Nova tensão tarifária entre EUA e China promete estremecer o mercado

O governo chinês foi acusado pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, por ter violado os termos do acordo celebrado pelo país asiático com seu país, no último dia 12 de maio, em Genebra, na Suíça. O relato foi feito em um post na rede social Truth Social na manhã de hoje, sem detalhar o que de fato teria ocorrido. Ficou definido no acordo que as tarifas cobradas por ambos os países teriam uma redução de 115% em suas tarifas originais.

O Republicano destacou que somente celebrou o acordo com o intuito de ajudar a China, salvando o país de grave perigo econômico:

Há duas semanas, a China corria grave perigo econômico! As tarifas altíssimas que estabeleci tornaram praticamente impossível para a China vender no mercado dos Estados Unidos, que é, de longe, o número um do mundo. Muitas fábricas fecharam e houve, para dizer o mínimo, ‘agitação civil’. Eu vi o que estava acontecendo e não gostei. Para eles, não para nós. Fiz um acordo rápido com a China para salvá-los do que eu pensava que seria uma situação muito ruim, e eu não queria que isso acontecesse

Donald Trump

Algumas horas após a publicação de Trump, a Embaixada da China publicou um comunicado através do porta-voz Liu Pengyu, pedindo aos Estados Unidos para acabar com as restrições discriminatórias impostas ao país asiático:

Desde as negociações econômicas e comerciais entre a China e os EUA em Genebra, ambos os lados têm mantido comunicação sobre suas respectivas preocupações nos campos econômico e comercial em várias ocasiões bilaterais e multilaterais em vários níveis

Liu Pengyu

Retaliações ao governo chinês

Diante destes acontecimentos, Stephen Miller, Vice-Chefe de Gabinete de Políticas da Casa Branca, afirmou que o governo americano está preparando novas sanções contra a China: “Isso abre todo tipo de ação para os Estados Unidos garantirem conformidade futura”.


Stephen Miller (Foto: reprodução/Chip Somodevilla/Getty Images Embed)


E continuou, em fala concedida separadamente à CNN:

Há medidas que já foram tomadas, há medidas que estão sendo tomadas, há medidas que estão sendo consideradas. Seria incrivelmente imprudente da parte da China continuar nesse caminho e não buscar, em vez disso, o caminho da cooperação.”

Stephen Miller

Abalo ao mercado

Índices do mercado de ações americano recuaram nesta manhã, diante das preocupações comerciais de violação do acordo tarifário. O principal índice de desempenho do mercado de ações dos Estados Unidos, o S&P 500, caiu 0,2% e o Nasdaq Composite, índice do mercado de ações que inclui quase todas as ações listadas na bolsa de valores de mesmo nome, caiu 0,4%.


Ilustração do índice S&P 500 (Foto: reprodução/ Justin Tallis/AFP/Getty Images Embed)


Já o índice do dólar americano, que é calculado levando em consideração as taxas de câmbio de outras seis moedas estrangeiras (o euro, a libra esterlina, o iene japonês, o dólar canadense, a coroa sueca e o franco suíço) valorizou hoje, e talvez encerre o mês em alta, quebrando uma sequência de quatro meses em queda.

Taxas de Trump sobre produtos chineses passa a vigorar nesta sexta-feira

Novo episódio da guerra comercial entre Estados Unidos e China entrou em vigor nesta sexta-feira (2). No início de abril, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump parecia haver chegado ao ápice das taxações sobre produtos chineses, quando, dentro do chamado “tarifaço”, retirou a isenção de impostos de importação sobre produtos fabricados na China até o valor de US$800,00, deixando mais caros os produtos, em especial de varejistas de vestuários como a Shein, em remessas enviadas aos Estados Unidos.

Antes disso, encomendas com valores inferiores a US$800,00 não eram taxadas, mas uma decisão do presidente pôs fim à brecha comercial norte-americana conhecida como “minimis” que consiste na entrada de pacotes com valores mais baixos, vindos da China e Hong Kong, livres de impostos.

“Supertaxa das blusinhas”

As medidas de sobretaxa aos produtos chineses que entram nos Estados Unidos acompanham, em partes, a decisão do governo brasileiro, quando impôs imposto de importação de 20% sobre compras internacionais até US$50. A ação aqui ficou conhecida como “taxa das blusinhas”, já que este tipo de produto, normalmente advindo de lojas de vestuário, costuma ter valores mais baixos. 


Fernando Haddad, Ministro da Economia, “taxa das blusinhas” (Reprodução/Sergio Lima/Getty images embed)


Nos Estados Unidos, a partir desta sexta-feira (2), remessas que chegarem vindas da China e de Hong Kong, independentemente do tamanho, passam a ter um imposto de 120% de seu valor ou uma taxa de US$100 que aumentará progressivamente até US$200 após 1º de junho. 

Shein e Temu

As principais empresas afetadas pelas tarifas impostas pelo governo americano são a Shein e a Temu. Isto porque as duas empresas são responsáveis pela maior fatia de remessas de produtos aos Estados Unidos.


Shein e Temu (Reprodução/Getty images embed)


Impulsionados principalmente pelas redes sociais, consumidores norte-americanos passaram a investir na compra destes produtos por seus valores mais acessíveis em relação aos produzidos internamente.

Os reflexos foram sentidos em ambas as empresas. A Temu, em consequência das tarifas, decidiu investir em modelos de entrega a granel, como já faz a Amazon, ou seja, sem os enviar diretamente ao consumidor. Já a Shein havia anunciado promoções de seus produtos até 25 de abril, mas após a data chegou a subir o preço de seus produtos em até 377%. 

Preocupados com os aumentos, consumidores estadunidenses chegaram a estocar produtos de varejistas chinesas. 

Fim da isenção de impostos de importação faz fornecedores da Shein encerrarem atividades na China

Mais um episódio da guerra comercial entre Estados Unidos e China se configura para as próximas semanas. Agora, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pretende retirar a isenção de impostos de importação sobre produtos fabricados na China até o valor de US$ 800,00. Na prática, varejistas de vestuários como a Shein devem ter seus produtos encarecidos em remessas enviadas aos Estados Unidos. 

Empresas chinesas deste porte, são conhecidas por suas produções em preços acessíveis e na maioria das vezes, com valores mais baixos que os varejistas estadunidenses, fato que levou consumidores norte-americanos a investirem maciçamente na compra destes produtos e, desta forma, impulsionados pelas redes sociais, terem a China como seu principal fornecedor de vestuários.


Compras da Shein (Foto: reprodução/Rodrigo Arangua/Getty images embed)


A decisão de Trump em acabar com a isenção de impostos de importação já causa reflexos em fornecedores chineses de fast-fashion que vêm encerrando suas atividades por conta da baixa procura. Alguns empresários, inclusive, passaram a negociar seus produtos em redes sociais e outros a migrarem sua produção para o Vietnã. As dificuldades afetam fabricantes em cidades como Panyu e Donggnuan.

A varejista Shein já anunciou que manterá os valores de seus produtos até dia 25 de abril e incentivou que consumidores façam suas compras para aproveitar os valores baixos, mas declarou estar empenhada em encontrar formas para melhorar a experiência do cliente, mantendo seus valores acessíveis a todos. 

Negócios com o Japão e Singapura


Singapura (Foto: reprodução/Clive Rose/Getty images embed)


Como forma de minimizar os prejuízos e evitar fechamentos de pequenos negócios, uma das táticas adotadas por fornecedores chineses é a de criar possibilidades de negociação com países mais próximos, como Japão e Singapura. Tal medida facilitaria a venda e a entrega, considerando o valor de remessa mais acessível por conta da distância.

Entenda como funciona a Isenção de impostos de importação

A isenção de impostos de importação é um benefício fiscal que permite que mercadorias de parceiros comerciais entrem no país sem a cobrança de impostos. 

No Brasil, as isenções costumam ser aplicadas sobre importações por pessoas físicas até determinados valores. Normalmente, este valor é de US$ 50,00, incidindo uma alíquota sobre produtos que ultrapassarem este valor.

Também ocorre isenção sobre produtos considerados essenciais, como medicamentos, livros e equipamentos médicos, bem como sobre produtos oriundos de países cuja união realizou acordos comerciais.

Ainda assim, alguns produtos possuem regras específicas, como eletrônicos, que são taxados a partir de US$ 50,00.  

Guerra comercial: Em resposta ao “tarifaço” China aumenta as tarifas sobre EUA

O governo chinês anunciou, nesta sexta-feira (11), o aumento das tarifas sobre os produtos que chegam dos Estados Unidos, passando de 84% para 125%. Essa decisão seria uma represália às tarifas impostas pelo presidente Donald Trump.

Desde o anúncio feito pelo governo americano ao divulgar o “tarifaço”, aplicando à China uma porcentagem superior à dos demais países, o país asiático vem elevando a tributação sobre os produtos importados dos Estados Unidos como resposta às medidas americanas. Essa escalada está intensificando a tensão entre as duas maiores potências econômicas, o que tem gerado preocupação no mercado financeiro.

Guerra comercial

 No dia 2 de abril, o presidente dos Estados Unidos anunciou seu projeto de “tarifas recíprocas”, que previa a taxação de produtos de 180 países. No entanto, a China recebeu um tratamento diferenciado. Enquanto os outros países enfrentaram aumentos gerais, os produtos chineses já haviam sido taxados em 10% em fevereiro pela Casa Branca. Esse percentual se somou a uma tarifa anterior já vigente. Assim, na quarta-feira, 2 de abril, a China passou a enfrentar uma cobrança adicional de 34%, totalizando uma tarifa de 54% sobre suas mercadorias.

Após a iniciativa dos Estados Unidos, o líder chinês resolveu reagir à ação americana e impôs tarifas de 34% sobre os EUA. Contudo, insatisfeita com a atitude da China, Washington aumentou novamente o valor da taxação, adicionando mais 50% sobre as importações chinesas, elevando a tarifa para o patamar de 104%.

Em resposta aos valores estabelecidos por Donald Trump, Pequim aumentou as tarifas sobre os EUA para 84%, o que provocou uma nova reação de Washington, que decidiu elevar a taxação para 125% contra os chineses. Com esse acréscimo somado à porcentagem anterior, o total chegou a 145%.


Foto destaque: presidente Donald Trump exibe gráfico de tarifa durante o “Make America Wealthy Again” (Foto: reprodução/Chip Somodevilla/Getty Images Embed)


TikTok

 Essa disputa tarifária entre os dois países afetou as negociações sobre a venda do aplicativo TikTok, que previa a transferência de 50% da plataforma para empresários americanos, sob pena de ser banida dos Estados Unidos. No entanto, devido aos conflitos entre China e EUA, a negociação foi suspensa até que a situação entre Washington e Pequim seja resolvida.

Bolsas asiáticas despencam com temor de recessão após tarifas de Trump

As bolsas de valores da Ásia iniciaram essa segunda (7) em forte queda, em reposta ao temor crescente de uma recessão global provocada pela escalada da guerra comercial liderada pelos Estados Unidos. O pânico nos mercados foi impulsionado pela entrada em vigor, no último sábado (5), de um imposto universal de 10% sobre as importações americanas, anunciado pelo presidente Trump.

A tensão aumentou com a confirmação de que, nesta quarta-feira (9), haverá novas elevações nas tarifas: 20% sobre as importações dos países da União Europeia e 34% sobre produtos chineses.

Hong Kong lidera perdas e governo chinês sinaliza reação

Como resultado, foi registrada a maior queda na bolsa de Hong Kong, que recuou 13%, marcando o seu pior desempenho desde a crise financeira asiática, em outubro de 1997. Outras praças também fecharam no vermelho: taipei caiu 9,7%, Tóquio recuou quase 8%, Xangai teve baixa de 7%, enquanto Singapura, Seul, Manila e Mumbai amargaram perdas entre 4% e 8%.


Post no perfil oficial do presidente com tarifas descritas (Foto: Reprodução/Instagram/Potus)


Entre os setores afetados estão tecnologias, indústria automotiva, bancos, empresas de energia, que lideram a onda de liquidação nas bolsas da região.

Diante desse cenário, o governo chinês prometeu “esforços extraordinários” para mitigar os impactos das tarifas impostas por Washington. Segundo o “Diário do Povo”, jornal oficial do Partido Comunista da China, o banco central da China (PBoC) está pronto para cortar as taxas de juros “a qualquer momento”, caso a situação piore.

Pequim busca manter diálogo com empresas americanas

Em um movimento paralelo, o Ministério do Comércio da China informou que realizou, no domingo (6), uma reunião com executivos de empresas dos Estados Unidos, entre elas Tesla, GE Healthcare e Medtronic. E declarou que continuará oferecendo suporte a companhias estrangeiras que atuam no país, inclusive as americanas.

Por fim, com os mercados em alerta e os governos mobilizados, analistas temem que a disputa tarifária evolua para um confronto prolongado, com efeitos profundos sobre o comércio internacional e o crescimento global.

Após tarifaço de Trump, China busca novos parceiros comerciais

O governo Chinês divulgou uma série de medidas de retaliação contra a economia dos Estados Unidos. Com a guerra comercial imposta por Trump, a China anunciou nesta sexta-feira (4), uma taxa de 34% sobre a importação de produtos americanos. O valor da tarifa é a mesma determinada pelo presidente americano contra a economia chinesa depois do “tarifaço” da última quarta-feira (2).

Pequim, capital chinesa, incluiu 11 companhias dos EUA em lista que proíbe qualquer relação comercial com empresas da China. O governo também limitou vendas de minerais raros e imprescindíveis para as indústrias tecnológicas estadunidenses. Por fim, o Estado chinês afirmou que vai denunciar o tarifaço de Trump à Organização Mundial do Comércio, embora a instituição esteja “paralisada” pela falta de indicação de juízes.

A China representa o segundo maior parceiro comercial dos Estados Unidos. No ano passado, indústrias chinesas venderam aproximadamente US$ 420 bilhões aos americanos e importaram US$ 140 bilhões. Trump, no entanto, declarou que a decisão do país foi um equívoco e que o governo chinês “entrou em pânico” ao adotar tais tarifas.


Presidente chinês Xi Jinping (Foto: reprodução/Vinícius Schmidt/METRÓPOLES)

Próximos passos da China

Com o estreitamento da economia americana para o mundo, espera-se que as empresas chinesas procurem outros países para negociar o excedente que o mercado interno do país não pode absorver. O Citigroup avalia que a guerra comercial deve impactar negativamente até 2,4% do produto interno bruto chinês só neste ano.

Com as imposições de Trump, a China tenta estender laços comerciais com a Europa, embora haja resistência dos líderes da região devido ao apoio de Pequim à Rússia na guerra contra a Ucrânia. A maior parte dos produtos chineses, no entanto, deve ser vendida aos vizinhos do país na Ásia, além da América Latina e África, continentes em que a China possui alto nível de investimento.

Tarifaço de Trump

As “tarifas recíprocas” impostas por Donald Trump aos países que mantêm relações comerciais com os EUA entraram em vigor neste sábado (5). A taxa inclui alíquotas – valores fixos que são aplicados para o cálculo do valor de um tributo – de 34% sobre todas as importações chinesas. Para o Brasil, essa quantia foi de 10%.


Trump anuncia tarifas no “Dia da Liberação” (Foto: reprodução/Brendan Smialowski/AFP)

O “tarifaço” já atinge mais de 180 países e regiões, como a União Europeia (20%), Coreia do Sul (25%) e o Japão (24%). O anúncio das taxas foi feito pelo republicano na quarta-feira (2), no que o presidente chamou de “Dia da Liberação”. Trump declarou que os EUA ficariam “livres” de produtos de origem estrangeira  “É a nossa declaração de independência econômica”, afirmou o americano.