso, terá que dividir o valor da multa estimada em R$ 2 milhões de reais com a deputada. 

A primeira turma do STF, formada pelos ministros Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Flávio Dino, aceitou a denúncia oferecida pela Procuradoria Geral da República (PGR), contra os réus. 

De acordo com a PRG, Carla Zambelli foi autora intelectual da invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para inserção de informações e documentos falsos, com o intuito de fomentar atos antidemocráticos. 

Defesa contesta

A sentença proferida pela Primeira Turma do STF, que cabe recurso, foi contestada pela defesa da parlamentar. Em nota, os advogados entenderam que a condenação foi injusta e que Zambelli está sofrendo perseguição política. 

Os advogados declararam que houve desprezo pelos argumentos que levariam à nulidade do processo e que a parlamentar foi condenada sem provas evidentes. Discurso respaldado por Carla Zambelli que publicou em suas redes sociais que não “há qualquer prova que sustente a condenação”. 

O julgamento teve início em 09 de maio (2025) de maneira virtual. Na ocasião, a deputada federal também utilizou suas redes sociais para declarar que o processo era “uma tentativa clara” para silenciá-la.


Publicação da deputada federal Carla Zambelli sobre o processo envolvendo a invasão ao sistema do CNJ (Foto: reprodução/Instagram/@carla.zambelli)


Após o resultado da sentença, apoiadores da parlamentar, simpatizantes e políticos saíram em defesa da deputada. Em publicações nas redes sociais, contestaram a decisão proferida pelos ministros.

Próximos passos

Após a publicação do documento oficial referente à sentença proferida pela Primeira Turma do STF contra Zambelli e Delgatti, a defesa dos réus poderá apresentar recurso solicitando esclarecimentos sobre a decisão. Esse trâmite inicial é necessário para que a defesa entenda os pontos julgados confusos e/ou contraditórios. 

Apesar de não ter o poder de anular a condenação, esse recurso pode modificar pontos importantes, como a data inicial para cumprimento da pena ou, até mesmo, a mudança relativa ao tempo da condenação. 

Até que todas as possibilidades de contestação por parte da defesa sejam esgotadas, Zambelli permanecerá em liberdade, exercendo seu mandato de deputada federal. Porém, caso seja condenada criminalmente, de acordo com o artigo 55 da Constituição Federal, Carla Zambelli terá seu mandato cassado. 

De acordo com a assessoria de comunicação da parlamentar, Zambelli fará um pronunciamento nesta tarde de quinta-feira (15), para comentar sobre o assunto. 

Rico Melquiades, vencedor da Fazenda 13, chega no Senado para depor na CPI das bets

Rico Melquiades, influenciador digital que ficou famoso após conquistar a décima terceira edição do Reality Show A Fazenda, está prestando depoimento no Senado Federal. Rico é alvo da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), que investiga a legitimidade e transparência das casas de apostas no Brasil. O depoimento estava marcado para a semana passada, mas a defesa do influenciador pediu o adiamento sob a alegação de não terem sido notificados a tempo.

Convocação

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes autorizou na noite de terça-feira que Rico permaneça em silêncio para não gerar provas contra si próprio. Soraya Thronicke do Podemos-MT, é a relatora da CPI e apresentou o requerimento para a convocação de Rico. A parlamentar explica que o investigado virou alvo da operação da Polícia Civil de Alagoas por promover jogos de azar online irregularmente. Segundo ela, foram apreendidos celulares e veículos do influenciador, além de bloqueio de contas bancárias.


Rico Melquiades prestando depoimento na CPI das Bets (Foto: reprodução/Metrópoles/Hugo Barreto)

Rico divulga em suas redes sociais uma plataforma de jogos de azar, popularmente conhecida como ‘Bets’ que não tem autorização do Ministério da Fazenda. Contudo, devido a uma liminar da Justiça, a plataforma funciona normalmente.

CPI das Bets

A CPI das Bets começou em novembro de 2024 e visa investigar o quanto as casas de apostas comprometem a renda das famílias brasileiras. Um relatório publicado pelo Banco Santander em junho de 2024 apontou que o gasto com as bets subiu de 0,8% em 2018 para 2,1% em 2023. Outra linha de investigação da CPI é a possível associação com organizações criminosas que utilizam essas plataformas como meio para lavar dinheiro.

A investigação tem se debruçado bastante nos influenciadores que divulgam indiscriminadamente estas plataformas em troca de comissões. A também influenciadora Virgínia Fonseca compareceu para depor na terça-feira e negou qualquer participação em práticas não permitidas pela lei.

Deputada Carla Zambelli é condenada a dez anos de prisão 

As denúncias envolvendo a deputada Carla Zambelli (PL – SP) não são mais novidade. Desde a perseguição infundada a um eleitor opositor de Jair Bolsonaro, às vésperas da eleição de 2023 – a deputada estava armada e correu atrás do eleitor em uma rua de São Paulo – a invasão a sistemas do Poder Judiciário e inserção de documentos falsos com a “contratação” do hacker Walter Delgatti Neto. 

Tanto ela quanto Delgatti haviam se tornado réus na ocasião, há exatos um ano, em maio de 2024, pelos crimes citados de invasão a dispositivo informático e falsidade ideológica, bem como pela suspeita de invasão ao sistema do CNJ, Conselho Nacional de Justiça.

No pleito de hoje, o Ministro Alexandre de Moraes, do STF, do Supremo Tribunal Federal, votou pela condenação da deputada a 10 anos de prisão, bem como por sua perda de mandato. Para Delgatti a pena defendida foi de 8 anos e 3 meses. 

O julgamento, que começou nesta sexta-feira, deve se estender até o dia 16 e contar ainda com os votos de mais três ministros, dentre eles, Cármem Lúcia, Cristiano Zanin e Luiz Fux. 

Determinações de Moraes


Ministro Alexandre de Moraes do STF (Foto: reprodução/Bloomberg/Getty images embed)


Em suas determinações, o Ministro Alexandre de Moraes deixou claro que Zambelli tinha conhecimento da ilicitude de suas condutas e que agiu de modo premeditado: 

“Demonstrou pleno conhecimento da ilicitude de suas condutas, agindo de modo premeditado, organizado e consciente, da busca de atingir instituições basilares do Estado Democrático de Direito, em especial o Poder Judiciário”, afirmou. 

Moraes ainda completa afirmando que Delgatti incluiu 16 documentos falsos no sistema do CNJ durante 13 invasões distintas. 

Relação com o 8 de janeiro

Além dos motivos apresentados, o ministro Alexandre de Moraes estabeleceu durante a votação uma conexão entre os atos citados que serviram de alicerce a seu voto com os atos golpistas do 8 de janeiro, considerando que a proximidade das datas não tenha sido coincidência.

“ A invasão dos sistemas judiciários, a inserção de documentos falsos e a divulgação desses eventos na mídia constituem parte de uma estratégia mais ampla de desestabilização institucional, cujo ápice se materializou nos eventos de 8 de janeiro”, completou Moraes


Hacker Walter Delgatti Netto (Foto: reprodução/Anadolu/Getty images embed)


O ministro considerou como prova irrefutável o acesso da deputada ao sistema apenas 22 segundos após Delgatti criar pelo computador uma decisão de quebra de sigilo bancário das contas do ministro. A suposta quebra de sigilo faria parte da lista de documentos falsos criados por Delgatti que incluía um mandado de prisão contra Moraes.

“Esta prova técnica é irrefutável e demonstra, além de qualquer dúvida razoável, o envolvimento direto da acusada Carla Zambelli Salgado de Oliveira nos crimes a ela imputados”, concluiu Moraes. 

O ministro ainda destacou que as declarações de Delgatti são confirmadas por evidências materiais independentes. Delgatti, durante as declarações, admitiu os crimes e colaborou com a investigação. 

O advogado Daniel Bialski considerou injusto a deputada haver sido condenada sem provas irrefutáveis e “inadmissível” que o julgamento tenha ocorrido em plenário virtual. 

STF transforma mais sete investigados em réus por tentativa de golpe

Na tarde desta terça-feira (6), em Brasília, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu por unanimidade transformar em réus sete investigados por envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado. A medida foi tomada após análise de denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), que aponta o grupo como parte de um núcleo responsável por ações estratégicas de desinformação para abalar a democracia brasileira e manter o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no poder de forma ilegal.

Conforme o STF, os acusados — entre eles militares do Exército, um agente da Polícia Federal e um engenheiro — integravam o chamado “núcleo 4” da organização. A atuação desse grupo teria sido voltada à propagação de fake news, ataques virtuais a instituições públicas e ao incentivo de uma ruptura institucional, visando minar a confiança nas eleições e enfraquecer a Justiça.

Estratégias de desinformação são ligadas à tentativa de golpe

A denúncia apresentada pela PGR sustenta que os sete denunciados sabiam do plano golpista e contribuíram ativamente para criar um cenário de instabilidade política e social. Foram apontados como réus Ailton Gonçalves Moraes Barros, Ângelo Martins Denicoli, Carlos César Moretzsohn Rocha, Giancarlo Gomes Rodrigues, Guilherme Marques de Almeida, Marcelo Araújo Bormevet e Reginaldo Vieira de Abreu.

A decisão do STF amplia para 21 o número de réus que respondem a processo penal por envolvimento com a tentativa de golpe. As acusações incluem crimes como abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, organização criminosa, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.

O relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, destacou que há indícios suficientes contra os acusados, com conexões diretas com o núcleo político liderado por Bolsonaro. Segundo ele, as ações de desinformação ganharam força ao se alinharem com o discurso do ex-presidente e suas críticas às instituições democráticas.

Julgamento reforça papel do STF contra a desinformação

Durante o julgamento, os ministros enfatizaram o impacto das fake news na democracia. A ministra Cármen Lúcia classificou a mentira como “veneno político”, enquanto o ministro Flávio Dino citou casos em que a desinformação levou a assassinatos. Ambos alertaram para o uso estratégico das redes sociais como armas contra o Estado de Direito.


A ministra Cármen Lúcia (Foto: reprodução/Instagram/@sescpompeia)

Após o recebimento da denúncia, o processo avança para a fase de instrução, com coleta de provas e depoimentos. Ainda será decidido, no julgamento final, se os réus serão condenados ou absolvidos.

Deputada pede afastamento imediato de Ednaldo Rodrigues da presidência da CBF

A deputada federal Daniela do Waguinho do União Brasil, solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) o afastamento imediato de Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF. Também foi solicitada a revisão do acordo homologado no início do ano pela corte que arquivou o processo investigativo referente à eleição do presidente nas eleições de 2022.

A base para a solicitação é um laudo encomendado pelo vereador carioca Marcos Dias, do Podemos, que indica suposta falsificação da assinatura do ex-presidente da CBF, Coronel Antônio Carlos Nunes no processo que encerrou o processo contra Ednaldo

Coronel Nunes

Daniela fez o pedido junto ao STF no mesmo dia em que Marcos protocolou “notícia de fato” no Ministério Público do Rio de Janeiro, (MPRJ) solicitando a investigação da suposta assinatura falsa. Diante das duas ocasiões os parlamentares alegaram “vício de consentimento”, visto que o Coronel Antônio Carlos Nunes é um senhor de 86 anos de idade e não estaria com suas faculdades mentais plenas.

Nos últimos anos Nunes passou por procedimentos médicos invasivos e foi atestado com déficit cognitivo pelo cirurgião Jorge Pagura, médico ligado à CBF.


Ednaldo Rodrigues convive em meio a polêmicas e crise na presidência da CBF (Foto: reprodução/CBF)


Daniela fez o pedido junto ao STF no mesmo dia em que Marcos protocolou “notícia de fato” no Ministério Público do Rio de Janeiro, (MPRJ) solicitando a investigação da suposta assinatura falsa. Diante das duas ocasiões os parlamentares alegaram “vício de consentimento”, visto que o Coronel Antônio Carlos Nunes é um senhor de 86 anos de idade e não estaria com suas faculdades mentais plenas. Nos últimos anos Nunes passou por procedimentos médicos invasivos e foi atestado com déficit cognitivo pelo cirurgião Jorge Pagura, médico ligado à CBF.

Empresa de perícia polêmica

A Tirotti Perícias Judiciais e Avaliações foi a responsável pela perícia do caso, que foi assinada por Jacqueline Tirotti. A perita concluiu que não houve identificação “de punho periciado de Antônio Carlos Nunes de Lima” na assinatura do Coronel Nunes. Ou seja, para Jacqueline não é possível confirmar a veracidade da assinatura.

Contudo, a perita ressalta que tanto a assinatura quanto as outras bases utilizadas para realizar a comparação foram retiradas de cópias digitalizadas dos documentos e não as originais, o que compromete a análise. “Fragilidade do documento questionado, em razão da ausência de grampeamento/fixação de folhas e ausência de rubrica”, explicou Jacqueline.

A empresa que foi fundada em 2013 se envolveu em outras polêmicas recentemente. Ela atestou a veracidade das assinaturas da apresentadora Ana Hickmann em contratos com o banco Daycoval, mas Ana garantiu que não havia assinado os documentos. A Tirotti também validou um vídeo sexual usado na acusação contra o Padre Júlio Lancellotti de pedofilia. O lado foi contrariado por outras análises posteriores. O Padre sempre negou as acusações. 




Crime de atentado na Praça dos Três Poderes foi motivado por extremismo político

Nesta terça-feira (29), a Polícia Federal concluiu que Francisco Wanderley Luiz agiu sozinho no atentado ocorrido em 13 de novembro de 2024, nas proximidades do Supremo Tribunal Federal. Com base nas investigações, que incluíram análise de dados bancários e fiscais, perícias em locais próximos ao ocorrido, reconstrução da cena e depoimentos de testemunhas, foi determinado que o autor não contou com ajuda ou financiamento de terceiros. A motivação, segundo a Polícia Federal, foi o extremismo político.


Imagens divulgadas pelo STF dos últimos últimos momentos do autor do crime antes da ação (Vídeo: reprodução/Youtube/CNN Brasil)

O atentado

Francisco Wanderley Luiz foi o responsável pelo atentado nas imediações do Supremo Tribunal Federal em 13 de novembro de 2024. As explosões tiveram início por volta das 19h30, na Praça dos Três Poderes. A primeira ocorreu em seu próprio carro, estacionado próximo à Câmara dos Deputados. No entanto, a explosão que causou sua morte aconteceu nas imediações do prédio do STF.

As investigações indicaram que o crime foi premeditado. De acordo com o diretor-geral da Polícia Federal, Wanderley esteve em Brasília em outras ocasiões e chegou a alugar um imóvel próximo ao STF. Ainda não há comprovação, no entanto, de que ele tenha participado dos atos de 8 de janeiro de 2023.

“Esse trailer foi alugado há alguns meses — não foi algo recente — e estava localizado em um ponto estratégico nas proximidades do STF, o que indica um planejamento de médio e, possivelmente, de longo prazo, evidenciando a gravidade do que foi feito”, afirmou Andrei Rodrigues.

Na época, o Supremo Tribunal Federal informou, por meio de nota, que as explosões foram ouvidas ao final da sessão, e que ministros, servidores e colaboradores foram evacuados do prédio por precaução e com segurança.

Quem era Francisco Wanderley Luiz

Francisco Wanderley Luiz, de 59 anos, era empresário do setor de entretenimento e residia no Rio Grande do Sul. Filho de comerciantes, alcançou reconhecimento ao abrir casas de eventos em sua cidade natal.

De acordo com familiares, seu interesse por política começou em 2018, chegando a se candidatar ao cargo de vereador, mas não foi eleito. Em 2022, demonstrava insatisfação com o governo vigente e expressava, inclusive em suas redes sociais, forte oposição ao STF e ao ministro Alexandre de Moraes. Através de um depoimento por vídeo da ex-esposa dele à Polícia Federal, Francisco compartilhava com ela pesquisas do Google sobre atentados e planejamentos para executar a ação.

STF vota e decide manter ex-presidente Fernando Collor preso

O Supremo Tribunal Federal, nesta segunda-feira (28), decidiu após uma votação, manter a prisão do ex-presidente Fernando Collor de Mello. Apesar de sua defesa alegar que ele possuía condições físicas e de saúde debilitadas, o STF optou por manter o cárcere do ex-presidente. O resultado dessa votação foi de 6 votos à favor da prisão contra 4 se opondo, sendo que um dos ministros se isentou da decisão.

A decisão do STF

Nesta segunda-feira (28), houve uma votação, exercida pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou que a prisão do ex-presidente do Brasil, Fernando Collor de Mello, deve ser mantida. A prisão, que havia sido determinada na última quinta-feira (24), pelo ministro Alexandre de Moraes.


Alexandre de Moraes (Foto: reprodução/Ton Molina/NurPhoto/Getty Images Embed)


Essa votação ocorreu após a defesa do ex-presidente apresentar documentos que o apresentava com uma saúde mais debilitada, pedindo que ele fosse condenado a prisão domiciliar. No entanto, na votação final, foi decidido que ele continue preso em Maceió.

A votação começou com 6 votos à favor da prisão de Collor, contando com os votos de Alexandre de Moraes, Flávio Dino, Edson Fachin, Luís Roberto Barroso, Cármen Lúcia e Dias Toffoli. Após isso, o ministro Gilmar Mendes suspendeu a votação, clamando por uma audiência no plenário físico. Ele no entanto voltou atrás e o plenário virtual retornou.

Os quatro votos restantes, de André Mendonça, Luiz Fux, Gilmar Mendes e Nunes Marques, foram contra a prisão, sendo que Cristiano Zanin se isentou de votar no julgamento, como normalmente faz, em processos ligados à Lava Jato. A votação final ficou em 6 à 4, e Fernando Collor foi condenado.

A condenação de Collor

O ex-presidente, Fernando Collor de Mello, foi condenado a 8 anos e 10 meses de prisão, em um processo da Lava Jato, por corrupção e lavagem de dinheiro. O Supremo determinou que Collor e seus aliados receberam R$20 milhões em propina, entre os anos de 2010 e 2014, por terem interferido em contratos da BR Distribuidora, que era conectada à Petrobras.


Fernando Collor de Mello (Foto: reprodução/X/@republiqueBRA)

Os advogados do ex-presidente dizem que seu estado de saúde é preocupante, então foi feito um pedido de prisão domiciliar, para que Collor pudesse continuar a ser tratado e a receber os medicamentos necessários. Ele está em um estágio controlado da Doença de Parkinson, porém que é progressivo, além de outras comorbidades.

A apneia do sono é comorbidade crônica e fator de risco de doença cardiovascular e neurodegenerativa, seu controle exige o uso diário e adequado de equipamento elétrico tipo CPAP. Quanto ao transtorno bipolar, episódios de estresse, interrupção de medicação, privação ou inadequação do ciclo de sono e vigília, assim como ambientes hostis ameaçam a integridade psíquica do paciente e pode desencadear episódios de ansiedade generalizada e depressão”, afirma o relatório.

A defesa de Fernando afirmou que ele possui um expert que o acompanha e que deveria permanecer sob cuidados, porém o julgamento do STF acabou determinando a prisão de Collor.

Ministro do STF para manter Collor preso

O Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria, nesta sexta-feira (25), para manter a prisão do ex-presidente Fernando Collor de Mello. Até o momento, seis ministros se posicionaram a favor da manutenção da detenção: Alexandre de Moraes (relator do caso), Flávio Dino, Luís Roberto Barroso, Cármen Lúcia, Edson Fachin e Dias Toffoli. Apesar disso, a decisão final ainda dependerá de novo julgamento no plenário físico da Corte, já que o ministro Gilmar Mendes solicitou a transferência do caso, interrompendo o julgamento no plenário virtual. Com isso, os votos já apresentados precisarão ser reapresentados presencialmente. Até lá, Collor seguirá preso.

Sobre a prisão

A prisão aconteceu durante a madrugada no aeroporto de Maceió, capital de Alagoas. Condenado em 2023 a 8 anos e 10 meses de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro, Collor teve seus últimos recursos negados individualmente por Moraes, que classificou as tentativas da defesa como manobras protelatórias, com o objetivo de atrasar a execução da pena. Em nota, os advogados do ex-presidente manifestaram “surpresa” e “preocupação” com a decisão.


Sede do STF (Foto: reprodução/x/@g1)

Atualmente, Collor está detido na Superintendência da Polícia Federal em Alagoas, mas a ordem é que ele seja transferido para uma penitenciária em Maceió, onde ficará em uma cela individual em ala especial. O próprio ex-presidente preferiu permanecer em seu estado de origem, recusando transferência para Brasília.

Início do processo

O processo contra Fernando Collor teve início em 2015, quando foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por crimes como corrupção passiva, lavagem de dinheiro, organização criminosa, peculato e obstrução de Justiça. No entanto, ao aceitarem a denúncia em 2017, os ministros descartaram as acusações de peculato e obstrução. Posteriormente, ao julgá-lo em 2023, consideraram que o crime de organização criminosa estava prescrito, concentrando a condenação nos crimes de corrupção e lavagem.

A investigação revelou que Collor teria recebido aproximadamente R$ 20 milhões em propinas, valor um pouco inferior aos R$ 26 milhões estimados inicialmente pela PGR. O esquema envolvia a BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras, onde Collor, como senador, exercia influência na nomeação de diretores e favorecimento de empresas em contratos milionários.

Delatores da Operação Lava Jato, como Alberto Youssef, Ricardo Pessoa e Rafael Ângulo, relataram repasses de dinheiro ao ex-presidente. Além disso, a Polícia Federal encontrou bens de luxo em sua residência, como uma Ferrari, um Porsche e uma Lamborghini, usados como instrumentos para lavar dinheiro obtido ilegalmente.

Ex-presidente Fernando Collor é preso em Maceió

Fernando Collor foi preso nesta sexta-feira (25) pela Polícia Federal, na cidade de Maceió, Alagoas. A detenção ocorreu após decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, que rejeitou os recursos apresentados pelo advogado do ex-presidente, que contestava a condenação a 8 anos e 10 meses de prisão em decorrência da Operação Lava Jato.

A defesa do ex-presidente comunicou, por meio de nota, que Collor foi detido enquanto estava a caminho de Brasília, onde pretendia cumprir voluntariamente a decisão do ministro Alexandre de Moraes

“O ex-presidente Fernando Collor de Mello encontra-se custodiado, no momento, na Superintendência da Polícia Federal na capital alagoana. São estas as informações que temos até o momento”, declarou a defesa.

Operação Lava Jato

A pena foi determinada em 2023, como resultado de um processo vinculado à Operação Lava Jato. Collor foi condenado pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, relacionados a contratos firmados com a BR Distribuidora, empresa subsidiária da Petrobras.
Com a rejeição dos embargos de declaração — recurso utilizado para esclarecer eventuais dúvidas ou omissões em decisões judiciais —, o ministro Alexandre de Moraes entendeu que não havia mais impedimentos legais para o início da execução da sentença. Mesmo sem uma deliberação final do plenário do STF, a ordem de prisão já está em vigor.


Pedro Collor no programa Roda Viva Retro (Vídeo: reprodução/YouTube/Roda Viva Retro)


Era Collor

Em 1989, quando o Brasil realizou a primeira eleição por voto direto após o período ditatorial, Fernando Collor foi eleito com 35 milhões de votos, superando o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ficou conhecido por sua campanha política como o “caçador de marajás”. Pouco tempo após sua posse, denúncias envolvendo o tesoureiro de sua campanha, Paulo César Farias — conhecido como PC Farias — começaram a surgir na mídia. Ele teria solicitado dinheiro a empresários e, supostamente, oferecido vantagens no governo.

Collor chegou a se pronunciar publicamente sobre as acusações, mas em maio de 1992, após uma reportagem da revista Veja, que entrevistava Pedro Collor, irmão do ex-presidente, as denúncias ganharam força. Pedro confirmou o envolvimento de Collor e PC Farias, afirmando que este último era o “testa de ferro” do presidente e que ele tinha conhecimento de todas as transações ilícitas dentro da gestão.