Crise na família Bolsonaro e rompimento de aliança com Ciro Gomes

O anúncio de suspender a aliança com o politico Ciro Gomes (PSDB) à candidatura ao governo do Ceará ocorreu nesta terça-feira (2), após o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) visitar o pai na Superintendência da Polícia Federal, no Distrito Federal, com o objetivo de encerrar a crise entre a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e os filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro.

A suspensão do apoio foi confirmada por Bolsonaro durante o encontro com Flávio, reforçando o distanciamento político em relação ao atual pré-candidato. Com isso, o Partido Liberal (PL) deverá iniciar a busca por um novo nome para representar a sigla nas eleições estaduais, abrindo espaço para novas articulações internas e possíveis realinhamentos estratégicos.


Família Bolsonaro em protesto na Paulista, 2025 (Foto: reprodução/MIGUEL SCHINCARIOL/Getty Images Embed)


Essa decisão foi concluída após crise interna entre a família Bolsonaro. O senador Flávio Bolsonaro (PL-Rio) disse ter informado a seu pai, Jair Bolsonaro, que pediu desculpas a Michelle após chamá-la de “autoritária” por se opor à aliança no Ceará.

Conflitos internos

A semana de prisões de Bolsonaro foi muito conturbada e cheia de acontecimentos. Ele foi levado para cumprir pena preventiva dia 22 de novembro de 2025 e, após 3 dias, tornou-se definitiva a pena de 27 anos e 3 meses de prisão. Desde então, a família tem enfrentado brigas por protagonismo politico. O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) juntaram-se em críticas direcionadas a Michelle Bolsonaro por tentar interferir na costura do palanque no Ceará.

Ainda mais, foi afirmado pelo deputado André Fernandes, que no fim de outubro Jair Bolsonaro havia dado aval ao apoio do PL à candidatura de Ciro ao governo do Ceará. Michelle, presidente do PL Mulher, criticou duramente os aliados que cogitam apoiar Ciro. Ela classificou como inaceitável formar uma aliança com alguém que se posiciona contra o “maior líder da direita”.

Eleições 2026

Essas alianças não são infundadas, já que no ano de 2026 teremos eleições a partir do mês de outubro, e é desde já que partidos escolhem seus candidatos e aliados. As eleições 2026 irão eleger deputados federais, deputados estaduais, dois senadores, governadores e claro, o cargo de presidente da república.


Um homem anda em uma rua na cidade de São Paulo nas eleições de 2024 (Foto: reprodução/MIGUEL SCHINCARIOL/Getty Images Embed)


Uma pesquisa AtlasIntel, divulgada nesta terça-feira (02) revela que o atual presidente, Lula (PT) é o candidato favorito dos brasileiros para o cargo de presidente nas eleições de 2026. Os canditados pré-escolhidos para representar a direita atual foram: o atual governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e os membros da família Bolsonaro, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) e o senador Flávio Bolsonaro (PL).

Contudo, os reais candidatos dos partidos não foram divulgados, visto que ainda estamos no final do ano de 2024, porém, analisando trabalhos atuais desses políticos, é possível observar um desejo de participar dessas eleições que estão por vir.

Eduardo Bolsonaro recebeu conversa entre Trump e Lula com “otimismo”

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) publicou em sua rede X (antigo Twitter) na noite de terça-feira (02), que recebeu com “otimismo” a conversa entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente do Brasil, Lula, que ocorreu no mesmo dia. De acordo com informações oficiais dos dois governos, a conversa que durou 40 minutos foi muito produtiva.

“Nenhuma nação estrangeira deseja tarifas, pois elas prejudicam os exportadores, mas a verdade precisa ser dita: foi a instabilidade jurídica criada pelo ministro Alexandre de Moraes que abriu caminho para a ‘Tarifa Moraes’ de 50%, prejudicando trabalhadores, produtores e empresas brasileiras”, escreveu o deputado em postagem na rede X, em 20 de novembro de 2025.


Postagem de Eduardo Bolsonaro sobre ligação de Lula e Trump (Mídia: reprodução/X/@BolsonaroSP)


Em postagem recente, Eduardo Bolsonaro mostra um tom divergente do que mostrado anteriormente em relação a tarifas dos Estados Unidos.

Tarifas dos Estados Unidos ao Brasil

Desde de 1º de agosto de 2025, tarifas de 50% foram aplicadas sobre todos os produtos exportados pelo Brasil aos Estados Unidos. Desde o estabelecimento dessas tarifas, os dois governos vem dialogando e buscando uma maneira mais rápida de solucionar esses “problemas”.

Além de tarifas contra produtos brasileiros, o governo americano aplicou contra o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal) e sua esposa, a Lei Magnitsky sob acusações de supostas violações de direitos humanos e abuso de autoridade, Trump também revogou vistos de outras autoridades brasileiras.

No dia 20 de novembro de 2025, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou uma ordem executiva que remove a tarifa adicional de 40% aplicada a diversos produtos brasileiros exportados para o mercado americano.

Relação atual dos Estados Unidos com o Brasil

A relação entre os dois países, especialmente em relação sobre as tarifas destinadas ao Brasil, estão em constante diálogo dos dois lados. Em conversas recentes, é possível perceber uma simpatia do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pelo presidente Lula. Em entrevista no dia (02), Trump diz gostar de Lula.

Postagem por Eixo Politico de fala do Presidente Trump (Mídia: reprodução/Instagram/@eixo.politico)


Lula afirmou em entrevista nesta quarta-feira que vem tendo boas trocas com Trump em relação a compreensão e mudanças das taxações e tarifaço no Brasil. É a terceira vez que os dois presidentes conversam após o tarifaço ser imposto pelo presidente norte-americano. Lula diz que está cada vez mais perto de ouvirmos uma notícia boa.

Filhos de Bolsonaro criticam discurso de Michelle e expõem rachadura política

A articulação para que o partido Partido Liberal (PL) feche aliança com Ciro Gomes para disputar o governo do Ceará em 2026 gerou um conflito dentro da própria família do ex-presidente. Durante um comício em Fortaleza, Michelle Bolsonaro criticou publicamente a aproximação com o ex-governador, chamando de “precipitada a decisão do partido”.

A declaração desencadeou uma reação imediata dos três filhos mais velhos de Jair Bolsonaro — Flávio Bolsonaro, Carlos Bolsonaro e Eduardo Bolsonaro, que criticaram duramente a postura de Michelle. O senador Flávio, por exemplo, declarou que a ex-primeira-dama “atropelou” o ex-presidente ao questionar a decisão interna do PL. Carlos e Eduardo também manifestaram apoio a Flávio nas redes. Carlos escreveu que a família deve manter unidade e respeitar a liderança de Bolsonaro, sem “se deixar levar por outras forças”.

O que motivou o atrito familiar

No centro da divergência está a aliança que o PL tenta firmar com Ciro Gomes no Ceará. Michelle manifestou sua reprovação à aliança, dizendo que não fazia sentido unir-se a quem já foi crítico duro do ex-presidente. Segundo ela, a movimentação foi “precipitada” e contrária aos valores do grupo. As lideranças do PL no estado cearense, no entanto, afirmam que a aproximação com Ciro foi negociada com aval do próprio Jair Bolsonaro. Ou seja: de acordo com eles, Michelle teria se colocado contra uma decisão já tomada e validada.


Michelle em último comício antes da prisão de Bolsonaro (Foto: reprodução/Myke Sena/Getty Images Embed


A reação imediata de Carlos e Eduardo reforçou a ideia de que o grupo deve se manter unido e respeitar a liderança do ex-presidente. A situação expõe as divisões internas na família Bolsonaro em um momento delicado para o grupo político. Para os filhos, o problema não seria a aliança em si, mas a forma como foi criticada publicamente como se não houvesse respaldo nas instâncias partidárias — o que, segundo eles, fragiliza a coesão interna do PL e expõe o que chamam de “fissura familiar”.

Consequências para o PL e o bolsonarismo

O episódio forçou o PL a convocar uma reunião emergencial, envolvendo figuras de peso como o presidente da sigla, Valdemar Costa Neto, os filhos de Bolsonaro e Michelle — para tentar restaurar a unidade interna e definir um posicionamento oficial. Mas o estrago já está feito. A crise exposta em público com ataques, críticas e acusações, revela a dificuldade do bolsonarismo em manter uma frente unida sem a presença direta do ex-presidente, preso desde novembro. Sem sua liderança ativa, disputas sobre estratégia, alianças e imagem familiar ganham força.

Para o eleitorado e para os militantes, o conflito pode gerar desconfiança no partido. A visão de unidade e coesão, até agora um dos pilares da imagem do clã, sai abalada — e rivais políticos podem aproveitar o desgaste para desgastar a credibilidade do PL. O racha exposto também lança dúvida sobre como será a disputa no Ceará e, mais amplamente, sobre o futuro do bolsonarismo nas eleições de 2026.

Defesa de Bolsonaro pede novos atendimentos médicos na PF

Nesta segunda-feira (1), a defesa do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro protocolou um pedido ao Supremo Tribunal Federal (STF) para autorizar o acesso de dois novos profissionais de saúde — um cardiologista e um fisioterapeuta — à carceragem da Polícia Federal, em Brasília, onde o ex-presidente cumpre pena. A solicitação busca garantir que ambos possam realizar atendimentos regulares a Bolsonaro dentro da unidade prisional.

Pedido do ex-presidente

O pedido ganhou força após o ex-presidente voltar a apresentar repetidos episódios de crise de soluços desde a última quinta-feira (27). Segundo sua defesa, os problemas de saúde de Bolsonaro seriam decorrentes das cirurgias pelas quais passou após a facada sofrida durante a campanha eleitoral no ano de 2018.


Ex-presidente Jais Messias Bolsonaro (Foto: reprodução/Getty Images Embed/Ton Molina)


A solicitação foi encaminhada ao ministro Alexandre de Moraes, que recebeu a indicação dos próprios defensores de Bolsonaro dos dois profissionais: o cardiologista Brasil Ramos Caiado e o fisioterapeuta Kleber Antônio Caiado de Freitas. De acordo com os advogados, os especialistas são essenciais para acompanhar a condição clínica do ex-presidente e garantir a estabilidade dos cuidados necessários.

Condenação

Bolsonaro já cumpre pena de 27 anos e três meses por suas condenações relacionadas às tramas golpistas e está preso na Superintendência da Polícia Federal desde 22 de novembro, data em que teria tentado violar a tornozeleira eletrônica que utilizava para ser monitorado enquanto estava em prisão domiciliar. Moraes decretou o início do cumprimento da pena do ex-presidente após alegar grande risco de fuga. Até o momento, não houve manifestação pública do ministro Alexandre de Moraes sobre a decisão do pedido apresentado pela defesa.

Enquanto isso, aliados e advogados do ex-presidente reiteram a necessidade de reforçar a equipe médica para evitar o agravamento de seu estado de saúde e de uma piora física. Por outro lado, a solicitação reacende o debate sobre possíveis tratamentos diferenciados a condenados e sobre a importância de manter a aplicação igualitária das regras do sistema penitenciário.

Moraes autoriza filhos de Bolsonaro a visitarem ex-presidente

A recente decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, autorizando visitas dos filhos Flávio e Carlos Bolsonaro ao ex-presidente Jair Bolsonaro na Superintendência da Polícia Federal em Brasília, adiciona um novo capítulo ao cenário jurídico e político que envolve o ex-mandatário.

Com regras rígidas e duração limitada, a medida busca equilibrar o direito ao convívio familiar com a necessidade de preservar a segurança e a ordem na unidade de custódia, onde Bolsonaro cumpre pena decorrente de condenação por atos contra a ordem constitucional.

Visitas autorizadas com restrições

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, concedeu permissão para que os filhos do ex-presidente, Flávio e Carlos, visitem o pai na Superintendência da Polícia Federal em Brasília. A decisão atende a um pedido da defesa e ocorre em meio ao cumprimento de pena determinada pelo tribunal.

As visitas ocorrerão em horários separados, com duração máxima de trinta minutos para cada encontro. O objetivo das regras é permitir o contato familiar sem comprometer a segurança e a ordem no local de custódia. Bolsonaro está detido desde a terça-feira anterior e cumpre pena de 27 anos e três meses, em decorrência de condenação por participação em atos contra a ordem constitucional.

A autorização representa uma concessão pontual da Justiça, permitindo que Bolsonaro mantenha contato com familiares próximos, mas ainda sob rígido controle das autoridades. Até o momento, apenas familiares, advogados e equipe médica tiveram acesso a ele, sempre com fiscalização da Polícia Federal.


Ex-presidente Jair Bolsonaro terá direito a visitas na prisão (Foto: reprodução/Instagram/@jairmessiasbolsonaro


Significado e impactos da decisão

Para os filhos, o tempo limitado de visitação pode não ser suficiente para discutir assuntos importantes ou avaliar pessoalmente a condição do pai. Apesar das restrições, o encontro tem valor simbólico e reforça o direito de manutenção de laços familiares, mesmo em situações de prisão.

Para as autoridades, a medida equilibra direitos pessoais com a necessidade de manter o controle sobre a situação, considerando o histórico recente de descumprimento de medidas de monitoramento eletrônico pelo ex-presidente. O isolamento parcial segue como forma de evitar riscos à ordem pública e comunicação com terceiros que possam influenciar o caso.

A decisão também envia uma mensagem ao público e aos envolvidos no processo judicial. Para aliados e familiares, é uma forma de garantir algum contato direto com Bolsonaro. Para críticos e para a Justiça, reforça a ideia de que as visitas são monitoradas e não representam relaxamento das medidas legais impostas.

A permissão de Moraes demonstra a tentativa de balancear direitos individuais e segurança institucional. As regras estabelecidas buscam garantir que o encontro familiar ocorra de forma controlada e que não interfira na condução das investigações e na manutenção da ordem na custódia do ex-presidente.

Bolsonaro não terá direito à saidinha de Natal após condenação em regime fechado

Após ser condenado a 27 anos de prisão, Jair Bolsonaro (PL) não passará o Natal fora da cadeia. Atualmente, o ex-presidente cumpre pena em regime fechado e, portanto, não poderá solicitar a chamada “saidinha” de fim de ano.

Segundo apuração de Pedro Venceslau no CNN 360°, mesmo a apresentação de recursos não altera esse cenário. Especialistas explicam que a Lei de Execução Penal restringe o benefício apenas a presos no regime semiaberto.

Lei limita benefício ao regime semiaberto

Ainda de acordo com a legislação vigente, a saída temporária exige cumprimento da pena em regime semiaberto. Bolsonaro, contudo, permanece em regime fechado, agravado pela avaliação de risco de fuga durante a prisão preventiva.

Além disso, a progressão de regime só poderá ocorrer após o cumprimento de 25% da pena. Na prática, isso significa cerca de seis anos antes de qualquer mudança jurídica significativa. Mesmo assim, futuras chances permanecem limitadas por alterações recentes na lei. Em 2024, o Congresso aprovou o chamado PL da Saidinha, que endureceu as regras do benefício.

Nova legislação endurece regras e amplia restrições

Em suma, a nova norma proíbe a saída temporária para condenados por crimes com violência ou grave ameaça. Esse critério se aplica aos crimes atribuídos a Bolsonaro, especialmente ligados à invasão das sedes dos Três Poderes. Assim, mesmo em eventual progressão ao semiaberto, o ex-presidente poderá continuar sem acesso ao benefício. Juristas afirmam que a vedação tende a se manter durante toda a execução penal.

Enquanto isso, decisões recentes do Supremo Tribunal Federal tratam das condições da prisão. Recentemente, o ministro Alexandre de Moraes autorizou visitas médicas sem necessidade de aval judicial prévio. Logo, a medida busca assegurar o acompanhamento de saúde durante o período de detenção. O ex-presidente está custodiado na Superintendência da Polícia Federal, em Brasília.


Marmitas para Bolsonaro serão fiscalizadas (Vídeo: reprodução/YouTube/Jornal da Record)


Além disso, Moraes permitiu visitas restritas de alguns filhos de Bolsonaro. A Justiça definiu previamente um cronograma rígido para esses encontros. Cada visita tem duração máxima de 30 minutos e ocorre apenas em datas autorizadas. As regras visam manter controle absoluto sobre o acesso ao local.

Na última terça-feira (25), Moraes também autorizou a entrega de refeições especiais. A defesa alegou que Bolsonaro estaria recusando a alimentação fornecida pela Polícia Federal. Com isso, o STF mantém uma postura rigorosa quanto ao regime, mas preserva garantias básicas. O cenário indica que Bolsonaro permanecerá preso durante as festas de fim de ano.

Defesa de Bolsonaro desmente uso de celular durante visita de Nikolas Ferreira

Nesta quinta-feira (27), a defesa de Jair Bolsonaro prestou esclarecimentos ao Supremo Tribunal Federal (STF) afirmando que seria falsa a informação de que o ex-presidente teria utilizado o telefone celular durante o encontro com o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG). 

De acordo com os advogados, Bolsonaro cumpria “estritamente” as medidas cautelares impostas durante o período que lhe foi imposta a prisão domiciliar, em agosto deste ano. 

Visita de Nikolas Ferreira

Na última sexta-feira (21), o deputado Nikolas Ferreira esteve na residência de Bolsonaro, em Brasília, para realizar uma visita ao ex-presidente, que cumpria prisão domiciliar. De acordo com as regras de restrição impostas pelo ministro do STF, Alexandre de Moraes, Jair Bolsonaro não poderia utilizar aparelho celular, bem como acessar as redes sociais ou enviar mensagens por meio de terceiros, as restrições também valiam para  quaisquer pessoas que o fossem visitar. 


 

Nikolas Ferreira (Foto: reprodução/ getty images embed/ EVARISTO SA )


No entanto, drones que circulavam nos arredores da casa do ex-presidente durante a visita do deputado flagraram Nikolas Ferreira na área externa da residência manuseando um telefone enquanto conversava com Bolsonaro. Contudo, a partir da análise das imagens filmadas e divulgadas pela TV Globo é possível observar que o ex-presidente não aparece utilizando o aparelho. 

Nesse sentido, na última quarta-feira (26), Alexandre de Moraes solicitou esclarecimentos à defesa, uma vez que, caso comprovada a veracidade das imagens, Bolsonaro estaria violando uma das medidas cautelares da prisão domiciliar. 

Defesa nega violação de medidas cautelares

Após a divulgação das imagens pela TV Globo e a solicitação de esclarecimentos feita por Alexandre de Moraes aos advogados do ex-presidente, a defesa afirmou que Bolsonaro não utilizou e não fez “contato visual” com o aparelho celular de propriedade de Nikolas Ferreira.  

“O Peticionário cumpria à exatidão a determinação de Vossa Excelência, sem uso ou mesmo contato visual com o aparelho celular do deputado federal […] O Peticionário reafirma que sempre cumpriu estritamente todas as medidas cautelares impostas pelo Supremo Tribunal Federal, reiterando que não fez o uso de qualquer telefone celular, direta ou indiretamente, ao longo de todo o período em que esteve submetido à prisão domiciliar”, argumentou a defesa. 

Além dos advogados, Nikolas Ferreira também se pronunciou através de sua conta no X sobre o ocorrido. Segundo o deputado, ele não teria sido informado pelas autoridades sobre a restrição de uso de celulares durante sua visita ao ex-presidente. 

Senado articula proposta para tirar Bolsonaro do regime fechado

O senador Carlos Viana (Podemos-MG) e aliados articulam a tramitação de um projeto de lei (PL) que visa livrar o ex-presidente, Jair Bolsonaro, da prisão em regime fechado. A proposta desconsidera as condenações por abolição do Estado Democrático de Direito e  tentativa de golpe de Estado

Nesse contexto, para acelerar a tramitação do PL, o senador, Carlos Viana, autor do projeto, e o líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN), articulam a votação com caráter de urgência, para que, se aceito, o projeto não passe pelas comissões e seja diretamente votado no plenário do Senado.

O que diz o texto

Caso a proposta seja aprovada, Bolsonaro pode deixar o regime fechado. Isso porque, o novo PL visa desconsiderar suas condenação pelos crimes de abolição do Estado Democrático de Direito e  tentativa de golpe de Estado, nos quais sentenciaram o ex-presidente à 27 anos e três meses de prisão. 


Bolsonaro é flagrado na Superintendência da Polícia Federal em Brasília no último domingo (23) (Foto: Reprodução/ Sergio Lima / AFP via Getty Images Embed)


Nesse sentido, de acordo com o texto, restaria à Bolsonaro apenas as condenações por dano contra o patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado, somando a pena máxima de seis anos de detenção. 

Desse modo, na tentativa de evitar a prisão do ex-presidente em regime fechado, o novo projeto se apoia na Constituição brasileira, que diz que o réu tem obrigação de cumprir a pena na prisão caso condenado por crimes de dosimetria superior a oito anos. 

Prisão de Bolsonaro

No último sábado (22), Jair Bolsonaro foi levado à prisão na Superintendência da Polícia Federal em Brasília pela tentativa de violação da tornozeleira eletrônica, medida cautelar utilizada pelo ex-presidente desde agosto deste ano. No entanto, apesar de estar preso desde o final de semana, o cumprimento da sua pena pela trama golpista passou a ser contada a partir desta última terça-feira (25).

Caso cumpra toda a condenação, Bolsonaro deve ficar preso em regime fechado por 27 anos e três meses. No entanto, o senador responsável pelo projeto de lei que visa diminuir a pena do ex-presidente, Carlos Viana (PL-MG), garante que a proposta não se trata de uma anistia. 

“Importante ressaltar que a presente iniciativa não configura anistia, indulto ou qualquer forma de extinção seletiva de punibilidade. Trata-se de medida de caráter geral e abstrato, compatível com o sistema constitucional penal, destinada a aperfeiçoar a técnica legislativa e reforçar os limites adequados para responsabilização criminal”, endossou o senador. 

De acordo com Viana, o PL visa beneficiar, além de Bolsonaro, todos os brasileiros que, segundo ele, foram injustamente condenados pelos episódios do 8 de janeiro de 2022.

Jair Bolsonaro é autorizado a entrega de alimentação especial na Superintendência em Brasília

Nesta terça feira (25), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, autorizou entrega de “refeições especiais” para Jair Bolsonaro que está detido desde o último sábado (22) de novembro na Superintendência da PF em Brasília, após tentar romper a tornozeleira eletrônica com um ferro de solda. O pedido foi feito pela defesa de Bolsonaro, que alega que o mesmo estaria recusando refeições entregues pela Policia Federal.

Alexandre de Moraes determinou que os alimentos devem ser entregues a Superintendência após um cadastro de uma pessoa especifica e com fiscalização da Policia Federal.

Sentenças definitivas

Após prisão domiciliar, e posteriormente preventiva desde o dia (22), Bolsonaro e outros seis receberam suas condenações nessa terça-feira (25) pela trama golpista após eleições de 2022.


 Jair Messias Bolsonaro no prédio do STF (Foto: reprodução/Arthur Menescal/Getty Images Embed)


Jair Messias Bolsonaro foi condenado pelo STF (Supremo Tribunal Federal) a 27 anos e três meses de regime fechado e 2 anos e 6 meses de detenção para crimes semiaberto ou aberto. O ex-presidente já está cumprindo pena no local onde estava preso preventivamente a mandado de Alexandre de Moraes após violação da tornozeleira eletrônica e risco de fuga de prisão domiciliar desde sábado passado (22) em Superintendência da PF em Brasília.

Problemas de Saúde

Advogados de Bolsonaro argumentam que estadia em penitenciária afetará a sua saúde. A defesa apresentou ao STF laudos que comprovam existência de complicações de saúde que podem tornar-se risco de vida se o ex-presidente não for mantido em prisão domiciliar.

Esses problemas de saúde vem acompanhado Jair desde a fatídica facada que sofreu em 6 de setembro de 2018 em um comício de sua campanha eleitoral  para ocupar o cargo de Presidente do Brasil. O então deputado levou um golpe na região do abdômen e passou por quatro cirurgias e consegui sobreviver, porém vem apresentando problemas de saúde desde então. O Ministro Moraes concedeu atendimento médico integral ao ex-presidente.

Moraes determina que TSE seja comunicado sobre inelegibilidade de Bolsonaro

Nesta terça-feira (25) o ministro Alexandre de Moraes, do STF, determinou que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) seja oficialmente informado da inelegibilidade do ex-presidente Bolsonaro, em razão da sua condenação de 27 anos e três meses de prisão pela trama golpista.

A decisão formaliza o impedimento de Bolsonaro concorrer a cargos eletivos, independente de qual seja. Além disso, mais cedo nesta terça, Moraes determinou que as penas de Bolsonaro e os outros réus do núcleo 1 da trama golpista sejam iniciadas.

Inelegibilidade de Bolsonaro

Devido a sua condenação pela trama golpista, o ex-presidente Bolsonaro está oficialmente inelegível por meio da Lei da Ficha Limpa. Ele foi condenado a 27 anos e três meses no dia 12 de setembro, junto a outros oito réus. Em decorrência a isso, Bolsonaro agora está impedido de concorrer às eleições pelo prazo de oito anos após o cumprimento de sua pena, se tornando assim inelegível até 2060.

Considerando o tempo de pena e a aplicação desse prazo adicional, Bolsonaro teria em 2060, em tese, 105 anos – atualmente o ex-presidente tem 70 anos.

Paralelamente a essa condenação, o ex-presidente já estava inelegível até 2030 pelo TSE por abuso de poder político e econômico, desde julho de 2022 – em razão da reunião realizada com embaixadores.


Bolsonaro na Polícia Federal após Moraes determinar sua prisão no dia 22 de novembro (Foto: reprodução/Getty Images Embed/SERGIO LIMA)


Determinação de pena

Além da inelegibilidade, o STF declarou trânsito em julgado na ação que apurou a tentativa de golpe de Estado para os réus Bolsonaro, Alexandre Ramagem e Anderson Torres mais cedo nesta terça-feira. Já o Exército cumpriu os mandados de prisão contra os generais e ex-ministros Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira e ambos já foram encaminhados ao Comando Militar do Planalto.

O ex-presidente Bolsonaro foi condenado a 27 anos e três meses de prisão, com regime inicial fechado. Já o deputado federal Alexandre Ramagem foi condenado a 16 anos, também com regime fechado. Por último, com a segunda maior pena entre os três, o ex-ministro Anderson Torres foi condenado a 24 anos de prisão, também em regime inicial fechado.