Nesta sexta-feira (22) começa o verão no Brasil. Em um ano de recordes mundiais de calor, o país não é exceção, e deve ter uma estação atípica, com a influência do fenômeno meterológico El Niño. Desde agora até o próximo 20 de março, serão presenciados três meses de dias mais quentes e abafados – significando que a situação climática dos últimos meses pode permanecer durante parte do ano de 2024, segundo previsões do Climatempo.
El Niño
O El Niño se trata de um aquecimento anormal das águas do Oceano Pacífico (ao oeste da América do Sul) próximas à linha do equador (na região tropical), e possui diferentes consequências em diferentes regiões do Brasil por causa do território extenso e de considerável variação de latitude. No entanto, a maioria dos especialistas concorda que o fenômeno esteve por trás de parte da temperatura elevada nacional.
Temperatura média atinge recorde no Brasil pelo quinto mês seguido. (Reprodução/X/@inmet_)
Ano recorde
De acordo com pesquisadores do Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus da União Europeia, 2024 é o ano mais quente em mais de 125 mil anos. Isso porque embora o El Niño afete mais gravemente os países localizados próximos ao Oceano Pacífico, a temperatura elevada também se espalha em menor escala para o resto do globo e é contida pelo efeito estufa.
O resultado disso é que 2023 foi o ano mais quente já registrado na história, em 174 anos de medições meteorológicas da Organização Meteorológica Mundial (OMM).
Para o Brasil, isso significou várias anomalias: o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) já apontou, por exemplo, que foram cinco meses seguidos de temperaturas médias recordes, com agências federais emitindo alertas emergencias sobre o calor elevadíssimo. E segundo as previsões, é uma tendência que deve continuar durante o resto do verão.
Previsões para 2024
“A gente vai ter temperaturas acima da média em boa parte do Brasil,” afirmou o meteorologista do Climatempo, Guilherme Borges, sobre o próximo ano.
As chuvas devem diminuir no Norte e Nordeste, e aumentar no Sul. No geral, a temperatura deve permanecer elevada e a humidade deve cair um pouco: são efeitos do El Niño que devem durar minimamente até o mês de abril.
Porém, devido à dificuldade em prever o tempo à longo-prazo, a metereologia ainda não sabe em quais dias se concentrarão ondas de calor – tais avisos devem ser emitidos apenas semanas antes, ponto em que é fundamental se atentar para se prevenir contra o desidratamento e outros problemas causados pelo clima anormal.
Foto Destaque: Temperatura elevada no Brasil durante o mês de novembro. (Reprodução/Bruno Rocha/Enquadrar/Estadão Conteúdo)