Europa intensifica pressão sobre Israel por fim da guerra em Gaza
Após quase dois anos de ofensiva contínua em Gaza, Israel enfrenta uma reação inédita de aliados tradicionais. O Reino Unido suspendeu acordos comerciais e sancionou colonos extremistas, enquanto França e Canadá cogitam sanções diretas. A União Europeia iniciou uma reavaliação do Acordo de Associação, vigente desde 2000, que visa fornecer estrutura jurídica e institucional adequada […]
Após quase dois anos de ofensiva contínua em Gaza, Israel enfrenta uma reação inédita de aliados tradicionais. O Reino Unido suspendeu acordos comerciais e sancionou colonos extremistas, enquanto França e Canadá cogitam sanções diretas.
A União Europeia iniciou uma reavaliação do Acordo de Associação, vigente desde 2000, que visa fornecer estrutura jurídica e institucional adequada para o diálogo político e a cooperação econômica entre UE e Israel, o que até pouco tempo era considerado impensável. A escalada militar e o bloqueio prolongado à ajuda humanitária intensificaram o isolamento diplomático, com organizações internacionais alertando para o risco iminente de genocídio.
Divisões internas e dependência dos EUA
Internamente, Israel vive um impasse: apesar do apoio governamental à continuidade da guerra, cresce a pressão popular por um cessar-fogo que permita a libertação dos reféns. Pesquisas indicam que mais de 60% da população apoia o fim das operações.
Mesmo assim, o governo de Netanyahu mantém sua postura firme, apoiado principalmente pelos Estados Unidos — seu aliado mais influente. Embora haja sinais de distanciamento pontual da administração de Trump, como negociações unilaterais com grupos do Oriente Médio, não há indícios de sanções americanas.
Impasse europeu
A União Europeia, maior parceira comercial de Israel, pressiona com a ameaça de suspender parcialmente o acordo bilateral. Embora a suspensão total exija unanimidade entre os 27 países-membros, sanções pontuais podem ser impostas por maioria simples, afetando setores estratégicos israelenses como a tecnologia e as exportações.
No entanto, os especialistas veem a medida como simbólica e de impacto limitado, a menos que venha acompanhada por atitudes mais severas. O impasse tem revelado não apenas o desgaste diplomático, mas também a dificuldade de conciliar os interesses econômicos, a segurança e os direitos humanos em um cenário de guerra prolongada.
