Europa intensifica pressão sobre Israel por fim da guerra em Gaza

Após quase dois anos de ofensiva contínua em Gaza, Israel enfrenta uma reação inédita de aliados tradicionais. O Reino Unido suspendeu acordos comerciais e sancionou colonos extremistas, enquanto França e Canadá cogitam sanções diretas.  A União Europeia iniciou uma reavaliação do Acordo de Associação, vigente desde 2000, que visa fornecer estrutura jurídica e institucional adequada […]

25 maio, 2025
Foto destaque: Bombardeios em Gaza causam destruição. (Reprodução/Fadi Whadi/Getty Imagens Embed)
Foto destaque: Bombardeios em Gaza causam destruição. (Reprodução/Fadi Whadi/Getty Imagens Embed)
Acordo de Associação está sendo reavaliado pela Europa sobre Israel.

Após quase dois anos de ofensiva contínua em Gaza, Israel enfrenta uma reação inédita de aliados tradicionais. O Reino Unido suspendeu acordos comerciais e sancionou colonos extremistas, enquanto França e Canadá cogitam sanções diretas. 

A União Europeia iniciou uma reavaliação do Acordo de Associação, vigente desde 2000, que visa fornecer estrutura jurídica e institucional adequada para o diálogo político e a cooperação econômica entre UE e Israel, o que até pouco tempo era considerado impensável. A escalada militar e o bloqueio prolongado à ajuda humanitária intensificaram o isolamento diplomático, com organizações internacionais alertando para o risco iminente de genocídio.

Divisões internas e dependência dos EUA

Internamente, Israel vive um impasse: apesar do apoio governamental à continuidade da guerra, cresce a pressão popular por um cessar-fogo que permita a libertação dos reféns. Pesquisas indicam que mais de 60% da população apoia o fim das operações.

Mesmo assim, o governo de Netanyahu mantém sua postura firme, apoiado principalmente pelos Estados Unidos — seu aliado mais influente. Embora haja sinais de distanciamento pontual da administração de Trump, como negociações unilaterais com grupos do Oriente Médio, não há indícios de sanções americanas.


Israel diz à UE que exerça pressão “onde deve ser” depois de Bruxelas decidir rever laços comerciais. (Vídeo: reprodução/YouTube/Euronews)

Impasse europeu

A União Europeia, maior parceira comercial de Israel, pressiona com a ameaça de suspender parcialmente o acordo bilateral. Embora a suspensão total exija unanimidade entre os 27 países-membros, sanções pontuais podem ser impostas por maioria simples, afetando setores estratégicos israelenses como a tecnologia e as exportações.

No entanto, os especialistas veem a medida como simbólica e de impacto limitado, a menos que venha acompanhada por atitudes mais severas. O impasse tem revelado não apenas o desgaste diplomático, mas também a dificuldade de conciliar os interesses econômicos, a segurança e os direitos humanos em um cenário de guerra prolongada.


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