Donald Trump faz elogios a Lula após reunião

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta segunda-feira (27) que o encontro com Lula transcorreu de forma bastante positiva, destacando o bom clima da conversa, embora não tenha confirmado a assinatura de um acordo imediato. Por outro lado, Lula demonstrou otimismo, dizendo acreditar que um tratado comercial entre Brasil e Estados Unidos deve ser concluído nas próximas semanas.

Durante suas declarações, Trump fez elogios ao chefe de Estado brasileiro, descrevendo-o como um líder enérgico e admirável, além de cumprimentá-lo pelo aniversário de 80 anos, celebrado no mesmo dia.

Encontro na Malásia

Os dois chefes de Estado mantiveram uma conversa de cerca de uma hora em Kuala Lumpur, capital da Malásia, naquele que foi o primeiro encontro presencial oficialmente agendado entre ambos. Durante a reunião, Donald Trump demonstrou surpresa com a idade de Lula, descrevendo-o como um homem cheio de energia e disposição. Em tom descontraído, Lula fez uma brincadeira mencionando a proximidade de seu aniversário, comentando que o americano poderia até “provar um pedaço de bolo”.


Encontro entre os presidentes (Vídeo: Reprodução/YouTube/Metrópoles)

Segundo o republicano, ainda é cedo para saber o que será definido, mas há interesse mútuo em avançar nas tratativas. Ele também indicou que está aberto a discutir novos entendimentos sobre as tarifas aplicadas ao Brasil, destacando que considera justa a política atual, mas que vê com bons olhos uma negociação futura.

A declaração ocorreu após a reunião bilateral que marcou o pontapé inicial das negociações entre Brasil e Estados Unidos, com o objetivo de encontrar uma solução para as tarifas de 50% impostas por Washington a produtos brasileiros.

Negociação pode render frutos

As tratativas comerciais entre Brasil e Estados Unidos começaram oficialmente nesta segunda-feira, um dia após o encontro entre os presidentes Lula e Donald Trump. Uma delegação brasileira de alto escalão, composta pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e pelo ministro da Economia, Fernando Haddad, deverá viajar a Washington na próxima semana para dar continuidade às negociações.

Após a reunião, Lula manifestou confiança nos desdobramentos das conversas, afirmando que acredita na possibilidade de um entendimento satisfatório entre os dois países. O presidente brasileiro também mencionou que pretende manter contato direto com Trump sempre que considerar necessário durante o processo de diálogo.

Durante o encontro, os líderes também abordaram outros temas sensíveis da política internacional, entre eles a situação de Jair Bolsonaro, as relações com a China e a crise diplomática entre os Estados Unidos e a Venezuela.

Trump elogia trajetória política de Lula e fala sobre prisão em 2018

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, adotou um tom amistoso ao se reunir com Luiz Inácio Lula da Silva em Kuala Lumpur, capital da Malásia. O encontro ocorreu neste domingo (26) durante a 47ª cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean). Ainda segundo fontes do Itamaraty, Trump demonstrou interesse pela trajetória política de Lula e citou sua “volta por cima” após o período de prisão.

De acordo com o chanceler Mauro Vieira, o líder americano chegou a perguntar quanto tempo o presidente brasileiro ficou detido antes de vencer novamente as eleições de 2022. Logo, Trump afirmou admirar o fato de Lula ter superado um processo judicial e retornado ao cargo máximo do país.

Elogios e identificação política

Durante a conversa, Trump também mencionou os processos que enfrentou na Justiça americana. Ele classificou as acusações como resultado de perseguição política, criando um paralelo com a experiência do presidente brasileiro. Segundo relatos, o ex-presidente dos EUA demonstrou estar bem informado sobre a história de Lula e evitou provocações.


Encontro dos líderes na íntegra (Vídeo:reprodução/YouTube/@CNN Brasil)

A princípio, fontes diplomáticas afirmaram que Trump buscou compreender melhor a personalidade do brasileiro, mantendo o diálogo em tom respeitoso. Nesse ínterim, foi a segunda vez que os dois líderes se encontraram desde setembro, quando conversaram brevemente na Assembleia Geral da ONU.

Negociações e tensões comerciais

Além do encontro, Brasília e Washington discutem medidas econômicas em meio à elevação de tarifas americanas sobre produtos brasileiros. A reunião de negociação ocorrerá em Washington e poderá ser conduzida pelo brasileiro Mauro Vieira, pelo secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, e por Jamieson Greer, representante comercial.

Por outro lado, o governo brasileiro tenta reverter a sobretaxa de 50% imposta por Trump às exportações nacionais. Logo, o presidente norte-americano justificou as sanções citando o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, classificado por ele como uma “caça às bruxas”. Após a conversa, Lula afirmou nas redes sociais que o diálogo foi “ótimo” e que ambos concordaram em buscar acordos imediatos. Trump ainda reforçou o otimismo e disse que  ambos os governos sabem o que cada um quer.

Governo Trump envia maior porta-aviões do mundo ao Caribe e eleva tensão militar com a Venezuela

O grupo de ataque USS Gerald Ford, liderado pelo maior porta-aviões já construído, amplia a presença militar dos EUA perto da costa venezuelana em meio a uma nova escalada de tensões entre Donald Trump e Nicolás Maduro. A ordem foi dada nesta sexta-feira (24) pelo secretário de Guerra, Pete Hegseth.

Escalada no Caribe e o reforço do poder naval pelos EUA

O governo dos Estados Unidos enviou ao mar do Caribe o grupo de ataque USS Gerald Ford, em um dos maiores movimentos militares americanos na região desde o início das tensões com a Venezuela. A ação envolve o porta-aviões mais moderno e poderoso do mundo, acompanhado por destróieres, caças e helicópteros de ataque.

Segundo o Pentágono, a frota inclui três destróieres (USS Mahan, USS Bainbridge e USS Winston Churchill), três esquadrões de caças F-18 e dois de helicópteros MH-60. O porta-aviões, incorporado à Marinha dos EUA em 2017, é capaz de transportar até 90 aeronaves e operar com alta autonomia. O envio da frota foi descrito pela imprensa americana como uma grande expansão da campanha de pressão militar sobre Caracas.


Maduro em discurso diz que Venezuela quer paz (Foto: reprodução/Getty Images Embed/Jesus Vargas)

Confronto diplomático e risco de operação militar

A movimentação ocorre após semanas de aumento de hostilidades entre Washington e Caracas. Desde agosto, os EUA classificaram cartéis sul-americanos como organizações terroristas e acusaram o presidente Nicolás Maduro de liderar o Cartel de Los Soles, aumentando a recompensa por sua captura para US$ 50 milhões (cerca de R$ 269 milhões).

Por sua vez, Maduro afirmou que o verdadeiro objetivo da ofensiva americana é retirá-lo do poder. Em um discurso em inglês, pediu: “No crazy war, please. A Venezuela quer paz.” Enquanto isso, o presidente Donald Trump confirmou que autorizou operações secretas da CIA contra alvos ligados ao chavismo e disse que ações terrestres contra cartéis devem ocorrer “em breve”.

Relatórios da ONU enfraquecem a justificativa dos EUA para tais operações, apontando que a maior parte das drogas que causam overdoses no país, como o fentanil, vem do México — não da Venezuela. Mesmo assim, o poderio naval americano foi deslocado para o Caribe, intensificando o clima de guerra na América do Sul.

Com o USS Gerald Ford a caminho da região, cresce o temor de que a disputa entre Trump e Maduro evolua de uma guerra de narrativas para um confronto militar direto.

Maduro pede paz e critica ações militares dos EUA

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou nesta quinta-feira (23) que o país “quer paz” e fez um apelo, em inglês, para que não haja uma “guerra maluca” na região. A fala ocorre em meio às recentes ações militares dos Estados Unidos no Caribe, que ele classificou como uma ameaça direta à soberania venezuelana.

Nos últimos meses, Washington enviou destróieres, barcos de guerra, forças especiais e até um submarino para águas internacionais próximas à América do Sul. Desde setembro, as forças americanas já realizaram nove ataques contra embarcações suspeitas de tráfico de drogas — dois deles no Oceano Pacífico — que resultaram em pelo menos 37 mortes.

Maduro acusou os Estados Unidos de usar o combate ao narcotráfico como desculpa para tentar derrubar seu governo e tomar o controle do petróleo venezuelano.

Trump fala em ampliar operações em terra

No mesmo dia, Donald Trump afirmou que pretende autorizar ações militares em solo contra cartéis de drogas. Ele não citou a Venezuela diretamente, mas informou que a proposta será debatida com o Congresso americano.

A declaração foi feita um dia após o nono bombardeio da frota americana contra uma embarcação no Pacífico, que, segundo o Departamento de Guerra, transportava drogas. Três pessoas morreram na ação.

Trump também disse a jornalistas que não precisa de autorização do Congresso para seguir com as ofensivas e reforçou que as operações continuarão.


Governo americano continua a mandar mais tropas para a costa venezuelana (Foto: Reprodução/X/@AdameMedia)

ONU condena ataques e aponta violações

Analistas e entidades internacionais vêm criticando a postura dos EUA. Um grupo de especialistas da ONU declarou que os bombardeios violam o direito internacional e configuram “execuções extrajudiciais”.

De acordo com o relatório, os ataques ferem a soberania dos países da região e as obrigações dos EUA de evitar o uso da força em águas internacionais. Mesmo com a justificativa de combater o tráfico, o grupo afirmou que as ações não têm base legal e infringem o direito do mar.

Trump concede perdão a fundador da Binance

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, concedeu perdão total ao fundador da Binance, Changpeng Zhao, conhecido como CZ. A princípio, a decisão foi anunciada pela Casa Branca nesta quinta-feira (23) e provocou uma forte repercussão entre políticos e investidores do setor. Zhao havia deixado o comando da empresa em 2023, após a corretora admitir falhas no controle de lavagem de dinheiro e pagar multa de US$ 4,3 bilhões.

Segundo o comunicado oficial, Trump considerou o caso uma “injustiça da guerra contra as criptomoedas” promovida pelo governo anterior. Além disso, a secretária de imprensa Karoline Leavitt afirmou que o presidente revisou pessoalmente os pedidos de clemência antes de tomar a decisão.

Bilionário agradece e fala em “Capital das Criptomoedas”

Após o anúncio, Zhao publicou uma mensagem na plataforma X agradecendo o perdão e prometendo colaborar com o governo norte-americano. “Faremos tudo para tornar os Estados Unidos a capital global das criptomoedas”, escreveu. Anteriormente, o empresário, cidadão canadense nascido na China, cumpriu quatro meses de prisão em 2024 e pagou multa de US$ 50 milhões.


Perdão reforça debate sobre criptomoedas (Vídeo: reprodução/YouTube/InfoMoney)

Contudo, ao receber o perdão, CZ poderá retomar suas atividades empresariais e ampliar sua atuação nos Estados Unidos. Logo, o gesto reforça a aproximação de Trump com o setor cripto, que investiu pesado em sua campanha de 2024.

Parceria controversa: Binance apoia Trump e enfrenta críticas

Em 2025, a Binance apoiou a World Liberty Financial, empreendimento de criptomoedas ligado à família Trump. A corretora aceitou a stablecoin USD1 como pagamento em um investimento de US$ 2 bilhões da empresa MGX, de Abu Dhabi. Ocasionalmente, a moeda digital, lançada em março, tornou-se o principal ativo da plataforma. Por outro lado, a senadora Elizabeth Warren criticou o perdão e apontou conflito de interesses. “Zhao se declarou culpado, apoiou o projeto da família Trump e agora foi recompensado”, afirmou. A Binance não comentou as declarações.

Todavia, o perdão de CZ se soma a outras decisões controversas do governo Trump. Em meses anteriores, ele já havia perdoado executivos de empresas de criptomoedas e empresários condenados por fraude. Além disso, o presidente cobra do Departamento de Justiça uma indenização de US$ 230 milhões por investigações sofridas no governo Biden. Recentemente, uma estátua de Trump e Jeffrey Epstein surgiu em frente ao Capitólio e, consequentemente, reacendeu novas discussões sobre ética e poder político nos Estados Unidos.

Trump sanciona duas maiores petroleiras da Rússia em pressão para cessar-fogo na Ucrânia

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, impôs ontem (22) restrições às duas maiores empresas do setor petrolífero da Rússia, a Lukoil e a Rosneft, na tentativa de coagir o líder local, Vladimir Putin, a aderir às negociações de armistício na Guerra da Ucrânia. A medida bloqueia bens e transações das duas companhias e mais de 30 subsidiárias em território estadunidense e configura como a primeira grande sanção do governo Trump à Rússia devido à invasão da Ucrânia, ocorrida em 24 de fevereiro de 2022.

Trump reforça resposta do Ocidente à Moscou

Antes de implementar as sanções, Trump disse à imprensa, na Casa Branca, que desmarcou um encontro com Putin na Hungria, anunciado na semana passada, para debater o conflito. A declaração ocorreu horas depois da Rússia realizar um ataque aéreo massivo à Ucrânia, incluindo a sua capital, Kiev.

Com a ação restritiva, os EUA abandonam a pretensa neutralidade, juntando-se, finalmente, aos sistemáticos esforços europeus para punição do gigante euro-asiático. Na semana passada, especificamente, o Reino Unido dificultou a operação das mesmas empresas. Já ontem, a União Europeia avançou em seu 19º pacote de sanções contra Moscou, proibindo importações de gás natural liquefeito russo.

O presidente Putin não veio à mesa de uma maneira honesta e decidida como esperávamos. Houve conversas em Alaska; o presidente Trump recuou quando percebeu que as coisas não estavam avançando. Discussões por baixo do pano têm ocorrido, mas acredito que Trump está desapontado com onde estamos nessas discussões”, disse o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, à Fox Business na quarta-feira.


 Trump e Putin se reuniram em agosto no Alaska para discutir futuro da guerra (Foto: reprodução/Andrew Harnik/Getty Images Embed)

Essas são sanções, não tarifas secundárias. Elas serão substanciais e poderosas. Pedimos aos nossos aliados europeus e do G7, além de Canadá e Austrália, que venham conosco”, complementou Bessent.

Ucrânia celebra, mas analistas são ponderados

O posicionamento de Trump foi recebido por Kiev como uma vitória pontual, tal como indica a embaixadora da Ucrânia nos Estados Unidos, Olga Stefanishyna:

A decisão está inteiramente alinhada com a reiterada posição ucraniana: paz só é possível através de força e pressão ao agressor usando todas as ferramentas internacionais disponíveis”, disse ela.

Os especialistas americanos Edward Fishman e Jeremy Paner, no entanto, possuem ressalvas.

Até agora o que foi anunciado fois essas sanções iniciais à Rosneft e Lukoil, mas o decisivo para o futuro é se haverá a existência ameaçadora de sanções secundárias a bancos, refinadoras de petróleo e negociadores em países terceiros que mantém relações com ambas as companhias”, explicou Fishman, pesquisador sênior do think tank Atlantic Council.

Paner, da mesma forma, acredita que a falta de alcance das medidas para países compradores de petróleo russo, como Índia e China, fará com que essas não chamem a atenção de Putin.

Rússia aponta os EUA como adversário direto após sansões

O governo da Rússia declarou nesta quinta-feira (23) que os Estados Unidos são inimigos e que teriam “entrado de vez no caminho da guerra” contra Moscou. Essa reação ocorre no contexto de novas sanções econômicas norte-americanas aplicadas às grandes petrolíferas russas.

O atual vice-presidente do Conselho de Segurança russo e ex-presidente Dmitry Medvedev afirmou que as sanções e medidas dos Estados Unidos representam um “ato de guerra” contra a Rússia. 

Segundo ele, Washington teria se alinhado com a Europa e adotado uma postura hostil aberta. Medvedev questionou: “O que mais virá? Novas armas, além dos infames ‘Tomahawks’?” 

Sanções econômicas no centro da crise

Na véspera, a administração americana anunciou nova rodada de sanções que atingem diretamente a Lukoil e a Rosneft as duas maiores companhias petrolíferas russas. A justificativa de Washington é que essas empresas contribuíram para financiar a atuação militar da Rússia na Ucrânia. 


Sanções aplicadas pelo governo americano (Foto: reprodução/X/@SecRubio)

Moscou reagiu afirmando que desenvolveu “imunidade firme” às sanções ocidentais e não acredita que tais medidas causem danos decisivos ao seu potencial econômico. 

Implicações diplomáticas e geopolíticas

A retórica de inimigo declarada entre Rússia e Estados Unidos marca uma nova escalada nas tensões que já vinham se acumulando desde o início da guerra Rússia-Ucrânia. O anúncio das sanções também interrompeu a realização de uma reunião prevista entre Donald Trump e Vladimir Putin em Budapeste, que tinha como objetivo discutir um possível cessar-fogo. 

Analistas apontam que o embate pode comprometer ainda mais os canais diplomáticos e dificultar qualquer avanço em negociações de paz, ao mesmo tempo, em que reacende o receio de confrontos indiretos ou de caráter híbrido entre as potências.

Com a escalada verbal entre Moscou e Washington, as próximas semanas e meses serão chave para observar se haverá reação militar concreta, intensificação de sanções ou ainda tentativas de retomada de diálogo.

Especialistas alertam que, mesmo que não haja confronto direto entre exércitos, o risco de um “efeito dominó” com envolvimento de aliados europeus, uso de armas convencionais ou cibernéticas tende a crescer.
 

 

Eleições de 2026: Lula confirma candidatura pela primeira vez

Nesta quinta-feira (23), durante uma viagem à Indonésia, o presidente Lula confirmou que irá disputar as eleições presidenciais em 2026. A declaração, dada ao lado do presidente do país asiático, Prabowo Subianto, foi anunciada oficialmente pela primeira vez. 

Enquanto falava sobre a relação entre o Brasil e a Indonésia, o petista confirmou que irá se candidatar pela quarta vez a fim de garantir que o vínculo entre os dois países seja “valoroso”. 

Confirmação da candidatura

Apesar das especulações que rondavam a suposta candidatura em 2026, o presidente Lula ainda não havia confirmado sua presença nas eleições presidenciais do próximo ano. Isso porque, quando perguntado, o petista levantava dúvidas por conta de sua saúde. 


Em viagem oficial à Indonésia, presidente Lula confirma candidatura à reeleição em 2026 (Vídeo:reprodução/Instagram/@metrópoles)

Aos 79 anos, Lula diz que se sente com a “mesma energia de quando eu tinha trinta anos”. Vale ressaltar que, em outubro de 2026, mês das eleições, o atual presidente fará 80 anos. 

Viagem à Indonésia

Lula desembarcou na Indonésia na última quarta-feira (22) e, durante o encontro com o presidente indonésio, Prabowo Subianto, o petista falou sobre a relação comercial entre os dois países.

Nós queremos comércio livre e, mais ainda, tanto a Indonésia quanto o Brasil têm interesse em discutir a possibilidade de comercialização entre nós dois e com as nossas moedas. Essa é uma coisa que nós precisamos mudar.”, declarou o presidente. 

Além disso, Lula também falou em defesa do multilateralismo e criticou o protecionismo comercial. “[…] Nós queremos multilateralismo e não unilateralismo. Nós queremos democracia comercial e não protecionismo. Nós queremos crescer, gerar empregos, ganhar emprego de qualidade”. 

Assim, nesta quinta-feira (23), o presidente brasileiro participará de um fórum econômico com cerca de 200 empresários da Indonésia e do Brasil. Neste fórum, Lula pretende angariar a venda de carne ao país asiático, visto que, o mercado indonésio é considerado vasto por possuir a quarta maior população do mundo. 

Viagem ao Sudeste Asiático

Após a passagem pela Indonésia, o presidente Lula viaja à Kuala Lumpur, capital da Malásia, para uma reunião com o secretário-geral da Associação das Nações do Sudeste Asiático. 

Já no próximo domingo (26), Lula tem uma reunião presencial com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Nesse encontro, marcado para às 18h do horário local, correspondente na manhã do domingo pelo horário de Brasília, os presidentes devem negociar as tarifas adicionais de 40% impostas pelos EUA ao Brasil. 

Trump cobra indenização de R$ 1,2 bilhão do governo dos EUA por investigações contra ele

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, está cobrando que o Departamento de Justiça o indenize em uma quantia de US$ 230 milhões (R$ 1,2 bilhão) por ter sido alvo de investigações federais no governo anterior, de Joe Biden. As ações de Trump levantam um debate sobre dilemas éticos, já que os funcionários responsáveis pela aprovação do tal pagamento foram indicados pelo próprio Trump ou aliados.

Trump apresentou duas queixas através de um processo administrativo, a primeira em 2023 e a segunda em 2024. O presidente norte-americano defende que ambas as queixas buscam o rescindir por duas investigações que violaram seus direitos, de acordo com o jornal “The New York Times”.

Denúncias contra Trump

Donald Trump afirma que foi alvo de duas investigações federais que teriam violado seus direitos e que, por isso, ele merece ser rescindido. De acordo com funcionários do Departamento de Justiça que conversaram com a Times, Trump acusa o órgão de perseguição e manipulação de documentos durante o governo Biden.


Trump pede indenização do Departamento de Justiça (Vídeo: reprodução/YouTube/@uol)

A primeira foi apresentada em 2023 e se refere à investigação sobre supostas interferências russas nas eleições presidenciais de 2016, quando Trump foi eleito presidente dos Estados Unidos.  Já a segunda denúncia, que foi apresentada no ano seguinte, Trump acusa o FBI de violar sua privacidade durante as investigações em sua residência na Flórida, um resort de Mar-a-Lago, em 2022. A investigação apreendeu mais de 20 caixas com 100 documentos confidenciais, após Trump deixar o cargo de presidente quando perdeu as eleições de 2020.

Ambas as investigações contra Trump foram encerradas após a sua volta à Casa Branca em 2025. De acordo com Trump, ele foi “prejudicado” pelas investigações e qualquer dinheiro recebido seria doado à caridade. 

Conflito ético

As ações de Trump levantam um questionamento sobre o grave conflito ético em sua gestão. Os funcionários do Departamento de Justiça que ficariam responsáveis pela decisão de aprovar ou recusar os pagamentos ao presidente norte-americano foram nomeados por ele mesmo ou por seus aliados, ou até mesmo já foram advogados de Trump antes de seu segundo mandato. 

O vice-diretor do FBI, Todd Blanche, foi um dos principais advogados de defesa criminal de Trump, e segundo as normas do Departamento de Justiça, o seu cargo o permite ser uma das duas pessoas que podem assinar o acordo. Além disso, Stanley Woodward Jr., o chefe da divisão cível do órgão, foi advogado de assessores de Trump em investigações. O processo aberto por Trump impõe desafios éticos, já que coloca em xeque o alcance do presidente e a independência dos órgãos federais.

Empresas projetam mais de US$ 35 bilhões em custos com tarifas dos EUA

As corporações internacionais contabilizaram um impacto significativo devido às tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos, com a projeção ultrapassando a casa dos US$ 35 bilhões. Entretanto, apesar da expectativa do mercado internacional, os acordos feitos entre os EUA e demais países têm dado uma visão mais ampla de possível estabilidade. 

De acordo com levantamento feito pela Reuters a partir de declarações corporativas, registros regulatórios e teleconferências, as empresas esperavam que o impacto financeiro fosse entre US$ 21 bilhões a US$ 22 bilhões, ainda neste ano. Apesar das tensões comerciais entre o país norte-americano e outros países – o que levou os Estados Unidos a atingirem os níveis mais altos de tarifas desde 1930 -, o mercado vem mostrando sinais de estabilização, à medida que novos acordos são feitos. 

Impacto Financeiro

As empresas multinacionais vêem o reflexo das tarifas norte-americanas de forma concreta em seus resultados financeiros. O valor de US$ 35 milhões supera a expectativa inicial registrada em maio de US$ 34 bilhões. Para 2025 a expectativa do efeito financeiro era de até US$ 22 bilhões; já para 2026, o teto beira os US$ 15 bilhões. Esses valores são baseados nas análises de maio, que foram feitas após as tarifas impostas em abril pelo governo dos EUA, com o dia sendo apelidado de “Dia da Libertação”.

Os custos elevam as pressões sobre o mercado internacional. A Stellantis, por exemplo, declarou um prejuízo de 1,5 bilhões de euros em julho, causado pelas tarifas dos EUA. Outros setores, contudo, foram beneficiados, como o setor de bebidas. A Remy Cointreau e a Pernod Ricard, ambas fabricantes de bebidas da França, diminuíram suas expectativas de impacto após o acordo entre a UE (União Europeia) e os EUA. 

Mas o cenário que fez com que as expectativas das companhias globais mudassem foi o acordo por taxas menores entre os EUA e o Japão, com as tarifas sendo de 15%. A Toyota, empresa japonesa do setor automobilístico, realizou uma projeção de US$ 9,5 bilhões, mostrando um impacto claro da desigualdade nos efeitos causados em diferentes empresas. 


Acordo entre EUA e Japão abaixou as tarifas comerciais (Vídeo: reprodução/YouTube/@CNNbrasil)

Expectativas de estabilidade

Apesar dos valores elevados, existem sinais de que o mercado possa entrar em uma fase de maior previsibilidade, graças aos acordos feitos pelos EUA com a UE e o Japão, que levaram as muitas empresas a reduzirem suas estimativas iniciais para um pior cenário no mercado.

Em entrevista à Reuters, Antonio Filosa, presidente-executivo da Stellantis, afirmou que “as tarifas estão ficando cada vez mais claras”, indicando que os acordos estão possibilitando uma visão mais ampla do cenário e não o restringindo a resultados negativos. De acordo com ele, as tarifas serão consideradas variáveis a serem gerenciadas pelos negócios. Isso não significa que a incerteza do mercado desapareceu, devido à possibilidade de novas taxas impostas por Trump a qualquer momento, mas que talvez a fase atual seja de maior estabilidade do que o previsto.