Zelensky critica pressão dos EUA em novo plano de paz para a Ucrânia

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, declarou nesta sexta-feira (21) que o país enfrenta uma das fases mais difíceis desde o início da guerra. A declaração foi feita após os Estados Unidos apresentarem uma nova proposta de paz para encerrar o conflito contra a Rússia.

Zelensky afirmou que a pressão internacional é intensa e que a Ucrânia pode acabar tendo que escolher entre aceitar um acordo que fere sua soberania ou correr o risco de perder um aliado estratégico. Mesmo assim, ele garantiu que o governo ucraniano vai analisar o plano com cautela e dialogar com Washington e outros parceiros. Donald Trump, porém, quer uma resposta rápida e deu prazo até quinta-feira (27).

Zelensky busca apoio do ocidente

Além de conversar com o vice-presidente americano, JD Vance, Zelensky também falou por telefone com líderes do Reino Unido, França e Alemanha antes de seu pronunciamento. Esses países reafirmaram apoio total à Ucrânia. A surpresa, no entanto, foi o fato de os EUA terem apresentado a proposta sem grande consulta aos demais aliados europeus.

O plano americano traz pontos que atendem a demandas antigas do presidente russo, Vladimir Putin. Entre elas, estão concessões territoriais por parte de Kiev e garantias de segurança consideradas limitadas. De acordo com um rascunho obtido pela AFP, a Ucrânia teria que abrir mão das regiões de Donetsk e Luhansk, que seriam reconhecidas como parte da Rússia até mesmo pelos EUA. O mesmo valeria para a Crimeia, tomada pelos russos em 2014.


Presidente ucraniano rejeitou acordo de paz proposta pelos EUA (Foto: reprodução/X/@SpencerHakimian)


Presidentes da Europa comentaram sobre situação da Ucrânia

Enquanto isso, líderes europeus reforçaram que a Ucrânia precisa manter condições de defender sua soberania, sugerindo que não apoiam a redução militar prevista no plano. Macron, Starmer e Merz participaram juntos de uma ligação com Zelensky, prometendo que a Europa continuará ao lado do país, apesar de elogiarem a tentativa de Trump de encontrar uma saída diplomática.

Do outro lado, o Kremlin também se manifestou e pressionou Kiev, afirmando que, diante dos avanços recentes das tropas russas, a Ucrânia tem poucas alternativas na mesa de negociação. Até o momento, Moscou não comentou oficialmente a proposta americana.

Zelensky pede mísseis Tomahawk a Trump, que evita se comprometer sobre ataques à Rússia

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, recebeu nesta sexta-feira (17) o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, na Casa Branca. O encontro, que durou cerca de 2h30, foi descrito pelo ucraniano como “produtivo”. Segundo Zelensky, os dois discutiram questões militares, incluindo o fornecimento de armamentos e defesas aéreas, mas o americano não confirmou se irá enviar mísseis Tomahawk a Kiev.

Confiamos nos Estados Unidos. Confiamos que o presidente quer acabar com esta guerra”, declarou Zelensky após a reunião. Trump, por sua vez, afirmou em sua rede Social que teve uma conversa “cordial” com o líder ucraniano, mas reforçou o apelo para que as partes cheguem a um acordo de paz: “Disse a ele, como também sugeri a Putin, que é hora de parar com a matança e fazer um ACORDO!”.

A reunião aconteceu um dia depois de Trump conversar por mais de duas horas com o presidente russo, Vladimir Putin. O americano informou que ambos combinaram um novo encontro em Budapeste, na Hungria, na tentativa de avançar nas negociações pela paz.

Pressão por mísseis e impasse diplomático

Zelensky tem pressionado Washington para liberar mísseis Tomahawk, armamento de longo alcance e alta precisão, que dariam à Ucrânia maior capacidade de atingir alvos em território russo. No entanto, Trump se manteve evasivo sobre o tema. “É uma escalada da guerra, vamos discutir isso. Preferimos que eles não precisem dos Tomahawks”, disse o presidente americano.

O líder ucraniano mostrou a Trump e assessores mapas com possíveis alvos estratégicos na Rússia que poderiam ser atingidos com os mísseis. Fontes próximas à delegação de Zelensky afirmam que a iniciativa buscou convencer Washington de que ataques mais precisos fortaleceriam a posição de Kiev nas negociações.

Durante o encontro, Trump chegou a elogiar o paletó de Zelensky e o chamou de “líder forte”. A reunião foi mais amistosa do que a anterior, em fevereiro, quando ambos trocaram farpas em meio a divergências sobre o rumo da guerra.


Presidente ucraniano solicitou ajuda militar a Donald Trump (Foto: reprodução/Getty Images Embed/Andrew Harnik)

Trump tenta equilibrar relações com Rússia e Ucrânia

Apesar de manter contato direto com Vladimir Putin — inclusive recebendo o russo no Alasca meses atrás —, Trump tem adotado recentemente um tom mais favorável à Ucrânia. Ele chegou a defender a recuperação integral do território ocupado por Moscou, mas insiste que o caminho deve ser o diálogo.

A guerra entre Rússia e Ucrânia já dura desde fevereiro de 2022 e, apesar de múltiplas rodadas de negociação, não há avanços concretos rumo a um cessar-fogo. Trump tenta se posicionar como mediador do conflito, enquanto reforça sua promessa de campanha de “acabar com as guerras” iniciadas sob o governo anterior.

Trump tem reunião na Casa Branca com líderes europeus

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, receberá na segunda-feira (18) o ucraniano Volodymyr Zelensky, além de sete líderes europeus, para uma reunião considerada crucial sobre o conflito na Ucrânia. 

De acordo com a agenda da Casa Branca, Trump terá primeiro um encontro reservado com Zelensky, no Salão Oval. Mais tarde o presidente americano participa de uma reunião ampliada na Sala Leste, que contará com Zelensky e os representantes da União Europeia. O objetivo é alinhar as principais lideranças europeias em apoio a Kiev.

Segundo encontro entre Trump e Zelensky

Além de Zelensky, participam do encontro os líderes Emmanuel Macron (França), Keir Starmer (Reino Unido), Friedrich Merz (Alemanha), Ursula von der Leyen (Comissão Europeia), Mark Rutte (Otan), Giorgia Meloni (Itália) e Alexander Stubb (Finlândia). A reunião representa uma tentativa conjunta da Ucrânia e da União Europeia de obter confirmação de segurança por conta dos ataques russos, iniciada em fevereiro de 2022.

Este será o segundo encontro presencial entre Trump e Zelensky desde o início do conflito. A primeira reunião, realizada em fevereiro, terminou de maneira ríspida após o republicano adotar um tom duro e até repreender o presidente ucraniano na frente das câmeras, ao chamar de “ingrato”.


Encontro entre Trump e Putin no Alasca (Vídeo: reprodução/YouTube/CNN Brasil)

Agora, Zelensky reafirma que não vai aceitar abrir mão de territórios e defende que qualquer entendimento deve vir acompanhado de garantias. Diplomatas já circulam um esboço de proposta apresentada por Vladimir Putin para encerrar a guerra. O plano prevê a retirada parcial das tropas russas do norte da Ucrânia, mas impõe condições vistas como inaceitáveis por Kiev: validação da Crimeia, manutenção do domínio russo em boa parte do Donbass e a garantia de que a Ucrânia permanecerá fora da Otan.

Objetivo da reunião

A reunião em Washington também é vista como um movimento europeu para aproximar-se de Trump, dias depois da cúpula no Alasca, realizada na última sexta-feira. Naquele encontro, Putin conseguiu persuadir o republicano a desistir da cobrança por um cessar-fogo imediato e reiterou exigências já conhecidas: a anexação de territórios, o desarmamento da Ucrânia e o fim das sanções.

Melania Trump envia carta a Putin sobre sequestro de crianças na guerra

A primeira-dama dos Estados Unidos, Melania Trump, enviou uma carta pessoal ao presidente da Rússia, Vladimir Putin, sobre crianças afetadas pela guerra entre russos e ucranianos. A princípio, o documento foi entregue por Donald Trump durante a reunião com o líder russo no Alasca, segundo fontes da Casa Branca.

Contudo, Melania não participou da viagem, mas pediu que o marido entregasse a mensagem. De acordo com a agência de notícias internacional Reuters, a carta mencionava os sequestros de crianças ucranianas levadas para território russo.

Ucrânia acusa crime de guerra

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky agradeceu o gesto de Melania em ligação com Donald Trump. Para a capital Kiev, a deportação forçada de menores representa crime de guerra.

Em 2023, o Tribunal Penal Internacional emitiu mandados de prisão contra Vladimir Putin e a comissária russa Maria Lvova-Belova. Ambos foram acusados de deportar ilegalmente crianças ucranianas. A Rússia, por outro lado, chama a prática de campanha humanitária para proteger órfãos em áreas de conflito.

Cúpula no Alasca e tensões diplomáticas

A entrega da carta ocorreu durante a primeira cúpula entre Estados Unidos e Rússia desde o início da guerra, em 2022. O encontro, realizado em uma base militar no Alasca, buscou alternativas para encerrar o conflito. Donald Trump declarou que tentaria recuperar parte dos territórios ocupados, mas admitiu que qualquer acordo exigiria concessões de ambos os lados. Já Putin apresentou sua primeira proposta formal: encerrar a guerra em troca do controle permanente de Donetsk e Lugansk.


Pronunciamento após reunião no Alasca (Vídeo: reprodução/YouTube/Metrópoles)


Apesar das alternativas, a sugestão não resultou em cessar-fogo imediato. Paralelamente, Trump convidou líderes europeus para um encontro em Washington com Zelensky, reforçando a necessidade de negociações multilaterais. Por outro lado, líderes da União Europeia defenderam que Kiev participe diretamente das conversas. Em declaração conjunta, afirmaram que apenas diplomacia ativa, apoio militar e pressão econômica podem forçar Moscou a encerrar a guerra. Enquanto isso, ataques russos seguem atingindo cidades ucranianas, ampliando a pressão internacional por uma solução definitiva.

Putin propõe acordo territorial em troca do fim da guerra na Ucrânia

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, teria sugerido encerrar a guerra na Ucrânia em troca do controle permanente das regiões de Donetsk e Lugansk, no leste do país. A sugestão foi apresentada durante encontro com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na última sexta-feira, de acordo com informações da agência Reuters e do jornal The New York Times, que citaram fontes próximas às tratativas.

Primeira proposta concreta do encontro

De acordo com as reportagens, Putin apresentou pela primeira vez uma medida objetiva desde o início do diálogo direto com Trump. O pedido envolveu a manutenção das duas áreas ocupadas por tropas russas como condição para aceitar o fim do conflito. O encontro terminou sem a formalização de um cessar-fogo ou anúncio de propostas oficiais.

Paralelamente à oferta de Putin, Donald Trump convidou chefes de governo da Europa para participar de uma reunião na Casa Branca com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky. O encontro está previsto para a próxima segunda-feira em Washington e deve discutir os próximos passos na busca por uma solução para a guerra. Até agora, tanto Washington quanto Kiev não confirmaram os convites, e a lista de líderes estrangeiros chamados para o encontro segue sem divulgação.


Zelensky se pronuncia após encontro entre Putin e Trump no Alasca (Vídeo: reprodução/Youtube/@sbtnews)


Rússia abre mão de outras áreas ocupadas

Segundo a cobertura da Reuters e do The New York Times, Moscou estaria disposta a renunciar ao controle das demais regiões atualmente sob ocupação militar na Ucrânia, o que representa cerca de 20% do território total do país. O gesto, embora limitado, foi interpretado como um sinal de possível abertura para negociações futuras, ainda que condicionado à preservação de Donetsk e Lugansk sob domínio russo.

A cúpula marcada entre Trump e Zelensky em Washington é vista como estratégica para avaliar a posição dos Estados Unidos no conflito e a participação europeia nas negociações. Para analistas políticos, o convite feito por Trump busca reforçar a pressão diplomática sobre Moscou e demonstrar unidade do Ocidente em torno de Kiev. Mesmo assim, ainda não há clareza sobre a possibilidade de a proposta da Rússia ser aceita pelos aliados da Ucrânia.

Líderes europeus reforçam que Ucrânia deve participar das negociações entre EUA e Rússia

No domingo, 10, líderes europeus destacaram a importância da presença da Ucrânia nas negociações entre Washington e Moscou agendadas para esta semana. De acordo com um diplomata americano, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky poderá participar dessas reuniões. No sábado, dia 9, os líderes europeus afirmaram que a paz na Ucrânia não pode ser decidida sem a presença do país.

Reuniões e negociações envolvem líderes e ministros europeus

Os presidentes dos Estados Unidos e da Rússia estão programados para se encontrar na sexta-feira, 15, no Alasca, com o objetivo de buscar uma solução para o conflito que começou em fevereiro de 2022, quando a Rússia invadiu a Ucrânia. No entanto, os líderes da União Europeia ressaltaram que qualquer acordo para pôr fim à guerra de três anos deve necessariamente envolver a Ucrânia.

Na segunda-feira, dia 11, os ministros das Relações Exteriores da União Europeia vão realizar uma videoconferência para discutir a cúpula entre EUA e Rússia, com a participação do ministro ucraniano. O embaixador americano na Otan, Matthew Whitaker, afirmou neste domingo que Zelensky pode estar presente na reunião no Alasca e destacou que nenhum acordo deve ser fechado sem o consentimento de todas as partes envolvidas.


Declaração do Presidente da Ucrânia, Zelensky, sobre ter um acordo de paz (Vídeo: reprodução/X/@hoje_no)

Preocupações sobre exclusão da Ucrânia na cúpula do Alasca

A possibilidade de a Ucrânia ficar de fora da cúpula gerou preocupação, já que há o receio de que isso resulte em um acordo que obrigue Kiev a ceder territórios à Rússia, o que a União Europeia rejeita.

Ao anunciar a cúpula, o presidente Trump mencionou a possibilidade de troca de territórios entre Rússia e Ucrânia, sem entrar em detalhes. Zelensky declarou que qualquer decisão feita sem a participação da Ucrânia vai contra a paz e assegurou que os ucranianos não vão abrir mão de seus territórios.

Neste domingo, líderes europeus importantes assinaram uma declaração afirmando que somente a combinação de diplomacia ativa, apoio à Ucrânia e pressão sobre a Rússia pode acabar com a guerra. Eles também elogiaram o esforço diplomático de Trump e prometeram manter o apoio militar e financeiro à Ucrânia, além de continuar as sanções contra a Rússia.

Entre os signatários estão Emmanuel Macron, da França; Giorgia Meloni, da Itália; Friedrich Merz, da Alemanha; Donald Tusk, da Polônia; Keir Starmer, do Reino Unido; e Ursula von der Leyen, da Comissão Europeia.


Chanceler alemão pedirá para Trump que Ucrânia participe das negociações entre Rússia e Estados Unidos (Vídeo: reprodução/X/@hoje_no)

A primeira-ministra da Estônia, Kaja Kallas, reforçou que qualquer acordo entre Estados Unidos e Rússia precisa incluir a Ucrânia e a União Europeia, pois a segurança da Ucrânia e da Europa está em jogo. Ela destacou que, segundo o direito internacional, todos os territórios ocupados são propriedade da Ucrânia.

Até o momento, as negociações entre Rússia e Ucrânia neste ano tiveram poucos avanços e ainda não está claro se a cúpula ajudará a aproximar as partes para a paz.

Diferenças entre Rússia e Ucrânia dificultam acordo de paz

A invasão da Rússia à Ucrânia teve início em fevereiro de 2022 e já resultou em milhares de mortes, milhões de pessoas deslocadas e grande destruição. O presidente Vladimir Putin tem ignorado os apelos dos Estados Unidos, Europa e Ucrânia para anunciar um cessar-fogo.

A reunião no Alasca será a primeira entre os presidentes dos Estados Unidos e da Rússia desde que Joe Biden se encontrou com Putin em Genebra, em junho de 2021. Trump e Putin se encontraram pela última vez em 2019, na cúpula do G20 no Japão, e desde então têm mantido contato por telefone. Após mais de três anos de conflito, as posições da Ucrânia e da Rússia ainda estão muito distantes.

Moscou exige que a Ucrânia entregue quatro regiões parcialmente ocupadas: Donetsk, Luhansk, Zaporizhzhia e Kherson além da Crimeia, anexada em 2014. Também quer que a Ucrânia pare de receber armas do Ocidente e desista da adesão à Otan.

A Ucrânia rejeita essas condições e exige a saída das tropas russas, além de garantias de segurança vindas do Ocidente, como o envio de mais armas e tropas europeias, pedido que a Rússia não aceita.

Trump planeja se reunir com Putin e Zelensky nos próximos dias

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, enviou nesta quarta-feira (6), o representante especial Steve Witkoff para se reunir com o presidente russo, Vladimir Putin. Embora os detalhes da conversa ainda não estejam claros, a iniciativa pode representar mais uma tentativa de negociação por um cessar-fogo entre Rússia e Ucrânia.

A guerra entre os dois países começou em 2022, e Putin e Zelensky não mantêm diálogo direto desde o início dos combates, há cerca de três anos e meio.

Guerra na Ucrânia perdura há mais de três anos

O conflito entre Rússia e Ucrânia começou a se intensificar em 2013, com protestos populares na Ucrânia, após o então presidente ucraniano Viktor Yanukovych recusar um acordo de entrada do país ucraniano na União Europeia optando por se manter isolado, assim como a Rússia. A pressão popular levou à queda de Yanukovych em 2014, gerando instabilidade política no país. No mesmo ano, a Rússia anexou a região da Crimeia e passou a apoiar separatistas pró Rússia.


A guerra da Ucrânia e seus impactos (vídeo: reprodução\Youtube\CNN Brasil)


A guerra começou em 2022, com um ataque surpresa por parte da Rússia ao território ucraniano. Desde então, o confronto já causou milhares de mortes, milhões de feridos e destruição generalizada, sem previsão de cessar-fogo.


O “tarifaço” e seus impactos para Rússia e Ucrânia


Desde o início de seu segundo mandato, Donald Trump tem retomado sua política econômica protecionista, com tarifas elevadas sobre importações, o chamado “tarifaço”. A medida pode endurecer ainda mais a escassa relação econômica da Rússia, já afetada por sanções internacionais, e dificultar o apoio financeiro à Ucrânia, que depende de ajuda externa para se manter na guerra.

O envio de um representante de Trump para se reunir com Vladimir Putin ocorre às vésperas da entrada em vigor de um novo pacote de tarifas, previsto para esta sexta-feira (8). A expectativa é que Trump se encontre pessoalmente com Putin na próxima semana e, posteriormente, com Zelensky, na tentativa de intermediar um cessar-fogo.

Zelensky espera retomada da troca de prisioneiros, enquanto Rússia acusa Ucrânia de atrasos

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse em um vídeo neste domingo (8), que espera que a troca de prisioneiros com a Rússia continue. A troca tinha parado devido a acusações de ataques dos dois lados.

Falas do presidente ucraniano

“Conversei hoje e ontem com o ministro da Defesa Umerov, com o chefe da HUR Budanov, com o chefe do SBU Maliuk, e a Ucrânia continua a fazer tudo o que for possível para que a libertação de nossos prisioneiros de guerra e a repatriação dos corpos dos nossos soldados caídos ocorram”, afirmou o presidente ucraniano.

Zelensky disse que as listas completas da Rússia, acordadas em Istambul, ainda não foram entregues à Ucrânia. Segundo ele, o lado russo, como de costume, está tentando fazer jogos políticos e espalhar desinformação, mesmo em questões tão sensíveis como essa.

O líder da Ucrânia afirmou que acredita na continuidade das trocas de prisioneiros e pediu que a população fique atenta aos alertas de ataques aéreos nos próximos dias, reforçando a importância de se manterem em segurança.


Matéria sobre a Turquia organizar encontro com líderes da Rússia e Ucrânia (Vídeo: reprodução/X/@CNNBrasil)

Rússia diz que troca está parada

O assessor do governo russo, Vladimir Medinsky, disse que a Ucrânia adiou de surpresa a troca de prisioneiros e a devolução dos corpos dos soldados mortos, sem dizer por quanto tempo. A Ucrânia, por sua vez, pediu que a Rússia volte a agir de forma séria.

O Ministério da Defesa da Rússia explicou que espera que as autoridades ucranianas logo tomem as decisões necessárias para a troca de prisioneiros e a devolução dos corpos dos soldados mortos.

O ministério disse que, até agora, Kiev não autorizou as ações humanitárias. Os representantes da Ucrânia não foram ao local da reunião, e o motivo do atraso ainda é desconhecido.

Ucrânia e Rússia se encontraram em Istambul na segunda-feira (2), para a segunda rodada de negociações de paz. Na reunião, decidiram trocar mais prisioneiros, dando prioridade aos mais jovens e feridos graves, e devolver os corpos dos soldados mortos.

Trump sobre Putin: “Não sei se ele realmente quer paz”

Nesta quarta-feira (28), Donald Trump expressou decepção com os bombardeios russos na Ucrânia. O presidente dos Estados Unidos também afirmou que Vladimir Putin pode estar retardando propositalmente as negociações de cessar-fogo.

Em conversa com jornalistas na Casa Branca, ele disse que deu ao presidente russo duas semanas para chegar a uma decisão. “Em cerca de duas semanas, saberemos se ele está nos enrolando ou não e, se estiver, mudamos o tom da negociação”, declarou o presidente americano.

“EUA agirá de forma diferente” diz Trump

Ainda na coletiva de imprensa, Trump disse que vai tentar entender se há interesse real nas negociações, por parte de Vladimir Putin. “Se não houver acordo, se ele [Putin] permanecer indeciso, minha resposta será diferente. Não sei se ele realmente quer paz”, completou o republicano.

Além disso, o presidente dos EUA expressou profunda decepção com os acontecimentos de algumas noites atrás, quando pessoas morreram durante o que deveria ser uma negociação. Recentemente, através da rede social GETTR, ele já havia dito que o líder russo estaria “brincando com fogo“.


Trump alerta Putin sobre negociações de paz (Foto: reprodução/X/@SamPancher)

Trump e Putin discutem possível tratado de paz

No dia 19 de maio, Putin conversou por telefone com Trump e sugeriu uma colaboração para definir um tratado de paz entre Rússia e Ucrânia, além de estabelecer condições para um possível cessar-fogo.

Poucos dias antes, em 16 de maio, representantes dos dois países se reuniram em Istambul, na Turquia, marcando a primeira conversa direta em três anos. O encontro resultou em um acordo para a troca de prisioneiros, com mil detidos sendo liberados de cada lado.

Embora esse avanço tenha sido concretizado, a guerra entre os dois países se agravou nos últimos dias. As forças russas intensificaram bombardeios em Kiev e em outras cidades ucranianas, levando a uma resposta com drones e reforçando os apelos de Zelensky e dos líderes europeus por sanções mais rígidas contra Moscou.

Condições de Putin para cessar-fogo

Em contrapartida, o presidente russo exige que líderes ocidentais assumam, por escrito, o compromisso de interromper a expansão da OTAN para o leste da Europa. Além disso, a Rússia busca garantir a neutralidade da Ucrânia, obter o fim de algumas sanções e resolver o impasse dos ativos russos congelados no Ocidente.

Portanto, para aceitar o cessar-fogo, Putin quer o controle total das quatro regiões ucranianas que a Rússia reivindicou — Donetsk, Kherson, Luhansk e Zaporizhzhia. Caso suas condições não sejam aceitas, ele pretende demonstrar força militar para pressionar a Ucrânia e os países europeus a aceitarem um acordo sob seus termos.

Lula diz que pediu fim da guerra na Ucrânia em ligação com Putin

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que ligou para o presidente da Rússia, Vladimir Putin, e pediu para que ele acabasse com a guerra na Ucrânia. A declaração foi feita em Pequim, nesta terça-feira (13).

Eu tive a petulância de um dia ligar para o presidente Putin e dizer: pare com essa guerra e volte para a política, porque a política tá precisando muito de mudar o debate pelo crescimento da extrema-direita radicalizada nazista no mundo inteiro”, disse o presidente brasileiro.


De acordo com Lula, a ligação com Putin foi feita antes de sua viagem na última semana para Moscou (Foto: reprodução/Ricardo Stuckert/PR)

Lula ainda revelou estar feliz com o desenrolar das negociações de paz e com resultado de sua viagem. O presidente contou que viu com muito otimismo a proposta de Putin e sua aceitação pelo presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, que concordou em se juntar ao russo em Istambul para uma conversa. Lula menciona também a nota que divulgou junto ao presidente chinês, Xi Jinping, em que parabenizam a postura dos dois líderes.


Lula e o presidente chinês Xi Jinping (Foto: reprodução/Ricardo Stuckert/PR)

Ao invés de trocar tiros, trocar palavras”, disse.

Vladimir Putin propôs conversar diretamente com o presidente ucraniano na quinta-feira (15). O encontro será em Istambul, capital turca. Os dois debaterão um possível cessar-fogo entre os dois países.

A proposta de Putin acontece diante da pressão de líderes da Europa e Estados Unidos. Eles desejam que o russo concorde com um cessar-fogo de 30 dias para encontrar caminhos que levem ao encerramento do conflito que já dura três anos.

Proposta russa

O presidente russo expressou o desejo de conversar sobre “as raízes” da guerra com a Ucrânia, com o objetivo de chegar à “uma paz sólida e duradoura”. Putin propôs a Ucrânia a realização de “conversas sérias”. Kiev aceitou discutir.

Em raro pronunciamento televisionado, transmitido no sábado diretamente do Kremlim, Putin afirmou que a Rússia está disposta a dar continuidade as negociações diretas com as autoridades da Ucrânia.

Esse seria o primeiro passo rumo a uma paz firme e sustentável, e não apenas o prelúdio para novas hostilidades armadas após o reabastecimento do Exército ucraniano com armas e pessoal, e a intensa escavação de trincheiras”, disse.

Reação ucraniana

Horas depois, a Ucrânia aceitou a proposta, com a condição de que as hostilidades acabem a partir do dia 12 de maio.

“É um sinal positivo que os russos finalmente comecem a considerar o fim da guerra”, declarou Volodymyr Zelensky. O presidente ainda acrescentou que está pronto para se reunir com Putin.